O Desejo Da Alma escrita por Trubluu


Capítulo 21
O cair das máscaras. Parte 4


Notas iniciais do capítulo

Até que enfim terminei esse capítulo. Amém. Tenho muitas coisas a dizer, por isso vamos por partes...

1º - O capítulo demorou pois tive de reescrevê-lo. Alguém aqui em casa fez o favor de apagar os documentos da minha pasta e com isso apagou meu capítulo quase pronto, daí perdi totalmente a vontade de escrever, mas enfim consegui refazer.

2º - Esse capítulo esta até grande, mas ia ficar infinitamente maior porque eu não conseguia achar um clímax mais ou menos para encerrar o capítulo, mas acho que não ficou ruim...

3º - O arco "O cair das máscaras" está chegando ao seu final, eu até queria estender um pouquinho mais, mas melhor terminar logo. Eu gostei bastante de escrever esse mini-arco, vai servir de base pra diversas coisas que virão pela frente. Fora o fato de que o nome do arco já é uma metáfora legal, pois "O cair das máscaras" refere-se tanto as mentiras ou, no contexto de Bleach, aos Hollows, que estão presentes em minha fanfic.

4º - Desculpem a demora pra postar, estive ocupado. Mas com o fim desse arco, voltaremos para o resgate da Rukia! É... Nada mal eu acho...

E bom, se tiver algo mais pra falar (e acho que tem sim) falarei nas notas finais, detesto enrolação por aqui... kkkk'

É isso, espero que gostem, nos vemos lá embaixo e... BOA LEITURA!!! :D



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[A partir daqui a história será contada pelo ponto de vista de Aizen Sousuke]

E quando o terceiro e magnífico ato do grandioso musical estava para começar um policial subiu ao palco alertando a todos para que mantivessem a calma e permanecessem em seus lugares. Fiquei surpreso, não esperava por aquilo. Acho que ninguém esperava por isso.

–Por favor, senhoras e senhores. Solicito que mantenham a calma e fiquem em seus lugares. Mantenham a calma e fiquem em seus lugares.

O público, formado por sua maioria de empresários famosos, manteve a compostura e obedeceram as recomendações do policial, porém, alguns ainda iniciaram um falatório pelo teatro. O que poderia ter acontecido?

–Houve um assassinato aqui e todos vocês são suspeitos e testemunhas...

Um assassinato? Pensei preocupado. O que pode estar ocorrendo?

Mesmo eu não sabia quem foi assassinado e o porquê, mas com um pouco de esforço notei uma silhueta afastar-se pela saída de emergência do teatro. Na verdade, não foi tão difícil de notar. Alguém fugia do teatro!

Não pode ser... Ninguém viu aquilo? Esses polícias não fecharam todas as saídas? O que esta acontecendo aqui? Não posso acreditar que as autoridades não viram aquele cara saindo pelo lado do teatro...

Resolvi seguir meu pensamento e comecei a caminhar para a saída de emergência. Alguns outros empresários me viram pelo caminho, mas o que mais me chamou a atenção foi Tsukishima. Ele sorriu quando me viu saindo, logo, presumo que ele também tenha visto o suspeito sair. E se ele viu, posso descobrir quem é. Ajeitei os óculos no rosto e olhei o teatro por completo. Ao lado da plateia, nos dois blocos finais da lateral do primeiro piso, haviam duas saídas de emergência: A que eu estava usando, e uma segunda que era iluminada diretamente por um refletor.

Esta saída não é iluminada... Será algo proposital?

Avancei para fora do teatro pela saída de emergência e então vi um carro acelerar para fora do estacionamento. Nada de placa, cor, marca ou qualquer outra coisa que eu possa usar para identificar o carro. Estava escuro e ele já estava distante.

Seja quem for que matou, teve sucesso... E agora, devido às circunstâncias, não me resta escolha a não ser ir falar com Tsukishima... O sorriso que ele apresentou quando me viu indo atrás do suspeito me faz suspeitar dele mesmo.

Voltei-me para o teatro, passando pelo estacionamento devagar, procurando alguma coisa que identificasse a pessoa que vi sair. Observei as marcas de pneu no chão e tirei uma foto com o celular, mesmo achando que seria impossível identificar o carro pelas marcas de pneu. Dei um suspiro leve. Nunca havia ficado tão intrigado! Sempre estive no controle de tudo e agora parece que sou apenas um perdido no meio de tanta confusão.

Quando decidi enfim entrar no teatro, algo me chamou a atenção. Vi Tsukishima entrar em seu humilde carro devagar, ligando os faróis fracos e o motor em seguida. Fiquei observando por um tempo. Ele ficou parado e depois olhou para o relógio como se estivesse esperando algo. O que ele quer? Porque esta aqui? Será que...

Foi então que ele me olhou de novo e sorriu. Desta vez, foi um sorriso seco, sarcástico. E antes que eu pudesse protestar, ele acelerou forte e saiu do teatro. Segundos depois, todo o público começou a sair calmamente.

–Foram liberados rápido de mais... –Observei irritado. –O que esta acontecendo aqui?

Intrigado, vi algumas figuras muito conhecidas a sair do local, mas decidi ignorar tudo e ir embora. Não consegui raciocinar quem estava comandando a situação e por isso me senti um pouco frustrado. Fui até meu carro e dirigi até minha hospedagem na Alemanha. Um luxuoso hotel na capital.

Não fiz questão de falar com ninguém no caminho, mesmo sendo o diplomata do G13. Entrei no elevador e apertei o botão para o último andar, onde meu quarto ficava. Sempre gostei de coberturas, afinal, é onde as pessoas superiores ficam!

Os dezoito segundos que passei no elevador pareciam não terminar nunca. Quando enfim a porta abriu e pude deixar aquele cubículo com música irritante para trás, notei que a luz do corredor que levava ao meu quarto estava apagada. Algo esta errado.

Continuei a andar e o cheiro de sangue fresco já entrava em minhas narinas e me deixava atento. Estava tudo escuro, mas eu não tinha nada a temer, se alguém pretendesse me matar já teria feito! Foi então que, durante meu caminhar lento e pesado, senti que havia chutado algo. A porta de meu quarto estava aberta e o feixe de luz que passava por ela me fez identificar o corpo caído no chão bem na minha frente.

Este era o segurança do andar. Pensei, virando o rosto dele com a sola do sapato. Parece que não teve tempo de notificar nada para ninguém. Observei o comunicador quebrado do lado do corpo.

Entrei devagar no quarto, esperando ver alguém encapuzado segurando um facão. O golpe no pescoço do segurança era típico de lâmina. Mas ao invés disso, encontrei uma pessoa que queria ver!

Sentado em uma cadeira ao lado da janela, Tsukishima segurava um livrinho no colo e olhava entediado para a cidade, seus cabelos negros de tamanho médio não tinham brilho algum, sinal de que não eram tratados a um bom tempo. Suas roupas, amarrotadas e gastas, pareciam lhe fazer feliz. Seu odor era de poeira de biblioteca e sua postura cansada. Fitei o quarto por alguns instantes. Tudo parecia normal. Fui até o frigobar devagar e peguei uma lata de Pepsi cola.

–Parece que o segurança do andar não quis colaborar com você... –Comecei o diálogo olhando ele pelas costas. Tsukishima parecia realmente muito entediado. Vou tentar persuadi-lo ou pelo menos descobrir que tipo de pessoa ele é...

–Ele disse algo sobre “não poder deixar ninguém transitar por este andar sem autorização”. –Ele respondeu ainda olhando a cidade pela janela. –E então... –Seu tom de voz se tornou mais suave. –Tive que apagar o passado dele!

–É realmente uma pena... –Sorri. O que ele ta querendo? –E então, a que devo a honra?

Tsukishima abriu a janela do quarto devagar, esticou a mão para fora e ficou olhando para o teto, como se estivesse usando o tato para localizar algo. Dei mais uma golada no meu refrigerante e fui até a escrivaninha que ficava ao lado da cama. Minha arma esta na gaveta da escrivaninha, se ele tentar algo, o mato.

Eu não tirei os olhos dele por nenhum segundo e, ainda sentado, ele puxou do lado de fora do quarto uma katana suja de sangue. Deve ter sido ela que ele usou para matar o guarda... Então ele é um espadachim? Mas mais importante, onde ele havia posto esta Katana?

–Aizen, acho que temos algumas coisas em comum! Nossos objetivos são parecidos e sei que posso lhe ajudar a conseguir o que quer. A única diferença entre nós é que você ignora o passado e pensa no futuro, já eu, acho que o passado é ainda mais importante para o sucesso...

Não existe homem mais obsecado pelo passado do que ele... Lembro-me do livro que ele escreveu. Pretérito!

–Então, conte-me mais sobre o que eu quero e o que você quer...

Tsukishima sorriu e se ergueu da cadeira, deixando a katana encostada na parede.

–Hoje em dia a tecnologia esta muito avançada... Mas ainda assim, confio mais nos livros! –Disse segurando seu livrinho velho na altura do peito.

–E o que tem nesse livro? –Perguntei sem me importar.

–O passado...

–De quem?

–De todos.

–Ah, claro! –Disse tomando mais um gole de minha bebida.

–De qualquer maneira, você sabe que estou representando os Fullbringers aqui, certo? Mas o que poucos sabem é que em nossa “pequena e relevante” organização, temos um tipo de pessoa que pode dominar o mundo da tecnologia. Ele é um menino fantástico...

–Dominar o mundo da tecnologia?

–Sim, ele diz que é capaz de tudo quando está perto de aparelhos eletrônicos...

–Um Hacker? –Perguntei mais atento. De fato, ter um hacker a seu favor é uma enorme vantagem nos dias de hoje.

–Isso! É esse o nome! Hacker! Eu não sou muito ligado nessas coisas de computação, mas este menino me forneceu informações importantíssimas sobre o G13.

Ele hackeou o G13? Então não é alguém que se possa ignorar.

–E com essas informações pude deduzir o tipo de pessoa que você é, e sei o que você quer agora. Mas enfim, isso não vem ao caso...

–Seja mais direto! –Exigi, dando a última golada em meu refrigerante.

–Tenho informações para dar a você, somente isso.

Tsukishima pegou uma folha de papel no bolso de trás da calça jeans e deixou em cima da cadeira, depois empunhou sua katana e foi em direção à saída. Nessa hora saquei a arma da escrivaninha conseguindo a vantagem da situação.

–Vai me matar? –Ele perguntou sorrindo, me olhando por cima dos ombros.

–Claro. –Respondi sem hesitar, mesmo que não pretendesse matá-lo ali. –Mas antes farei algumas perguntas.

Ele deu mais um passo em direção à porta.

–Tsukishima. Não se mexa. E não pense que você é o único a possuir informações importantes sobre os outros. Antes de ir, vai responder minhas perguntas.

Ele ignorou, forçando mais um passo, e então eu atirei.

–Ora, não vai mesmo me acertar?

–Foi um aviso. –Eu respondi com um sorriso seco. Ele tinha respostas que eu queria, então eu não podia matá-lo e ele sabia.

Tsukishima se virou, me encarando com certo medo. Então ele não é tão destemido, parece que tem medo da morte!

–Ceeerto! –Ele disse coçando a cabeça. –Pergunte-me o que quiser, mas adianto que talvez se você ler o papel que deixei ali fique sem dúvida alguma.

–Quantos vocês são?

–Seis.

–Os Fullbringers tem o mesmo objetivo do que eu? –Perguntei.

–Sim.

–Nesse caso você sabe exatamente como eu quero concluir meu objetivo, certo?

–Construindo um único e poderoso bloco econômico mundial usando as corporações? É claro!

Ele parecia realmente saber sobre meus planos, se eu estivesse certo, seria um poderoso aliado ou um maligno inimigo. Precisava saber o quanto ele sabia sobre mim e o quanto de informações esse tal hacker conseguiu do Gotei 13. Se eu for imprudente certamente irei me dar muito mal, afinal, boa parte de meus planos estava escondido nos arquivos do Gotei. Anos e anos de coleta de informações sigilosas e ilegais.

–Quem ordenou o assassinato no teatro? –Perguntei.

–Eu. –Tsukishima respondeu friamente.

–Por quê?

–A peça era ruim...

–Quem você matou?

–O ator que fazia O Vento. Ele não me cativou...

Este ator não era ninguém importante. Não que eu saiba. Irrita-me não conseguir saber o que Tsukishima quer! Sei que ele não matou o ator à toa. Será que só matou ele para me encontrar aqui? Se sim, o que tem aqui que possa interessá-lo? Será que...

Ainda apontando a arma para ele segui até o armário do quarto, abri a porta e, como eu pensava, um documento faltava lá.

–O que vai fazer com o documento que pegou? –Perguntei olhando-o mais sério.

–Aquele contrato? Ah... Não farei nada! –Ele sorriu. –Se quiser ele de volta, eu lhe devolvo!

–Nesse caso, me entregue o contrato.

–Esta em cima da cadeira. –Ele novamente sorriu. –Eu o deixei lá, mas você ignorou... Posso ir agora?

Eu fui enganado assim? Que tipo de homem Tsukishima é?

–Tsukishima, estarei por perto. –Afirmei abaixando a arma.

–E eu estarei ainda mais perto. –Ele concordou. –Quando você descobrir a verdade sobre os Shiba saberá o que fazer. –Ele sorriu. –Eu rabisquei algumas informações no verso do seu “contrato importante”, espero que não se importe com isso.

–Um contrato de aliança comercial entre países... –Eu repeti pra mim mesmo. –É claro que não me importo. –Sorri falsamente.

–Certo, vou embora. Os seguranças do hotel já devem estar próximos por causa do barulho do tiro.

Guardei minha arma na escrivaninha novamente assim que Tsukishima se foi. Então olhei o documento que estava na cadeira. Havia alguns tópicos escritos com uma caligrafia impecável no verso:

1- Investigue Shiba Isshin e o passado de sua família. Se fizer isso, conseguirá um poder muito grande.

2- O Banco G13 também pode ser manipulado, a morte de Kuchiki Ginrei está próxima e o sucessor será Kuchiki Byakuya. Ele é ingênuo e você sabe disso. Use-o.

3- Ichimaru Gin e Tousen Kaname já são seus aliados, sei disso. Conte a eles sobre mim e os Fullbringers.

4- Provavelmente você já falou com Barragan e ele já esta migrando Las Noches para o México, lugar onde o mercado esta em crescimento e é livre de concorrência. Ótima jogada, contudo, a menos que nós, os Fullbringers, se aliem a eles fechando uma aliança na América do Norte, eles não terão sucesso. Providencie isso.

5- E por fim, não pense que pode usar os Fullbringers, queremos ser seus aliados na dominação do mundo, não seus inimigos.

Eu não pude deixar de rir com o último tópico. Eu uso todos!

De qualquer maneira, ele sabia bastante, de fato. Precisaria investigar as informações que ele me passou. Em primeiro lugar a morte próxima de Kuchiki Ginrei. Ele o mataria? E se matasse eu poderia manipular Byakuya? E o primeiro tópico, sobre Shiba Isshin não me é importante. Eu já sei tudo sobre a família Shiba e sua história. Ela fabricou 50% das armas usadas na primeira e segunda guerra mundial, mas poucos sabem disso por que a família Shiba era quase como lenda, ninguém os via e ninguém conseguia falar com eles... De qualquer maneira, eu já sei como usar Shiba Isshin. Quanto ao quarto tópico, ele tem razão! Tsukishima é surpreendente. Não. Os Fullbringers são surpreendentes, e tudo esta ficando mais interessante...

[A partir daqui a história será contada pelo ponto de vista de Shiba Isshin]

ASSASSINATO?

Fiquei com os sentimentos a flor da pele. Só de pensar que o morto seria minha Masaki me dava enjoo. Mas Ok! Preciso começar a contar a história do começo!

Quando eu fui selecionado para representar a corporação G13 no Meeting Global Corporation aqui na Alemanha, nunca pensei que este seria um encontro tão descontraído. Assim que eu cheguei, houve uma grande festa de inauguração de uma empresa local da qual fui convidado. Lá conheci Ryuuken Ishida, um homem rigorosamente talentoso. Nesta festa, tive ainda o prazer de conhecer sua prima, Masaki Kurosaki, e é ai que minha história começa a ficar boua...

Na festa eu me encantei por Masaki e decidi falar com ela abertamente, trocamos telefones e começamos a nos encontrar. Comecei a conhecê-la e admira-la. Ela era fantástica. E então, desde a bendita festa, não passo um dia sem falar com ela. Quando descobri que ela era atriz, fiz questão de prestigiar seu talento em uma de suas peças, e cá estou eu, neste enorme e luxuoso teatro.

Ok! Sei que este foi um resumo horrível do por que de eu estar aqui no teatro da Alemanha, mas tenho certeza que isso é o que menos importa no momento.

Eu não ligava para o que as outras pessoas pensavam sobre mim, eu só tinha certeza de que Masaki era a mulher da minha vida. Mesmo eu tendo mulher e filho no Japão, não sentia nada além de carinho por eles depois que conheci Masaki, foi como se um novo mundo surgisse em minha mente. Eu sei que meu pensamento é péssimo, mas era assim que eu me sentia...

Enfim.

Depois do choque da notícia do assassinato, me acalmei. Como foi ordenado, fiquei em meu lugar no teatro até que a polícia terminasse a inspeção. Quando enfim pude sair, logo perguntei a um policial próximo sobre quem havia morrido e, para minha sorte, não era Masaki.

–O ator que fazia o papel do Deus dos Ventos foi encontrado morto pela atriz da Deusa Sol logo ao lado da cortina, ninguém faz ideia de quando aconteceu. –O policial me deu a informação depressa.

–Obrigado, mas... Quanto aos atores, estão liberados?

–Depois que prestarem depoimento, sim.

–Obrigado.

É... Seria mais alguns minutos até tudo terminar e eu poder falar com Masaki, mas de repente o delegado subiu ao palco e com o microfone disse que todos estavam dispensados. Eu não dei a mínima para isso, apesar de ser estranho. De qualquer maneira, corri até o camarim para ver Masaki. Quando passei por trás do palco, vi algumas faixas amarelas delimitando a cena do crime. Contornei-as e passei pelo pequeno corredor que dava acesso aos camarins. Encontrei Masaki saindo. Corri até ela e a abracei com força.

–Você esta bem? –Perguntei aflito. Ela chorava bastante pela morte de seu companheiro ator.

–Sim, estou bem. –Respondeu enxugando as lágrimas.

Abracei-a mais uma vez e fomos indo em direção ao meu carro. Agora eu precisaria tirá-la de lá.

Vou adiantar um pouco mais a história.

[Uma semana depois]

Masaki estava grávida. É. Grávida. (Sou péssimo em dar notícias né?) Minha estadia na Alemanha ainda iria durar alguns meses, e ela ia ter um filho meu. Eu morria de felicidade, era como ter ganhado na loteria. Decidimos chamar nosso filho de Kurosaki Ichigo. Ele levaria o nome da mãe, afinal, meu nome é sinônimo de problemas. De qualquer forma, o médico tinha informado que o bebê já tinha umas três semanas, então demorariam ainda uns oito meses para ele nascer e eu só poderia ficar mais seis meses na Alemanha. Ele vai nascer em solo japonês!

Certo, certo! Vou acelerar mais um tempinho. Parece que sou péssimo em contar fatos!

[Uma semana depois]

É nessa parte do meu resumo da história que as coisas ficam mais complicadas.

Para comemorar a gravidez de Masaki, planejei um dia festivo nas montanhas de esqui. Chamei meus amigos empresários e diplomatas do G13, também o representante de Vandereich e primo de Masaki, Ryuuken Ishida e sua esposa.

Ah, é mesmo! Esqueci de mencionar que Ryuuken também iria ter um filho! O nome dele seria Ishida Uryuu! Sua mãe, Katagari, era a secretária de Ryuuken na empresa. Safadinho ele, não?! Pegou a secretária...

Ao todo foram sete pessoas: Eu e Masaki, Ryuuken e Katagari, Byakuya e Hisana e Aizen Sousuke. É uma pena Aizen não ter companhia, eu até chamei Matsumoto para ir com ele, mas ela não quis... Disse que estava ocupada fazendo amigas em Berlin. Para ser sincero nem sei por que Matsumoto veio. Tudo bem que ela que controlou tudo na minha rede de hotelarias e a fez crescer, o fato de eu ser o empresário do ano no G13 e estar representando o Gotei no Meeting Global Corporation é culpa dela, mas mesmo assim ela não tem compromisso com nada, só faz o que dá vontade. Enfim, ela não quis vir e Aizen ficou sem casal.

Oh, ia me esquecendo de outro fato importante! O avô de Byakuya havia morrido. Em sua homenagem, as negociações no Meeting Global Corporations haviam parado por uma semana. Disseram que ele morreu afogado na piscina de casa e a única coisa que encontraram no local foi um pequeno livrinho que ele estava lendo. Byakuya chorou muito com a morte do avô e foi um problema para Hisana convencê-lo a sair conosco. De qualquer forma, estou me perdendo na história! Deixe-me voltar ao resumo.

Era de manhã cedinho quando nos encontramos no posto de gasolina. Aizen e sua BMW verde musgo foi o primeiro a chegar depois de mim, Masaki e Engetsu (Nome carinhoso que dei para meu esportivo italiano vermelho). Depois de Aizen, Ryuuken e Katagari chegaram de moto. Eu nunca, jamais na minha vida, suspeitaria que Ryuuken soubesse pilotar uma moto. Não faz a cara dele! De qualquer maneira, apesar de eu não entender nada sobre motos, tinha certeza que a tintura metálico-prateada que cobria a carcaça da moto sugeria que era rápida e cara. Por último, Byakuya e Hisana chegaram em um 4x4 espaçoso e possante. Seriam três ou quatro horas de viajem até as montanhas, abastecemos os veículos e compramos alguns biscoitos e tira-gostos para comer no caminho. O dia estava péssimo para ir à praia e maravilhoso para esquiar... Isso me faz pensar que não existem situações ruins, apenas necessidades e ponto de vistas diferentes! Como sou filósofo né?!

Byakuya e seu carro malignamente turbinado liderava o caminho. Ele acelerava como se não houvesse amanhã! Ryuuken e Katagari ficavam logo atrás, acelerando forte na moto. O ar estava gelado e o frio era cortante, mas Ryuuken não parecia se importar. O capacete prateado tinha comunicador embutido e nos mantinha em contato. De vez em quando ele dizia coisas como: “Byakuya é louco? Como aquele carro chega a velocidades tão incríveis?”. Dava pra perceber que ele tentava a todo custo alcançar o Kuchiki, mas era impossível. Byakuya sempre foi rápido demais... Eu vinha em seguida, não tão rápido, mas nada devagar. A verdade é que Masaki me proibia de acelerar mais! Ela alegava que “poderíamos capotar”. Na verdade, para tudo que eu fazia ela dizia isso. Até mesmo quando liguei o rádio, ou abri o vidro do carro. “Não abra o vidro! Vai destruir a aerodinâmica do carro e podemos capotar!”, “não ligue o rádio, você pode se distrair e capotar!” Era engraçado, eu admito. Mas também era irritante. Por último, Aizen vinha sem muito entusiasmo atrás de mim, apenas acompanhando sem muito se exceder.

Depois de uma hora já tínhamos andado pelo menos um terço de todo o trajeto, mas ainda restava um bom trecho pela frente. Paramos num posto de gasolina à beira da pista para as meninas irem ao banheiro enquanto comprávamos alguma coisa para comer, apesar de ainda ser cedo demais para almoçar. Não demorou a seguirmos viajem. Aceleramos ainda mais pela estrada vazia do dia frio da Alemanha e vimos algumas paisagens belas pelo caminho, mesmo que só de relance por conta de nossa velocidade. E então, depois de mais de uma hora e meia dirigindo como pilotos de fuga, chegamos ao destino. Montanhas de esqui, cabanas com lareiras, bonecos de neve, chocolate quente... Ah! Enfim chegamos!

Sem perder tempo fomos parar nossos carros no estacionamento da pousada enquanto as meninas iam realizando as burocracias. O estacionamento não era muito grande, cabia apenas um carro por cada casa da pousada, porém, era coberto e tinha um vigia simpático na porta. Depois que deixamos os veículos em segurança, eu, Ryuuken, Aizen e Byakuya fomos até a recepção. Era um local amplo, com um balcão de mármore e algumas cabeças de veados empalhados pendurados na parede como decoração. Um tapete feito de pele de urso da montanha cobria o chão frio e no cantinho da sala, ao lado da porta de entrada, ficava uma pequena mesa com algumas revistas alemã e um sofá em “L” feito de couro. As paredes eram pintadas de um tom de marrom semelhante à casca de árvore, ora claro, ora escuro. Quando chegamos, as meninas já haviam ido para os quartos deixar as bagagens então pedimos informação para a recepcionista do lugar. Ela tinha cabelos negros e o temperamento de alguém bem ativo. O engraçado é que ela estava trabalhando ali há apenas dois dias, mas parecia bem íntima de Aizen! Só não consigo lembrar o nome dela... Banlaeta? Ban... Bur... Bar... Era um nome com “B”! Bur... Burbaleto? Borboleta? Banbieta? É, algo assim...

Quando cada um de nós foi para nossos respectivos quartos, após termos tomado um banho, partimos em direção as montanhas de esqui. A recepcionista disse que deixaria tudo pronto para nós, desde transporte e guia até as montanhas, até mesmo uma reserva em um restaurante ao pé da colina quando descermos.

Subimos em um carro militar que era usado para chegar até os teleféricos que levavam os esquiadores até o alto da montanha. No caminho, o guia nos mostrou um pouco mais do lugar e sua história, dizendo quando foi fundada a pista de esqui e coisas do tipo. Existiam seis pontos de descida nas montanhas, um mais alto que o outro, e é claro que íamos para o mais perigoso e alto. Katagari e Ryuuken diziam que dessa vez Byakuya que veriam suas costas, alegando serem os mais rápidos no esqui. Eu me divertia com a disputa entre eles e estava feliz por ter Masaki por perto. Aizen usava mais equipamentos de segurança do que todos, seus óculos completamente embaçados e seus lábios roxos pelo frio. Ele dizia que não esquiava fazia anos e que estava enferrujado. Acho que estava com medo, isso sim. Masaki parecia confiante e sorria reluzente. Quando chegamos até os teleféricos, o guia nos deixou a sós. Subimos então até a primeira das seis estações ao longo da montanha. Quanto mais subíamos, mais Aizen ficava nervoso. Era engraçado, quem diria que ele teria medo de altura! Enfim chegamos ao topo. Descemos na estação seis e fomos até a pista três. De acordo com a Banbeati... Benbiate... Banbi... De acordo com a recepcionista, a pista três ficava fechada nesse horário, mas como ela conhecia Aizen disse que conseguiria um passe para nós, e assim foi feito! Como mágica. Estávamos todos nós no posto da pista três do ponto seis da montanha de esqui.

E é aqui que tudo se complica. Foi um erro fatal estarmos sozinhos no alto de uma montanha de esqui em um dia de neve tão frio quanto à era do gelo, em uma pista não autorizada, sem vigilância e o pior, com Aizen.

Katagari e Ryuuken estavam ansiosos para descer, então foram na frente abrir a grade que dava acesso a pista. Aizen parecia ter tomado coragem repentinamente e se posicionava próximo a grande ladeira, Byakuya e Hisana estavam ainda vestindo os equipamentos, ao abrigo da cabana do posto.

Ventava bastante lá em cima, tanto que quase não dava para ouvir as vozes de ninguém. Depois de enfim ter aberto os portões, Ryuuken e Katagari voltaram para a descida da pista e se juntaram a mim, Masaki e Aizen. Mas, antes de descermos, Aizen fez uma proposta:

–Olha, que tal fazermos uma aposta. –Ele disse. –Eu sei que o tempo médio da descida da montanha é de 9 minutos, então aquele que descer mais rápido vence. Ou seja, o primeiro a chegar ao primeiro posto liga para cá e marcamos o tempo. O mais rápido vencerá a disputa. O que acham?

Ryuuken e Katagari concordaram de cara. Masaki também adorou a ideia e Hisana, que até então não tinha falado muito, disse que se vencesse faria o que bem entendesse do último colocado. Eu achei uma ótima forma de animar as coisas e Byakuya, competitivo como ele só, também aprovou a ideia. Masaki disse que seria a primeira a descer. Admito que fiquei preocupado quando se passaram dez minutos e ela não ligou, mas até que meu tormento não durou tanto. Doze minutos e treze segundos. Um bom tempo até.

Em seguida Aizen desceu. Chegou lá em nove minutos e oito segundo. Muito rápido. Katagari foi à próxima e como previsto, muito rápida. Oito minutos e vinte e três segundos. Ryuuken desceu em seguida, cravando exatos oito minutos no relógio. Quando restou apenas eu, Byakuya e Hisana, o telefone do ponto de saída tocou. Hisana estava mais próxima e atendeu. Concordou algumas vezes e depois desligou.

–Quem era? –Byakuya perguntou, se preparando para descer.

–Era a recepcionista da pousada. Ela disse que alguns técnicos viriam até a nossa pista agora, então avisou que precisamos descer logo e pediu um favor para mim.

–Que favor? –Eu perguntei.

–Nada de mais, ela disse que tinha um documento dentro de uma gaveta na cabana do posto, então eu vou lá pegar.

–Mas ela disse que não podíamos entrar na cabana não é? Tem câmeras de segurança lá, e se nos filmarem seremos punidos. –Byakuya lembrou.

–Ela disse que não precisávamos nos preocupar.

–Por quê? –Eu indaguei.

–Por que as câmeras, o gás, a luz, a água e tudo que tem na cabana são controladas pela hospedaria, então ela desligaria rapidinho para nós e não vamos ser pegos.

–Certo. –Byakuya concordou. –Então vá depressa. Já vou descer. –Sorriu.

Hisana caminhou até dentro da cabana e Byakuya se posicionou para descer a ladeira. Então a cabana explodiu. Sim, explodiu.

[A partir daqui a história será contada pelo ponto de vista de Kuchiki Byakuya]

Alguns dias depois do incidente no teatro, soube que meu avô tinha falecido. Isso me deixou abalado, chorei por dias inteiros e fiquei deprimido de verdade, mas eu tinha uma pessoa que me ajudava. Uma amiga. Hisana.

Ela me deu força, me trouxe a alegria de novo. Ela era um anjo, uma benção para mim. Eu a amava. Amava com todas as minhas forças. Ela era tudo o que eu tinha. Tudo. E, de um segundo para outro, perder tudo o que você tem...

Quando a cabana explodiu, imediatamente, sem hesitar ou pensar, corri até as chamas para encontrar Hisana. Mesmo com a neve e com o equipamento de esqui, eu quis correr, correr era a única coisa que eu poderia fazer. Mas Isshin me impediu, me segurou, me derrubando no chão em seguida. Eu gritei, chorei, soquei o chão... Mas nada disso trouxe Hisana de volta. Ela realmente havia morrido ali. Não demorou mais que cinco minutos para as autoridades chegarem ao local, apagaram o fogo e buscaram pelo corpo, mas tudo que restou foi pedaços de cinzas pelo chão. Nem mesmo o corpo da minha amada pôde ser resgatado. A destruição e potência da explosão foram tanta que não sobrou nada que identificasse o corpo, nada para que eu a lembrasse, nada... Não me restou nada. E com esse pensamento de vazio o ódio cresceu em mim. Busquei por vingança. Queria achar o culpado. Queria me vingar. E foi ai que Aizen me socorreu. Depois de alguns dias, as investigações da morte de Hisana não haviam chegado a lugar nenhum, mas Aizen surgiu com um bilhete pra mim. Um bilhete escrito por Hisana, com a caligrafia dela, com coisas que somente eu e ela poderíamos saber. Aizen disse que ela havia dado o bilhete para ele para entregá-lo quando achasse que fosse necessário e, apesar de Aizen não saber o conteúdo, ele julgou que eu deveria ter o bilhete.

Mas a parte mais importante da carta dizia assim:

“Byakuya, eu não sabia se deveria te contar, mas eu descobri quem matou seu avô. Foram os integrantes de vandenreich, a corporação Alemã mais influente na Europa. E eles estão atrás de você, então, quando Aizen lhe entregar esta carta tenha certeza de que as coisas já estão muito perigosas e eu só quero que você fique em segurança. Tome conta do Banco da família Kuchiki. Eu te amo.”

O ódio em mim só cresceu. Tanto que não poderia mensurar. Mas Aizen estava lá para me ajudar. Aizen estava lá para me orientar ao que fazer... Então ele sugeriu o plano mais audacioso que eu poderia imaginar. Ele iria controlar todas as corporações. E eu acredito nele. Juntos poderíamos controlar tudo de todos, por Hisana e pelo meu avô. Agora com Hisana morta eu não tinha mais nada a perder. Meu pai não fala comigo, e mesmo sabendo que terei uma irmã em breve, nada mais me importa. Arquitetar e executar o plano que Aizen esta me oferecendo é a prioridade para saciar minha cede de vingança e meu ódio crescente. E a última luz de sentimentos em mim morreu ali...


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Notas finais do capítulo

E ENTÃO????

Eu to gostando, mas e vocês? Comentários sobre não irão me ofender ok?
Então é isso. Até. :D



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