Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Perdão pela demora mais uma vez? Desculpem, sério! Este capítulo foi muito difícil de escrever, porque não queria que fosse rápido demais, mas pareceu-me certo.
Boa leitura!



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O Rompimento

– Liz, estava à tua espera! – Linidus exclamou assim que ela entrou no seu quarto.

– Eu sei que este palácio te pertence, sendo tu filho do rei, mas eu pensava que tinha direito à minha privacidade. – Ela disse, olhando para o quarto.

– Eu não toquei em nada.

– Ainda bem. – Ela retorquiu, guardando o seu diário na sua mochila. – O que estás aqui a fazer?

– Eu fiz uma burrada, Liz! – Ele confessou, desesperado, atirando-se para cima da cama da ruiva, que se ajoelhou ao seu lado para o ver.

– O que fizeste? – Ela perguntou, revirando os olhos.

– A seguir ao jantar, eu fui falar com a Rosez e disse-lhe que a amava e beijei-a. – Ele disparou.

– E ela retribui o sentimento? – Liz perguntou, colocando as mãos no peito de Linidus, ouvindo o coração acelerado pelo desespero.

– Eu não sei!? – Ele respondeu meio incerto. – Eu meio que lhe disse que a amava e beijei-a logo a seguir e ela empurrou-me, olhando para mim como se eu fosse um mero desconhecido que a beijou. Então, eu saí dali.

– Linidus, não temos tempo para essas crises. Amanhã eu partirei, assim como Legolas, e tu não queres deixar as coisas mal esclarecidas, certo? – Ela perguntou. – Ouve lá, tu tens de voltar lá e perguntar-lhe o que ela sente. É o mais correto. Rosez é uma criatura adorável, apesar de um pouco cruel com os humanos, mas tem bom coração. Além disso, és filho de um rei, não te tratará mal, nem te humilhará. De que tens medo?

– De ser rejeitado com todas as palavras. – Ele respondeu, chorando. – A rejeição é uma dor indescritível. E, quando abandonei Rosez, ela deve ter sentido essa dor. É impossível que ainda me ame.

– Hey!, não chores. – Ela pediu, deitando-se ao seu lado e abraçando-o. – Tu já deste o primeiro passo. Agora é só esperar.

– Eu sei, mas talvez devesse ir embora de novo.

– Nem pensar! E dou-te várias razões para não o fazeres: primeiro, já o fizeste uma vez e arrependeste-te; segundo, tens que dar oportunidade a Rosez para ela lhe dizer o que lhe vai na alma; e terceiro, vai haver uma batalha, tu tens que proteger a tua terra! – Ela deu-lhe a mão, passando-lhe força e emanando paz para ver se ele se acalmava.

– Eu sinto que tens razão. – Linidus disse, suspirando e limpando as lágrimas. O seu coração estava finalmente mais calmo. – Chamam-te a fogueira, mas deviam chamar-te antes a sapiente, pois guardas uma sabedoria que nenhum ser da tua idade deveria ter.

– Ah, Linidus! – Ela suspirou com um sorriso. – Eu estou tão feliz que estejas atrás daquilo que queres. Agora só falta Rosez dizer algo. E o que quer que seja tens de o enfrentar.

– Eu sei. – Ele olhou-a nos olhos. – Agora será que me podes dizer o que é isto? – Ele perguntou, mostrando-lhe o Anel de Paz.

– Isso é meu! – Liz respondeu sem, no entanto, pegar nele. – Linidus, tu não tens o direito de mexer nas minhas coisas. Isso estava escondido.

– Eu encontrei-o no tocadouro. – Ele retorquiu.

– Eu sou tão estúpida. Qualquer um podia ter visto… - Liz interrompeu-se. – Não interessa! Vai coloca-lo no seu lugar.

– Pega nele! Ele é teu, não é? – Linidus perguntou.

– Sim, mas… - Ele parecia divertido. – Oh, por amor de Eru… O Doe contou-te quem eu sou, não contou?

– Bem, ele disse-me que tu tens a missão da paz, não me contou quem tu eras.

– É a mesma coisa. – Liz disse, pegando no seu anel, que brilhou momentaneamente. – Ele não o devia ter feito. – Liz colocou-o na gaveta, fechando-a de seguida. – Não podes contar a ninguém, Linidus, muito menos ao teu irmão. Ele odeia-me!

– Ele contou-me que sentia algo por ti.

– Pela criança que eu fui. – Liz corrigiu-o, apertando-lhe ainda mais a mão. – Agora cala-te! Não gosto de discutir este assunto.

– Mas… - Linidus foi interrompido pela porta do quarto de Liz sendo aberta rapidamente.

– Liz, eu estive a… - Legolas interrompeu-se ao ver Liz e Linidus deitados lado a lado na cama, se abraçando.

– Legolas, eu e Liz estávamos apenas a conversar. – O irmão retorquiu rapidamente, levantando-se. – Por favor, não penses coisas erradas.

– É um pouco difícil, Linidus! – O mais velho suspirou, fechando os olhos. – Mas vocês são ambos desimpedidos e…

– Não sejas idiota, Legolas, jamais me envolveria com teu irmão, ou com alguém da tua família… Seria profundamente estranho. – Liz assegurou, levantando-se lentamente.

– Não há necessidade de mentir, caros. – Legolas sorriu. – Eu já sou adulto, percebo que…

– Hanar, disse-te a mais pura verdade.

– Honeg… - Legolas interrompeu-se, voltando o seu olhar para Liz. – Perdão! Eu…

– O que me vinhas contar? Era sobre Rosez? – Ela perguntou, interrompendo-o.

– Sim. – Ele respondeu. – Ela estava um pouco transtornada e ficou ainda mais quando lhe perguntei se ela realmente me amava. – Linidus olhou de Legolas para Liz.

– Por que é que fizeste isso? – Ele perguntou.

– Liz contou-me que existe alguém que ama Rosez e que há uma possibilidade de ela amar esse ser de volta. – Ele respondeu prontamente.

– E como é que Liz sabe disso? – Linidus perguntou por entre os dentes.

– Isso não interessa! – Liz intrometeu-se. – O que disse ela?

– Ela pediu-me mil perdões e desabou a chorar, dizendo que queria, mas que era incapaz de mandar no coração e que não conseguia amar-me. – Legolas respondeu, sentando-se numa cadeira que Liz tinha no quarto. – Depois falou-me de ti, Linidus…

– De mim…? – Ele perguntou, a voz falhando ligeiramente.

– Sim, ela disse-me que te amava e que to confessou há anos, mas que tu fugiste desse amor. – Legolas olhou para Liz que mordia o lábio inferior. – Tu rejeitaste-a?

– Sim.

– Porquê? Porque não a amavas? Porque acreditavas que merecias melhor? É por isso que estás aqui, com Liz?

– Não! – Linidus exclamou indignadamente. – Liz é linda, mas eu não tenho nem quero nada com ela, por Ilúvatar!

– Hey, não precisas de ser indelicado. – Liz retorquiu suavemente.

– Desculpa, mas honestamente, Legolas, como é que podes ser tão…? Eu rejeitei-a por tua causa! Rosez iria ser tua mulher!

– Mas eu só a escolhi há alguns anos, muito depois de tu a teres abandonado.

– Mas nosso pai sempre o quis! – Ele exclamou. – Estava sempre a falar-me e a dizer que ela era perfeita para ti, que seria uma grande rainha um dia! – A sua voz estava agora elevada. – O que querias que eu fizesse? Que assistisse ao vosso casamento?

– Que lutasses por ela, talvez? – Legolas respondeu com outra pergunta, levantando-se e apontando-lhe o dedo acusador. – Afinal, o que é o amor para ti?

– Tu tens uma moral! – Ele gritou. – Tu escolheste Rosez sem sequer a amar! E a única vez que contestaste o costume de teres que te submeter à esposa designada pelo pai não foste capaz de lhe dizer que estavas a contestar essa lei porque acreditavas ter encontrado uma criança que seria um dia a mulher perfeita para ti.

– Tenham calma! – Liz pediu, tentando emanar uma certa paz, mas sem sucesso.

– Isto é tudo culpa tua! – Linidus acusou.

– Tu é que não te entregaste ao amor e a culpa é minha? – Legolas perguntou. – Nem sequer tentaste dizer ao nosso pai que amavas Rosez. Aliás, nem sequer a ela lhe disseste! Ela pensou que tu não a amasses, que tu a tivesses rejeitado! Que tipo de Elfo és tu?

– Ouçam, não vale a pena se desentenderem. – Liz colocou-se no meio deles. – Rosez ama Linidus, ponto final. Além disso…

– Isso tudo seria fantástico se Linidus ainda sentisse o mesmo por ela, Liz, porque Rosez merece ser feliz. Como tu bem me disseste, ela iludiu-se comigo, ela merecia agora ser feliz. – Linidus ia falar, mas ele impediu-o. – Desculpa, honeg! Eu não te posso obrigar a amar Rosez de novo, eu percebo que não mandas no teu coração, e ela terá de entender isso. No entanto, talvez seja melhor não lhe dizeres o que sentes por Liz até nós os dois partirmos amanhã. Ela já não a tem em grande consideração, dizer-lhe que vocês estão juntos seria cruel demais.

– Eu estou farta de vocês. – Liz concluiu. – Legolas, o teu irmão está completamente apaixonado pela tua noiva, ou ex-noiva, já não sei mais. Ele estava a chorar aqui antes de tu apareceres, pensando que ela não retribuía esse sentimento.

– Isso é verdade? – Uma voz baixa perguntou da porta entreaberta, revelando Rosez com os olhos vermelhos.

– Ouçam, primeira coisa, eu sei que os Elfos não dormem, mas eu não sou Elfa, então, eu utilizo este quarto para o seu fim verdadeiro e segunda coisa, vocês conhecem o conceito de privacidade? – Liz perguntou, levantando a sobrancelha ao ver que estava a ser completamente ignorada por Rosez e Linidus que se olhavam intensamente. – Oh, meu Ilúvatar, eu mereço! Eu mereço por todos os pecados que cometi nesta vida!

– Desculpa! – Rosez disse, um rubor de vergonha surgindo-lhe no rosto. – Por tudo!

– Não há problema! – Legolas respondeu por Liz, fechando a porta do quarto, deixando todos olhá-lo abobados com a reação. – Vocês podem fazer todas as juras de amor que quiserem, que merecem, mas em primeiro temos de falar com o pai.

– Oh, o pai! – Linidus suspirou, os ombros derrotados. – Que seja! Eu já fugi uma vez, não fugirei outra. – Ele declarou mais seguro, fazendo Rosez beijá-lo profundamente, fazendo Legolas e Liz revirarem os olhos.

– Meninos! – Legolas disse por fim, fazendo-os separar. – Hum, uma batalha está à porta, provavelmente será melhor falarmos com ele o quanto antes.

– Então, vamos lá! – Linidus disse, puxando Rosez pela mão e Legolas seguiu atrás. Quando já estava sozinha, Liz desabou sobre a cama, finalmente podendo descansar do dia louco que tivera, mas achando que até era bastante fácil resolver os problemas dos outros. – O que pensas que estás a fazer? Tu vens connosco! – Linidus regressou ao quarto dela.

– Ai vem?! – Rosez e Legolas perguntaram ao mesmo tempo.

– Claro! É o nosso apoio. O nosso pai adora-a, com certeza ouvirá as suas palavras se ele não se convencer com o nosso amor. – Linidus respondeu, sorrindo para a loira, que sorriu de volta.

– Oh, eu mereço! – Ela suspirou mais uma vez resignada com o seu destino e levantando-se, fazendo Legolas rir e dar-lhe a mão suavemente.

– Vais sair-te otimamente! – Ele sussurrou ao seu ouvido, largando-a de seguida.

Quando chegaram ao Salão do Rei, os quatro pararam na entrada ao ver que junto de Thranduil estavam Ibetu, Doe e Dithinia conversando em voz baixa.

– Pai! – Linidus chamou, chegando-se à frente junto com Rosez, Legolas ia um pouco mais atrás, e Liz ainda mais atrás, tentando passar despercebida.

– O que se passa? – Thranduil perguntou, perscrutando a cena até ao mais ínfimo detalhe, inclusivamente as mãos unidas de Linidus e Rosez.

– Pai, eu vim pedir a tua bênção sobre o amor que sinto por Rosez e o amor que ela sente por mim. – Linidus disse com confiança.

– Linidus, meu filho, Rosez é noiva de teu irmão.

– Porque tu nos educaste de tal modo que nós interiorizámos o costume de que o príncipe de Mirkwood tem de casar com a Elfa perfeita para o reino, a Elfa que o pai escolher. – Linidus acusou. – No entanto, nosso pai não percebe que o amor é muito mais importante do que as tradições.

– Linidus, foi Legolas quem propôs Rosez, e falou com ela em primeiro lugar. – Thranduil explicou.

– Ele escolheu-a não por amá-la, mas porque tu a achavas perfeita para o cargo de rainha do reino que, aliás, Legolas não almeja tanto assim. – Linidus retorquiu. – Eu e Rosez amamo-nos!

– E quanto a teu irmão? O que ele tem a dizer?

– Ele não tem nada a dizer sobre o assunto! – Linidus retorquiu furiosamente. – Sou eu que amo Rosez!

– Sim, mas eles estão comprometidos. – Thranduil explicou suavemente.

– Pai! – Legolas sussurrou. – Eu nunca amei Rosez dessa maneira, por isso fiquei muito feliz sabendo que existe alguém a quem ela ama verdadeiramente e que a ama de volta. Fiquei ainda mais feliz por ser meu irmão, pois isso significa que duas das pessoas mais importantes da minha vida estão felizes.

– Legolas, Rosez, vocês não podem corromper um compromisso tão imenso quanto este assim sem mais nem menos. Eu… - Thranduil interrompeu-se. – Isto não funciona assim.

– Por favor, pai! – Linidus pediu. – Será que não entendes nada de amor? Tu não amaste nossa mãe?

– Claro que amei! – Ele respondeu duramente. – No entanto, o compromisso entre Rosez e Legolas é essencial…

– Thranduil, com todo o respeito… - Liz interrompeu-o, chamando a atenção. – Não há nem nunca deve haver compromisso mais essencial que o amor. Não desejas ver teus filhos felizes? Olha para Linidus, deixa-o viver a felicidade do amor e reza a Ilúvatar para que o mesmo suceda a Legolas, para que tu o vejas a viver a felicidade do amor também.

– Mas que outro ser será companheiro de Legolas quando ele for rei? – Perguntou Thranduil. – Rosez era perfeita para esse papel.

– Pai, Legolas será perfeito sozinho quando chegar a altura! – Linidus exclamou. – E pode sempre apaixonar-se entretanto por alguém e será esse o ser perfeito para ele.

– Um rei deve ter descendência! – Thranduil defendeu. – Legolas terá de ter filhos para prolongarem o seu reinado, caso um dia ele decida ir para as Terras Eternas!

– Se o importante é a descendência, então eu posso casar-me com outra Elfa qualquer. – Legolas retorquiu friamente. – Se achas que isso é o mais importante…

– Mas Linidus e Rosez terão filhos com certeza. – Liz tentou racionalizar.

– Não é a mesma coisa! – Thranduil exclamou. – Eu demando que escolhas outro ser, Legolas, o mais depressa possível!

– Para quê se sempre terás a palavra final? – Ele perguntou furiosamente. – Eu questionei este costume há anos e acreditei que poderia ter-te feito mudar de ideias se ao menos soubesses o porquê desse questionamento, mas não, tu não queres saber dos meus sentimentos…

– Tu não queres saber do amor! – Linidus acusou-o. – Perdeste o teu e queres privar os outros dos seus amores!

– Tenham calma, por favor! – Liz pediu, tentando emanar paz. – Thranduil…

– Basta! – Ele exclamou, mostrando a sua aura élfica. – O reino é meu e eu ainda decido o que fazer com ele.

– O reino sim, mas nem eu nem Legolas somos teus! – Linidus desafiou.

– Legolas será rei um dia e precisará de descendência. Por isso, terá de arcar o dever de se submeter à companheira que eu escolher. – Thranduil falou. – Uma vez que Rosez e Linidus se amam, eu não obrigarei Legolas a casar com ela, não seria justo para ninguém.

– Obrigada, pai! – Linidus agradeceu, sorrindo abertamente, assim como Rosez. – No entanto, também não é justo que Legolas tenha de se submeter a alguém que não ama.

– Linidus, está tudo bem… Eu não fui talhado para o amor. – Legolas respondeu com um meio sorriso, e Liz sentia os seus olhos molhados.

– Já se passaram tantos anos, meu filho. Já conheceste a Terra Média praticamente toda e, ainda assim, não encontraste ninguém. – Thranduil comentou suavemente.

– Mas isso não te dá o direito de decidires com quem ele deve ficar. – Rosez interveio. – E ainda há uma chance de Legolas encontrar o amor, o próprio Legolas sabe que sim, não é?

– Eu já me desiludi com ele. – Legolas respondeu, olhando para o pai.

– Ouve… - Rosez dirigiu-se a ele, largando a mãe de Linidus e olhando-o intensamente. – A desilusão não invalida um amor. Eu sou apaixonada pelo teu irmão desde muito nova e, quando lhe confessei esse amor, ele rejeitou-me e sabes o que eu senti? Mágoa, raiva, mas, principalmente, desilusão, pois eu sabia que ele estava a ser cobarde quando se foi embora. Eu desiludi-me com ele e, ainda assim, aqui estou hoje. A desilusão não invalidou o meu amor.

– Mas tu tiveste a sorte de meu irmão te amar de volta…

– Ele amava-me de volta e, ainda assim, abandonou-me. – Rosez concordou, sentindo a mão de Linidus na sua, o mais novo aproximara-se para a confortar. – O ser que tu amaste também te abandonou, mas isso não significa que não te ame de volta.

– Eu sei disso.

– Será que sabes, Legolas? – Rosez perguntou seriamente. – Eu penso que por vezes te esqueces de que não foste o único ser amado que ela abandonou.

Liz estava perto o suficiente para ouvir a conversa em sussurros e a sua respiração parou quando percebeu que Rosez se estava a referir a ela. Legolas pareceu meditar nas palavas da elfa loira um instante e, de seguida, muito lentamente, voltou o olhar para a ruiva, confuso e magoado, como se não soubesse o que pensar ou mesmo o que sentir.

– Diz-me, meu pai, meu rei, que ser escolhe a tua sábia pessoa para eu a ele me unir? – Ele perguntou, altivo, olhando para o pai.

– Liz, a Fogueira, será perfeita! – Thranduil disse com um sorriso, surpreendendo a ruiva que o olhava sem o entender.

– Não! – Legolas exclamou furiosamente. – Que ideia é essa?

– Ela é inteligente, bela, e todos a adoram aqui. Deu para perceber na festa. – Thranduil explicou.

– Rei Thranduil, com todo o respeito, tanto eu como o teu filho estamos numa missão perigosa, da qual nem sabemos se sairemos vivos. – Liz observou cautelosamente. – É uma ideia ridícula! Além disso, eu sou humana! Antes de Legolas se tornar efetivamente rei de Mirkwood já eu estarei morta há muito tempo.

– Deixa-te disso, Liz! – Thranduil exclamou, olhando-a e dando-lhe tempo para ela o avisar com o olhar. – Bem, talvez seja verdade, mas podes dar-me netos.

– Eu não me vou unir a Liz. – Legolas afirmou seguramente.

– Vais, eu o demando.

– Perdão, Rei Thranduil, pode até ser Rei de Mirkwood, e pai de Legolas, mas não é meu rei nem meu pai. – Liz disse rigidamente. – E eu rejeito essa exigência, porque é minha mais profunda crença que Legolas deverá encontrar alguém a quem ele ame.

– É um pouco difícil caso não tenhas percebido. – Thranduil falou duramente.

– Basta! – Doe falou imponente. – Já ouvi demasiadas baboseiras hoje. Se a minha posição como rei de todos os Elfos ainda significa alguma coisa para ti, Thranduil, então eu dou por encerrado tudo isto. Legolas não se submeterá a ninguém, nem mesmo ao ser que ele ama, pois amor não é submissão. Legolas unir-se-á a quem amar e a quem o ame de volta. Rosez e Linidus são perfeitos um para o outro e devem assim permanecer, juntos e felizes. Liz é uma tola, muito bela, mas tola, e vai com certeza viver tempo o suficiente para o que quer que seja.

– Mas… - Thranduil começou por dizer, sendo interrompido logo de seguida por Ibetu:

– Doe tem razão e se a minha posição como Segundo Rei das Terras Eternas ainda for de alguma valia em Mirkwood, subscrevo as suas palavras e assino por baixo, acrescentando que Legolas não deve ser sacrificado por nada nem por ninguém.

– Ide! – Thranduil exclamou para os quatro que saíram juntos.

Díhena, Liz, Legolas! – Linidus pediu perdão em Sindarin.

No mae, Linidus! – “Está tudo bem”, retorquiu Legolas igualmente em Sindarin.

– Não se preocupem. – Liz acrescentou com um sorriso. – Vocês os dois deviam conversar, têm a bênção de Thranduil apesar de tudo.

– Sim… - Rosez sorriu minimamente. – Ficam bem sozinhos?

– Estás a sugerir que Thranduil nos matará durante o sono? – Perguntou Liz a brincar, fazendo-os rir curtamente. – Vão descansados, até porque eu durmo, mas Legolas não, por isso, ele está seguro.

– Oh, meu Eru! Eu devia velar o teu sono hoje! – Linidus disse com os olhos arregalados.

– O quê? – Liz riu abertamente, contagiando-os com a sua alegria. – Não sejas tonto, Linidus. O teu pai adora-me, jamais me mataria.

– É verdade! – Rosez comentou, olhando-a. – Mas sempre encantaste todos, pequena Liz. – Ela interrompeu-se ao perceber o olhar de medo da ruiva. – Achas estranho eu te chamar pequena, não é? Desculpa, é que, em comparação a mim, és muito nova.

– Claro! – Liz sorriu de volta, e Linidus e Rosez deixaram-nos sozinhos, entreolhando-se.

Agradecimentos:

Como sempre quero agradecer os comentários, favoritos e os novos leitores de cada pessoa. Aos "leitores fantasmas" peço que comentem, não apenas porque eu gosto de comentários, mas também porque gosto de agradecer particularmente aos leitores, e só o poderei fazer com comentários. Além disso, é consenso dos leitores que comentam que eu sou uma escritora muito atenciosa e que gostam sempre das minhas respostas (agora estou brincando, nunca ninguém me disse isso, mas eu gosto de mentir a mim própria hahahahaha). Como os ingleses dizem "Give it a try!" Comentem e vejam se gostam.

Agora, em particular aos que comentaram no último capítulo:

AlyPikachu: Muito obrigada por achar o capítulo maravilhoso e concordo que o beijo foi sensacional. Eu espero que continue com seus comentários incríveis e que a história de Liz continue encantando-a.

Joyce Hygurashi: Muito obrigada por continuar comentando! Eu amei escrever o capítulo anterior, e este também, pois resolvi muitas coisas.

De Perogini: Muito obrigada! Ainda bem que achou o capítulo pleno de emoção, porque era isso que eu queria fazer, pois faz sentido. Por favor continue com seus comentários lindos!

Lyn Black: Muito obrigada pelo seu comentário lindo, maravilhoso, incrível, fenomenal e que me faz ser cada vez mais feliz com os leitores maravilhosos que tenho. Eu quero muito que Liz e Legolas sejam felizes, mas Legolas ainda tem de saber a verdade para isso, porque não a sabendo, nunca será feliz completamente. Continue comentando por favor.

Rippah: Muito obrigada pelo comentário! Tá com pressa da revelação, não é? Eu também. Mas logo logo, Legolas descobrirá a verdade.

NanaAnonimaAnomaliaA: Muito obrigada! Ainda bem que está melhor, mesmo com desilusão amorosa. Não seja tão má com Rosez kkkk *embora quebrar a cara no asfalto* me tenha feito rir muito, até demais. Continue comentando!


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Notas finais do capítulo

Então, o que vocês acharam? Gostaram? Odiaram? Por favor, deem a vossa opinião, significa muito. Eu prometo que postarei o próximo o mais rápido possível.
Kiss kiss,
CR, a autora



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