Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi (desculpem mais uma vez!) Este capítulo é muito grande, mas para a semana eu post mais, prometo.

Boa leitura



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Reencontro em Fangorn

– Legolas, o que se passa? – Liz perguntou, abrindo os olhos. – Os outros já acordaram?

– Ainda não. – Ele respondeu, sussurrando e sentando-se. Ela fez o mesmo. – Eu acho que nunca te disse uma coisa…

– O quê? – Ela perguntou curiosamente.

– Há muitos anos, eu conheci a Guardiã. – Ele respondeu, olhando para a floresta.

– A sério? E como ela era? Era muito séria, muito sábia?

– Era uma criança. – Ele olhou-a nos olhos. – Ela teve que passar uma temporada em Mirkwood e eu e ela criámos fortes laços…

– Que bom! Gostas muito dela?

– Gostei. – Ele respondeu friamente. – Sempre que me lembro desse tempo, eu sorrio, mas depois recordo-me de como ela abandonou todos e irrita-me que ela tenha despertado tão bons sentimentos em mim no passado.

– Ela não nos abandonou, Legolas, ela irá cumprir a sua missão. Nem que para isso tenha de morrer. – Liz disse, irritada. – Sabes, estás a ser injusto! Imagina o que é ter uma missão que decide a vida de tanta gente. Imagina o peso desse fardo. Tu sempre foste compreensivo com o fardo que o Frodo carrega, tenta ser compreensivo com o fardo da Guardiã. – Liz acalmou-se um pouco. – Imagina o que é, desde o teu nascimento, saberes que o destino do teu mundo está nas tuas mãos, imagina! É muita pressão! Ela deixou a sua família porque não queria que mais ninguém sofresse por causa disso, já bastava ela e a sua mãe.

– Não foi isso, ela foi fraca, por isso, fugiu e escondeu-se.

– Ah, tu pensas que é fácil para uma garota de treze anos fugir do conforto do seu pai e da sua avó e sair pelo mundo? – Liz estava irritada mais uma vez. – Não é, garanto-te!

– Como é que sabes?

– Porque também tive que enfrentar o mundo sozinha nessa idade. Sobrevivi, mas não foi fácil.

– Esse é o meu maior medo, é que a Guardiã tenha sobrevivido como tu aprendeste a fazê-lo, entregando o teu corpo a homens e mulheres… - Legolas comentou.

– Nunca! – Liz sentia lágrimas nos olhos. – Nunca entregaria o meu corpo para sobreviver. Nunca… A Guardiã também não o terá feito, já foi o bastante para ela a ameaça de estupro que teve no dia em que a sua mãe morreu.

– O quê? – Legolas olhou-a com a testa franzida. – Do que falas? A Liz nunca foi ameaçada…

– Ela matou esse homem que esteve prestes a violá-la. – Liz interrompeu-o. – Sabes, eu trabalhei em muitas estalagens, e lá sabemos muita coisa… ouvimos muita coisa e sabemos quando ouvimos a verdade.

– Ela nunca mo disse.

– Talvez não o tenha feito, porque te amava e não queria que pensasses coisas horríveis dela.

– Não o pensaria.

– Não sei porque não! – Liz retorquiu furiosa. – Não tens qualquer dificuldade em pensar coisas horríveis acerca de mim.

– Tu não és ela.

– Claramente! – Ela riu curtamente.

– Mas deixas-me confuso como ela. – Legolas disse mais para si.

– Legolas… - Liz ergueu-lhe o rosto, olhando-o. – A Guardiã é a nossa esperança para este mundo, mas ela é também uma pessoa. Tu conheceste-a, devias ver isso. Não te pareceu ela uma criança normal?

– Tudo menos normal. – Ele respondeu, sorrindo.

– Mas era uma criança como todas as outras. Com perguntas sobre a vida, com medo do futuro, certo?

– Sim…

– Então… É um ser normal, com as suas falhas, os seus medos, as suas inseguranças e, mais importante, as suas escolhas. – Liz sorriu. – Mas ela tem uma missão e cumpri-la-á. E, se não morrer ao cumpri-la, depois poderá ser livre. Todos queremos ser livres, não é?

– Sim…

– Sim… - Liz repetiu, acariciando a face do loiro e olhando-o intensamente.

– Liz… - Legolas disse, pousando as suas mãos na cintura da ruiva.

– Às vezes, Legolas, imagino como teria sido se nunca te tivesse conhecido… Será que teria escolhido outro caminho? – Ela perguntou mais para si do que para ele, aproximando os seus rostos.

– Que outro caminho? – Ele perguntou, subindo a sua mão direita e acariciando-lhe o lábio inferior.

– Acordem todos! – Aragorn exclamou, levantando-se e Legolas levantou-se num ápice erguendo o seu arco em alerta.

– Tem calma, Legolas, não é nada alarmante. Só me dei conta que devemos entrar o mais cedo possível, caso consigamos o rasto dos três. – Aragorn informou calmamente, sorrindo. Já todos estavam levantados. – Não vos assustei, pois não?

– Não, não assustaste. – Liz respondeu, erguendo-se calmamente, já com a sua pequena mochila.

– Ótimo! – Aragorn sorriu. – Eu vou à frente.

– Eu posso ir atrás! – Legolas respondeu.

Quando já todos estavam organizados, eles entraram na floresta.

Não demorou muito para que Aragorn encontrasse pistas recentes. Num ponto, perto da margem do Entágua, encontrou pegadas de Hobbit, mas leves demais para que se pudesse tirar muitas conclusões a partir delas. Depois, sob a copa de uma grande árvore, bem na orla da floresta, mais pegadas foram descobertas. A terra era seca e nua, e não revelou muita coisa.

— Não sinto maldade na floresta, não importa o que as histórias digam — disse Legolas. – Não, a floresta não é má; ou, se houver algum mal nela, está bem longe. Só percebo ecos quase inaudíveis de lugares escuros, onde os corações das árvores são negros. Não há malícia perto de nós; mas há vigilância e ódio.

— Bem, a floresta não tem motivos para sentir ódio de mim — disse Gimli. — Não lhe fiz mal nenhum.

— Concordo com isso — disse Legolas. — Mas, mesmo assim, ela sofreu danos. Há alguma coisa acontecendo aqui dentro, ou prestes a acontecer. Vocês não sentem a tensão? É até difícil respirar.

— Sinto o ar abafado — disse o anão. — Esta floresta é mais leve que a Floresta das Trevas, mas é mofada e deprimente.

— É velha, muito velha — disse o elfo. — Tão velha que quase me sinto jovem, outra vez, como não me sinto desde que viajei com vocês, crianças. E velha e carregada de lembranças. Eu poder-me-ia sentir feliz aqui, se tivesse vindo em dias de paz.

— Arrisco dizer que sim — retrucou Gimli. — Você é um elfo da Floresta, de qualquer forma, embora os elfos de qualquer tipo sejam pessoas esquisitas. Mas você me consola. Por onde for, irei também. Mas mantenha seu arco a postos, e eu vou deixar meu machado solto no cinto. Não para usá-lo nas árvores — acrescentou ele depressa, erguendo os olhos para a árvore sob a qual estavam.

Finalmente chegaram à extremidade abrupta de uma colina íngreme e olharam para uma parede rochosa com degraus grosseiros, que conduziam ao alto patamar.

Raios de sol perfuravam as nuvens apressadas, e a floresta agora parecia menos cinzenta e desolada.

— Vamos subir e olhar em volta! — disse Legolas. — Ainda sinto a respiração difícil. Gostaria de experimentar um ar mais livre por uns momentos.

Os companheiros escalaram a encosta. Aragorn veio por último, avançando devagar, examinando os degraus e saliências minuciosamente.

— Tenho quase certeza de que os hobbits estiveram aqui em cima. Mas há outras marcas, marcas muito estranhas que eu não entendo.

– Pode ser que se veja algo do cimo da colina que nos diga para onde foram a seguir. – Sugeriu Liz.

Levantou-se e olhou em volta, mas não viu nada que a ajudasse. O patamar voltava-se para o leste e para o sul; mas a vista só estava aberta na direção do leste. Dali conseguiam ver as cabeças das árvores descendo em fileiras em direção à planície da qual tinham vindo.

— Demos uma grande volta — disse Legolas. — Poderíamos ter chegado aqui a salvo e juntos, se tivéssemos abandonado o Grande Rio no segundo ou terceiro dia, e virado para o oeste. Poucos conseguem ver para onde sua estrada os conduzirá antes de chegarem ao final dela.

— Mas nós não queríamos vir para Fangorn — disse Gimli.

— Mas aqui estamos nós, perfeitamente presos na teia — disse Legolas.

— Olha!

— Olhar o quê? — Perguntou Gimli.

— Ali, nas árvores.

Liz virou-se para a direção que Legolas apontava, a testa franzindo ao ver o que ele via.

— Onde? Não tenho olhos de elfo. – Disse Gimli exasperado.

— Fala mais baixo! Olha! — Disse Legolas apontando. — Lá em baixo, na floresta, no caminho por onde viemos. Não estás a ver um velho passando de árvore em árvore?

— Estou vendo, agora estou vendo! — Sussurrou Gimli.

Era uma figura curvada, movimentando-se devagar. Não estava longe. Parecia um velho mendigo, caminhando fatigado, apoiando-se num cajado rude. A cabeça estava curvada, e ele não olhava na direção deles. Em outras terras, tê-lo-iam cumprimentado com palavras gentis, mas naquele momento ficaram em silêncio, cada um sentindo uma estranha expectativa: algo que trazia um poder oculto — ou ameaça — aproximava-se.

Gimli observou com os olhos arregalados por um tempo, conforme a figura se avizinhava passo a passo. Então, de repente, não conseguindo mais se conter, falou numa explosão:

– O teu arco, Legolas! Prepara-o! É Saruman. Não deixes que ele fale, ou lance um feitiço sobre nós! Atira primeiro!

Legolas pegou o arco e preparou-o lentamente, como se outra vontade se opusesse à dele. Segurava uma flecha na mão sem firmeza, sem encaixá-la na corda. Aragorn ficou quieto, seu rosto vigilante e atento.

Liz colocou a mão delicadamente no ombro de Legolas, tentando perceber o poder que estava a ser imposto ali.

— Por que é que esperamos? Qual é o problema com vocês? – Perguntou Gimli.

— Legolas está certo, — Disse Aragorn baixinho. — Não podemos atirar num velho desse modo, traiçoeiramente e sem desafio, qualquer que seja o medo ou a dúvida que tenhamos. Olhem e esperem!

Nesse momento, o velho apertou o passo e chegou com uma rapidez surpreendente ao pé da muralha rochosa. Então, de repente, ergueu os olhos, enquanto os quatro continuavam imóveis, olhando para baixo. Não se ouvia nenhum som.

Os companheiros não conseguiam ver seu rosto: ele estava usando um capuz, e sobre o capuz havia um chapéu de aba larga, de modo que todo o rosto estava encoberto, exceto a extremidade da barba grisalha. Mesmo assim, tiveram a impressão de ver de relance o brilho de olhos perspicazes, emitido daquele rosto encapuzado.

Finalmente o velho quebrou o silêncio:

— Bem-vindos, meus amigos. Desejo-lhes falar. Vocês vão descer ou devo subir? — Sem esperar uma resposta, começou a escalar.

— Agora! — Disse Gimli. — Atinge-o, Legolas!

Liz preparou o seu arco, mas sem erguer a flecha diretamente ao velho andrajoso.

— Eu não disse que desejava falar com vocês? — Disse o velho. — Abaixe esse arco, Mestre Elfo!

O arco e a flecha caíram das mãos de Legolas, e os braços ficaram paralisados ao longo do corpo.

Liz olhou para Legolas, percebendo que um feitiço o paralisara.

— E tu, Mestre Anão, por favor, tira a mão do cabo do teu machado, até que eu chegue aí!

Gimli fez um movimento e depois ficou petrificado, olhando, enquanto o velho subia com a leveza de um cabrito. Todo o cansaço parecia tê-lo abandonado.

Conforme pisou no patamar houve um brilho, rápido demais para se ter certeza, um breve vislumbre de branco, como se alguma vestimenta, ocultada pelos farrapos cinzentos, tivesse sido revelada por um instante. Podia-se ouvir a respiração de Gimli como um chiado ruidoso quebrando o silêncio.

— Bem-vindos, repito! — Disse o velho, andando em direção a eles. Quando estava a alguns passos de distância, parou, inclinando-se sobre o cajado, com a cabeça para frente, espiando-os de seu capuz. — E todos vestidos à moda dos elfos. Não há dúvida de que por trás de tudo isso há uma história digna de ser ouvida. Essas coisas não são vistas com frequência por aqui.

— Você fala como alguém que conhece bem Fangorn. – Disse Aragorn. – Isso é verdade?

— Não muito bem. Isso seria estudo para muitas vidas. Mas venho aqui de vez em quando.

— Podemos saber seu nome, e depois ouvir o que tem a nos dizer? – Perguntou Liz, o seu arco ainda para baixo. — A manhã está passando e temos uma missão que não pode esperar.

— Quanto ao que eu desejava dizer, já o disse. – O velho falou. - E vocês, o que andam a fazer, e que história me podem contar sobre vocês? Quanto ao meu nome! — Ele interrompeu-se, dando uma risada longa e suave. Todos sentiram um tremor percorrer-lhe os corpos ao ouvir o som daquele riso, um arrepio frio e estranho; mas não foi medo ou terror: era mais como um golpe repentino de ar fresco, ou uma rajada de chuva fria despertando alguém de um sono intranquilo. — Meu nome! — Disse o velho outra vez. — Ainda não adivinharam? Já o ouviram antes, eu acho. Sim, já o ouviram antes. Mas vamos agora, qual é sua história?

Os quatro companheiros ficaram em silêncio e não deram resposta.

— Existem pessoas que começariam a duvidar se sua missão merece ser contada — disse o velho. — Felizmente sei algo sobre ela. Estão seguindo as pegadas de dois jovens hobbits, suponho, e um Humano. Sim, hobbits. Não me olhem assim, como se nunca tivessem ouvido essa estranha palavra antes. Vocês já ouviram, e eu também. Bem, eles subiram aqui anteontem, e encontraram alguém que não esperavam. Isso os consola? E agora gostariam de saber para onde foram levados? Bem, bem, talvez eu possa lhes dar alguma notícia sobre isso. Mas por que estamos de pé? Vamos nos sentar e ficar mais à vontade.

O velho se virou e foi na direção de um monte de pedras e rochas caídas ao pé do penhasco. Imediatamente, como se um feitiço tivesse sido removido, os outros relaxaram e se mexeram. As mãos de Gimli foram direto para o cabo do machado. Aragorn sacou a espada. Legolas pegou o arco. E Liz permaneceu com o seu arco abaixado. O velho não tomou conhecimento disso, sentando-se sobre uma pedra baixa e plana. Então sua grande capa se abriu e eles viram, com certeza, que por baixo dela ele estava vestido de branco.

— Saruman! — Gritou Gimli, saltando na direção dele com o machado em punho. — Fale! Diga-nos onde escondeu nossos amigos! Que fez com eles? Fale, ou farei um estrago em seu chapéu que será difícil de consertar, mesmo para um feiticeiro.

O velho foi rápido demais para ele. Saltou de pé e pulou para o topo de uma grande rocha. Ali ficou, subitamente imponente, erguendo-se diante deles. O capuz e os farrapos cinzentos caíram para trás. As vestes brancas brilharam. Levantou o cajado, e o machado de Gimli saltou de seu punho e caiu com um ruído no solo. A espada de Aragorn, imóvel em sua mão paralisada, brilhava com um fogo repentino. Legolas soltou um grito e atirou uma flecha no ar: ela sumiu num clarão de fogo.

— Mithrandir! — Gritou ele. — Mithrandir!

— Bem-vindo, digo a você outra vez, Legolas! — Disse o velho.

Todos olharam para ele. Os cabelos eram brancos como a neve ao sol, e brilhante era sua veste branca; os olhos sob as sobrancelhas grossas eram reluzentes, agudos como os raios do sol; havia poder em suas mãos. Em meio à surpresa, à alegria e ao medo, eles ficaram parados, sem saber o que dizer.

Finalmente Aragorn se mexeu.

— Gandalf! Além de todas as esperanças estás de regresso em nossa necessidade! Que véu cobria minha visão? Gandalf!

Gimli não disse nada, mas caiu de joelhos e cobriu os olhos.

— Gandalf! — Repetiu o velho, como se recuperasse de uma lembrança antiga um nome há muito em desuso. — Sim, esse era o nome. Eu era Gandalf.

Desceu da rocha e, apanhando a capa cinzenta, cobriu-se com ela: parecia que o sol estivera brilhando, e que agora se encobria de nuvens outra vez.

— Sim, podem ainda me chamar de Gandalf — disse ele, e a voz era a de seu velho amigo, companheiro e guia. — Levanta-te, meu bom Gimli! Tu não tens culpa, e não me fizeste mal nenhum. Na verdade, meus amigos, muitas poucas armas me podem ferir. Alegrem-se! Encontramo-nos de novo! Na virada da maré. A grande tempestade aproxima-se, mas a maré virou.

Colocou a mão sobre a cabeça de Gimli, e o anão ergueu os olhos e riu de repente.

— Gandalf! — Disse ele. — Mas tu estás todo de branco!

— Sim, sou branco agora — disse Gandalf. — Na verdade, eu sou Saruman, quase poderíamos dizer, Saruman como ele deveria ter sido. Mas vamos agora, falem-me sobre vocês! Atravessei o fogo e águas profundas desde que nos separamos. Esqueci muita coisa que julgava saber, e aprendi de novo muita coisa que havia esquecido. Posso ver muitas coisas à distância, mas muitas coisas que estão próximas eu não consigo ver. Falem-me sobre vocês!

— O que queres saber? — Perguntou Aragorn, e Liz finalmente guardou o arco olhando analiticamente para Gandalf. — Tudo o que aconteceu desde que nos separamos na ponte seria uma história longa. Não poderias dar-nos notícias dos hobbits e de Boromir?

— Não os encontrei — disse Gandalf — Havia uma escuridão sobre os vales dos Emyn Muil, e eu não sabia que estavam aprisionados, até que a águia me contou.

— A águia! — Disse Legolas. — Eu vi uma águia voando bem alto: a última vez foi há três dias, sobre os Emyn Muil.

— Sim — disse Gandalf —, era Gwaihir, o Senhor dos Ventos, que me resgatou de Orthanc. Enviei-o na minha frente para vigiar o Rio e conseguir notícias. Ele tem uma visão apurada, mas seus olhos não conseguem enxergar tudo o que se passa sob as colinas e árvores. Algumas coisas ele viu, e outras eu mesmo vi. O Anel agora está fora do alcance de minha ajuda, ou da ajuda de qualquer um da Comitiva que partiu de Rivendell. Quase foi revelado ao Inimigo, mas escapou. Tive alguma parte nisso, pois sentei-me num lugar alto, e lutei contra a Torre Escura e a Sombra passou. Depois fiquei cansado, muito cansado; e caminhei por muito tempo, envolvido em pensamentos escuros.

— Então você sabe sobre Frodo! — Disse Gimli. — Como estão as coisas com ele?

— Não sei dizer. Foi salvo de um grande perigo, mas muitos ainda o esperam. Resolveu ir sozinho a Mordor, e partiu: isso é tudo que posso dizer.

— Não sozinho — disse Legolas. — Sam foi com ele.

— Foi? – Ele perguntou e os seus olhos brilharam e o rosto sorriu. - Foi mesmo? Isso é novidade para mim, mas não me surpreende, Bom! Muito bom! Tiram-me um peso do coração. Precisam-me dizer mais. Agora sentem-se ao meu lado e contem a vossa jornada.

Os companheiros sentaram-se no chão aos pés dele, e Aragorn continuou a história. Por um longo período Gandalf não disse nada, e não fez perguntas. Quando finalmente, Aragorn concluiu, disse:

— Não disseste tudo aquilo que sabes, meu amigo. — Disse ele suavemente, olhando de seguida para Liz. — Pobre Boromir! Ele separou-se dos Hobbits, e não sei que caminho seguiu. É uma prova dura para um homem assim: um guerreiro, um senhor de homens. Galadriel me disse que ele estava em perigo. Mas escapou no final. Fico feliz. Não foi em vão que os jovens hobbits e a cara Liz vieram connosco, mesmo que tenha sido apenas para o bem de Boromir, para lhe dar um caminho a seguir. Mas esse não é o único papel deles. – Gandalf fez uma pequena pausa, olhando para Liz sabiamente. – Os Hobbits foram trazidos a Fangorn, e a chegada deles foi como a queda de pequenas pedras que iniciam uma avalanche nas montanhas. Neste momento em que estamos conversando, ouço os primeiros estrondos. Será melhor para Saruman não ser apanhado fora de casa quando tudo explodir.

— Numa coisa continuas o mesmo. – Disse Gimli. – Ainda falas por enigmas

— Enigmas? — Perguntou Gandalf — Estava a falar comigo mesmo em voz alta. Um hábito dos velhos: escolhem falar às pessoas mais sábias, mas as longas explicações que os jovens necessitam são cansativas.

— Não sou mais jovem, mesmo para os homens das Antigas Casas. – Disse Aragorn. – Não poderias abrir a tua mente com mais clareza?

— Que devo então dizer? — Perguntou Gandalf, depois parou um tempo, pensando. — Este é um resumo das coisas como as vejo agora, se você quiser saber um pouco do que estou pensando, com a maior clareza possível. O Inimigo, é claro, já sabe há muito tempo que o Anel está viajando, e que seu portador é um Hobbit. Sabe o número dos integrantes de nossa Comitiva, que partiu de Rivendell, e que tipo de pessoas somos, exceto por Liz, pois foi uma surpresa a sua integração. Mas ainda não percebeu o nosso propósito claramente. Supõe que todos nós estávamos indo para Minas Tirith, pois isso é o que ele próprio faria se estivesse em nosso lugar. E de acordo com a sua sabedoria isso seria um golpe forte contra seu poder. Na verdade, está sentindo um grande medo, sem saber que pessoa poderosa poderia de repente aparecer, controlando o Anel e ameaçando-o com a guerra, tentando destruí-lo e tomar o seu lugar. Que poderíamos desejar destruí-lo e não colocar ninguém em seu lugar é um pensamento que não lhe ocorre. Que possamos tentar destruir o próprio Anel é algo que não entrou nem em seus sonhos mais escuros. Nisso, sem dúvida, vocês verão nossa boa sorte e nossa esperança. Por ter imaginado a guerra, deflagrou a guerra, acreditando que não tinha mais tempo a perder; pois aquele que dá o primeiro golpe, se o golpe tiver força suficiente, pode não precisar dar mais golpes. Assim, as forças que vem preparando há muito tempo, ele as colocou em ação antes do que pretendia. Sábio tolo. Pois se tivesse usado todo seu poder para guardar Mordor, de modo que ninguém conseguisse entrar, e colocado toda a sua astúcia na procura do Anel, então realmente não haveria mais esperanças: nem o Anel nem o portador poderiam tê-lo iludido por muito tempo. Mas agora olha mais para longe do que para as vizinhanças de seu lar; e principalmente olha na direção de Minas Tirith. Logo sua força cairá sobre aquela cidade como uma tempestade, pois ele já sabe que os mensageiros que enviou para perseguir a Irmandade falharam de novo. Não encontraram o Anel. Nem trouxeram qualquer Hobbit como refém. Se tivessem feito isso, teria sido um golpe forte para nós, que poderia ser fatal. Mas não vamos escurecer nossos corações imaginando o julgamento de sua gentil lealdade na Torre Escura. Pois o Inimigo falhou por enquanto. Graças a Saruman que também desejava apossar-se do Anel, para uso próprio, ou pelo menos capturar alguns hobbits para seus propósitos malignos. Então, agindo em conjunto, nossos inimigos só conseguiram trazer Merry e Pippin numa velocidade espantosa, e no momento certo, até Fangorn, para onde eles nunca teriam vindo de outra forma! Nenhuma notícia da batalha chegará a Mordor, graças aos Cavaleiros de Rohan; mas o Senhor do Escuro sabe que dois hobbits foram capturados nos Emyn Muil e levados para Isengard contra a vontade de seus próprios servidores. Agora ele teme Isengard e também Minas Tirith. Se Minas Tirith cair, isso será ruim para Saruman.

— É uma pena que nossos amigos estejam no meio dessa luta — disse Gimli. – Se nenhuma terra ficasse entre Isengard e Mordor, eles poderiam lutar enquanto nós ficaríamos observando e esperando.

— O vencedor emergeria mais forte que qualquer um dos dois, e livre de dúvidas — disse Gandalf. — Mas Isengard não pode lutar contra Mordor, a não ser que Saruman obtenha o Anel primeiro. E isso ele não conseguirá nunca. Ainda não sabe do perigo que corre. Há muita coisa que ele não sabe. Estava tão ávido por colocar as mãos em sua presa que não conseguiu ficar esperando em casa, e saiu para encontrar e espionar seus mensageiros. Mas chegou tarde demais, desta vez; a batalha já estava terminada e ele não podia mais ajudar em nada quando chegou a estas partes. Não ficou aqui por muito tempo. Olhando dentro da mente dele eu vejo suas dúvidas. Ele fica desorientado em florestas. Acha que os cavaleiros mataram e queimaram todos sobre o campo de batalha, mas não sabe se os orcs estavam ou não trazendo algum prisioneiro. E não sabe da discussão entre seus servidores e os orcs de Mordor; e também não sabe do Mensageiro Alado.

— O Mensageiro Alado! — Gritou Legolas. — Que novo terror é esse?

— Um terror que você não pode abater com flechas — disse Gandalf. - Pois ele era um Nazgúl, um dos Nove, que agora têm montarias aladas. Logo seu terror cobrirá de sombras os últimos exércitos de nossos amigos, barrando o sol. Mas ainda não lhes foi permitido atravessar o Rio, e Saruman não conhece essa nova forma na qual os Espectros do Anel se apresentam. Tem o pensamento constantemente voltado para o Anel. O Anel estava presente na batalha? Foi encontrado? E se Théoden, Senhor da Terra dos Cavaleiros, se aproximasse e soubesse do poder desse Anel? É esse o perigo que Saruman vê, e ele fugiu de volta para Isengard para redobrar ou triplicar a força de seu a taque em Rohan. E durante todo o tempo há um outro perigo, muito próximo, que ele não enxerga, ocupado que está com seus pensamentos inflamados. Esqueceu Barbárvore.

— Agora você está falando para si mesmo outra vez — disse Liz com um sorriso. — Não conheço Barbárvore. E adivinhei parte da dupla traição de Saruman; apesar disso, não vejo de que modo a chegada de dois hobbits a Fangorn pode ter tido alguma serventia, exceto para nos proporcionar uma busca longa e infrutífera.

— Mas os hobbits! — Interrompeu Legolas. — Viemos de longe à procura deles, e parece que você sabe onde eles estão. Onde estão agora?

— Com Barbárvore e os Ents — disse Gandalf.

— Os Ents! — Exclamou Aragorn. — Então há verdade nas velhas lendas sobre os moradores das florestas profundas e os pastores gigantes das árvores? Ainda existem Ents no mundo? Achei que fossem apenas uma lembrança de dias antigos, se de fato eram mesmo algo mais que uma lenda de Rohan.

— Uma lenda de Rohan! — Gritou Legolas. — Não, todos os elfos das Terras Ermas já cantaram canções sobre os velhos Onodrim e sua longa tristeza. Mas mesmo entre nós eles são apenas uma lembrança. Se eu encontrasse um deles ainda caminhando por este mundo, então poder-me-ia sentir jovem outra vez! Mas Barbárvore: isso é apenas uma tradução de Fangorn para a Língua Geral; mas você parece estar falando de uma pessoa. Quem é esse Barbárvore?

– Agora estão fazendo perguntas demais — disse Gandalf. — O pouco que sei de sua longa e lenta história daria uma narrativa para a qual não ternos tempo agora. — Barbárvore é Fangorn, o guardião da floresta; é o mais velho dos ents, o ser mais velho que ainda caminha sob o sol, nesta Terra-média. Realmente espero, Legolas, que você ainda possa encontrá-lo. Merry e Pippin tiveram sorte: encontraram-no aqui, neste ponto onde estamos sentados. Pois ele veio aqui há dois dias e os levou para sua moradia lá longe, perto das raízes das montanhas. Frequentemente vem aqui, principalmente quando tem a mente inquieta, e quando os rumores do mundo lá fora o preocupam. Vi-o há quatro dias andando a largas passadas por entre as árvores, e acho que ele me viu, pois parou; mas eu não disse nada, porque estava concentrado em meus pensamentos, e cansado depois de minha luta contra o Olho de Mordor; ele também não falou, nem chamou meu nome.

— Talvez também tenha achado que você era Saruman — disse Gimli.

— Mas você fala dele como se fosse um amigo. Pensei que Fangorn fosse perigoso. – Disse Gimli.

— Perigoso! — Exclamou Gandalf. — Eu também sou muito perigoso: mais perigoso do que qualquer outro ser que jamais encontrarão, a não ser que sejam levados vivos diante do trono do Senhor do Escuro. – O seu olhar deteve-se por um segundo em Liz. – E Aragorn é perigoso, e Legolas é perigoso. E Liz… - Ele pausou. – Liz é muito perigosa. Você está rodeado de perigos, Gimli, filho de Glóin; pois você mesmo é perigoso, à sua maneira. Certamente a floresta de Fangorn é perigosa — não menos perigosa para aqueles que são rápidos demais com seus machados; e o próprio Fangorn, ele também é perigoso, no entanto é gentil e sábio. Mas agora sua ira lenta e longa está transbordando, e toda a floresta está cheia dela. A vinda dos hobbits com as notícias que trouxeram foi a gota de água: logo estará correndo como uma enchente; mas sua maré está voltada contra Saruman e os machados de Isengard. Algo que não acontece desde os Dias Antigos está para acontecer: os Ents vão despertar e descobrir que são fortes.

— Que irão fazer? — Perguntou Legolas atónito.

— Não sei — disse Gandalf. — Não acho que eles mesmos saibam. Fico imaginando.

— A manhã está terminando — disse ele. — Logo devemos partir.

— Vamos encontrar nossos amigos e Barbárvore? — Perguntou Aragorn.

— Não — disse Gandalf — Não é essa a estrada que devem pegar. Pronunciei palavras de esperança. Mas apenas de esperança. Esperança não é vitória. A guerra está sobre nós e todos os nossos amigos, uma guerra na qual apenas a utilização do Anel poderia nos dar certeza de vitória. Enche-me de grande tristeza e medo: pois muita coisa será destruída, e tudo pode ser perdido. Sou Gandalf, Gandalf, o Branco, mas o Negro ainda é mais poderoso.

Levantou-se e olhou em direção ao leste, protegendo os olhos, como se enxergasse coisas muito distantes que nenhum deles podia ver. Depois balançou a cabeça. — Não — disse ele numa voz suave —, o Anel está além de nosso alcance. Alegremo-nos pelo menos com isso. Não podemos mais ser tentados a usá-lo. Devemos descer e enfrentar um perigo quase desesperador, mas aquele perigo mortal foi removido.

Virou-se.

— Venha, Aragorn, filho de Arathorn! A busca de seus companheiros terminou. Sua próxima jornada está marcada pela palavra que deu. Deve ir a Edoras e procurar Théoden em seu palácio. Precisam de você. A luz de Andúril deve agora ser revelada na batalha pela qual ela esperou por tanto tempo. Há guerra em Rohan, é um mal maior: as coisas não vão bem para Théoden.

— Então não vamos ver os alegres hobbits de novo? — Perguntou Legolas. Fez uma pausa, e olhou para Liz momentaneamente. – Nem Boromir?

— Eu não disse isso — disse Gandalf — Quem pode saber? Tenha paciência. Vá aonde deve ir, e tenha esperança! Para Edoras! Eu também vou para lá!

– É um caminho ainda longo…

– Depois de derrotar aquela criatura em Moria, eu fui curar-me em Lothlorien, tenho as energias renovadas. – Gandalf exclamou. – Lá dei conselhos e recebi conselhos. De lá vim por estradas estranhas, e trago mensagens a alguns de vocês. Para Aragorn, trago esta:

Onde estão os Dúnedain, Elessar. Elessar?

Por que agrada a teu povo vagar?

Vão dentro em breve os Perdidos surgir.

E os Cinzentos do Norte hão de vir.

Mas negro é o caminho a ti destinado:

Há Mortos à espreita na senda do Mar

Aragorn analisou a sua mensagem longamente, o seu semblante pensativo.

– Para Legolas ela enviou este recado:

Legolas Greenleaf, a floresta é o teu lar!

Alegre viveste. Cuidado com o Mar!

Se na praia gaivotas gritarem por ti,

Descanso jamais acharás por aqui.

Liz colocou a mão discretamente no peito, vendo Legolas fechando os seus olhos, enquanto acariciava, sem perceber, o seu anel de Meloier.

– A Liz este:

Liz, a fogueira, de fogo te batizaram

O coração que agora te dói

Difícil é o destino a ti imposto

Tudo é mais difícil sem o amor!

Entrega-te por fim a essa chama

Que teus verdes anos te apresentaram

Pois por esse amor outros chamados reclamam!

Liz sentiu as lágrimas nos olhos, mas impediu-as de cair, enquanto Legolas a olhava nos olhos.

Gandalf ficou em silêncio e fechou os olhos.

— Então ela não me mandou nenhum recado? — Disse Gimli abaixando a cabeça.

— Escuras são as suas palavras — disse Legolas — e pouco significam para aqueles que as recebem.

— Isso não é consolo — disse Gimli.

— E daí? — Disse Legolas. — Queria que ela te falasse abertamente sobre a tua morte?

— Sim, se não tivesse mais nada a dizer.

— O que é isso? — Disse Gandalf, abrindo os olhos. — Sim, acho que posso adivinhar o significado das palavras dela. Desculpe-me, Gimli! Eu estava pensando nas mensagens mais uma vez. Mas ela realmente lhe enviou algumas palavras, que não são nem escuras nem tristes.

— “Para Gimli, filho de Glóin”, disse ela, “envie os cumprimentos de sua Senhora. Por onde fores, Portador da Mecha, meu pensamento te acompanhará. Mas tenha o cuidado de golpear com teu machado a árvore certa!”

— Em boa hora você retorna a nós, Gandalf — gritou o anão, cantando alto na estranha língua dos anões. — Venham! Venham! — Gritou ele, brandindo o machado. — Agora que a cabeça de Gandalf é sagrada, vamos achar uma outra que seja justo partir.

— Não é preciso procurar muito longe — disse Gandalf, levantando-se. – Venham! Gastámos todo o tempo que é permitido para um encontro de amigos que estavam separados. Agora precisamos nos apressar.

Embrulhou-se outra vez em sua velha capa surrada, e foi na frente. Seguindo-o, eles desceram rapidamente do alto patamar e foram de volta para a floresta, descendo a margem do Entágua. Não falaram mais nada, até pisarem outra vez na grama além das bordas de Fangorn. Não havia nenhum sinal de seus cavalos.

— Eles não regressaram — disse Legolas. — Será uma caminhada cansativa!

— Eu não vou caminhar. O tempo urge — disse Gandalf. Depois, levantando a cabeça, deu um longo assobio. Foi tão claro e penetrante que os outros ficaram chocados por ouvirem um som assim saindo daqueles velhos lábios barbados. Esperaram, curiosos. Logo chegou até eles o som de cascos, primeiro pouco mais que um tremor do chão, percetível apenas para Aragorn, que estava deitado sobre a grama; depois, cada vez mais alto e claro, até tornar-se uma batida rápida.

— Há mais de um cavalo vindo para cá — disse Aragorn.

— Certamente — disse Gandalf. — Somos carga demais para um só.

— Há três cavalos — disse Legolas, olhando por sobre a planície. — Vejam como correm. É Hasufel, e ali está meu amigo Arod ao lado dele! Mas há um outro que vem na frente: um cavalo muito grande. Não vi nenhum assim antes.

— Nem vai ver outra vez — disse Gandalf — Aquele é Scadufax. É o chefe dos Mearas, senhores dos cavalos, e nem mesmo Théoden, Rei de Rohan, jamais viu um melhor. Ele não brilha como prata, e não corre com a suavidade de um rio veloz? Ele veio ao meu encontro: o cavalo do Cavaleiro Branco. Vamos à batalha juntos.

– Vamos para Meduseld, o palácio de seu mestre, Théoden — disse Gandalf, dirigindo-se a eles com gravidade. Os animais abaixaram as cabeças. — O tempo está passando; então, com sua permissão, meus amigos, vamos montar. Imploramos que usem toda a velocidade que puderem. Hasufel levará Aragorn, e Arod levará Legolas e Liz. Vou colocar Gimli na minha frente, e com sua permissão Scadufax levará nós dois, Agora só vamos esperar que vocês bebam um pouco de água.

Todos montaram o cavalo como Gandalf assim instruiu, mas o feiticeiro virou-se para Legolas, Liz e Arod, olhando-os longa e seriamente.

– Vocês, meus amigos, irão até Mirkwood. Precisas de avisar Thranduil, teu pai, de que um grande número de orcs está a avançar para tomar a Floresta Negra.

– Eu também? – Liz perguntou, estranhando. – Não é que eu vá fazer alguma coisa lá.

– Sim, Liz, tu também. – Gandalf falou autoritariamente, mas Liz suportou o seu olhar.

– Eu só não vejo a necessidade. Mirkwood fica muito longe daqui e nós somos dois. Vamos atrasar Arod. – Ela tentou dizer, acariciando o animal, que relinchou contente. – Oh!

– Arod gosta de ti, vai ser tão rápido como se não levasse ninguém montado nele.

– Ok! – Liz abraçou a cintura de Legolas.

– Quando vocês já tiverem falado com Thranduil, eu enviarei uma mensagem para vos dar o resto das informações. Boa sorte!

– Gandalf, antes de nos despedirmos por um tempo… - Liz disse. – Tu não sabes mesmo por onde anda Boromir?

– Temo que não. – Ele respondeu. – Mas ele descobrirá ele mesmo o seu caminho.

– Claro! – A ruiva disse. – Que a sorte vos acompanhe.

– Boa sorte!

E todos partiram.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo será em Mirkwood e terá Thranduil e outras novas (e não tão novas) personagens. Os agradecimentos serão feitos no capítulo da próxima semana. Mas mencionar Morgana Crystalyn Black pela recomendação. Muito obrigada! Prometo agradecer melhor para a próxima semana.

Kiss kiss,

CR, a autora



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