O Desejo Da Alma escrita por Trubluu


Capítulo 10
Aquilo que os olhos não são capazes de ver


Notas iniciais do capítulo

Yoh! Nem ia postar hoje... Mas sabe, eu postei... Haha'
Bom, com isso vou logo adiantar que no próximo capítulo prevejo milhões de tretas ok? Prepare,-se! XD
Bom, não tenho muito a falar aqui... Hun... Acho que é só isso mesmo... Nos vemos lá em baixo!
~Boa leitura! :D



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–Yachiru, já esta tarde. Melhor irmos pra casa agora. –Dizia Zaraki pegando a pequena em seu colo e colocando-a em suas costas, sem ao menos ouvir o que ela tinha a dizer-

–Tudo bem né. –Disse sorrindo- Eu adoro passar o dia com o Ken-chan! Ficar na escola é tão chato! –Resmungou-

–Não diga isso... O colégio Militar é um bom lugar...

–Você não devia ter me colocado lá! É chato!

–Não reclame, a escola fará bem a você... –Respondeu em um tom carinhoso, o que era totalmente inesperado. Zaraki nunca havia falado nem sequer uma palavra sem deixar seu jeito militar. Yachiru se surpreendeu e em resposta calou-se e sorriu.

–Ken-chan! –Dizia ela enquanto socava o ar como em um pedido para que ele fosse mais rápido-

Zaraki dispôs-se a correr, saindo do local onde se encontravam... Uma enorme torre de metal onde funcionava uma antiga estação de rádio. Esse era um local famoso, onde se podia ver toda a cidade e também contemplar um belo pôr-do-sol. Estar juntos era o que eles mais queriam, como em uma relação de irmãos. A fidelidade deles era inabalável. Cúmplices de tudo que faziam, eram como soldados em guerra, onde a amizade faz com que você arisque sua vida pela a do seu companheiro. E passar o dia juntos não era só uma opção, era uma necessidade.

~~x~~

( A partir daqui a história será contada por Kuchiki Rukia )

Eu me divertia a valer na festa. Era algo como ter encontrado a felicidade de novo, ultimamente tenho me sentido triste e abatida, mais agora posso sorrir de novo, graças ao ruivo idiota e inconsequente. Renji sempre esteve comigo e sempre me apoiou quando precisei. Ele era como um guarda-costas. Sempre estava comigo, me ajudando, desde a minha infância ele tem me acompanhado. Realmente, Renji gosta muito de mim, e acho que não tenho sido justa com ele. Kaien... Ichigo... Envolvi-me com eles, enquanto Renji continuava a me apoiar e me dar força, independente da situação. Depois da morte de Kaien fiquei muito triste e o primeiro a aparecer para me consolar foi ele, enquanto eu apenas tentava apagar um amor com outro... Não mereço ter Renji em minha vida, não acho justo isso.

Eu estava distraída um pouco, sentada em uma das mesas do salão, perdida em meus pensamentos enquanto olhava Renji conversar com Ikkaku. Eles pareciam bem íntimos. O telefone tocou e me fez parar de indagar para mim mesma porque Ikkaku estava nessa festa, afinal, ele é um militar de alta patente... Atendi as pressas e notei que tinham mais de nove chamadas perdidas. Era Yoruichi.

–RU-KI-AAA! –Dizia ela aos berros- Porque não me atende? Estava preocupada com você!

–Desculpe Yoruichi-San. Estou em uma festa, por isso não tinha ouvido o telefone tocar...

–Festa? Esta louca? Você não pode ficar aparecendo em público lembra? Você esta jurada de morte... Ou pelo menos estava... –Completou falando mais pra si mesma do que pra mim-

–Eu... Estava? Como assim? –Perguntei nervosa e ansiosa, referindo-me ao que ela havia dito sobre eu não estar mais jurada de morte-

–Preste atenção, eu terminei minha investigação, pelo menos boa parte dela. Vamos nos encontrar amanhã, assim eu passo tudo pra você.

–Claro, claro! –Respondi animada- Amanhã que horas?

–Hun... –Disse ela pensativa, e eu quase não a escutava direito, o som alto da música impedia o meu dialogo com ela- Amanhã às 08:00 em ponto, na cafeteria Doce de Mel. Você conhece não é?

–Sim, sei onde é. Amanhã às 08:00. OK!

–Calma aê, vamos tornar isso mais interessante. –Disse ela em um tom bem animado-

–O que quer?

–Uma aposta.

–Você não parou com esse lance de apostar não é mesmo?

–Não.

–Tudo bem. Qual é a aposta?

–Algo bem simples. Se você não estiver na cafeteria antes das 08:00 hrs, você paga a conta. Só.

–Hun... –Disse pensativa- Tudo bem! Até as 08:00.

–Ok! Até.

Desliguei o telefone ansiosa. Queria muito que chegasse 08:00 hrs; Olhei para o celular, visando o relógio apreensiva para ver às horas. Era 23:45. "Se eu não for dormir logo, vou acabar chegando lá atrasada, acho que terei que ir para um outro hotel, mesmo que eu possa dormir aqui, a música alta não vai permitir...". Rumei até o ruivo, no intuito de me despedir.

–Renji! –Chamei por ele, interrompendo o assunto com Ikkaku-

–Sim! Pode dizer! Fala! –Disse ele rapidamente, aquilo não foi normal-

–A Yoruichi-San me ligou e eu vou precisar me encontrar com ela amanhã, então eu vou embora...

–Não! Você não vai! Fica comigo! –Falou puxando meu braço e me levando até o bar deixando Ikkaku para trás desolado- Vamos tomar mais um “desinibidor estimulante” ok?

–Mais Renjiii! Eu preciso ir... –Disse em um tom manhoso, eu queria ficar-

–Tuuudooo beeem! Não tem problema. Só vamos tomar mais um! –Disse ele estendendo um copo cheio pra mim- Tin, tin!

Não tive escolha, virei tudo de uma só vez; Foi mais difícil do que eu imaginava, da primeira vez eu tinha bebido com facilidade, mas agora, sentia minha garganta queimar e meus olhos arderem, minha cabeça estava dormente e meus sentidos mais lentos.

–Vivaaaa! –Disse Renji pegando mais um copo e bebendo, fiquei impressionada como ele estava bebendo tudo tão facilmente-

–Eu preciso ir embora. –Disse a ele-

–OK! Eu vou com você!

–Não, pode ficar.

–Não! Eu vou com você!

–Não, você vai ficar aqui e curtir a festa...

–Eu vou com você.

–Fica!

–Eu vou com você.

–Renji, se você ficar eu prometo que te dou uma surpresinha...

–Eu vou com... Hãn?! Surpresinha é? O que vai ser?

–Só ficando pra saber né. Pode curtir a festa, você merece. Não se preocupe comigo tudo bem?

–Mas Rukia... Eu...

–Não. Sem mais ta? Pode ficar. Eu vou porque amanhã preciso estar com a Yoruichi logo cedo. Esta tudo bem.

–Eu quero estar com você...

–Eu sei. Também queria estar com você. Mas não precisa se preocupar! Ainda vamos nos ver de novo. –Disse com um sorriso reconfortante, acho que Renji tinha bebido de mais... –

–Rukia... –Disse ele olhando pro lado- Tudo bem! Vai lá. Eu fico. Depois eu quero ver essa tal “surpresinha”...

–Tudo bem! Você vai ver a “surpresinha”!

–Até mais, vou tomar só mais um desse “desinibidor estimulante”, afinal, o que é isso?

–Você esta bebendo e não sabe?

–Não.

–Vodka. É uma espécie de batida com Vodka e aguá de coco... Mais na verdade pra mim tanto faz!( N/A: Piadinha ruim cara. Piadinha ruim... )

–Estou indo ok? Já é 00:00... -Disse me despedindo-

–Ok. Até mais, pequena.

Normalmente eu teria ficado brava por ele ter me chamado de pequena, mas dessa vez vou deixar passar... Rumei até a saída e me despedi de todos que fui encontrando no caminho, ao chegar à fachada, vi Matsumoto e o Tony conversarem alegremente. Preferi não interromper e sai sem ser notada. Fui andando até outro hotel que tinha por perto, não passava um táxi sequer na rua, e eu não poderia dormir em paz no hotel onde estava ocorrendo à festa... Por isso decidi caminhar. Apesar de ser tarde, tinha muitas pessoas na rua, casais se divertindo, famílias voltando de festas... Era uma visão alegre da cidade, que eu nunca tinha visto... Passei por um hotel que pertencia ao G13, não queria me hospedar em hotéis do G13, porque meu irmão poderia me encontrar e ele me quer morta, já que acha que eu roubei o banco dele. Por isso ele contratou a gangue da cidade pra me matar.

Continuei a caminhar, eu já estava próxima do meu destino, uma pequena pousada que tinha por ali. Passei por lugares que eu nem sabia que existiam, como por exemplo, uma pequena praça ao lado de um grande e iluminado salão de festas. A lua brilhava forte no céu, imponente e bela. O clima era o mais agradável possível, com um ambiente alegre nas noites animadas da cidade de Karakura. Eu estava alegre com os acontecimentos das últimas horas, a festa, as danças, as brincadeiras... Estava realmente muito alegre. No caminho passei por diversos locais que, para mim, não funcionavam à noite, mas também passei por locais que já eram famosos por suas noitadas, como o divertido bar dos loucos, onde as pessoas bebiam até caírem duras no chão. Sinceramente, eu gostava muito de ir lá, mesmo que escondida, afinal meu irmão não me deixava frequentar esses locais... Mas eu não ia lá para beber é claro, ia para ver os shows de humoristas famosos que animavam a noite. Não era a toa que o nome do bar era “Bar dos Loucos”. Outro lugar de destaque pelas noitadas era a discoteca... Um local onde pessoas conhecidas iam para dançar e pessoas desconhecidas iam para conhecer pessoas para dançar... A alegria era muito grande naquele local. Mas foi passando por lá que eu me choquei com força com lembranças do passado, lembranças que queria esquecer, lembranças que, no fundo, não tinham sido boas, em nenhum momento. Eu vi uma cabeleira laranja saindo da discoteca, em meio a muitas outras. Aqueles cabelos eram inconfundíveis. Dei meia volta rápido, tentando não ser notada e virei na primeira esquina que encontrei. Eu estava assustada, não esperava que eu tivesse aquela reação ao vê-lo de novo. Aquelas palavras que ele havia me dito estavam encravas em meu coração como espadas longas e afiadas. “Não quero te ver”, ”Não preciso de você”. Eu não acreditava que ele podia dizer aquelas palavras com tanta facilidade. Mas era a verdade, no passado havíamos apostado tudo em um amor que não existia, mas eu demorei a notar isso... Agora, estou perdida em meus sentimentos. Não posso sustentar esse “amor” que tenho por ele. Não podia permanecer à mercê do destino. Ichigo já é um homem, e eu sou uma mulher, não posso me dar ao luxo de agir como uma menininha na pré-adolescência. Mesmo quando eu voltei dos E.U.A ele não me procurou, ele sabia que não daríamos certo. Já tínhamos tentado. Mas... Porque quando nos reencontramos, nos beijamos? Porque ele me protegeu daquele homem da motocicleta?

Não! Eu o forcei. É. Ele não queria me beijar. Foi uma situação estranha de mais. Eu estava sendo perseguida! Que homem não protegeria uma moça sendo perseguida? HAAAAAA! Estou ficando maluca pensando nessas coisas...

“Você deve aproveitar o que tem não o que quer ter...”. As palavras que Matsumoto me dissera mais cedo não saiam da minha cabeça, martelavam com fúria no meu subconsciente, fazendo-me despertar para a realidade. Afinal, não vivemos em um conto de fadas. Voltei meu olhar para a esquina de novo. Procurando Ichigo por lá. Eu o vi. Acompanhado. Orihime estava com ele. Na hora, um sorriso sem graça apareceu no meu rosto. “Eles se merecem”, pensei. Sentia-me derrotada de certa forma. Mas eu não deveria ficar dando importância para isso... Resolvi sair dali, e continuar o meu trajeto até a pousada em que eu pretendia ficar. Atravessei a rua, no intuito de me afastar e não ser notada por eles. Segui adiante, olhando para o luar, e imaginando como minha vida teria sido mais simples se eu não tivesse conhecido o Ichigo. Dava para ouvir, mesmo com a música alta da discoteca, a Inoue indagar para o Ichigo: “Aquela não é a Kuchiki-san?”. Tentei disfarçar e apertei o passo, mas ainda deu para ouvir a resposta de Ichigo. Mesmo eu não querendo mais me envolver com ele. Ele disse: “Sim. Aquela é a Rukia.”

Ao ouvir aquilo mesmo que sem querer, virei à esquina rapidamente, tentando fugir da presença deles, não tinha necessidade de conversar agora. Eu estava cansada, e um pouco alterada pela bebida, fora o fato de não estar nem um pouco a fim de ver o Ichigo. Porém mesmo “fugindo” ainda pude ouvir a voz de Inoue me gritar de forma animada, ela sempre fora assim... Animada, divertida, besta... Sem duvidas era uma ótima pessoa. Mas, eu não queria vê-la. Não queria ver ninguém.

Irritada com meus próprios pensamentos, corri dali. Corri de minha própria amiga. Senti vergonha de encará-la depois de tanto tempo.

A fadiga estava dominando meu corpo, mais eu já havia chego a pousada. Foi um trajeto difícil... Não pensei que seria assim. Ao chegar, pedi um quarto para a recepcionista, que já estava por fechar a pousada, dei sorte de encontrar a pousada ainda aberta. Sem duvidas, se eu não tivesse corrido ela já estaria fechada. Entrei no quarto, e assim que tranquei a porta fui ao banheiro, sem fazer cerimônias. Tomei um demorado banho e cai deitada na cama, fadigada...

“Chega por hoje...” Pensei já me acomodando na cama aconchegante. “Vou dormir, sem ao menos pensar em qualquer outra coisa”.

~~x~~

–Eu não sabia que a Kuchiki-san estava de volta... -Disse Inoue-

–Ela voltou... Já faz um tempinho... –Respondeu Ichigo, parecendo (só parecendo) não se importar com o assunto-

–De qualquer forma, agente devia ter ido atrás dela...

–Não!! Você não pode... –Disse Ichigo, lembrando do que Renji havia dito a ele: “Todos que forem vistos com a Rukia, devem tomar cuidado, afinal, ela esta jurada de morte.”

–Er.. Quer Dizer... Você não pode ir atrás da Rukia e me deixar aqui pra trás... –Completou, tentando se explicar- Ah! Você vai devolver meu Playstation certo? Fique sabendo que eu vou me vingar disso! –Disse o alaranjado trocando de assunto rapidamente-

–Sim... Pode se vingar! –Desafiou Inoue-

–Eu vou... Aguarde! Haha!

E depois dessas palavras o silêncio predominou entre eles, pensativos, não ousaram em dizer mais nada. E foram para casa em silêncio, um silêncio amargo causado pela aparição da pequena morena.

~~x~~

–Dormir aqui não era o que eu esperava...

–Eu não ligo. Estou cansada e ficar por aqui mesmo é o melhor pra gente... Se eu fosse pra casa ia demorar de mais...

–Bom, por mim... Não tenho problemas em dormir aqui com você.

–Afinal, esse é um lugar feito para dormir, certo?

–Certo.

Hitsugaya e Hinamori foram em direção ao andar seguinte e lá chegando entraram no primeiro quarto que viram.

–É meio macabro andar pelo hotel vazio. –Disse Hinamori, entrando no quarto, e Hitsugaya logo em seguida-

–Por isso vamos dormir juntinhos ok? –Disse Hitsugaya rindo, enquanto Hinamori ficava com o rosto corado-

–Só por que eu amo você...

Hitsugaya se sentia realizado e Hinamori sentia-se extasiada com a presença do albino. Passaram a noite justos dormindo em uma cama de solteiro agarrados como um bebê no cordão umbilical. Não queriam se separar. Não precisavam.


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Notas finais do capítulo

É isso ai. Próximo capítulo em breve... ~Até mais!