L'amore Ci Può Cambiare? escrita por Kori Hime


Capítulo 7
Capítulo 7 - Afflizione


Notas iniciais do capítulo

Caso tenha alguma dificuldade de compreender a descrição dos personagens, eu decidi salvar algumas imagens que combinem com elas.
Aqui é uma imagem que representa Bianca, Maria e Clayce. Nessa ordem:
http://i.imgur.com/Pn8LLEI.jpg
Anos 20~30



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A apresentação daquela noite não foi como Maria desejou. Ela estava nervosa e esqueceu algumas falas, mas graças a sagacidade de seus companheiro de palco, conseguiram manter o ritmo sem que os telespectadores na plateia percebessem. Mas atrás das cortinas de veludo, nos bastidores, o burburinho se intensificava. Assim que Maria agradeceu aos aplausos, e junto com seus colegas deixaram o palco, ela se desculpou pelo seu péssimo desempenho, dando como desculpa o trabalho excessivo. Felizmente a temporada estava quase no fim e agora eles iriam fazer uma apresentação por semana até o final do mês, ou seja, faltavam quatro apresentações para deixarem Paris e seguirem para o próximo destino. Inglaterra.

No camarim, Donatella parecia irritada pela noite não ter saído como esperado, afinal, o embaixador estava no camarote vip. Mas também não comentou nada de maneira grosseira ou irritada como costumava fazer. Maria pensou se aquele tratamento era devido o interesse de Hades sobre ela. O que não gostou nada de saber que sim, estava sendo polpada por isso.

Um carro de aluguel aguardava na saída do teatro. Maria desceu as escadarias vestindo suas luvas, ajeitando o chapéu na cabeça. A noite estava tranquila e prazerosa. Ótima para uma caminhada, mas havia combinado com Hades de se encontrarem. Depois daquela fatídica noite, todo o desejo de conversar com aquele quem se intitulava deus dos mortos, havia evaporado como a água fervendo em uma chaleira.

Assim que chegou ao hotel, o motorista do carro de aluguel abriu a porta do carro, segurando a mão de Maria ajudando-a descer. Algumas jovens garotas se aproximaram, com suas cadernetas e canetas em mãos, pedindo o autógrafo de Maria.

– Meninas o que fazem essa hora na rua? – ela teve que perguntar, pois era quase meia noite e a rua não era um local para jovens desacompanhadas, sabendo que havia alguém decepando cabeças por aí.

– Nossos pais não nos deixam ir ao teatro, então fugimos para vê-la. – Uma delas comentou.
Maria queria dizer que não podiam fazer isso. Mas quem era ela para dar ordem aquelas garotas? Bem, ao menos poderia dar um exemplo.

– Eu compro todas as revistas que a senhorita aparece. Tenho uma coleção. – A que parecia mais jovem sorria, emocionada.

– Fico imensamente feliz com o carinho de você. – Ela assinalou um autógrafo na caderneta de cada uma, abraçou e deu um beijo nas cinco garotas. Depois virou-se para o motorista do carro. – Por favor, leve essas jovens até suas residências. Certifique-se de que elas estejam dentro de casa antes de ir embora. – ela olhou novamente para as garotas que pareciam super animadas. – Meninas se cuidem.

Quando o carro partiu, Maria entrou no hotel. Gentilmente ela parou todas as vezes que foi solicitado, as pessoas queriam parabenizá-la pelo seu trabalho, mas nem todas pareciam gostar de sua presença. Vez ou outra ela via desprezo nos olhares alheios, mas não deixava que isso a abatesse.

Assim que chegou ao seu quarto, tirou as luvas e o chapéu, deixando-os sobre a cama. Sentou-se na poltrona e retirou os sapatos, sentindo um alivio agradável nos dedos dos pés. Ela relaxou o corpo, fechando os olhos, sentindo aquela sensação boa de ser abraçada pelo sono. O que não durou muito, pois um calafrio percorreu seu corpo.

Ao abrir os olhos, Maria não estava mais sozinha no quarto.

De costas, em frente a janela, observando a cidade lá fora, estava Hades. E ao seu lado, havia uma jovem com uma aparência fria. Mais ou menos quinze anos, cabelos loiro longo e liso. Vestia um vestido comportado e juvenil. Maria imaginou se ela não era uma adolescente morta por sua aparência gelada.

Hades virou-se então para a jovem: – O que você acha, oráculo. Ela pode ser?

– Sim, eu a vi em meus sonhos. – Não era somente a pele pálida e os olhos frios daquela jovem que deixava Maria com calafrios. Mas também sua voz assombrada. – Sinto muito, senhor.

– Não sinta menina. – Hades levantou a mão e mandou que ela deixasse o quarto.

Assim que a jovem fechou a porta, Maria conseguiu abrir a boca e falar. Até então ela estava congelada de pavor.

– Quem é ela? E o que quis dizer sobre os sonhos?

– O mais importante não é quem, mas sim o que ela faz. – Hades vestia um elegante paletó com camisa cor de vinho e gravada de seda. Seus cabelos tão bem penteados para trás. Ele tirou do bolso um cachimbo e então o acendeu. Sem isqueiro ou fósforo.

Sentou-se na cama de Maria, enquanto ela permanecia na poltrona ao lado.

– Você a chamou de oráculo. Quer dizer... um oráculo como nas histórias mitológicas?

Hades deixou escapar um sorriso. Ele não gostava muito de dar explicações, era cansativo até porque os mortais eram céticos. E definitivamente ele não era o tipo de pessoa (deus) que perdia seu tempo numa conversa sem fim sobre quem era e o que fazia.

Mas ele não poderia negar a Maria uma bela história.

– Píton era uma grande serpente. Ela vivia na cidade de Delfos e protegia os oráculos. Mas Apolo a matou, por ter feito mal a Leto, quando ainda estava grávida de Ártemis e Apolo. Apesar da vingança ele foi punido. E a partir de então uma terrível maldição recaiu sobre os oráculos que vieram depois. A cada centena de anos um novo oráculo é levado por Píton.

– Oh! Mas que história horrível. – Maria levou as mãos a boca. Ela se levantou e caminhou pelo quarto. – Aquela pobre menina. O que acontecerá com ela?

– Não se preocupe. Ela tem um coração de pedra. Impossível se apaixonar e ser levada por Píton. – Hades soltava pequenas esferas de fumaça no ar. – Agora você, minha cara. A história pode não ser tão feliz.

– O que quer dizer comigo? – Maria arregalou os olhos. Aquela história era absurda demais para ser verdade. Mas tudo o que vira até hoje era tão absurdo, que já não sabia o que era mito, magia ou realidade.

Hades não teve oportunidade de responder aquela pergunta. A porta foi aberta e Donatella apareceu. Seus incríveis olhos verdes estavam marejados, como se ela estivesse chorando.

– Senhor. – Donatella dirigiu-se até Hades. – Aconteceu.

– Decepcionante. – ele comentou. – Então o oráculo enganou-se.

– Eu acredito que não, senhor. – Donatella olhou para Maria e depois para o senhor dos mortos. Ele permitiu que ela dissesse o que fosse na frente da atriz. – Ela levou a pessoa errada.

– Quem? Que pessoa errada? Do que ela está falando? O que está acontecendo? Eu preciso saber. – Maria parou na frente de Hades, exigindo que ele lhe desse uma explicação.

Tranquilamente o deus do mundo inferior apagou seu cachimbo:

– E quem ela levou?

– Bianca.

Maria não soube dizer o que aconteceu depois. Ela sentiu uma leve tontura e seu coração acelerou. Suspeitava de quem poderia tê-la levado e o que havia feito, mas até que se provasse o contrário, Maria não iria acreditar. Embora desmaiada não fosse de grande ajuda.

Ao acordar, sentiu a presença esmagadora de Hades no quarto. Ele estava sentado na poltrona e ela na cama. Inverteram as posições.

– Ela está viva? – lágrimas caíam, a dor pesava em seu coração.

Hades não respondeu.

Maria gritou, levando as mãos ao rosto. Chorou por um tempo que não soube dizer quanto durou. De repente, ela calou-se. Seus olhos inchados, o rosto molhado.

– Como aconteceu? – Perguntou, com os olhos de Hades fixos em seu corpo. – Oh! Não. Não me diga que foi por minha causa. Responda! – Gritou.

– Sim. Foi.

– Não! É mentira. – Maria arrastou-se pela cama, até cair no chão. Segurou-se nas pernas de Hades. – Diga que é mentira.

– Ela foi levada por Píton. Átila tentou salvá-la no fundo do mar. Mas um submarino inimigo capturou o sinal e enviou uma bomba.

– Porque ela. Porque não eu?

– Donatella me disse que ela usava um casaco seu. Isso atraiu o seu cheiro. – Ver a culpa nos olhos de Maria compadeceu o deus. Ele a abraçou, quando Maria não conseguia mais proferir uma palavra, afundada em dor e sofrimento pela morte de alguém inocente. – Minha cara. Precisamos tirá-la daqui.


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Notas finais do capítulo

É, eu sabia que ia me empolgar na história, mas tentarei não alongar muito.
Beijos :D