Segunda-feira, 07:45 hrs.

Rukia saia da pousada que tinha passado a noite.

–Já vai Senhorita Kuchiki? –Perguntou a recepcionista que ela conhecerá na noite passada-

–Vou sim! –Disse Rukia enquanto pegava a carteira na bolsa- Por favor, a conta. –Pediu-

–Aqui está. –Disse a recepcionista estendendo uma nota- Sua estadia custou R$ 55,00. Vai pagar com cartão?

–Não, dinheiro mesmo... –Respondeu Rukia entregando o dinheiro- Pode ficar com o troco...

–Obrigada e volte sempre!

“Agora preciso ir até a cafeteria...” Pensava Rukia enquanto deixava a pousada rumando para a fachada, onde um táxi já a esperava.

–Cafeteria “Doce de Mel”, por favor. –Disse Rukia assim que entrou-

Após alguns minutos, ela chegou no local desejado.

–São R$ 22,30. –Disse o taxista-

–Aqui. –Disse Rukia dando o dinheiro-

Ela desceu do carro indo até a cafeteria, e só um pensamento passava pela cabeça dela: “Cheguei a tempo?”

Ao entrar na cafeteira uma voz feminina a chamou pelo nome. Fitou o canto de onde vinha a voz e viu uma morena de cabelos roxos com as mãos estendidas acenando. Era Yoruichi.

–Olá, Yoruichi-Sama. –Disse Rukia se sentando à mesa-

O ambiente era calmo, não se ouvia muitas conversas, afinal, aquele local era famoso pela calmaria. Tinha um cheiro doce e agradável na cafeteria, porém, apesar desse cheiro doce, não se via nem mesmo uma mosca, abelha ou mosquito por lá.

–Você se atrasou... –Disse Yoruichi com um sorriso quase que psicótico no rosto-

–Na-Não! Eu cheguei a tempo! Olha o relógio. São 07:58. Marcamos aqui 08:00.

–Na verdade, o relógio da cafeteria esta atrasado. No meu são 08:07. Olhe no seu celular ué...

–Não trouxe. Sai às pressas e esqueci! –Disse Rukia frustrada-

–Pergunte a outra pessoa então... –Desafiou Yoruichi-

Rukia se virou para um homem que estava na mesa ao lado e perguntou as horas. Para sua frustração, o homem disse que era 08:05;

–Viu. Já é mais que 08:00... Você perdeu nossa aposta! –Disse Yoruichi vitoriosa-

–Ta! Ta! Eu perdi a aposta então! –Suspirou Kuchiki-

–Eu já tinha dito que você não pode me vencer em uma aposta...

–Mais você apostou em meu ponto fraco! Sabe que eu sempre me atraso...

–Eu só apostei no certo! Mão reclame. Você devia ser mais pontual! Você só tinha que chegar aqui antes das 08:00.

–Mais eu estava cansada da festa e tudo mais... Mais tudo bem. Eu perdi.

–É! E você paga a conta... –Riu Yoruichi- Vou pedir o cardápio todo...

–Só não exagera. –Avisou Rukia-

–Hey, hey. Você perdeu. Terá que pagar... –Disse Yoruichi em protesto-

–Só acho que você devia parar de ficar apostando tudo com os outros.

–Minha intuição é ótima... Eu não perco nenhuma aposta se quer...

–É eu sei disso... –Suspirou Rukia-

–E mesmo sabendo disso aceitou a aposta? Você é orgulhosa de mais...

–E você prepotente!

–Somos assim né?! Agora chega de papo furado, vou fazer o meu pedido! –Disse Yoruichi levantando as mãos já chamando a garçonete à mesa-

–O que vão querer? –Perguntou a garçonete segurando uma caneta e um pequeno bloco de notas-

–Pode trazer tudo da primeira página do cardápio.

–Você não vai conseguir comer tudo isso! –Alertou Rukia-

–Vou sim... Fica tranquilinha...

–Tudo bem então. Vou trazer os pedidos em instantes. –Disse a garçonete saindo da mesa assustada -

Yoruichi encarou Rukia por instantes, agora séria, e dando uma pequena olhada em todo o ambiente discretamente disse:

–Agora tenho certeza, não tem ninguém aqui para ouvir nossa conversa. –Disse Yoruichi em voz baixa-

–Você é muito precavida como sempre...

–Sim! Agora vamos ao que interessa ok?

–Claro! O que descobriu sobre o Kaien? –Perguntou Rukia apreensiva-

–Bom, ele esta “trabalhando” para alguém do G13. Alguém de alto posto; E descobri que, Aaroniero e Arruruerie é apenas um codinome...

–Como assim? –Perguntava Kuchiki confusa-

–Alguém com o nome de Aaroniero fez transações para o banco G13. Só que, esse Aaroniero estava vendendo ações falsas para o banco! Ações de uma pequena empresa fantasma, uma empresa que não existe de verdade, quer dizer, eu pesquisei a origem das ações milionárias e elas vinham de uma pequenina loja de material de construção da África do Sul! E essa loja de matérias de construção esta falida há um ano. E o Aaroniero é do México... Quer dizer, um empresário do México com uma empresa de material de construção na África do Sul não é nada normal né... Alguma coisa estava errada nisso. Isso me fez suspeitar que o nome Aaroniero fosse na verdade, um codinome. Bom, mas, sabendo que essas ações eram falsas, porque o banco as comprou? Minha teoria é que o banco não sabia que as ações eram falsas é claro, ou, tem alguém no banco ajudando o Kaien, alguém de alto posto. Só que o Byakuya não é essa pessoa, nem o Renji, nem você, então descartei essa possibilidade, apesar dela ainda existir, minha intuição me diz que não é isso. O fato do banco não saber que as ações eram falsas é o mais provável. Acompanhe meu raciocínio... –Disse Yoruichi pausando a fala-

–O “Aaroniero” vendeu 23 ações verdadeiras para o banco, quer dizer, ações de empresas de verdade. Todas as ações eram de empresas fora do país, e isso em um período de um ano. Ele é um cliente contribuinte do banco, isto é, as ações que ele possui estão no banco, e volta e meia ele vendi uma delas. Isso provavelmente deve ter conquistado a confiança do banco e do G13 em si, porém, quando ele vendeu esta última ação para o banco, ele não tinha mais nenhuma outra ação ou dinheiro em sua conta. Era um total de 74 ações; E todas foram repassadas para outra pessoa...

–Quem? –Perguntou Rukia-

– Arruruerie. Com isso, quando o Aaroniero vendeu a ação fantasma da empresa da África do Sul para o banco, o Arruruerie entrou nessa transação e recomprou essa ação do próprio banco. Depois disso ele transferiu todas as 74 outras ações para a ação fantasma. Esta entendendo?

–Sim. Continue.

–Ok. Quando o Arruruerie transferiu todas as 74 ações para uma só, o Aaroniero apareceu de novo, depois de dois dias, e ele quis comprar as ações do Arruruerie. Quer dizer, ele quis comprar a ação da empresa da África do Sul, se me lembro bem, o nome da empresa era Yogií Megami, algo assim. O problema é que, como as ações do Arruruerie estavam “depositadas” no banco, o próprio banco deveria mediar essa transação. Porém, um banco não pode movimentar mais de 30 ações de uma vez, e nesse caso, tinham 75, porque, apesar das outras ações estarem embutidas na ação do Yogií Megami ainda eram visto como ações individuais. Esta entendendo? –Perguntou Yoruichi fazendo mais uma pausa para tomar o café que estava na mesa-

–Sim! Continue! –Disse Rukia ansiosa-

–Já que o banco não podia movimentar as 75 ações de uma única vez para a outra conta em questão, ele fez uma “transação clandestina”. –Disse Yoruichi fazendo o sinal de aspas com os dedos- E foi aqui que ele foderam com tudo. O banco faz transações clandestinas, para movimentar toda uma quantia de ações de uma vez, porque assim, o banco e o cliente lucram. Você sabe disso. Só que o Arruruerie recomprou as ações assim que elas foram vendidas, e o Aaroniero fez o mesmo. Com tanta movimentação nas ações, houve uma super-híper valorização delas e o banco decidiu ficar com elas para si, comprando-as do Aaroniero. Só que quando o banco fez isso, todas as ações foram parar na sua conta...

–Sim! E porque pararam lá? É o que quero saber... –Disse Kuchiki apreensiva-

–Vou explicar... –Falou Yoruichi colocando os dedos sobre os olhos- As ações, todas as 75, estavam “embutidas” na ação do Yogií Megami. Certo?

–Certo! –Disse Rukia concordando com a cabeça-

–Essa ação fantasma, do Yogií Megami, estava no seu nome. Por isso quando o banco comprou essas ações do Aaroniero elas foram parar na sua conta, alguém que tem acesso a sua conta “reivindicou” o direito das ações, que ainda, de alguma forma, era seu... O valor estimado das ações da sua conta é de R$ 474,55 Bilhões. BIlhões. –Disse Yoruichi repetindo o valor, dando ênfase a sílaba “BI”-

–Co-cooomo assiim? –Disse Rukia assustada- Como essas ações estavam no meu nome?

–Ainda não sei. Provavelmente alguém fez o seu tutor assinar algum documento ou outra coisa do tipo. Preste atenção, na época em que você abriu a conta conjunta com o Kaien, o Byakuya que cuidou da burocracia, já que você era menor de idade na época.

–É. Pode ser isso... Quando eu fiz a conta conjunta com o Kaien o meu irmão que cuidou de tudo. Talvez ali tivesse algo...

–É. Essa é a parte que ainda estou tentando entender. Mais eu tenho uma teoria, eu acho que, o banco em que você fez a conta com o Kaien, pertence ao arquiteto desse plano todo... Minha intuição diz que é isso. Tenho certeza. É isso. Cada vez que penso nessa teoria, ela se firma ainda mais. Esse plano foi incrivelmente bem arquitetado. Não tem falhas. Só tem apenas um imprevisto, não chega a ser uma falha, mais é um imprevisto. O dinheiro, que esta na sua conta conjunta com o Kaien, só poderá ser sacado com o consentimento dos dois; Só que o Kaien esta “morto”. O incrível é que, se ele esta morto, a conta deveria ficar só no seu nome. Mas isso não aconteceu, eu não consegui entender isso direito ainda, provavelmente quem arquitetou esse plano é a mesma pessoa que deu as ordens ao Kaien e também tem sobre poder o banco em que sua conta esta hospedada.

–Entendo... –Disse Rukia agora com um semblante mais triste- E se não bastasse tudo isso, o meu irmão ainda acha que foi eu que roubei o banco, e por isso mandou me matar...

–Escuta só. Eu sabia que o Byakuya não mandaria te matar... Ele contratou a gangue da cidade para ficar de olho em você! Ele sabia que você estava correndo risco de vida, já que se você morresse o dinheiro que esta na conta ficaria com o banco. Então provavelmente o arquiteto desse plano todo ia te querer morta; Ele também mudou o chefe da gangue, e os integrantes que não eram de sua confiança. Isso tudo só pra te proteger sem levantas suspeita alguma.

–O meu irmão, fez isso para me proteger?

–SIM! –Disse Yoruichi-

–Então porque aquele cara estava me perseguindo? Um motoqueiro que se dizia ser da gangue da cidade estava me perseguindo...

–Bom, pelo o que eu pude investigar, naquele dia você estava sendo seguida por alguém estranho; e esse integrante da gangue estava de olho em você no dia, ai ele começou a te perseguir para te afastar do estranho suspeito.

–O meu irmão... Ele... Só quis me proteger... –Pensava Rukia enquanto ouvia as explicações de Yoruichi-

–Outra coisa importante! –Disse Yoruichi- Atualmente o status da sua conta é “congelado”. E esse fato aumenta a certeza que tenho de que o banco onde sua conta esta hospedada, esta envolvido com o mentor de Kaien. Porque, quando uma conta é congelada não se pode fazer transações para ela, então as ações não poderiam parar lá. Porém, o banco “descongelou” a conta no período de tempo de um dia. O mesmo dia em que as ações foram parar lá.

–Entendi! –Disse Kuchiki fitando o ambiente a sua volta- E como vamos fazer para desmascarar esses malditos?

–Bom, estou desenvolvendo um plano para isso; Mais vou te adiantar uma parte. Preste atenção!

–Ok.

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Enquanto isso em um antigo galpão da corporação Las Noches, atualmente desativado.

–Onde esta aquele cara?! Detesto esperar!

–Fique calmo ai, pra que todo esse alvoroço?

–Coyote Starrk! Você é mesmo um maldito preguiçoso. –Bradava o homem ao vento-

–Você é estressadinho de mais, Yammy Llargo! –Disse Starrk coçando a cabeça sem dar muita importância-

–Eu não acredito que tenho que esperar aqui com vocês! –Dizia outra pessoa se aproximando de Starrk e Yammy-

–Não seja arrogante, Barragan Luisenbarn! O que é quase impossível, você é arrogante por natureza... –Disse uma quarta voz-

–Não sou arrogante, Zommari! Você que é inferior... –Disse Barragan com a voz rouca de sempre, olhando Zommari com desdém. Ao ouvir isso, Yammy deu um sorriso esperando ver uma briga e Starrk simplesmente deu de ombros e se recostou na parede-

–Como é que é?! –Disse Zommari com uma feição de espanto- Você se diz superior a mim? Em que mundo você vive, Barragan? –Sorriu em provocação-

–Hey, hey! Senhores! –Dizia outra voz- Pelo menos vamos evitar as desavenças...

–E quem é você?! –Indagou Barragan-

–Me chamo Szayel. Szayel Aporro Granz. –Disse o jovem com um sorriso saudoso, típico de quem quer passar uma boa impressão-

–Nunca ouvi falar... –Riu Barragan- Você só pode ser outro ser inferior... –Disse, agora sem dar mais atenção a Szayel-

–Co-Como é?! –Indagou ele se enfurecendo- Me chamou de ser inferior?? –Bradou-

–ÓÓÓÓTIMO! Parece que cheguei na hora da briga. –Disse um jovem de cabelos azuis, adentrando no grande galpão onde todos estavam- Sou um cara de sorte! Chegar na hora da briga é legal... –Disse sorrindo-

–Meu Deus, como eles são barulhentos... Não concorda, Loira? –Disse Starrk olhando para um canto mal iluminado do galpão-

–Starrk, quando me notou?

–Há alguns minutos, você chegou quietinha, sem nem respirar... É bem sua cara mesmo, Loira.

–Não me chame de “loira”...

–Ok. Tier Halibel. Mais eu ainda gosto de te chamar de loira. –Disse com um sorriso maroto-

Outro homem chegava ao galpão, alto e magro, parou e fitou as pessoas que ali estavam procurando alguém em específico. Todos pararam e olharam para ele, até que um brado alto e poderoso invadiu a mente de todos.

–EU VOU MATAR TODOS VOCÊS! SEUS INÚTEIS! –Disse Yammy em um grande grito, o que fez Szayel dar um salto pra trás, assustado-

–Hehehehehe... –Ria o homem na entrada do galpão, agora já se aproximando- Você não teria chance, grandão!

–E quem é você?! –Perguntou Yammy em fúria-

–Nnoitra.

–Nnoitra?! Nnoitra é você?! –Berrava Grimmjow- Eu vou te matar! –Disse olhando Nnoitra com fúria-

–Eles chegaram. –Disse Halibel, agora saindo do canto do galpão- Aizen Sousuke, Tousen Kaname, Ichimaru Gin e Shiba Kaien. –Completou, fazendo todos pararem e observarem a entrada deles-

–Parece que estão se divertindo bastante aqui! -Disse Kaien com um leve sorriso falso no rosto-

–Podem parar com essa história de se matar... –Disse Gin- Agora somos aliados não é mesmo?

Todos “obedeceram”, para surpresa de Kaien. Calaram-se e acalmaram-se, indo em direção a uma enorme porta de madeira que havia no galpão, aparentava ser uma sala de conferencias, bem ampla e arejada. Era claro que o assunto que tinham a tratar com Aizen eram mais importantes que brigas tolas. Ao entrarem, viram um retângulo branco na parede, também era notável um projetor apontado para a mesma. Uma enorme mesa preenchia o vazio no centro da sala, rodeada de cadeiras grandes e confortáveis. Tinha uma grande janela, onde era possível ver uma entrada para rede de esgoto do local. Todos se acomodaram nas cadeiras, respeitando o silêncio predominante no ambiente, até o silêncio ser violado por palavras saudosas de Aizen Sousuke.

–Olá a todos! –Disse com olhar simpático e um sorriso nojento no rosto- Eu quero que vocês se comportem daqui pra frente! –Disse olhando-os atento- Todos, exceto o Kaien, chegaram ao país de forma clandestina certo? E trouxeram consigo suas respectivas experiências, habilidades e influência. Alguns aqui dividem os mesmo ideais que eu, outro estão aqui apenas para conseguir poder ou dinheiro, ou até mesmo porque não tinha nada melhor para fazer, não é mesmo Starrk?

–Pois é. Tudo estava muito chato... –Disse Starrk em um suspiro-

–Pois bem, -Prosseguiu Aizen- Por esse motivo não quero que ocorra brigas internas. –Conclui- Então, todos estão aqui?

–Ulquiorra não esta aqui. –Disse Yammy sem se importar-

–Na verdade... –Disse Ulquiorra- Eu estou aqui sim.

–Ma-Mais... Quando chegou? –Assustou-se Yammy-

–Ele esta aqui a um tempão cara... –Disse Starrk quase que babando na mesa de tanto tédio-

–Sim! Estamos todos aqui mesmo... –Disse Aizen olhando de forma sínica para Ulquiorra- Então podemos começar! Mais antes podem pegar o chá... –Falou erguendo uma das mãos para tomar a atenção dos ali presentes- Vou repassar o plano. Eu preciso da Rukia. Preciso dela para ter acesso a conta e conseguir o dinheiro que esta nela, e com o dinheiro poderei reerguer Las Noches por completo para derrubar o império do G13. Preciso que tragam a Rukia viva ou morta, pra mim tanto faz... –Disse Aizen com um olhar de indiferença- Então preciso de um candidato. Quem vai pegar a Rukia?

Logo que Aizen terminou de falar Nnoitra e Grimmjow ergueram a mão e gritaram como crianças pedindo doces: “Eu! Eu!”

–Olha que legal... Temos dois psicopatas de carteirinha aqui... –Disse Szayel suspirando enquanto ajeitava os óculos-

–Não. –Disse Aizen reprovando a atitude dos dois- Vocês não servem pra esse serviço...

–Pode deixar que eu faço, Aizen-Sama. –Disse Halibel, com os olhos tipicamente fechados e braços cruzados-

–Ótimo Halibel, Eu esperava mesmo que você se candidatasse.

–Espera ai!!! –Gritou Grimmjow erguendo-se da cadeira e dando um soco na mesa- Porque a loira e não eu?

Aizen olhou assustado para Grimmjow, e o fitou por alguns instantes. Era óbvio que ele não havia gostado da atitude do jovem, ele havia derramado o chá.

–Não faça escândalo... –Disse Aizen fechando os olhos e tentando manter a compostura depois do susto e da irritação que Grimmjow causará a ele- Você não faria o serviço corretamente Grimmjow.

–Mais eu... –Grimmjow foi interrompido, a voz irritada e elevada de Aizen ecoava pela sala de forma que todos se assustaram com tamanha agressividade das palavras, com um semblante irritado e muito, muito chateado pelo chá derramado, Aizen olhava para Grimmjow com uma clara desaprovação no olhar.

–Sem mais! Grimmjow Jeagerjaques! –Disse Aizen cuspindo as palavras e se levantando da cadeira- Reunião encerrada, todos os demais sabem o que devem fazer! –Completou ele, já abrindo a porta da sala para ir embora, enquanto Tousen e Gin o acompanhavam-

Aizen rumou para fora do galpão, que pertencia a Las Noches, ainda seguido de Gin e Kaname.

–Nooooossa! Você realmente ficou muito bravo com eles Aizen! –Disse Gin colocando as mãos no ombro de Aizen, fazendo-o olhar para ele-

–Não. Não fiquei. Eu só queria terminar a reunião com estilo, tipo nesses filmes americanos famosos.

–Esse seu lado engraçadinho me assusta cada vez mais! –Disse Tousen se juntando à conversa- Primeiro aquela comida no restaurante, agora esse papo de estilo...

–Algum problema com isso Tousen?! –Indagou Aizen-

–Não ué... Você pode ser o que quiser, até uma borboleta... Eu não enxergo direito, por isso eu nem ligo. –Retrucou Tousen com um sorriso maroto no rosto-

–E agora, o que vai fazer Aizen? –Perguntou Gin sem dar chance de Aizen retrucar a provocação de Tousen-

–Vou liberar os vôos para o Japão, e depois tem a reunião do G13.

–Já estava na hora mesmo... –Disse Gin- Agente fala com uma simplicidade isso, mas evitar os vôos e ameaçar um ataque terrorista causou uma calamidade mundial, firmas que dependem dos aeroportos simplesmente estão à beira da falência! O que você vai fazer pra consertar isso?

–Não ligo pras firmas que estão falindo, mais eu vou entregar nossos “terroristas” para a Interpol. Isso vai acalmar tudo, e depois vou liberar os vôos para o Japão, isso vai dar segurança para os outros países fazerem o mesmo. Na verdade, eu mandei Hinamori fazer isso hoje cedo. Ela vai liberar os vôos e os terroristas já estão se entregando nesse momento. O que o dinheiro não faz, não é mesmo...

–É... –Suspirou Gin-

–Vamos para a reunião do G13 então. –Disse Tousen-

–Sim...

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( A partir daqui a história será contada por Shiba Kaien )

Somos um grupo de dez pessoas, escolhidas a dedo pelo Aizen. Hum... Vamos ver... Temos o Starrk aqui... É um cara que tem preguiça de ter preguiça, mas é legalzinho. Coyote Starrk, um dos maiores traficantes de armas do ocidente. Ele é perigoso... Vou ficar de olho nele. Tem também a loira, ela é tipo uma deusa, perfeita pra caralho, mais ela é a mais famosa assassina do submundo... Se não fosse por isso... ...

Barragan é um arrogante... Não vou com a cara desse cara. Só porque ele era o antigo dono de Las Noches ele fica ai todo cheio de pose... O Ulquiorra é o cara mais gay que existe, quieto, sem graça, olhar perdido e volta e meia ele abre a boca pra falar de crenças, coração... Um porre.

Zommari, um safado escroto, usa a religião para conseguir poder, é o fundador de uma seita religiosa famosa, que prega a simplicidade e o “Amor” fazendo os seus seguidores se desfazer de seus bens... Patético, porém, ele tem muito capital e poder, sua influencia ultrapassa fronteiras. Nnoitra certamente é o cara mais psicopata daqui, só quer saber de mulher e matança. Tudo que esta no caminho dele ele quer matar. Nem sei por que Aizen o chamou. O Grimmjow é um cara impulsivo e cabeça quente, mais o safado é dono de uma facção que ele mesmo fundou... Nem um país desse planeta esta fora do alcance da gangue dele. É meio assustador. Também tem o viadinho do Szayel. Ele é um cara que só quer saber de computador... Virjão! Hahaha. Mais não posso negar que aquela empresa de pesquisas dele é realmente impressionante.

Yammy é um cara delinqüente... Não sei por que ele esta aqui... E tem eu também! O mais fodão daqui... O resto é bônus. Me assusta só de pensar que Aizen escolheu cada um deles a dedo... Isso que sei sobre eles deve ser apenas fachada... Com certeza eles ainda têm muita surpresa para me mostrar.

–Parece que todos foram fazer o que deviam... –Disse olhando a sala vazia- Acho que devo me adiantar também, afinal, os preparativos já estão prontos e hoje é o início de um novo império... O império de Las Noches!

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–Minha cabeça dói.

Essas foram às primeiras palavras de Renji ao levantar-se da cama em que estava estirado. Sonolento e ainda com a visão embasada, ele tentava entender a situação em que se encontrava. O cenário não era nada comum, corpos e roupas espalhados por todo o quarto, pessoas nuas e também objetos estranhos que no momento, Renji não pode identificar o que era. Certamente quem passasse por ali poderia confundir aquele cenário com uma zona de guerra facilmente.

–O que rolou aqui? –Disse Renji coçando os olhos para tentar melhorar a visão-

Abarai olhava ao redor confuso. Não lembrava nem mesmo onde estava, sua cabeça doía e latejava, seu corpo estava dormente e rígido, uma profunda dor no pescoço lhe causava espasmos ao se mover e sua cabeça não parava de latejar, sua visão se estabilizava aos poucos enquanto ele tentava se manter de pé.

–Onde é que eu estou cara? –Dizia ele ao vento, esperando que sua própria memória o respondesse- Eu estava no shopping ontem, encontrei a Matsumoto, ela me chamou para uma festa... É isso. A festa! –Disse ele lembrando-se dos fatos- Devo estar no hotel ainda...

Renji andava de forma desconsertada pelo quarto, rumo à porta, o trajeto que era para ser simples e rápido, se tornou um jogo perigoso de campo minado, desviando cuidadosamente dos corpos no chão, Renji se esforçava para se manter de pé, seu senso de equilíbrio ainda estava alterado e seus reflexos eram praticamente nulos no momento. Depois de um esforço sobre-humano Renji conseguiu chegar à metade do caminho, contudo foi interrompido por uma voz vinda do fundo do quarto onde ele estava. Assustado, Abarai olhou para trás, procurando a voz que o chamará, e, ao olhar para os corpos deitados e estirados pelo quarto, reconheceu alguns deles. Continuou a passar os olhos pelo quarto procurando a voz, até que, novamente a voz o chamou e, dessa vez, ela veio acompanhada de um súbito levantar de braços, denunciando a localização de quem chamava por ele. Renji olhou para a pessoa em questão, Isane Kotetsu. Confuso e ainda sem acreditar no estado em que a mulher se encontrava, ficou parado observando ela se levantar, sem esboçar qualquer tipo de reação.

–O que foi? –Perguntou Isane confusa, vendo um ruivo estático na sua frente-

–Isa-Isane... Suas roupas... –Disse Renji ruborizado-

Ao olhar pra si mesma, Isane mostrou indiferença; Apesar de estar parcialmente nua, não parecia se preocupar com isso.

–Não tem importância. –Disse Isane com um olhar indiferente- Você já me viu nua... Então, pra que vou me esconder? Agora já é tarde.

–E-E-E-Eu já te vi nua??? –Disse Renji apavorado-

–É... Você esta me vendo agora não?

–Ah... Sim, claro.

–E então, você lembra algo de ontem? –Disse Isane em um tom muito confuso-

Renji paralisou. Não expressava reação e nem sentimentos. Ficava se perguntando se fizera o que não devia devido à bebida enquanto memórias desanexas passeavam pela cabeça dele, como em uma forma desesperada de responder a pergunta de Isane.

–Eu não me lembro de quase nada... –Disse ele em um suspiro de derrota-

–Eu também não. Por isso te perguntei. Acho que bebi de mais... Provavelmente vou me arrepender disso tudo mais tarde, estou nua na sua frente... Ai Deus...

–É... Bebemos de mais... –Disse o ruivo nervoso- Eu vou indo... Até!

Renji praticamente correu do quarto, sem mais nem menos, deixando uma Isane desolada para trás.

–O encontro com a Yoruichi! –Disse ele ao vento enquanto corria pelo corredor desesperadamente- Eu preciso chegar lá a tempo... Mas, onde é lá? Rukia não me disse onde era o encontro... Ou disse? Eu não lembro! Mas mais importante que isso, o que realmente rolou nessa festa? Preciso me lembrar!

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( A partir daqui a história será contada por Hitsugaya Toushirou )

Eu acordei de repente, em um único e súbito respirar. Levantei em um salto da cama e olhei o ambiente a redor, procurando Hinamori. Não a encontrei. Fiquei preocupado e fui até o banheiro, na esperança de vê-la.

–Ela não esta aqui... –Falei frustrado assim que entrei no banheiro e não a encontrei-

Voltei para o quarto e sentei na cama, lembrando-me dos momentos que passamos juntos ali, e tudo o que tínhamos feito. Apesar de tudo eu estava feliz, muito feliz, tive uma noite perfeita com a pessoa que amo. Olhei para o lado, fitando o espaço na cama que outrora era ocupado por minha amada. Senti saudades. Novamente eu estava abestalhado só de pensar nela. Levantei-me e fui fechar a janela, porque uma forte ventania adentrava por ela. Foi nesse momento que notei uma folha de papel dobrado em cima da cômoda do quarto. Era um bilhete de Hinamori para mim. Abri sem remorso.

“Toushirou, adorei passar todo esse tempo com você, na verdade, eu acho que isso virou uma necessidade. Estar com você é preciso pelo simples fato de eu te amar muito. Certamente iremos repetir o que fizemos nessa noite. Sim, em breve faremos de novo. Mas agora eu preciso ir embora, Aizen-Sama me deu uma ordem, liberar os vôos para o Japão, por isso eu estou indo cedo. Eu te amo ok?!

Até mais.”

–Como assim?!! Tem algo de errado nisso!! –Disse gritando, eu estava muito nervoso- Liberar os vôos para o Japão?! Isso não esta certo... Preciso correr...

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Prédio Principal da Organização G13. Sala de reuniões.

Yamamoto, Kyoraku, Unohana, Byakuya, Ukitake e Komamura já estavam aguardando na sala de reuniões a chegada dos demais membros para dar início às reuniões semestrais do G13.

–A reunião irá começar em 45 minutos. –Disse Yamamoto-

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–Urahara-san. Onde esta a Yoruichi?

–Olá Renji! Nossa, você esta um caco! Esta com a cara amassada, olheiras, roupa amassada... O que foi?!

–Longa história... Eu tinha que falar com a Yoruichi. Sabe onde ela esta?

–Porque eu saberia?

–Ela vive aqui né...

–Não sei não... Você não quer ir tomar um banho não?! Pode entrar, até porque se você ficar aqui na frente vai espantar minha clientela né...

–Não tenho culpa se sua casa fica bem atrás da sua lojinha de sexo...

–É um sex shop cara! Sex shop!

–Ta. Que seja... Eu vou entrar então...

–Se quiser tem comida pronta no fogão, já esta na hora do almoço quase mesmo...

–Tem veneno na comida?

–Não.

–Vidro moído?

–Não

–Droga?

–Não.

–O que tem naquilo?

–Nada. Porque acha que tem algo?

–Você nunca oferece comida...

–É porque esta sobrando...

Renji olhou com desdém para Urahara e seguiu até aos fundos, em direção a casa.