Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oi oi olá! (esconde-se das flechas que cortam o ar). Perdoem o atraso, por favor! Mas já tenho um capítulo novo! É bom, certo? Espero que não tenham desistido da leitura desta história! Sei que esperavam mais de mim, pontualidade ou assim com os capítulos, mas um escritor tem bloqueios e assim... Desculpem!
Relembrar que Senhor dos Anéis não me pertence, só Liz, o que já é bastante bom, certo?

Boa leitura!



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Capítulo 23

Entre as Lembranças de um Elfo

Legolas viu a manhã nascer enquanto abraçava Liz que dormia serenamente. As suas mãos ainda estavam entrelaçadas e a ruiva já não se contorcia mais assombrada provavelmente por pesadelos, o que o deixava aliviado. Não gostava de a ver sofrer, doía-lhe ver o seu sofrimento.

– Liz… É tão estranho… O mesmo nome…

Legolas começou a passear pelo seu interior, recordando a Liz que conhecera anos atrás, a guardiã, a filha de Ibetu…

“- Pai, o que se passa?

– Legolas, chamei-te para te recordar que é hoje que vem Ibetu, tinha a certeza que acabarias por te esquecer. Ainda penso que devia ter preparado um banquete, mas tu tens razão, ele não gosta dessas coisas. Anda, eles acabaram de chegar.

Legolas seguiu o pai e, quando chegou lá fora, os seus olhos viram Ibetu e Melody, mas caíram rapidamente na criança ruiva que os acompanhava, a mais bela criatura que alguma vez fitara.

Ele ouviu o pai dizer algumas palavras, mas ainda estava bastante intrigado com a menina que, apesar de triste, sorria com a amizade que via presente ali. Quando ela falhou o cumprimento formal pela primeira vez por não recordar seu nome, ele não pôde deixar de a achar adorável, vendo como ela mordia o lábio inferior, os olhos fechados e o pé batendo no chão, tentando lembrar-se do seu nome.

– Legolas… - Ele respondeu-lhe com um sorriso e os olhos dela fitaram-no por um momento como se ele fosse o único do mundo mas, logo de seguida, ela voltou ao cumprimento formal.

Conhecer aquela criança foi a melhor coisa que aconteceu na sua vida. Ele ensinava-lhe tudo o que sabia, e, apesar de não reparar, ela fazia o mesmo com ele.

– Então estas benyars são realmente curativas?

– Sim, elas são a flor do amor, porque têm o poder de curar corações partidos dos amantes, ou pelo menos é o que dizem. Mas há muito tempo que não existem corações partidos por aqui.

– Oh, então, Legolas, tem de haver. Quero dizer, as pessoas magoam-se por amar, é natural. Nunca te magoaste?

– Por amor? Não! Ainda não amei ninguém o suficiente para me magoar.

– Isso é muito estranho, Legolas, devias ir atrás da paixão. Provavelmente terás de sair de Mirkwood para encontrar a tua cara-metade. – Liz aconselhou.

– Não me imagino fora daqui, Liz, o povo de Mirkwood é muito fechado na floresta, não gostamos realmente de sair.

– Como não? – Liz fitou-o. – Legolas, se vocês permanecerem fechados os vossos corações permanecerão fechados igualmente. Os vossos corações e as vossas mentes. Assim não conheces outras realidades, outros povos. Assim não podes criar a tua própria visão do mundo.

– Eu já saí algumas vezes, mas não tenho curiosidade em conhecer outras coisas.

– Eu espero que isso mude. – Liz sorriu serenamente. – Porque eu tenho a certeza que anseias por uma coisa nova, por aventuras fora daqui. Eu peço é que Ilúvatar te ilumine os olhos que, por alguma razão, permanecem fechados áquilo que realmente queres.

Legolas sorriu, olhando-a com ternura, mas também com admiração. Liz tinha apenas visto sete primaveras e parecia ser já mais sábia do que ele próprio, o que ele deduziu ser fruto de todas as viagens que ela já tinha tido necessidade de fazer por ser a Guardiã.

– Vamos! Ainda preciso de ir ter com os meus amigos. – Liz disse, começando a andar facilmente pelos arbustos, como se tivesse sempre vivido entre eles. Ele seguiu atrás dela, como sempre.

***

Liz iluminava Mirkwood com a sua presença há já oito meses e, agora, Legolas ensinava-lhe tudo o que sabia sobre a tradição élfica de Mirkwood.

– Legolas, já alguma vez conheceste um humano para além da minha mãe? – Liz perguntou de repente, sentada na relva.

– Já conheci a tua avó...? – Ele respondeu, incerto, vendo Liz revirar os olhos, o que o fez rir, divertido.

– Alguém fora da minha família.

– Já, muitos. – Ele respondeu, desenhando pequenos círculos na palma da mão de Liz. Legolas estava deitado de barriga para baixo ao lado da ruiva.

– E o que achaste deles?

– São muito incertos. – Ele respondeu vagamente, olhando para os olhos de Liz, que brilhavam. – Uns eram muito bons seres, outros eram exatamente o oposto. São muito imprevisíveis, nunca sei o que esperar deles. São ainda mais imprevisíveis do que os Anões.

– Tanto preconceito contra os Anões… - Liz apontou, sorrindo.

– Eles são muito gananciosos e… bom, conheces a história do meu povo para perceber porque existe todo este atrito.

– Sim, mas nem todos os Anões são iguais, assim como os Homens. – Ela ofereceu, olhando nos olhos do loiro, que sorriu de lado.

– Todos os Anões são gananciosos, uns em maior quantidade que outros.

– Totó! – Liz bateu-lhe suavemente no ombro. – Mas, voltando aos Homens…

– Há aqueles realmente bons, como a tua mãe e a tua avó… E há aqueles muito maus…

– Eu sei… E eu? – Ela perguntou seriamente, mas tentando manter um tom desinteressado.

– Tu és o melhor ser do mundo. – Legolas respondeu sem hesitar, o que a surpreendeu. – É verdade, tu és sincera e justa.

– Eu… - Liz suspirou. – Eu sei que nem toda a gente pensa isso de mim… Isto é, existe muita gente que não confia em mim, gente que não acredita que vou conseguir realizar a minha missão.

– Ignora…

– Mas eu não consigo, Legolas. Doe decidiu atribuir-me o Anel, ele confiou em mim, e Doe é o Elfo mais poderoso da Terra Média. Ele é uma das figuras mais respeitadas por todos os Elfos e, ainda assim, uma grande parte do povo élfico não acredita em mim. Para muitos, eu sou uma lenda apenas.

– Não aqui! – Ele assegurou-lhe.

– Mas era antes de meus pais terem decidido colocar-me aos vossos cuidados. – Liz explicou.

– Mas…

– Além disso, eu ouço a Rosez a falar com outros Elfos… Sobre como é difícil confiar em mim, já que sou uma mistura de raças… Eles dizem que a minha aparência é a de uma humana, mas que essa não é a realidade… Então, o que mais a aparência esconde?, perguntam eles.

– A Rosez gosta muito de ti.

– Eu gosto muito dela também, e sei que ela gosta de mim, à sua maneira, mas nem sempre confiamos nas pessoas que gostamos. E nem sempre gostamos das pessoas que gostamos. Ela pode gostar de mim, mas pode também não gostar… É muito confuso…

– Eu gosto de ti. – Legolas interrompeu-a, apertando-lhe a mão e olhando-a. – Eu gosto muito de ti.

– Obrigada! – Ela sorriu. – Mas se, por alguma obra do destino, eu me tornar uma pessoa má, promete-me que deixarás de gostar.

– Eu acho que não serei capaz. – Legolas confessou.

– Ainda bem, isso significa que eu já tenho um lugar no teu coração. – Ela sorriu, dando-lhe um beijo na bochecha e correndo para dentro enquanto ria alegremente. Legolas sorria contagiado pela sua felicidade.

**

– Então, o meu pai colocou-me em cima de Lily e eu aprendi a cavalgar assim. – Liz contou. – Eu nunca pensei que fosse tão simples andar em cima de uma égua, mas Lily é sempre tão simpática para mim. Eu queria tê-la trazido, mas o ada disse que era melhor ela ficar em casa, o que é um pouco triste porque eu cantava sempre para ela.

– Podes cantar para nós se quiseres. – Rosez comentou com um sorriso.

– É melhor não… - Liz disse, corando e saltando para outra pedra graciosamente. – Eu tenho vergonha.

– Tenho a certeza que tens uma voz linda, tal como tu. – Legolas incentivou, passando por ela com um salto maior e ainda mais gracioso.

– Pois enganas-te! – Ela disse, saltando para cima das costas do loiro. – E não me ultrapasses, é injusto!

– A culpa é tua! És muito lenta! – Ele disse com um sorriso aberto.

– As minhas pernas são mais pequenas do que as tuas. Claro que sou mais lenta. – Ela respondeu como se fosse muito óbvio.

– Se cantares, eu deixo-te ganhar. – Legolas prometeu, rindo alegremente.

– Não…

– Se quiserem, eu canto! – Disse Rosez, que estava sentada à beira do riacho enquanto eles saltitavam pelas pedras.

– Podes cantar um pouco da balada de Tinúviel? – Liz perguntou.

– Pode ser outra canção? Não me agrada essa. – Rosez pediu.

– Mas é tão bela história de amor. Um amor que passou fronteiras… - Liz explicou, descendo das costas de Legolas e olhando para Rosez seriamente.

– Nós perdemos Tinúviel por culpa de um humano. – Rosez respondeu.

– Não foi por um humano que os Elfos perderam Luthien Tinúviel. – Liz disse, correndo graciosamente e aterrando na pedra em frente a Rosez agachando-se. – Foi por amor. Um dos maiores amores de sempre. E, por mais que os Elfos sejam o povo imortal, todos nós sabemos que sem amor nada disto ou nenhum de nós existiria. Foi por amor que Ilúvatar criou seus filhos e a Terra Média.

– Isto é diferente…

– Amor é amor, de que forma seja. – Liz cortou-a severamente. – Entristece-me que não o reconheças. Meu pai ama uma humana. O mesmo não irá acontecer com ele, mas se acontecesse, eu perceberia o porquê.

– Tu ainda és muito miúda para entender. – Rosez defendeu-se, indignada. – Nem sempre as coisas são assim tão simples. Amor nem sempre é simplesmente amor.

– É sim. – Ela insistiu. – Mas existem seres que insistem em querer que o Amor seja racional, quando tal é impossível, porque o amor vem mais da alma e do coração do que da cabeça. A cabeça pode conhecer a realidade e os preconceitos de todos os habitantes da Terra Média, mas o coração que não olha a ideias preconcebidas, esse é ignorante do mundo mas sábio da felicidade.

– A Liz tem razão, Rosez… - Legolas disse com um sorriso suave, olhando para Rosez. – Amor é amor.

– Estás a ver? Como seria se assim não fosse, Rosez? – Liz perguntou. – O amor é o que segura todas as relações especiais da nossa vida. Tu amas os teus pais, os teus pais amam-te…

"E assim em angústia Beren pagou

por esse grande destino sobre ele posto,

o imortal amor de Lúthien,

demasiado bela para a vista de Homens mortais;

e para o seu destino foi Lúthien atraída,

a imortal a sua mortalidade partilhou;

e o Destino para eles forjou uma corrente unida

por amor vivo e dor mortal."

– Liz!

Legolas acariciou-lhe os cabelos e ela abriu os olhos, que derramavam lágrimas. A criança havia se deitado na relva ao lado do riacho e começado a cantar parte de uma versão da balada de Tinúviel e Beren.

– Cantas logo a parte mais triste: a mortalidade de Lúthien por Beren. - Rosez comentou suavemente.

– Não é a parte mais triste. - Liz replicou para Rosez, mas olhando intensamente para Legolas e entrelaçando os seus dedos com os deles. - É a parte mais bela. Pois Tinúviel morreu, assim como Beren, mas o seu amor continua imortal. Por mais seres mortais que existem, o amor continuará vivo, o amor será eterno, por isso não olha à natureza de quem o sente.

– Para ti é tudo muito romântico, Liz, mas pensa para além da tua imortalidade. Tu tens a vida eterna como nós, mas imagina que não tinhas... se conseguisses, verias que é cruel termos algo assim e tirar-nos.

– Tu não sabes como é, eu sei. - A ruiva comentou, olhando Rosez. - Eu posso ter a vida eterna como vocês, Elfos, mas eu tenho uma mãe humana, que não viverá eternamente, eu sei que ela perecerá e vou ter de viver sem ela. E isso doi mais do que se não a tivesse tido, porque a amo. Amo-a e, mesmo sabendo que ela morrerá, sou feliz e não odeio ninguém por a ter feito mortal, amo Ilúvatar por a ter feito minha mãe. Magoar-me-ei quando acontecer? Claro que sim, mas nada é pior do que não amar! Beren e Luthien amaram e foram felizes por ver o seu amor correspondido! Tomara que todos os habitantes da Terra Média pudessem dizer o mesmo. Tomara que tu pudesses amar e ser correspondida para perceber que a felicidade da vida não está na durabilidade dela, mas na intensidade do amor.

– Tu és muito insolente... - Rosez levantou-se, um pouco irritada. - És uma criança, não espero que compreendas o mundo dos adultos.

– O meu mundo e o teu é exatamente o mesmo, Rosez, chama-se Terra Média. Só os nossos corações, as nossas almas, os nossos corpos são diferentes. Os nossos olhos são diferentes...

– Falas que o amor é que conduz os seres... Pois eu vou dar-te um exemplo em contrário, mesmo à tua frente. - Rosez começou. - Legolas, como tu sabes, é príncipe de Mirkwood, ou seja, ele vai suceder ao Rei Thranduil quando este partir para as Terras Eternas. Como futuro rei, Legolas não pode escolher qualquer ser para se unir. Ele tem de escolher quem for mais apropriado para o reino de Mirkwood. É triste, mas é verdade. Pode ser que ele tenha sorte e que ele venha a amar a pessoa mais apropriada, mas quais são as possibilidades, Liz?

– E diz-me, Rosez, quem seria o ser mais apropriado para se unir a Legolas e estar ao seu lado no Reino de Mirkwood?

– Alguém que habite Mirkwood, alguém que compreenda a nossa gente, que compreenda as necessidades dos habitantes, pois vive entre eles.

– Alguém como tu? - Liz perguntou, erguendo a sobrancelha.

– Eu não estou a falar de mim, especificamente, mas sim, alguém como eu, mas não necessariamente eu... - Rosez estava vermelha.

– Quem o Legolas precisa é de alguém que o compreenda, alguém que compreenda o seu coração, e alguém que ele também compreenda. Ele precisa de alguém que o ame, e que ele ame igualmente. Se ele não encontrar isso em Mirkwood, então terá de procurar. Como poderá ele liderar um povo se não tiver ao seu lado alguém que o conheça completamente?

– Não é preciso um amor como o de Beren e Luthien para conhecer as pessoas, para as compreender. - Rosez afirmou. - Tu conheces os teus pais e não os amas como Beren e Luthien se amaram.

– Claro que não, mas também não os compreendo totalmente, ou não busco compreendê-los. Agora, Beren e Luthien completavam-se, eles pertenciam um ao outro de todas as maneiras possíveis.

– Pena que o mundo não esteja de acordo contigo. - Rosez exclamou.

– É pena, sim, mas se o que me dizes é verdade, Rosez, se Thranduil impuser uma mulher ao Legolas, uma mulher que ele não ame, então eu mesma o salvarei de tal destino.

– Estás a ameaçar a vida do rei? - Ela perguntou, encostando-lhe uma seta no pescoço.

– Rosez! - Legolas exclamou, tirando-lhe rapidamente a seta. - O que pensas que fazes? Não voltes a fazer isso!

– Ela ameaçou o teu pai.

– Não fiz tal, simplesmente disse que salvarei Legolas. Como é que isso é o mesmo que matar Thranduil?

– Tu...

– Rosez, para! Nunca mais faças o que fizeste! Nunca mais ameaces a Liz! Isto é uma ordem! E eu juro que se me desobedeceres não terás tempo de te arrepender. - Legolas ameaçou rigidamente.

– Perdoa-me, eu perdi a cabeça. - Ela disse para Legolas, baixando a cabeça em sinal de submissão.

– Desculpa, Rosez! - Liz pediu, sentindo-se mal por ver aquilo. - Eu não queria...

– Deixa estar, a culpa não é somente tua. - Rosez disse com um pequeno sorriso. - Eu tenho de ir... - Ela deixou-os sós.

– Eu não gosto quando fazes isso, quando ameaças as pessoas... - Liz afirmou tristemente.

– Eu também não gosto, mas gosto ainda menos que te ameacem. - Legolas disse e um silêncio impôs-se sobre eles.

– Legolas... Aquilo que a Rosez disse é verdade?

– Acho que me pode ter escapado dizer-te que a esposa do príncipe terá de ser escolhida pelo rei, segundo o que aprendi. - O loiro respondeu.

– Não te submetas às ordens do teu pai, por favor. Eu gosto muito dele, mas gosto mais de ti... Por favor, não fiques com quem ele decidir. Une-te a alguém por amor!

– Eu... - Legolas suspirou, olhando-a profundamente. - Eu também acredito no amor, Liz, acredito vivamente nele, mas sei que há muitos seres que não encontram o amor, a paixão. Por isso, não deve ser tão difícil fazer o sacrifício de não amar...

– Tu nem te imaginas a ser rei disto. Ao menos, se fores, que seja com alguém que tu ames, não achas?

– Talvez... - Ele sorriu.

– Mas se não encontrares o amor, eu virei de Noergiell para ajudar o meu grande amigo e serei a sua melhor conselheira.

– Ui... assustei-me! Por momentos, pensei que fosses dizer para nos casarmos. - Legolas brincou.

– Eu não posso casar-me contigo, Legolas. Eu não sou de Mirkwood, segundo a Rosez, tens de casar com alguém daqui. Além disso, és muito velho para mim. Mas se fosse isso, devias era ficar feliz, não assustado, por teres como companheira a criatura mais bela de toda a Terra Média! - Ela falou com um sorriso torto, entrando na brincadeira.

– Eu tenho é pena do ser que te tiver como companheira. Não será fácil ter alguém tão chata como tu a seu lado na cama... - Legolas falou, sorrindo.

– Estás é com inveja do meu futuro companheiro, isso sim. - Ela deitou-lhe a língua. - Tu é que é um chato que nem sequer sabe dormir...

– Eu não vou discutir isso contigo.

– Tu deves pensar que não fazes barulho quando dormes o teu sono estranho, mas fazes e chamas o nome de pessoas... É desconcertante... - Liz comentou. - Falas do teu irmão... Eu nunca o conheci.

– Isso é porque ele partiu numa viagem há muito tempo e ainda não voltou. - Legolas comentou. - E eu não falo durante o sono élfico.

– Falas, pois. E sorris quando chamas o meu nome. - Liz comentou com um enorme sorriso. - É lindo de ver.

– Eu penso muito em ti, sonho muito contigo. - Legolas admitiu.

– Eu também sonho muito contigo. - Ela retorquiu. – Uma vez sonhei que estavas num lago qualquer a nadar, e estavas muito sério, e estavas a falar com uma mulher ruiva como eu, mas não era eu, pois era muito mais séria, muito mais triste, e tu tratava-la mal… Que estranho, não é?

– Um pouco…

– Acho que a tratavas mal porque ela te deixava confuso…

– Bem, não interessa, até porque eu não conheço assim tantas ruivas! – Ele brincou.

– Conheces-me a mim e já é suficiente. Se um dia conheceres uma mulher ruiva, lembra-te de mim, e não a trates mal. Não gosto quando fazes isso com as pessoas.

– És mesmo totó! Mas eu prometo-te! – Legolas colocou-a às suas costas. – Apetece-te subir às árvores?

– Só se em primeiro formos nadar. – Ela disse.

– Não posso nadar contigo. – Legolas disse seriamente. – Sou um elfo, não uma elfa.

– O meu pai é um elfo e nada comigo, qual é o mal?

– É diferente! – Legolas respondeu, pousando-a no chão. – Seres de sexos diferentes não podem nadar juntos porque podem ter pensamentos impróprios.

– Mas isso não faz sentido nenhum. Seres do mesmo sexo podem ter pensamentos impróprios como tu dizes entre eles. – Liz riu curtamente. – Além disso, eu sou uma criança.

– Mas eu não. – Legolas retorquiu curtamente.

– Tu não és nada divertido. – Liz falou, amuada. – Mas como tu tens medo dos teus próprios pensamentos, tudo bem, vamos antes subir as árvores, mas não te esqueças que quando eu conhecer a tua futura mulher, eu vou fazer questão de lhe dizer que receaste ter pensamentos impróprios com uma criança.

– Cala-te! – Legolas riu, divertido. – Vamos ver quem chega primeiro ao topo! – E começaram ambos a correr...

*****

Agradecimentos:

Voltei aos agradecimentos e logo logo vou agradecer nos outros capítulos. Antes de mais quero agradecer a todos os que acompanham a história e relembrar que nunca vou desistir dela. Sou muito teimosa para isso, mas gosto, como todos os escritores, de receber comentários. Por isso façam-se notar e comentem!

joyce hygurashi: Muito obrigada pelo comentário! Sempre bom saber a opinião e que sentem saudades. Sim, é verdade que é uma história triste a de Liz, mas eu tento contar especialmente uma história de superação. Ela pode não ter esquecido, mas superou, ou pelo menos tenta superar. Continue comentando, por favor! :P

Loriel Greenleaf: Muito obrigada pelo comentário! Muito bem vinda a esta história que não é só minha, é também de vocês, leitores. É verdade que coloco muito de mim aqui, mas vocês e os outros leitores também são importantes. Os comentários são muito importantes, pois como saber se devo continuar escrevendo se não sei se gostam? Muito obrigada por achar que escrevo bem (toda a gente gosta de elogios, não é?) Continue comentando, por favor!

Lih-Hime: Muito obrigada pelo comentário! Hahahaha Eu vivo muito longe (não é em Mordor, tá bom?). Mas eu vou levar sua opinião em conta e ver se rola um beijo, ou um beijinho ;) Muito obrigada! Continue comentando, por favor!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo, mas não se esqueçam de comentar. Tenho boas notícias, eu acho! Já tenho o próximo capítulo quase todo escrito, por isso acho bem possível voltar a postar regularmente. É bom, não é?
Kiss kiss,
CR, a autora



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