O Desejo Da Alma escrita por Trubluu


Capítulo 20
O cair das máscaras. Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Certo, certo! Mais um capítulo pronto e postado. ^_^
Este aqui esta um tanto diferente do que estou acostumando-me a escrever, mas ta legal mesmo assim. :3
Esta é a parte três do arco que montei, devo encerrar com uns cinco ou seis dependendo da evolução da trama e do tamanho dos capítulos. Como a continuação da ultima cena deste capítulo é bastante importante, deixei ela para depois, porque assim teremos um capítulo mais 'completinho' eu acho.
Enfim, é isso. Nos vemos lá em baixo.
~Boa leitura!



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Kuchiki Byakuya era bastante jovem quando se tornou vice-presidente do banco G13. Seu avô, Kuchiki Ginrei, o elegera como seu sucessor direto à presidência por sua integridade, competência e disciplina. De fato, Byakuya era um jovem excepcional. Muito novo se casou e ingressou na vida adulta, chefiando com maestria um dos maiores bancos do mundo. Sempre exemplar, não falhava, comandava todas as filiais do banco a distância sem deixar passar nada despercebido, o chefe perfeito. Seu grande êxito o fez crescer rápido e ficar conhecido mundialmente, realizando conferências e viagens internacionais. Mas um dia, por ordem de seu próprio avô, Byakuya deixou o cargo de vice-presidente. “Apesar de você ser ótimo, o trabalho não é tudo e todos nós precisamos de lazer também. Quero que esqueça seus compromissos comigo e com o G13 por um tempo, apenas tire férias com sua esposa, fará bem a você!” Essas foram às exatas palavras de Ginrei para Byakuya. E era verdade, Byakuya se desgastava demais no trabalho esquecendo-se dos prazeres da vida completamente. O jovem vice-presidente seguiu então a recomendação de seu mentor, tirando férias com Hisana, sua esposa, indo até um país que lhe agradava: Alemanha. Seria o momento de relaxar, o momento de viver um pouco com sua mulher e aproveitar a juventude, longe de qualquer responsabilidade ou dever. Longe de qualquer preocupação. Seria um ano inteiro de paz, felicidade e harmonia. Seria...

[Alguns anos atrás - Alemanha]

Uma tarde fria na capital acompanhava o casal que a mais de quatro meses aproveitava a vida como uma inacabável Lua de Mel. Hisana e Byakuya, ambos deitados em uma cama quente e confortável o suficiente para não desejar se levantar nunca mais, conversavam sobre o que poderiam fazer dali para frente. Já haviam visitado os principais pontos turísticos de toda a cidade, restava então apenas ingressar-se em lugares mais interioranos e menos concorridos entre os turistas. Byakuya já viera à Alemanha algumas vezes a trabalho, portanto não havia explorado nenhuma atração que vinha de cidades e lugares que estejam fora da grande e majestosa capital. Mas com essa adorável oportunidade, não tinha dúvidas que poderia aproveitar tudo que havia de melhor no país. Hisana, que nunca estivera na Alemanha, acreditava que poderia se surpreender ainda mais se frequentasse lugares menos populares do país, logo, supôs que seria agradável um passeio até uma cidade vizinha. O casal então se ergueu junto da cama, Byakuya rumou até a janela do quarto e a abriu, deixando que a luz fraca do dia de neve entrasse no chalé e iluminasse o rosto de sua amada. Julgava ter sorte por ter uma mulher tão bela como Hisana, seu amor por ela não tinha sequer razão nem precedentes, era inigualável, incondicional. Sorriu para si mesmo, convencido que poderia amá-la ainda mais e fazê-la infinitamente feliz ao seu lado.

Hisana não demorou a se vestir depois do duradouro banho que tomou, ao contrário da maioria das mulheres, ela nunca teve problema algum com roupas, o que deixava Byakuya maravilhado. Era tão simples e delicada, tão amável e humilde, tão gentil e tão bela. Era a mulher que Byakuya desejava, perfeita para um homem tão decidido, tão diligente, tão zeloso, tão responsável e tão sério.

A moça vestia um grosso casaco de couro branco por cima de uma blusa de algodão espesso e um cachecol xadrez, combinando com a touca que decidiu vestir para aquecer a cabeça. Na parte de baixo cobria as pernas com uma calça jeans escura sem detalhes e um sapato fechado com grossas meias. Para não deixar as mãos nuas, pôs uma luva de couro e evitou qualquer maquiagem ou joia. Byakuya por sua vez trajou o mais quente de seus sobretudos, ocultando a calça jeans e a camisa social que vestiu para evitar o frio intenso. Estavam prontos para sair.

O casal, alegre das noites de amor que puderam ter, entrou no carro com destino a primeira coisa que lhe chamassem atenção. Byakuya dirigiu por alguns poucos minutos pela cidade e não tardou a notar algo que podia ser divertido: Um musical. O outdoor dizia que o musical seria toda a semana no teatro municipal da cidade vizinha. Seria dez minutos até Hennigsdorf, um trajeto rápido e tranquilo. Byakuya sempre arrojado ao dirigir, não poupou gasolina da Mercedes que conduzia, acelerando o máximo que podia nas estradas da Alemanha. Chegaram à cidade em sete minutos!

O outdoor dizia que o musical começaria às 21h00min, logo, teriam ainda a tarde inteira para aproveitar a nova cidade. Decidiram estacionar próximo ao teatro e não deixaram de garantir os ingressos. Foram depois a um passeio pela periferia do 1º distrito da cidade. Andaram bastante e conversaram o quanto podiam sobre tudo o que deu vontade, nem mesmo o frio que fazia podia intimidar a caminhada do casal. Pararam em uma lanchonete jeitosa, próxima ao rio que cruzava a urbe. Sentaram-se em uma mesa e acompanharam o noticiário alemão com atenção. A notícia era importante e interessava Byakuya.

“(...) E teve inicio ontem, em Berlim, a conferencia empresarial de maior importância do semestre. A chamada Meeting Global Corporations trouxe ao país os representantes mais influentes de todas as mais importantes corporações da recém aliança empresarial e financeira entre Japão e Alemanha. O encontro foi marcado pela ilustre presença do fundador de uma das maiores corporações do Japão e do mundo: Barragan Luisenbarn. Ele comentou sobre a suposta crise que Las Noches esta passando e se diz otimista com as novas possibilidades de negócios nos países da América Central. Shiba Isshin representou a poderosa Gotei 13 e Ryuuken Ishida representou Vandereich, que é destaque empresarial da Alemanha. O encontro tem como objetivo promover maior desenvolvimento e parcerias entre as corporações dos países aliados.

Há grande especulação da criação de um bloco econômico se as conversações entre os principais empresários dos países se mantiverem promissoras. (...) Outra presença destaque na reunião foi de importantes diplomatas dos países participantes. Aizen Sousuke e Soken Ishida, ambos chefes do departamento de relações exteriores de seus respectivos países, estavam presentes para concretizar a junção de mais um país a aliança: O poderoso Estados Unidos da América. Uma crescente corporação nos E.U.A vem chamando atenção do cenário empresarial mundial e analistas dizem que não tardará para os Fullbringers, como tem sido chamados popularmente, se juntarem a aliança entre Japão e Alemanha. Os empresários ficarão um ano inteiro na Alemanha, fundamentando parcerias e filiais. Economistas dizem que dominação das grandes corporações pode trazer benefícios a curto e médio prazo para os consumidores, devido a grande concorrência, os preços tendem a baixar. Este novo modelo de empreendedorismo tem sido adotado por diversos países emergentes e grandes empresas nacionais e internacionais estão se juntando para formações de corporações dando incentivo e apoio financeiro, concretizando o atual caso do México: esta sendo iniciado um projeto audacioso por parte da corporação Las Noches, onde diversas empresas filiais estão montando uma Corporação vinculada diretamente com a própria corporação japonesa. Com isso, certamente, Las Noches garantirá mais mercado integrando-se diretamente ao México, fugindo da concorrência do G13 no Japão. É uma jogada diplomática e empresarial que será bem sucedida de acordo com o próprio Barragan. (...)”

Fluente em Alemão, Byakuya entendera toda a notícia sem dificuldade. A presença das maiores corporações da aliança germânico-japonesa em Berlin era, de fato, um acontecimento único. E a notícia sobre a suposta junção dos E.U.A a aliança empresarial o deixava satisfeito, era um crescimento único e potencialmente inigualável para as corporações participantes. Além disso, a suposta “fuga” de Las Noches do mercado japonês o deixava preocupado, até então o mercado entre as corporações era bem equilibrado, então porque isso agora? Mas Hisana não deixaria que Byakuya se preocupasse com qualquer coisa que não fosse suas férias. Agarrou-o e o puxou para um beijo, delicado e doce, o tirando de devaneios sobre corporações e trabalho.

Saíram da lanchonete e, satisfeitos, voltaram a caminhar pelas ruas. O horário já havia avançado e agora se viam no fim da tarde fria da Alemanha. Decidiram não parar para almoçar já que a fome não havia lhes atacado e não encontraram por perto um restaurante que agradasse. Seguiram então para a margem do rio da cidade, ainda no 1º distrito. Sentaram-se em alguns bancos espalhados pela orla, debaixo de uma arvore que insistia em manter-se verde e viva mesmo no rigoroso inverno da Alemanha. O ar gelado e o cheiro de água doce se misturavam ao bálsamo da arvore que mantinha algumas poucas flores amarelas em sua copa. O rio, calmo e sereno, deixava-se ouvir um barulhinho suave de suas águas correntes, adoçando o silêncio do ambiente magnífico. O céu, beijado pelos poucos raios de Sol que ainda se viam clarear o horizonte, estava alaranjado, sem nuvem alguma a vista, revelando o surgimento da Dama da Noite e as estrelas. Do outro lado do rio uma pequena orla de areia e cascalho formada naturalmente pela erosão das rochas próximas se via invadir amedrontada a pequena floresta de pinheiros que seguia costa adentro. Poucos peixes se arriscavam em surgir na superfície, saltando para fora das águas geladas com suas barbatanas abertas, imponentes, protagonizando um espetáculo à parte. Longe da estradinha de pedra que beirava a orla do rio, Byakuya e Hisana observavam a paisagem e deixavam-se levar pelas emoções. Para completar o cenário magnífico, um vento um pouco mais forte soprou, despencando o restante das flores amarelas da arvore ao chão, tingindo a calçada com as cores do ouro. As flores, inquietas com o vento, iniciaram um movimento circular no plano, denunciando a vinda de mais um tufão que as soprou para longe, em direção ao horizonte que se via.

E as horas avançaram ainda mais, com Byakuya e Hisana agarrados, trocando carícias e palavras de amor e carinho. Juntinhos eles planejavam o próximo local que iriam visitar para aproveitar as férias mais agradáveis de suas vidas.

A Lua já ganhava altitude no céu, que se mostrava cada vez mais escuro. Alguns pontos brilhantes espalhados pelo firmamento podiam ser vistos com algum esforço, decretando a chegada da penumbra à cidade. A temperatura despencou, tornando o vento gelado cortante à pele delicada e desprotegida. A paisagem perdia sua vida, os peixes sumiam e não se via qualquer pássaro a voar no céu, nem mesmo seus cantos podiam ser ouvidos. A cidade iniciava uma etapa diferente da tão calma e pacífica vista antes pelo casal. As luzes se acendiam e os bares noturnos abriam-se, convidativos. Uma música local despertava o interesse por quem passava ali, tratava-se de uma oculta e pequena casa de show, escondida entre uma viela e outra da urbe. Alguns carros transitavam devagar pelas ruas e o grande centro se via vivo e agitado, com pessoas rindo e procurando abrigo do vento frio e da solidão das avenidas que agora estão praticamente vazias. Tomando a mão de Hisana, Byakuya a convidou-a a ir até o carro, estacionado a algumas quadras dali. Era chegada a hora de aproveitarem o programa que planejaram: O grande musical. No outdoor dizia que o musical tratava sobre uma deusa que se apaixona por um humano: A paixão da Deusa Sol, e o casal se via ansioso para ver tal romance. Pegaram então o carro depois de passar por algumas lojas da cidade que se mostravam abertas apenas a noite e então rumaram até o Teatro em que o musical aconteceria. Não tardaram a chegar. Byakuya logo estacionou o automóvel e notou, com certa surpresa, a enorme quantidade de empresários ali. Deve ser por causa do Meeting Global Corporations, pensou. Viu com espanto quando um carro humilde atravessou sua frente devagar, revelando um rapaz de cabelos negros caídos até os ombros e um olhar muito profundo. Ele estacionou e desceu segurando um pequeno livrinho, com um marca textos branco. Tsukishima. Identificou o Kuchiki, olhando-o curioso. Além de um representante dos chamados Fullbringers que estavam querendo se unir a aliança germânico-japonesa, Byakuya, ainda antes de entrar, viu Isshin Shiba e Aizen Sousuke a se aproximar. Outra pessoa famosa estava presente: o então representante da Vandereich, a corporação alemã, Ryuuken Ishida.

O casal seguiu pela entrada elegantemente, acompanhando os demais com um andar comumente calmo e sem tanto glamour e autoridade como os dos empresários e políticos presentes. Mesmo sendo Kuchiki Byakuya, o prodígio dos negócios financeiros, o rapaz conseguiu driblar as câmeras e se afastar dos holofotes discretamente. Entraram então no Teatro sem nem mesmo notar a belíssima arquitetura do local. Hisana buscou logo a fileira em que sentaria e puxou o esposo pelo braço, alegre. Um soar de tambores fracos e ritmados cortava o silêncio do teatro completamente, anunciando que, em breve, o musical teria inicio.

Um jovem casal sentado ao lado de Byakuya comentava vagamente sobre o sucesso que o musical seria:

–É sério! Esse musical será fantástico! –Dizia a mulher, animada, para o marido que compartilhava do sentimento.

–Ainda mais com aquela mulher como atriz! –Completou o homem, sugerindo algum interesse proposital pela suposta atriz, apenas para provocar ciúmes.

–Não brinque comigo! –Resmungou a moça, virando-se levemente para o rapaz, roubando-lhe um beijo.

–Não brinco com você, não com você... Neliel...

Byakuya logo desprendeu a atenção do amoroso casal que parecia muito apaixonado. A moça chamada Neliel era formosa, com cabelos de cor verdes como a primavera e roupas elegantes. O rapaz, mais encolhido e com uma roupa mais robusta, era pouco notável, apenas a cabeleira azulada chamava a atenção.

A luz do Teatro abaixou e os tambores intensificaram o batucar, revelando o inicio próximo do musical. Byakuya juntou-se a Hisana na expectativa, aguardando a primeira cena do musical romântico. E em um último momento de atenção à plateia, o Kuchiki notou, com certa dificuldade, Shiba Isshin sentado na primeira fila, animadíssimo. Olhou mais uma última vez para os lados e pode ainda notar acima de si, Tsukishima sentado, observando a peça com toda a atenção que tinha. Fechou os olhos e respirou fundo. O batucar cessou e enfim as cortinas se abriram, revelando uma doce mulher de cabelos alaranjados, belíssima, olhar carismático e semblante angelical, sentada sobre um Sol translúcido, feito de vidro, que brilhava fracamente em seu interior. Vestia uma tiara cor de ouro, com pequenos aros ao seu redor, representando os raios do Sol. Em suas mãos carregava um círculo brilhante que iluminava seu rosto e dava o tom de pureza necessário para cativar o público. Trajava ainda um vestido alaranjado, com um tom metálico e panos levíssimos. Em uma altura de mais ou menos três metros do chão, ela esticou as pernas ainda sentadas no Sol, que era apoiado por cabos de nylon finíssimos e muito resistentes. A moça com voz melodiosa iniciou a cantoria. Cantava sobre a solidão, a melancolia, a tristeza e a angustia. Anunciava com voz tristonha a triste condição em que se encontrava: Como Sol, todos giravam ao seu redor, porém, ninguém podia se aproximar dela, todos tinham medo.

E o magnífico desempenho da atriz surpreendia o público que, calados e atentos, seguravam os aplausos precoces que surgiam em suas mentes. O canto continuou ainda lento e melancólico, na medida em que o grande Sol de vidro em que a atriz se sentava descia devagar até o anfiteatro. Enfim tocando o chão, o Sol brilhou muito, impressionando o público que, espantado, tentava entender como a grande bola de vidro translucida produzia tanta luz. Então o rufar dos tambores ecoou ritmado, aumentando a tensão na cena. Já com cara assustada, a deusa Sol olhava ao redor enquanto a melodia continuava se intensificando, agora com o acompanhamento de um baixo ao fundo. A atriz então andou ao redor do Sol, e um segundo personagem se aproximava devagar. Um homem alto com barba por fazer vinha como O Vento, com trajes que faziam a alusão de movimento. A deusa Sol então olhou para ele preocupada, temendo pela vida daquele ser que se aproximara dela imprudentemente. O vento então parou a uma distância considerável e iniciou a cantoria em alemão:

Ó majestade, deusa Sol. Prefiro nem para ti olhar!

Seu poder é tremendo, quero somente mostrar-lhe algo.

Posso lhe garantir que encontrei um homem digno de seu amor.

Sim! Sim! Sim! Encontrei um homem capaz de lhe amar!

Ó deusa Sol! Deusa do astro magnífico! Ó Deusa Sol!

Sua solidão terminará em breve. Sim! Sim! É o fim da solidão!

A atriz escutava a cantoria atenta, aguardando sua vez de agir. A música era ainda mais animada, sufocando o público com a agitação. O Sol brilhava mais forte, inexplicavelmente. A Deusa Sol então caminhou até o seu amigo que lhe trouxera boas notícias, o Deus dos Ventos do Norte. Enfim poderia ser amada? A deusa Sol não aguentava de ansiedade. Um violino iniciou alguns acordes frenéticos e o contra baixo acompanhou solene e perfeito.

Posso ser amada? Existe pessoa capaz de ao menos me tocar?

Posso ser amada?! Não posso estar sonhando! Eu posso ser amada!

Posso ser amada e também já posso amar!

Posso ser amada para sempre!

Ó sim, o amor pode me alcançar! Sim! Sim!

Posso sentir um beijo? Sim, agora eu posso! Posso sim! Eu posso!

Conte-me então meu bom Deus,

Onde vive aquele que pode me amar?

Em que vento habita o detentor de minha salvação?

Ó diga para mim! Diga, eu posso ser amada!

A trama evoluía e a cantoria era bela, os atores entrosados não erravam uma palavra sequer. O público estava maravilhado, enquanto o desempenho da Deusa Sol terminava. O violino impecável acalmava-se enquanto o baixo continuava suas marcações de tempo fortemente. O Deus dos Ventos do Norte então se afastou da Deusa Sol, temendo que a proximidade pudesse matá-lo. Depois continuou a cantoria junto à Deusa Sol, confabulando sobre um humano de coração puro e nobre, capaz de amar qualquer ser que possa existir.

Enfim o grande Sol de vidro se apagou, erguendo-se do palco e indo para além das cortinas. A Deusa Sol sorria reluzente por poder encontrar o amor. Então desceu até a Terra a procura do homem que desejava. Foi o fim do 1º ato da peça, as cortinas se fecharam e a luz do ambiente fracamente acionada.

A grande primeira parte da apresentação havia fascinado o público. Fora magnífica a cantoria e melodia. O tempo e sincronização dos acordes entre os músicos e os operadores dos efeitos especiais. De fato é um grande espetáculo. Byakuya, ainda atento às cortinas, aguardava ansioso ao lado de Hisana a segunda parte da apresentação.

A cortina abriu, revelando um cenário novo. Um bosque, vazio e tranquilo. No centro do palco estava a protagonista, agora com novos trajes, mais simples e “humanos”. Um poderoso vento produzido por ventiladores escondidos soprou sobre a Deusa, indicando a direção em que o homem capaz de amá-la estava.

–Obrigada Deus do Vento do Norte.

A moça andou com alguns pequenos saltos sobre a grama do cenário, parando em seguida. Um homem belo, com cabelos loiros e olhos azuis, que segurava com firmeza uma espada oriental, veio a caminhar na direção da Deusa, sem temer a morte.

–Moça, de onde veio?

Paralisada pelo espanto, a Deusa não acreditava na corajem do mortal que se aproximou. Não respondeu a pergunta, admirando a beleza e elegância do rapaz a sua frente. O vento então soprou ainda mais forte, mas a Deusa pouco se importava, não dando atenção para o aviso do Deus do Vento do Norte de que, aquele homem, não era seu amante. Era o homem errado e, ingênua, a Deusa Sol não era capaz de perceber!

Então a Deusa se desequilibrou, caindo nos braços do grande homem a sua frente. Perplexa e fraca, a Divindade não conseguia se manter de pé. O amor e a paixão a enfraqueceriam por serem sentimentos fortes demais e, mesmo ela sendo uma deusa, por nunca ter provado de tais sentimentos, não resistiria. O cavaleiro loiro então sentiu um perigo a se aproximar, deixando a moça no chão delicadamente e empunhando sua Katana com destreza. O Deus do Vento do Norte surgiu surpreendentemente, com roupas negras de linho e uma máscara sombria, cantando uma canção pesada.

Imaginei que apenas o homem prometido a faria se sentir fraca.

Não! Qualquer ser mortal poderia fazer a tola se apaixonar!

E a paixão a destruiu.

Nada poderia me impedir.

Adeus. Adeus! Deusa Sol, Ó grande Deusa Sol! Adeus!

Sua majestade é destruída por simples sentimentos.

Nada poderia me impedir.

Sua única fraqueza! Sim! A maior das fraquezas!

Quem pode deter o puro poder?

É. Nada pode me deter.

Surpreendente, o Deus do Vento traiu a confiança da Deusa Sol, oferecendo-lhe a oportunidade de ser amada e roubando-lhe assim, seus gloriosos poderes, tornando-a uma comum humana. Inquieto, o jovem loiro atacou o Deus do Vento com sua espada, porém, altamente superior, o vilão se esquivou, extravasando sua cólera através de uma mágica que usou para matar o samurai, tocando-lhe a testa delicadamente. A cortina fechou, à medida que a grande tragédia tomava conta do público. Agora seria o último e glorioso ato...


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Notas finais do capítulo

E então, em breve postarei a continuação desse passado que transformou tudo no mundo que criei. Certamente revelarei o motivo de Byakuya estar com Aizen e todos os porquês serão também revelados, usarei mais alguns personagens maneiros como o Tsukishima e a Neliel, dentre outros... Bastante coisa deve ficar clara e pretendo melhorar ainda mais tudo que puder!
Com o término desse arco, voltarei ao núcleo principal e o resgate a Rukia! Estou adorando escrever a fanfic! Enfim, acho que por hoje é isso. Até mais e tudo de bom sempre!
^_^

Ah, o próximo capítulo devo postar no final da semana. (Assim espero!)

#Fui



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