L'amore Ci Può Cambiare? escrita por Kori Hime


Capítulo 10
Capítulo 10 - Pranzare


Notas iniciais do capítulo

Pranzare = Jantar (Segundo o dicionario Michaelis)



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Dois dias foi o necessário para Hades recobrar sua consciência. Donatella estava ao lado dele, com uma taça de néctar de ambrósia nas mãos. Ela ofereceu ao deus, mas foi negado por ele. Sentia uma leve tontura e dor no corpo, devido ao veneno de Píton que ainda havia resquícios em seu organismo. Ele bufou, resmungando. Tentou sair da cama, mas Donatella o impediu, implorando para que ele descansasse um pouco mais.

O deus só aquietou-se quando Maria entrou no quarto, carregando uma bandeja com o almoço que preparara. Não era todo dia que estava a mercê dos cuidados de uma bela mulher. Isso foi um incentivo para ele continuar deitado.

Donatella decidiu deixá-los a sós, fechando a porta assim que saiu do quarto.

Cookie estava deitada ao lado da janela, tomando sol, para se esquentar. O dia esfriou após uma ventania naquela manhã.

Maria preparou a receita que aprendeu com sua mãe. Sopa de mariscos. Hades levantou os braços, deixando que ela arrumasse a bandeja em seu colo e colocasse o guardanapo preso na gola do pijama de seda que ele vestia.

Algumas lembranças dos dias passados eram bem frescos na memória do deus. Apesar da sua condição física ter sido comprometida, Hades recordava-se perfeitamente de Maria passando a esponja pelo seu corpo. Era doentio, mas poderia levar picadas de cobras mais vezes, só para ter o prazer de receber tais cuidados.

– Pare de me olhar desse jeito. – ela reclamou, sentada na cama, aguardando que ele terminasse de comer a sopa.

– De que jeito eu a olho? – Perguntou, divertindo-se com o embaraço da mulher.

– Como se pudesse ler minha mente.

– Oh! Isso. Mas eu não posso ler a sua mente, então fique sossegada. – Hades não sentia fome, mas queria agradá-la. Tomou toda a sopa e limpou a boca com o guardanapo. – O que temos para sobremesa?

Maria retirou a bandeja, deixando-a na mesa. Cookie espreguiçou-se manhosa, girando o corpo no chão e ficando com a barriga para cima, como se pedisse um carinho. Maria não pode negar uma coçadinha na barriguinha da cadela, acariciando os pelos negros da doberman.

– Calyce me disse que você enfrentou Píton. É verdade?

– Sim. – Hades respondeu e depois assobiou, mas Cookie sequer se mexeu do lugar, estava completamente desarmada nas mãos da atriz que lhe acariciava o pelo. – O que fez com minha menina?

O deus reclamou enquanto Cookie relaxava aos cuidados de Maria.

– Cookie gosta de carinho no pescoço.

– Pela morte! Que raios de nome é esse?

– Ora. Foi o nome mais adequando que eu encontrei. – Maria tentava se equilibrar com Cookie em cima dela. – Sentada menina. Vamos! – Maria exclamou em italiano. A doberman acalmou-se, já acostumando aos comandos em outro idioma.

– Imagino o que você não faria com Cérbero.

– Quem é ele?

– O mascote do mundo inferior. – Hades tentou sair da cama e imediatamente Maria posicionou-se ao lado dele para ajudá-lo. – Preciso ir no banheiro.

– Tudo bem, vamos com cuidado. – Ela o segurou em volta da cintura, caminhando bem devagar. E quando notou que Hades segurava uma risada, largou-o no meio do quarto. – Que atrevido! Queria que eu o levasse ao banheiro sendo que não precisa de ajuda?

– Desculpe, cara mia. Eu não pude resistir.

– Bastardo! – Maria irritou-se. – Venha Cookie.

A cadela disparou em direção a porta, atrás de sua dona.

Hades retornou para a cama, levou as mãos atrás da cabeça e fitou o teto, contente.

Maria permaneceu o resto da tarde na praia com Cookie. Ao retornar, já no pôr do sol, encontrou a casa num silêncio absurdo. Imediatamente Cookie se colocou na frente de Maria e rosnou. A sala estava iluminada por velas. A lareira acessa, esquentava o ambiente. A noite lá fora iniciava-se fria. Maria chamou por Donatella, e não obteve resposta. Ela ouviu um barulho vindo da cozinha. Cookie foi na frente, esperta e atenta a qualquer ruído. Quando chegaram ao cômodo, encontraram Hades em frente a bancada de madeira cortando legumes.

– Pegue uma faca na gaveta e venha me ajudar com o jantar.

Maria não soube o que dizer, senão amarar o avental na cintura e pegar uma faca. Hades explicou que poderia começar com as batatas e cenouras. Ele picava as cebolas numa agilidade bem impressionante, enquanto falava sobre uma época em que os tomates eram taxados de venenosos, isso porque naquela época, as pessoas não possuíam higiene necessária para manter uma cozinha longe das doenças.

Depois de cortados e lavados, Hades trabalho na frente do fogão, misturando os ingredientes mexendo a panela com uma colher de pau. Maria experimentou para saber se o sal estava no ponto. Ela aprovou e uma hora depois os dois estavam sentados a mesa saboreando a refeição.

– Se me dissessem que um dia o deus da morte iria preparar meu jantar, eu com certeza internaria a pobre alma. – ela sorriu, satisfeita com a refeição. Comera tanto que sentia o corpo amolecer.

– Talvez, tenhamos mais em comum do que você possa imaginar. – Hades não comeu tanto quanto Maria, mas estava satisfeito com a companhia.

– Eu sempre achei que fosse diferente. – Maria largou o guardanapo sobre o colo, enquanto Cookie se aproximava procurando algo para comer. – Mas isso? É um pouco demais.

– O que você possui é um dom.

– Encontrar pessoas mortas não me parece um dom muito especial, se eu não puder impedir que elas morram.

Ele a olhou no fundo de seus olhos. Podia senti-los vibrar.

– Não se torture cara mia. – Hades segurou-lhe a mão e acariciou, antes de depositar um beijo sobre a pele macia e quente. – Eu tenho algo para você.

– Um presente?

– Pode-se dizer que sim. – eles se levantaram, Hades lhe deu o braço e Maria capturou-o com veemência. Cookie foi atrás dos dois que subiram para o andar de cima, chegando no quarto de Maria. Sobre a cama, a morena encontrou algumas máquinas fotográficas e também uma câmera filmadora Francesa Pathé.

Maria abriu a boca surpresa. Caminhou até a cama como uma garotinha no dia da manhã de Natal. Hades sorriu.

– Que maravilha. – Suas mãos hábeis e curiosas mexiam nas câmeras com tamanha afinidade.

– Que tal um passeio amanha? Vamos filmar alguma coisa amanhã.

– Porque não hoje? – ela fez um bico.

– Tudo bem. Que tal filmar Cookie trucidando algum monstro marinho de meu irmão?

A doberman rosnou a contra gosto.

– Não! Nada violento.

– Então deixe-me tirar uma foto sua. – Hades pegou uma das máquinas fotográficas e a preparou para foto. Maria fez uma pose de diva sentada na poltrona. Depois mandou beijos para a câmera. Sua naturalidade diante da lente era incrível. Hades não poderia estar mais facinado.

Após diversas fotos tiradas, Maria não resistiu e pegou a câmera das mãos do deus. Pediu para ele também fazer uma pose.

– Acho que não é uma boa ideia.

– Não seja bobo. Quero uma fotografia sua.

– Eu não gosto disso.

– Ah! Vamos. Sorria.

Hades tentou fugir, mas Maria o encurralou no canto da parede, segurando a máquina. Através da lente, ela capturou a imagem do deus em sua forma mais humana. Maria deixou a máquina em cima da poltrona. Ela parou diante de Hades e tocou seu rosto frio. Ela o abraçou, ficando na ponta dos pés para alcançá-lo completamente nos lábios. Selando seu beijo da morte.


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Notas finais do capítulo

Beijo :D