L'amore Ci Può Cambiare? escrita por Kori Hime


Capítulo 8
Capítulo 8 - Narrazione


Notas iniciais do capítulo

E finalmente, alguém vem do mar :D
Eu adicionei a categoria Heróis do Olimpo porque nesse capítulo eu utilizei um trecho falando sobre Romanos.



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Quando abriu os olhos, Maria não reconheceu o quarto do Hotel em que estava hospedada. A atriz vestia uma camisola preta de seda, os cabelos soltos sobre seus ombros e uma dor de cabeça desagradável. Ela sentou na cama, permitindo-se alguns minutos para colocar a cabeça em ordem. Não demorou muito para a tristeza tomar conta de seu peito ao recordar-se de Bianca. Então chorou.

Uma hora depois, sentia os olhos arderem e o rosto inchado. Maria se levantou, descalça, caminhou pelo chão gelado. O quarto em que estava era todo branco. Os móveis de madeira sem qualquer pintura. Rústicos e muito bonitos. Havia alguns jarros pintados a mãos, eles pareciam contar uma história. Um homem lutando contra um gigante, depois carregava um leão nos ombros. E por fim, com uma mulher em seus braços.

Maria sentiu uma brisa agradável entrar pela fresta da janela. E quão grande foi a surpresa ao abri-la, deparando-se com uma vista paradisíaca. O sol iluminava o mar como uma luz iluminava uma obra de arte no museu. O céu era azul e sem nuvens. Deduziu que poderia estar em uma ilha, pois não via nada mais que um belo vilarejo de casas brancas e o mar.

Maria afastou-se da janela, confusa e ao mesmo tempo maravilhada com a vista. Ela remexeu o quarto em busca de suas coisas. No guarda roupa, seus pertences estavam bem guardados. Roupas penduradas, sapatos organizados, até mesmo algumas roupas novas. Incluindo um elegante vestido branco. Decidiu tomar um banho, encontrando o banheiro na porta ao lado.

Mergulhou na banheira de água morna e sabão. Concluiu que aquilo deveria ser obra de uma única pessoa. Não estava brava com ele. Pelo contrário, sentia-se segura em sua presença. Mesmo que Hades não estivesse no mesmo comodo que ela, Maria sentia sua presença solta no ar.

Após o banho, enquanto penteava seus cabelos, uma vibração diferente tomou conta do ar. Era como se a brisa do mar fosse mais densa e rigorosa. Maria ouviu o barulho da porta e virou-se, deixando a escova de cabelo sobre a penteadeira.

– Como se sente? – Perguntou Donatella, que trazia uma bandeja com chá e biscoitos. – Eu lhe trouxe um chá muito bom. Ajuda a relaxar.

– Onde estamos? E principalmente, porque estamos aqui? – Perguntou séria, decidia a obter uma resposta convincente a qualquer custo. E não foi tão difícil quanto imaginou.

– Estamos na Grécia. – Donatella sorriu, sua calmaria era tal como se estivesse dizendo que estavam em uma loja na Champs Elysees. – Uma ilha particular é claro. Onde os mortais não costumam visitar.

– Mortais?

– Sim. Aqui é mais um refujo temporário para meio sangue e deuses. Mas depois da primeira guerra, essa ilha ficou um pouco abandonada. Ocorrem muitos saques no mar.

– Donatella. – Maria a chamou, tentando interrompê-la. Estava tudo indo muito rápido, precisava de tempo para assimilar toda aquela história. – O que você é?

– Sou uma produtora de teatro. Como já sabe.

– Não. Eu não digo o seu trabalho. Quero saber o que você tem a ver com tudo isso.

– Oh. – Donatella servia o chá, mesmo que Maria tenha dito que não era necessário se incomodar. – Bem, eu sou uma meio-sangue. Quer dizer que sou filha de um deus com uma mortal. Mas isso já faz muito tempo. Aconteceram algumas coisas que me permitiram viver mais do que os mortais.

– Tudo bem. – Maria precisou sentar. – Quem é seu pai? E como você conheceu Hades?

– Sou filha de Thanatos. – ela caminhou pelo quarto e parou diante da cama, começou a arrumar os lençóis e afofar os travesseiros. – Quando eu estava com oito anos, mamãe morreu em um acidente trágico. Nossa carruagem perdeu o controle, os cavalos ficaram loucos e então despencamos de um morro. Thanatos veio buscá-la. Foi quando eu o conheci. Sobrevivi porque ainda não era chegada a minha hora. Achei injusto no momento, mas decidi viver e esperar a hora certa chegar. Então... bem a história é muito longa.

– Sinto muito.

– Não sinta. Eu sei que você também teve alguns problemas com a família.

– Hades te contou? – Maria sentiu-se decepcionada por ele ter dito algo particular.

– Não. Ele não me disse. Mas eu posso sentir isso vindo de você. Era para você ter morrido, mas não morreu. Assim como eu. Existe uma aura de morte ao seu redor.

– Você também pode encontrar pessoas mortas? – Maria perguntou, mas estava quase arrependida disso quando Donatella a olhou um pouco assustada. Se uma pessoa que sente a morte acha isso assustador, então não deveria ser algo bom.

– Eu sinto a presença da morte. Mas não posso vê-la ou saber quando vai acontecer.

– E quando você se tornou produtora de teatro?
Donatella terminou de afofar as almofadas.

– Eu trabalhava como modelo vivo nos ateliê em Roma. Foi quando recebi a visita de Plutão.

– Plutão?

– As mitologias gregas e romanas, eles possuem nomes diferentes, aparências também. Hades é Plutão em Roma. Ele comprou o ateliê, infelizmente era onde eu também morava. Mas não fui despejada. Ao contrário, recebi um emprego e roupas novas. Dizia ele que meu pai não estava muito satisfeito em saber que eu tirava a roupa para que os outros pintassem meu corpo em telas.

– Você é incrível. – Maria comentou, maravilhada com a história de Donatella. – Eu não sabia de nada disso.

– Ninguém sabe. Foi há muito tempo atrás. Os quadros foram todos removidos do ateliê.

– E foram destruído?

– Não. O senhor Hades não iria permitir que isso acontecesse. É um amante das artes em geral. Eles estão aqui.

– Aqui?

– Sim. Estão pendurados nas paredes da mansão. É um pouco estranho ver seu corpo espalhado pela casa. Mas já me acostumei. Vamos, eu vou te levar para conhecer a mansão.

– Eu não sei. – Maria encolheu os ombros. – É adequado eu sair do quarto?

– Claro que sim. Pode ir e vir quando quiser. Em anos você é a primeira mulher que pisa os pés nessa casa. – Donatella abriu a porta. Ela estava bem diferente do que Maria costumava ver nos bastidores dos espetáculos. As duas saíram e caminharam por um estreito corredor. Não demorou para os quadros aparecerem.

Maria os admirou. Era belo como o corpo feminino fora capturado pelos artistas em geral. O que lhe chamou mais atenção nem fora a nudez exposta, mas sim a data em que aqueles quadros teriam sido pintados. Era como se Donatella tivesse vivido todo o século passado. Mas era impossível, certo? Então ela teria uns 120 anos?

Elas saíram do corredor e desceram as escadas. Donatella ia na frente informando algumas curiosidades da construção daquele lugar. Além de seus hóspedes frequentes. Eram celebridades ao qual Maria não imaginava que poderiam ser meio-sangue.

– Hoje recebemos a visita inesperada do Senhor Poseidon. Ele e seu filho estão na marina conversando com o Senhor Hades, logo retornam.

– Você quer dizer que o deus mitológico rei dos mares está aqui?

– Sim. – Donatella abriu as portas duplas da sala. Maria entrou em seguida, admirada com tamanha riqueza dos móveis e objetos. Era como voltar a milhares de anos atrás, na verdadeira Grécia.

– É lindo. – Maria caminhou pela sala, estava fascinada com a decoração, mas também assustada. Seria possível esse mundo existir? Bem, talvez, depois de tudo que presenciara até então em sua vida. Essa seria fatalmente uma boa explicação.

– Maria minha cara, vejo que acordou. Ainda bem, já imaginava que Hipnos havia passado por aqui e a feito dormir mais do que necessário. – A presença dominante de Hades preencheu a sala fria.

Mas não era somente ele que esmagava o ar com seu poder. Logo atrás vinham dois homens e uma mulher. Maria conhecia dois deles. Átila e Calyce. Mas o terceiro, que parecia mais velho, era desconhecido.

Não foi difícil descobrir que aquele era o deus dos mares. Maria podia sentir sua energia. E também Donatella havia dito que ele estava lá. Então, concluiu certo.

– Quem é Hipnos? – Ela perguntou, sentindo-se tola, pois não conhecia todos os deuses e semideuses da mitologia Grega.

– Não importa. Venha, vamos almoçar. Espero que esteja com fome. Poseidon pescou alguns peixes e Calyce fez sua mágica na cozinha. – Hades segurou a mão de Maria, e após um beijo gentil, ele a levou na direção da outra sala, onde havia uma grande mesa com várias cadeiras. A mesa estava posta e repleta de comida. O peixe estava cheirando bem e acompanhado de pães, arroz, molhos e frutas. Além, é claro, de vinho tinto.

Hades puxou a cadeira para que Maria sentasse. E isso desencadeou uma serie de atitudes cavalheirescas ao redor da mesa, quando Átila ajudou Donatella e Poseidon ajudou Calyce.

Eles conversavam como se nada ruim houvesse acontecido. Maria não tocou em seu prato, não queria ser grosseira, mas também não queria compartilhar aquele momento. Afinal, sua melhor amiga havia morrido em seu lugar.

– O que há, minha querida? Não gostou da comida? – Hades perguntou, tocando sua mão.

– Perdoe-me pelo comportamento inadequado. Mas eu não estou vendo motivos para comemorar.

– Nós é que devemos pedir perdão, senhorita Di Angelo. – Poseidon bebeu do vinho e em seguida limpou os lábios com o guardanapo. – Tenho certeza que foi uma perda irreparável. Se houver algo que possamos fazer, nos diga.

– Bem, já que tocou no assunto. – Maria virou-se para Hades e ele soube no instante seguinte o que ela iria pedir.

– Sinto muito querida. Não posso interferir nesses casos.

– Mas não é justo! Ela morreu no meu lugar. Eu deveria ter morrido. – Maria olhou para Átila. Queria questioná-lo porque ele não a salvou, o que impediu de mantê-la viva. – Você a amava? – Foi tudo o que conseguiu perguntar.

– Como jamais amarei outra pessoa. – Suas palavras eram carregadas de dor. – Eu sinto tanto.

– Não foi sua culpa. – Calyce o consolou, segurando a mão de Átila, apertando-o para confortá-lo. – Ele a levou para o navio de Poseidon aquela noite. Era para ser uma surpresa romântica. – As palavras de Calyce,apesar de serem gentis, mais pareciam pedras de gelo. Talvez ela estivesse acostumada a perder pessoas queridas. Ou Bianca não era tão querida assim, Maria não sabia o que pensar. – Foram atacados por um submarino inimigo, logo após do barco virar. Se alguém tem que ser responsabilizado pela tragédia, eu digo que somente um grupo poderá pagar.

– Calyce. Você não tem provas. – Poseidon interferiu.

– Mas senhor. Eles nos ameaçaram. – ela protestou.

– Eles não sabiam. – o deus do mar parecia tranquilo. – Os Romanos não podem ser responsabilizados por aquilo que eles sequer sabem que fizeram.

– Desculpe, mas do que estão falando? – Maria estava confusa. Toda aquela história era um pouco demais para ela.

– Talvez eles não tenham culpa agora. Mas na última guerra fizeram alguns estragos. – Hades introduziu-se na conversa. – Embora temos aqui uma das estrelas vencedoras. – ele apontou para Átila.

– Meu caro tio. Não tenho a intenção de ser uma estrela em meio a tantas mortes.

– Mas você derrotou o inimigo. – Poseidon completou orgulhos. – Fez valer nosso sangue.

Donatella quebrou seu silêncio, o que deixou Maria mais aliviada, já que ela não estava entendendo do que falavam. Embora o assunto não tivesse mudado: – Fritz estava cego pelo ódio e louco pela perda de sua família.

– Isso não é motivo de iniciar uma guerra e matar milhões de inocentes. – Calyce alfinetou.

– O filho de Zeus morreu honrosamente. Deixemos de lado seus motivos e consequências.

De alguma forma, Maria conseguia captar algum tipo de rivalidade entre as duas mulheres.

– Muito bem. Vamos honrar a memória daquele que deu inicio e fim a guerra. Que não haja outras daqui em diante. – Brindou Hades. – Mesmo porque o que não precisamo agora é uma superlotação no submundo.

O resto do almoço foi movido a histórias antigas e uma tentativa de situar Maria no que acontecia. Ela voltou para o quarto, após ser liberada de lavar a louça, quem o fizera foi Átila e Poseidon. Hades deixou a mansão sem muitas explicações, enquanto Donatella e Calyce discutiam qualquer assunto na sala de música.

Apesar da agitação e o excesso de informação, ela não se sentia tão bem desde a primeira vez que pisara no palco, como se tivesse encontrando seu segundo lar.


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Notas finais do capítulo

E ai? ;D