Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Eu lamento imenso a demora, mas tenho boas notícias, estou quase de férias e já escrevi um bom bocado. Peço que me perdoem pela demora, é verdade que perdi bons leitores, e me sinto triste comigo própria, porque não fui capaz de atualizar a história tão regularmente quanto gostaria... Aos que ficaram e não deixaram de acreditar, muito obrigada pelo voto de confiança, serão recompensad@s, eu acho...
Relembrar que Lord of the Rings pertence ao incomparável Professor Tolkien
Boa leitura!



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Melody

Passadas duas horas, Legolas ainda não aparecera e Thranduil havia mandado alguns elfos atrás dele, mas ainda não havia qualquer sinal dele. Liz escrevia no seu quarto quando Amilie e Amiwin entraram alegremente, também elas já vestidas para a celebração. Traziam na sua mão flores de Meloier que a surpreenderam.

– Para que é a flor do amor? – Ela perguntou, já despindo o seu vestido para vestir o da festa.

– Para o teu cabelo. – Amiwin respondeu com um sorriso. – Vamos fazer algumas tranças e prender as flores nelas, mas de resto o teu cabelo vai ficar solto.

– Obrigada! – Liz disse, sentando-se para elas lhe fazerem o penteado. Só no fim vestiria o seu vestido.

– Pronto! – Ela olhou-se ao espelho. O penteado estava lindo.

– Está lindo, muito obrigada! – Ela respondeu, emocionada. De seguida, vestiu o vestido. Fora o enorme decote que mostrava os contornos do seu peito e o quão justo ele estava, ela achou-se perfeita.

– Estás magnífica! A criatura mais bela cujo meu olhar já fitou. – Amilie disse.

– Obrigada!

– Bem, vamos?

– Sim, vamos! – Liz disse, seguindo com elas para o corredor. – Que tal irmos primeiro ao salão principal ver se o Legolas já chegou e depois seguirmos para o outro salão onde se vai fazer a festa?

– Ótima ideia! – Disseram as duas costureiras ao mesmo tempo.

Quando entraram, depararam-se com um Elfo loiro presente e Liz parou quando o começou a observar melhor. O elfo à sua frente tinha muitas parecenças com Legolas, mas não era ele.

– Boa noite, minhas senhoras! – Ele falou, e a sua voz era melodiosa.

– Senhor Linidus! – As costureiras exclamaram, surpreendidas.

– Amilie, Amiwin… - Os seus olhos pousaram em Liz. – Bem, parece que tantos anos afastados de Mirkwood trouxeram ainda mais beleza para estas terras. Quem sois vós, cara dama?

– O meu nome é Liz, e sou conhecida por estas bandas como a única humana na Irmandade do Anel Um. – Liz respondeu com um sorriso amável. – Estou errada em afirmar que sois irmão do Legolas?

– Muito pelo contrário, estais certíssima. Mas se vós estais aqui, então o meu irmão também, certo?

– Sim, mas ninguém sabe dele. – Liz respondeu. – Ele desapareceu há duas horas.

– Oh… - Linidus olhou para si próprio. – Quereis acompanhar-me então! Quando fui cumprimentar o meu pai, ele não me disse nada sobre isso. Só me falou da celebração que vai ter lugar no salão livre. – Ele apontou para as suas roupas de cerimónia. - Vinde comigo! Vamos procurar o meu irmão.

Os quatro saíram do salão e cruzaram-se com Rosez que também já estava vestida para a celebração.

– Linidus! – Rosez estava surpreendida. – O que fazes aqui? Eu pensei que tivesses ouvido o chamado do Mar…

– Não… Ainda não! – Ele respondeu, olhando-a intensamente. – Ouvi as boas novas de que meu irmão te escolheu como sua futura mulher. Muitos parabéns!

– Obrigada! – Ela disse, tensa.

– Rosez, estás linda! – Liz elogiou, vendo que o vestido da loira chamava ainda mais a atenção, pois era mais brilhante, e branco.

– Obrigada! Vocês também! – Ela sorriu delicadamente. – Também vieram ver se Legolas já chegou?

– Sim. – Respondeu Amilie. – Mas ainda não.

– Eu e Liz vamos procura-lo. – Linidus anunciou, começando a andar e oferecendo o braço a Liz, que aceitou. – Prometemos voltar antes da festa começar.

– Então… - Liz começou, hesitante, quando já estavam na floresta. – Eu não estou habituada a andar com estes vestidos pela floresta…

– Oh, claro que não. Esse é um vestido para celebrações e temo que a minha vestimenta também. Por isso, andemos calmamente! – Eles fizeram um momento de silêncio. – Então, qual a vossa opinião do meu irmão?

– Ele é um ótimo ser. – Liz respondeu. – O melhor ser que eu encontrei em toda a minha vida, que é curta para Elfos como vós. – Ela tinha um sorriso na cara. – Só tem um defeito: claramente não ama Rosez, mas não se importa, pois acha que pode viver sem o amor.

– Ele merece alguém que ame realmente. – Linidus concordou. – Mas há costumes nesta terra.

– Bem sei. E o mal é esse, porque o Amor devia vir sempre em primeiro lugar.

– Tendes razão.

– Podeis tratar-me por tu, por favor?

– Claro, Liz, claro, tantos anos viajando e ainda não aprendi que as formalidades não fazem bem aos seres. Trata-me também por tu, sim?

Liz acenou positivamente, olhando para a frente tentando ver Legolas.

– És uma criatura linda! – Ele disse, por fim. – Muito bela!

– Obrigada! – Ela respondeu, e eles ouviram uma corneta. – Olha, parece que o teu irmão chegou. Vamos!

**

Liz entrou no Salão Livre algum tempo depois. O Salão Livre tinha uma parte recolhida e outra era ao ar livre, onde uma grande fogueira estava e, à sua volta, dançavam Elfos e Elfas.

– Liz! – Dithinia abraçou-a fortemente. – Estás tão linda! Oh, por Eru, estás mais maravilhosa que nunca!

– Obrigada! – Ela disse. – E tu estás magnífica!

– Anda, vem sentar-te. Temos direitos de nos sentar ao pé de Thranduil. Eu acho que ele está desconfiado de ti.

– Talvez… - Ela disse, vendo que Legolas e Linidus estavam sentados de cada lado do seu pai, mas Linidus mudou-se para o lado de Legolas, conversando alegremente com ele.

– Oh, querida Liz! – Thranduil ergueu-se, fazendo todos erguer-se com o rei. – Estás magnífica!

– Muito obrigada, Rei Thranduil! – Ela disse com um sorriso, mas sentindo-se intimidada com todos levantados. Ele sentou-se, percebendo isso, e assim todos os outros seguiram o seu exemplo.

– Desculpa, cara Liz! – Ele riu curtamente. – Eu reservei-te o lugar ao lado de Linidus, que ocupou o lugar de Rosez… - Ele olhava resignado para o seu filho mais novo. – Que seja, senta-te ao meu lado, no lugar de Linidus. A Rosez depois senta-se ao lado dele, que era o lugar de Dithinia, que se pode sentar ao teu lado. Sim, parece-me bem.

Liz sentou-se ao lado de Thranduil, vendo Rosez chegar ao Salão e ver Liz ao no lado esquerdo do Rei, achando estranho, mas olhando para Legolas e Linidus, o seu rosto transformou-se numa expressão de compreensão. De seguida, sentou-se ao lado de Linidus, que se viu obrigado por Legolas a inclui-la na conversa.

– Queres tentar perceber porque estamos a celebrar a Melody?

– Bem, alguém tem de a recordar, Rei Thranduil… - Liz disse, sorridente. – Mas é estranho que só a comemorem hoje, visto que o aniversário da sua morte foi há alguns dias.

– Mas hoje, se fosse viva, ela faria anos. – Ele disse, surpreendendo Liz. – A vida, cara Liz, é muito mais importante do que a morte, mesmo que a morte de Melody tenha sido inundada de coragem.

– Eu sei, mas é estranho que saiba, Rei Thranduil, a data de aniversário da mi… da Melody, sendo que os Elfos não ligam muito ao tempo. – Ela comentou.

– Uma vez alguém me disse que devíamos ter o tempo em consideração, porque eu posso ser eterno, mas a Terra-Média não é. – Ele disse, olhando para a fogueira. – E eu ainda amo a Terra-Média.

– Que bom! – Ela sorriu, vendo Ibetu chegar e dirigir-se imediatamente para a fogueira onde começou a dançar.

De seguida, viu Rosez e Legolas irem dançar igualmente juntos e Dithinia abandonou-a igualmente indo ter com Ibetu.

– Ah, eu adoraria dançar. – Thranduil suspirou.

– Então porque não o faz? – Ela perguntou, olhando-o e vendo que ele parecia triste. – Não sei o motivo da sua tristeza, mas tenho a certeza que, se o impede de dançar, então não lhe faz bem. Nenhum elfo devia ser impedido de dançar. – Ele riu alto.

– Cara Liz, acompanhas-me numa dança? – Perguntou Linidus, erguendo-se.

– Oh, na verdade, estava a tentar convencer o teu pai a vir dançar comigo. O meu próximo passo era dizer que não sei dançar para ver se ele aceitava ensinar-me. – Liz respondeu.

– E estarias a mentir-me! – Thranduil exclamou, levantando-se. – E que tal se formos dançar os três?

– Parece-me uma excelente ideia. – Linidus concordou, arrancando Liz da cadeira e os três riam dirigindo-se para a fogueira.

Ao pé da fogueira, Liz fechou os olhos sentindo a música suave que os Elfos tocavam e, abrindo-os, começou a dançar em sincronia com ela. Thranduil e Linidus faziam o mesmo.

– Maravilhosa! – Linidus exclamou para Liz, que lhe sorriu.

– És muito gentil, mas não sou nem metade da dançarina que os Elfos são. – Ela comentou, olhando para os Elfos, alguns fitando-a estranhamente. – E acho que eles perceberam. Devem-se sentir ofendidos com a minha falta de capacidade na dança.

– Sentem-se intimidados, na verdade. – Thranduil disse simplesmente. – E, ao mesmo tempo, encantados. Por favor, vai mais para o centro. Mostra-lhes porque te chamam Liz, a Fogueira. – Thranduil pediu e ela obedeceu, onde começou a dançar alucinantemente ao ritmo da música, sem se importar com os olhares de intriga, de inveja, encanto, ciúme…

Não soube por quanto tempo rodopiou, mas quando abriu os olhos Thranduil acenava-lhe da sua cadeira, o seu rosto sorridente e ela apressou-se para ir ter com ele.

– Estiveste encantadora.

– Obrigada! – Liz abraçou-o fortemente, surpreendendo-o. Quando se separou do abraço, ela sentou-se, indicando-lhe que queria que ele fizesse o mesmo. De seguida, aproximou-se dele. – Apesar de… - Liz olhou-o. – Apesar de humana, eu conheço bastante as histórias dos Elfos… mesmo que não saiba muito dos vossos costumes… - Ele tinha a sobrancelha erguida, sentindo-se divertido. – Bom… O que eu quero dizer é que eu ouvi muitas histórias acerca de si, e todas elas falam da sua avareza, do seu desejo louco por pedras preciosas. Mas na verdade encontrei um ser querido, que quer o bem de todos aqueles que ama, e que se mostra simpático para aqueles de quem não sente perigo. E, apesar de ter a certeza que deve ser como todos os Elfos, e ter sempre um pé atrás em relação aos Anões, o seu coração é bom. Até mesmo a nós, humanos, cujos maiores feitos nem sempre são bons, como a ganância dos nove, por exemplo, tenta conhecer.

– Eu realmente desejo riquezas materiais… - Thranduil explicou. – Alguns dizem que isso quer dizer que eu dou pouco valor àqueles que amo. – Ele olhou para Legolas e Linidus, que dançavam agora no centro da fogueira, o mais velho olhando-o. – Mas eu dou, e muito. E trato bem aqueles que eu acredito que fazem bem aos que eu amo.

– Pois então calculou mal, Thranduil. Eu gosto muito do Legolas, mas quanto a ele… Enfim, se pudesse, já estaria longe de mim. – Liz confessou.

– Vocês… - Thranduil suspirou profundamente. – Cara Liz, gostaria que nos tivéssemos conhecidos nos nossos tempos áureos. Tudo seria mais feliz, até mesmo os prospetos…

Ibetu sentou-se ao lado dela, beijando-lhe o rosto enquanto sorria.

– As tuas festas são sempre maravilhosas. – Ele disse a Thranduil, cujo olhar brilhava agora. – E tu, Liz, tu danças belamente. Fizeste-me ver tantas boas lembranças…

– Que bom que são boas lembranças. – Liz sorriu.

– Ibetu, quando estiveres preparado para dizer as palavras que queres dizer, por favor, vai. – Thranduil disse.

– Eu gostaria que fosse agora. – Ibetu respondeu e Thranduil levantou-se, captando a atenção de todos. – Agradeço a todos que aqui estão! Vocês sabem o porquê desta celebração. Melody Sitilan faria hoje anos se estivesse viva, o que ela não está, pois sacrificou a sua vida para salvar a sua filha, Liz, aquela que nós conhecemos como A Guardiã. O Rei Ibetu, seu companheiro, quer dizer algumas palavras. Mas antes disso deixem-me só dizer o quanto eu apreciava Melody… Ela sempre teve um pé atrás comigo, confessou-me isso quando deixou a sua filha à minha guarda. Ela disse-me que preferia deixá-la com Galadriel, e eu senti-me muito ofendido. – Liz, assim como muitos outros, riu-se. – Mas a verdade é que, depois de eu ter conhecido a Guardiã, eu percebi o seu receio. Aquela criança que encantou Mirkwood durante mais de um ano era tão especial e não tinha nada a ver com a sua missão. Como pai, compreendo todos os receios que Melody teve, e agradeço-lhe por tê-los posto de lado, porque a sua filha foi uma bênção para a nossa floresta. Melody era com certeza especial, e é por isso que ela merece ser lembrada. Por favor, Ibetu!

– Obrigada pelas tuas palavras, Thranduil! – Ibetu disse enquanto Liz via Legolas e Linidus aproximarem-se dele. – Quando Liz era mais pequena, ela era muito curiosa… Ainda hoje é… Mas quando era pequena, estava sempre a fazer perguntas e adorava as minhas histórias, e isso era fantástico para mim. Vocês sabem como um velho ser gosta de contar as suas histórias, vezes e vezes e vezes. Havia uma, em particular, que ela adorava ouvir e que eu adorava contar. Mas, mais do que contar, adorava que a história se tivesse passado comigo. A Liz chegava-se ao pé de mim e saltava para as minhas costas, um hábito que ela amava, e perguntava-me: “Pai, podes contar-me a história de como tu conheceste a mãe?” – Ele sorriu. – O meu coração acelerava sempre que ela perguntava isso, e a Melody tinha o hábito de surgir de repente quando ela me perguntava isso e, de seguida, nós os três sentávamo-nos todos juntos bem aconchegados e eu contava: “Não há maior história de amor do que a nossa, minha filha adorada, eu e a tua mãe amámo-nos desde o dia em que nos vimos e eu não precisei de prova alguma da sua grandeza para saber que ela era perfeita para mim. Não porque sabia o quão gloriosa ela era, ou o quão fantástica e corajosa, não… Quando eu vi a tua mãe, eu não me importei com nada disso, eu simplesmente soube que ela era minha e eu dela. Não precisava de provas para saber que ela era mais do que digna para mim e eu mais do que digno para ela, simplesmente porque nos amámos.” Melody sorria e dizia, sempre nesta parte: “Sabes, filha, não há maior prova de grandeza e dignidade do que o amor.” E a minha amada tinha toda a razão do mundo. A nossa grandeza, a grandeza do nosso povo, de toda a Terra-Média está no amor. No amor que Ilúvatar depositou em nós; no amor que um pai sente pelos filhos; no amor que uma criança sente por todos aqueles que a acolhem; no amor que eu e Melody sentíamos um pelo outro, que ainda sentimos, aliás. – Ibetu parou por um instante. – Estamos aqui hoje para celebrar o aniversário da minha companheira, de uma das mulheres mais importantes da minha vida, do meu grande e único amor. Melody foi a mulher que mais amei, pois ela deu-me tudo aquilo que sempre quis, o amor correspondido e um fruto desse amor. Liz foi o melhor que nos aconteceu e toda a vida de Melody desde o nascimento da nossa filha foi feliz por causa dela. Muitos de vocês já ouviram histórias da Guardião do Último Anel, do Anel de Paz. Muitos de vocês não acreditam nela, mas ela existe. No entanto, para mim, ela é muito mais do que isso: Liz, a Guardiã é a garota que eu vi nascer e crescer e se tornar uma mulher demasiado cedo. E Melody, Melody foi e é o único que ser que me compreende, que compreende tudo o que fui, tudo o que sou, tudo o que fiz, tudo o que faço. Ela deu-me uma filha e deu-se a ela mesma a mim. Deu-me uma vida linda, cheia de felicidade e beleza. Eu, a minha filha e Dithinia estávamos lá quando ela morreu. – Algumas lágrimas caíam pelos olhos de Ibetu. – E ela não morreu sem nos dizer o quanto ela me amava, nos amava. No momento da sua morte, ela disse-me: “E tu, Ibetu, és e sempre serás o ser da minha vida, o único a quem amei desta maneira. O único a quem me entreguei como mulher. Eu nunca te disse o que me fez apaixonar por ti… Eu apaixonei-me por ti, porque olhei nos teus olhos e vi liberdade. Não me sentia presa a nada, Ibetu, e tu prendeste-me a ti e, de algum modo, isso deu-me a liberdade. Agora entendo porquê. Só se é livre verdadeiramente quando se é presa a alguma coisa. Só temos medo do que acontece quando amamos alguém, mas quando encontramos alguém que nos faz sentir livres então é porque é alguém a quem amamos o suficiente, tanto que não tememos mais nada, nem a morte, porque sabemos que nem isso abalará o nosso amor.” E ela tinha razão, nem a morte abalou o nosso amor, ele continua tão forte quanto antes. – Ibetu acrescentou. - Hoje ela faria anos, e eu tenho a certeza que ela quereria ser recordada pelo seu amor que foi uma constante na sua vida. Ela costumava dizer a mim e à Liz que ela poderia não durar para sempre, mas que o seu amor seria eterno.

Todos aplaudiram, emocionados com o discurso, mas Ibetu pediu silêncio de novo.

– Hoje, numa pequena refeição de tarde, quatro crianças sentaram-se connosco e não percebiam por que temos nós que travar guerras… E um ser muito sábio contou-lhes a história da minha filha e as crianças finalmente perceberam: as guerras são travadas para acabar com a maldade, mas o que move as pessoas que fazem a guerra é o amor. A Guardiã, a minha filha, vai cumprir a sua missão para salvar a Terra-Média de Sauron, o servo de Morgoth, mas, acima de tudo, fá-lo para salvar aqueles que ama. – Ibetu elevou ainda mais o seu tom de voz. – Sei que muitos não acreditam na minha filha e que alguns preferiam que ela nem existisse, acreditam que ela foi fraca, que me abandonou… Mas ela não me abandonou. Há alguns dias, enquanto me dirigia a Mirkwood, encontrei-a. Reconheci-a imediatamente. – Ele sorriu. – E ela abraçou-me como se não houvesse amanhã. Desejei levá-la comigo e passar o resto da minha vida junto a ela e conhecer a mulher que ela se tornou. A natureza da minha filha continua bela, a sua sabedoria imensa, mas agora já não é inocente, mas sim sábia, e isso fê-la dizer com todas as palavras: Ada, eu não posso continuar contigo. O Anel Um será destruído e eu tenho que ir até Mount Doom acabar com o Olho. Foi então que lhe contei desta celebração, e ela sorriu abertamente, mas chorou também. Quando se acalmou, entregou-me estas palavras para eu as dizer.

– Por que não veio ela? Podia ter ficado só uns dias… - Perguntou Rosez.

– Ela tinha que se apressar. Segundo ela, tinha que se aproximar de Gondor, pois temia a sua linhagem corrompida. – Ibetu explicou. – Posso dizer as suas palavras?

– Claro! – Thranduil disse, sorrindo.

Ibetu abriu uma folha, onde se podiam ver palavras escritas.

– Eu não vi antes o que estava escrito, por isso, perdoem-me qualquer erro de leitura… - Ele disse, depois começou a citar: - “Boa noite, caros Elfos e Elfas de Mirkwood! Humanos e Humanas, Hobbits, Valar, se estiver algum presente, assim como curunirs… Nem falo em Anões, sei bem o que acham deles… - Houve algumas risadas. – Bom, o meu ponto é: Boa noite a todos! Antes de mais, quero dizer à minha avó que a amo e quero agradecer-lhe por ser linda e fantástica e por me ter dado a minha mãe! De seguida, quero dizer o quanto amo o meu pai, este Elfo e feiticeiro fantástico que têm diante de vós! Ele ajudou-me a ser quem eu sou, mesmo que eu me tenha afastado. Nunca o esqueci, e ele é um dos seres que mais amo na vida.” – Ibetu limpou as suas lágrimas. – Desculpem, mas é a minha filha, é sempre bom ver estas palavras dirigidas a mim. Continuando: “Como todos sabem, acreditem ou não na minha existência, eu sou uma mistura de raças, portanto as memórias que eu tenho de Mirkwood não são tão nítidas como se eu fosse apenas uma Elfo. No entanto, são lindas e maravilhosas todas as coisas que guardo dessa floresta verde, onde o sol brilha se nós sorrirmos para ele. A sério, testem isso! Quero agradecer ao Rei Thranduil por me ter acolhido tão bem e a todos vocês, claro, principalmente aos meus amigos. Quero agradecer, em especial, a Legolas. Ele pode não saber, mas foi a pessoa que mais me marcou em toda a minha vida. – Liz olhou para Legolas, cuja expressão estava neutra. – É e vai continuar a ser um dos meus amigos mais queridos, até mesmo o mais querido e aquele que me faz rir em todas as minhas noites escuras.” – Ibetu olhou para Legolas, que acenou simplesmente. – “Mas eu estou aqui para falar da minha mãe. Há muito a dizer, mas o mais importante é lembrar o quanto eu a amava e o quanto ela me amava porque foi isso que nos fez marcar a vida de uma e de outra desta maneira tão intensa. O amor é a chave para tudo, e a minha mãe mostrou isso de todas as maneiras, mostrou na sua morte, mas principalmente na sua vida. Quando perdi a minha mãe, a dor era intensa, mas mais tarde, agora percebo que não tem de ser assim. Claro, é doloroso tê-la perdido, mas seria ainda mais se nunca a tivesse tido. Eu já quebrei muitas promessas nesta vida, mas há uma que eu lhe fiz que não quebrarei: Eu vou cumprir a minha missão, nem que tenha de morrer para o fazer. A minha mãe morreu porque sabia que era importante, não só como sua filha, mas como Guardiã. Por ela, farei aquilo que me foi incumbido pelo Muy Gran Rei Doe. Farei aquilo pelo qual a minha mãe morreu, pois ela merece ser honrada. O seu amor merece ser honrado, por isso agradeço do fundo do coração esta celebração, porque mais importante do que a morte, é a vida. E a minha mãe era uma grande mulher, bela por dentro e por fora, e minha mãe querida, muito querida. Obrigada!”

Mais um aplauso se seguiu e Liz sorriu ao ver o seu pai sorrir, começando a dançar e levando Dithinia consigo. Legolas levou Rosez consigo até à fogueira e eles começaram a dançar à volta das chamas. O seu sorriso morreu ao ver Rosez se aproximar do loiro envolvendo-o nos seus braços e beijando-o lentamente. Legolas afastou-a suavemente e o seu olhar voltou-se para ela, que se manteve firme, mas que desviou o seu olhar, começando a conversar com Thranduil:

– A festa está maravilhosa! Tenho a certeza que Melody iria gostar dela. – Ela disse suavemente.

Thranduil olhou-a intensamente, levantando-se e dirigindo-se para o corredor. Liz franziu a testa, estranhando a atitude. Passados uns minutos ela decidiu sair, dirigindo-se para o seu quarto, mas Thranduil esperava por ela.

– O que se passa? – Ela perguntou.

– Vem comigo, por favor! – Ele pediu, seguindo pelo corredor até entrar no seu quarto. Quando Liz entrou, ele fechou a porta e dirigiu-se para a sua cama, onde se sentou, recostado na cabeceira, olhando-a. – Porque escondes a tua verdadeira natureza?

– Como assim, verdadeira natureza, Rei Thranduil? – Liz perguntou. – Acha também que sou uma dissimulada em busca de poder?

– Não! – Ele falou em Elfo, de repente grave. – Liz Nármdroel, porque escondes quem és?

Agradecimentos

Quero agradecer a todos aqueles que acompanham e leem a fic e todos os que comentam, particularmente aos que comentaram o último capítulo:

joyce hygurashi: Muito obrigada pelo seu comentário e nunca desistir! Liz é perfeita em tudo o que faz, menos em lidar com a verdade, e segurar seus sentimentos e não se aperceber de si própria e... ah, ela é muito imperfeita afinal xD Muito obrigada!

Lyn Black: Muito obrigada pelo seu comentário! Eu nunca vou desistir, eu acho, mandei mp pra você, onde respondo a uma mp que me mandou há um tempão, mas que só agora vi... Bom, quanto ao seu comentário: você é maravilhosa, tantos elogios num só comment. Adorei! Liz passou por muito e tudo isso a moldou, espero que consigam perceber, mas vou tentar ser mais fiel a essa história... Não sei qual será a reação de Legolas, quero dizer, eu sei, mas não vou dizer... SPOILERS!

Mermaid: Muito obrigada pelo comentário! Nunca desistirei da fic.

De Perogini: Muito obrigada pelo comentário! Também sofro muito com Liz, e agradeço que também viva esta história, é o que qualquer escritor gosta, não é? Que a sua história faça a diferença...


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Notas finais do capítulo

Não resisti a acabar neste cliffhanger, me digam o que acharam, ou não...
Mais uma vez, mil perdões, amo esta história e nunca NUNCA desistirei dela, Liz é muito amada por mim...
Kiss kiss,
CR, a autora