Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

(esconde-se atrás de uma árvore, esperando que todas as flechas sejam lançadas...)
Mais uma vez, perdoem a demora. Gostava de dizer que tenho uma desculpa muito boa, mas não tenho. Eu não perdi o interesse nesta história, nada disso, eu amo esta história e vou continuar a escrevê-la até ao fim, mas é tão difícil encontrar inspiração. Então, estive a reler todos os livros, a ver todos os filmes, e a ler outra bibliografia referente ao Senhor dos Aneis. Finalmente, apareceu este capítulo. Não é brilhante, mas é essencial. Não é o melhor escrito, mas é feito com carinho. Por isso, aceitem. Gostem ou não gostem, eu prometo que o próximo será melhor e nas notas finais explico porquê.

Tenho que vos recordar que não sou o Professor Tolkien? Penso que não, ninguém confundiria uma escritora tão mediana como eu com uma mente tão brilhante quanto a do criador do universo do Lord of the Rings.

Boa leitura!



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Os Cavaleiros de Rohan

– Estou cansada. – Liz disse no outro dia quando eles já caminhavam há algumas horas.

– Não podemos parar agora. – Legolas disse duramente.

– Não disse que o ia fazer. – Retorquiu ela, irritada, olhando para a relva verde do campo aberto onde estavam. De repente, o seu corpo ficou tenso.

– O que se passa? – Perguntou Legolas. – Estás a ouvir? – Ele levantou o olhar, vendo uma grande mancha ao longe.

– São cavaleiros! – Exclamou Aragorn. – Muitos a vir na nossa direção rapidamente.

– São cento e… - Liz interrompeu-se na sua visão, ao sentir o olhar de Legolas nas suas costas. – Cento e poucos pelo tamanho da mancha, eu diria.

– Cento e cinco, para ser mais preciso, têm os cabelos dourados e as lanças brilhantes. O líder é muito alto.

Aragorn sorriu.

– Agudo é o olhar dos elfos. – Disse ele.

– Não! Os cavaleiros estão a pouco mais de cinco léguas de distância. – Disse Legolas.

– Cinco léguas ou uma. – Disse Gimli. – Não podemos escapar deles nesta terra deserta. Vamos esperá-los aqui ou devemos seguir o nosso caminho?

– Vamos esperar – disse Aragorn. — Estou cansado, e nossa caçada foi um fracasso. Ou pelo menos outros chegaram na nossa frente, pois esses cavaleiros estão retornando pela trilha dos orcs. Podemos receber notícias deles.

– Ou lanças – disse Gimli, fazendo Liz sorrir, divertida.

– Há duas selas vazias, mas não vejo hobbits. – Disse Legolas.

– Eu não disse que seriam boas notícias. - Falou Aragorn. - Mas, sejam boas ou más, vamos esperar aqui.

Pararam um pouco acima do pé da colina, e embrulhando-se com os mantos élficos sentaram-se uns perto dos outros sobre o capim ralo. O tempo passava lento e pesado. O vento era fino e penetrante.

Gimli estava inquieto.

– O que sabes sobre esses cavaleiros, Aragorn? - Perguntou ele. - Estamos aqui sentados esperando morte súbita?

– Já estive entre eles. - Disse Aragorn. - São voluntariosos e cheios de orgulho, mas têm o coração sincero, são generosos em pensamentos e ações; destemidos mas não cruéis; sábios mas incultos, não escrevendo nenhum livro mas cantando muitas canções, a maneira dos filhos dos homens antes dos Anos Escuros. Mas não sei o que aconteceu aqui ultimamente, nem com que disposição os Rohirrim podem agora estar entre o traidor Saruman e a ameaça de Sauron. Por muito tempo foram amigos do povo de Gondor, embora não sejam parentes deles. Foi nos dias esquecidos de antigamente que Eorl, o Jovem, trouxe-os do norte, e seu parentesco é na verdade com os bardings de Valle, e com os beornings da Floresta, entre os quais ainda se pode ver muitos homens altos e belos, como são os Cavaleiros de Rohan. Pelo menos, é certo que não morrem de amores pelos orcs.

– Mas Gandalf comentou sobre um boato de que eles pagam tributo a Mordor. – Disse Gimli.

– Não acredito nisso mais do que acreditava Boromir. - Respondeu Aragorn.

– Logo saberás a verdade. – Disse Legolas. - Eles já estão se aproximando.

Finalmente, até mesmo Gimli pôde ouvir a batida distante de cascos galopantes. Os cavaleiros, seguindo a trilha, desviaram do rio e se aproximaram das colinas.

Galopavam na velocidade do vento.

Agora o som de vozes fortes e nítidas vinha ecoando através dos campos.

De repente avançaram com um barulho de trovão, e o cavaleiro mais à frente mudou de rumo, passando ao lado do pé da colina, e conduzindo o grupo de volta ao sul, ao longo da orla ocidental da cordilheira. Atrás dele ia uma longa fila de homens vestidos de malhas metálicas, velozes, brilhantes, terríveis e belos de se olhar.

Os cavalos eram de grande estatura, fortes e com patas bem proporcionadas; as capas cinzentas reluziam, as caudas longas esvoaçavam ao vento, as crinas caíam trançadas sobre os pescoços imponentes. Os homens que os montavam combinavam muito bem com eles: altos e esbeltos; os cabelos claros como palha saíam dos elmos leves e desciam-lhes em longas tranças pelas costas; os rostos eram austeros e argutos. Nas mãos traziam longas lanças de freixo, escudos pintados pendiam-lhes das costas, longas espadas estavam penduradas em seus cintos, as bainhas das vestimentas de malha de metal polido desciam-lhes até os joelhos.

Galopavam em pares, e, embora de quando em quando um deles se erguesse nos estribos e olhasse para os dois lados, eles pareciam não perceber os quatro forasteiros, sentados em silêncio e vigiando-os. O exército quase passara por eles quando Aragorn se levantou e chamou em voz alta:

— Que notícias têm do norte, Cavaleiros de Rohan?

Com velocidade e habilidade assombrosas, eles pararam seus cavalos, viraram e voltaram. Logo os quatro companheiros se viram num círculo de cavaleiros movimentando-se numa roda que não parava, subindo a encosta da colina atrás deles, e descendo, dando várias voltas ao redor deles, fechando o cerco cada vez mais. Aragorn permanecia quieto, e os outros três ficaram sentados sem se mexer, pensando no rumo que as coisas tomariam.

Sem qualquer palavra ou chamado, de repente, os Cavaleiros pararam. Uma floresta de lanças apontava para os estranhos, e alguns dos cavaleiros tinham nas mãos arcos, com as flechas já ajustadas às cordas. Então um deles avançou, um homem alto, mais alto que os demais; de seu elmo, como uma crista, pendia uma cauda branca de cavalo. Aproximou-se até que a ponta de sua lança ficasse a uns trinta centímetros do peito de Aragorn, que não se mexeu.

– Quem são vocês e o que fazem nesta terra? – Perguntou ele, usando a Língua Comum do Oeste, como Boromir.

– Chamo-me Strider, venho do Norte e estou caçando Orcs.

O Cavaleiro saltou do cavalo. Dando a lança a um outro que se aproximou e desceu do cavalo ao lado dele, puxou sua espada e ficou cara a cara com Aragorn, observando-o atentamente, não deixando de demonstrar surpresa. Finalmente, falou outra vez:

– Primeiro pensei que vocês fossem orcs, mas agora vejo que não é assim. Na verdade, vocês sabem pouco sobre os orcs, se vão caçando-os assim dessa maneira. Eles eram rápidos e estavam bem armados. E eram muitos. Vocês teriam passado de caçadores a caça, se tivessem alcançado o bando. Mas há algo estranho em ti, Strider. — Deitou os olhos claros e brilhantes outra vez no guardião. — Isso não é nome que se dê a um homem. E estranhas também são suas vestes. Vocês surgiram do capim? Como escaparam de nossa vista? Vocês são do povo dos elfos?

– Não. – Respondeu Aragorn. - Apenas um de nós é um elfo, Legolas do Reino da Floresta, da longínqua Floresta das Trevas. Mas passamos por Lothlórien, e as dádivas e a proteção da Senhora nos acompanham.

O Cavaleiro olhou-os com surpresa renovada, mas seus olhos endureceram.

– Então existe uma Senhora na Floresta Dourada, como contam as antigas histórias! Poucos escapam de suas redes, pelo que dizem. Estes são dias estranhos! Mas se vocês têm a proteção dela então também tecem redes e talvez sejam feiticeiros. - De repente lançou para Legolas e Gimli um olhar frio. - Por que não falam, vocês que estão em silêncio? – De seguida olhou para Liz, que tinha o rosto coberto pelo capuz, só podendo ver o seu cabelo ruivo. – E você?

Gimli se levantou e plantou os pés afastados no chão, a sua mão agarrou firmemente o cabo do machado, e os olhos escuros brilharam.

– Diga o seu nome, mestre-dos-cavalos, e então lhe direi o meu, e outras coisas também.

– Quanto a isso - disse o Cavaleiro, abaixando os olhos na direção do anão -, o forasteiro deve se declarar primeiro. Mas o meu nome é Éomer, filho de Éomund, e chamam-me Terceiro Marechal da Terra dos Cavaleiros.

— Então, Éomer, filho de Éomund, Terceiro Marechal da Terra dos Cavaleiros, deixe que Gimli, o anão, filho de Glóin, faça uma advertência contra suas tolas palavras. Você fala mal do que é belo além do alcance de seu pensamento, e sua única desculpa pode ser a falta de inteligência.

Os olhos de Éomer reluziram, e os homens de Rohan soltaram murmúrios enfurecidos e fecharam mais o círculo, avançando com as lanças.

— Eu poderia cortar-lhe a cabeça, a barba e o resto, Mestre Anão, se você se erguesse um pouco mais acima do chão — disse Éomer.

— Ele não está sozinho — disse Legolas, aprumando seu arco e ajustando uma flecha com mãos que se movimentavam mais rápido que os olhos.

— Você morreria antes que desferisse o golpe.

Éomer ergueu sua espada, e as coisas poderiam ter acabado mal, mas Liz tirou o capuz, erguendo-se.

– Não há qualquer necessidade disso. – Disse ela, erguendo o olhar para Éomer. – Poderia ouvir a nossa história antes de tentar matar Legolas?

– É a Senhora da Floresta Dourada? – Perguntou ele.

– Não. – Ela respondeu suavemente. – Mas eu e os meus companheiros estamos aqui em paz. – Ela disse, olhando-o profundamente e abaixando a espada de Éomer, que a ouvia atentamente. – Diga-me uma coisa, amável Senhor, são verdade os rumores de que servem a Mordor? – Um murmúrio hostil foi ouvido por entre os cavaleiros.

– Não sirvo a mais ninguém a não ser a Rei Thóden, filho de Théngel. – A testa de Liz franziu. – Não servimos ao Poder da Terra Negra distante, mas também não estamos em guerra declarada contra ele; se estão fugindo dele, então é melhor que abandonem esta terra. – O seu olhar denotava preocupação por Liz. – Existem problemas atualmente em todas as nossas fronteiras, e estamos sendo ameaçados, mas só desejamos ser livres, e viver como temos vivido, mantendo nosso próprio senhor, sem servir a nenhum senhor estrangeiro, seja ele bom ou mau. Em dias melhores, recebíamos bem os visitantes, mas nestes tempos o forasteiro não-convidado nos encontra alertas e duros. Digam! Quem são vocês? A quem servem? A mando de quem estão caçando orcs em nossas terras?

– Não servimos nenhum senhor, nem somos tão fracos como aparentamos. – Respondeu ela, altiva. – Perseguimos os seguidores de Sauron. E entre nós há alguém que o fez durante toda a sua vida, e que sabe mais de Orcs do que qualquer homem mortal, e não estamos caçando-os sem razão alguma. Strider, é a tua vez.

– Os orcs que perseguimos capturaram três de nossos amigos. Nessas condições, um homem que não tem um cavalo irá a pé, e não pedirá permissão para seguir a trilha. Nem contará as cabeças dos inimigos exceto com a espada. Não estou desarmado.

Aragorn jogou para trás seu manto. A bainha élfica reluziu no momento em que ele a agarrava, e a clara lâmina de Andúril brilhou como uma chama súbita conforme a puxou.

– Elendil! — Gritou ele. — Sou Aragorn, filho de Arathorn, e sou chamado de Elessar, a Pedra Élfica, Dúnadan, o herdeiro de Isildur, filho de Elendil, de Gondor. Vai me ajudar ou me impedir? Decida logo!

Parecia ter crescido em tamanho enquanto Éomer encolhera, e em seu rosto vívido capturaram uma breve visão do poder e majestade dos reis de pedra. Por um momento, pareceu aos Olhos de Legolas que uma chama branca faiscava na fronte de Aragorn, como uma coroa brilhante.

Éomer recuou com um ar estupefato no rosto. Abandonou seu olhar orgulhoso.

– Estes são realmente dias estranhos. – Murmurou ele. - Sonhos e lendas saltam do capim para a vida real. Diga-me, senhor, o que o traz aqui? Qual é o significado das palavras obscuras? Há muito tempo Boromir, filho de Denethor, partiu em busca de uma resposta, e o cavalo que lhe emprestamos voltou sozinho. Que sina terrível traz do norte?

– A sina da escolha. Podes dizer isto a Théoden, filho de Thengel: a guerra aberta está diante dele, ao lado de Sauron ou contra ele. Ninguém mais pode viver como costumava, e poucos poderão manter o que chamam de seu. Mas desses assuntos grandiosos falaremos depois. Se for possível, eu mesmo irei ter com o rei. Agora estou em grande dificuldade, e peço ajuda, ou pelo menos notícias. Você escutou que estamos caçando um bando de orcs que levou nossos amigos. O que tem a nos dizer?

– Que parem, pois nós caçámos e queimámos todos os Orcs que aqui passaram?

– Como assim? – Perguntou Liz. – E não viram ninguém que não fosse Orcs? Estavam entre eles dois Hobbits, ou Pequenos como vocês os devem conhecer, e um homem, prisioneiros.

– Não vimos nenhum deles. – Um cavaleiro ao lado de Éomer disse. – E Pequenos são objetos de lendas, nada disso existe.

– Não se atreva a contradizer-me. – Ela disse, virando-se para ele.

– Não é preciso contradizer-te, a tua beleza fala muito alto, facilmente se percebe o quanto ela engana, manipula, mente. Podemos não ser os cavaleiros mais cultos que vocês já conheceram, mas sabemos ver que a beleza é corrupta. – O cavaleiro ao lado de Éomer disse com desprezo. – Sabemos reconhecer uma vendida cada vez que fitamos uma.

– Como te atreves? – Legolas disse, avançando ameaçadoramente, junto com Gimli. Liz limitou-se a rir.

– Bom para si, Éothain! – Ela respondeu. – Infelizmente para si, já lidei com palavras muito mais falsas e piores do que as suas. Por mais que vos espante, caros cavaleiros, a minha beleza não me faz falsa. Não tenho o hábito de mentir, nem sinto a necessidade de o fazer. Creio que sabem reconhecer um Dunedain quando o veem. – Ela disse, apontando para Aragorn.

– Será que podem falar da vossa missão um pouco mais? – Perguntou Éomer.

– Nós partimos de Imladris há algum tempo. – Respondeu Aragorn. - Connosco partiu Boromir de Minas Tirith. A minha missão era ir para aquela cidade com o filho de Denethor, para ajudar o seu povo na guerra contra Sauron. Mas o grupo com o qual eu viajava tinha outros objetivos. Disso não posso falar agora. Gandalf, o Cinzento, era nosso líder.

– Gandalf! – Exclamou Éomer. - Gandalf Capa-Cinzenta é conhecido por aqui; mas seu nome não é mais uma senha para se conseguir os favores do rei. Ele foi hóspede desta terra muitas vezes na memória dos homens, vindo quando bem entendesse, depois de uma estação ou depois de muitos anos. Ele é sempre o portador de acontecimentos estranhos: alguém que traz o mal, dizem alguns atualmente. Na verdade, desde sua última vinda no verão, todas as coisas deram errado. Naquela época, começou nosso problema com Saruman. Até então considerávamos Saruman um amigo, mas Gandalf veio e nos avisou que uma guerra súbita estava sendo preparada em Isengard. Disse que ele próprio tinha sido um prisioneiro em Orthanc e quase não escapara, e implorou ajuda. Mas Théoden não lhe deu ouvidos, e ele foi embora. Não fale em voz alta o nome de Gandalf aos ouvidos de Théoden! Ele está furioso, pois Gandalf levou o cavalo chamado Scadufax, o mais precioso dos animais do rei, líder dos Mearas, que apenas o Senhor dos Cavaleiros poderia montar. Pois o progenitor dessa raça foi o grande cavalo de Eorl, que sabia a língua dos homens. Há sete noites, Scadufax retornou; mas a ira do rei não é menor, pois agora o cavalo ficou indomável e não permite que nenhum homem o controle.

– Scadufax encontrou então o seu caminho sozinho, pois Gandalf caiu nas profundezas de Moria. – Informou Legolas.

– Que notícia horrível, pelo menos para mim, mas não para todos, como poderão verificar junto do Rei. – Éomer disse. – Não quer vir connosco, Aragorn? Não estamos em guerra aberta com Isengard ou Sauron, mas seria bom que nos acompanhasse, pois o herdeiro de Elendil seria realmente uma força para os filhos de Eorl nesta maré maligna. Há muitas batalhas nestas terras. Há cavalos sobrando.

– Agradeço-lhe por suas belas palavras e meu coração deseja acompanhá-lo, mas não posso abandonar meus amigos enquanto houver esperança. – Disse Aragorn.

– Não há mais esperança. Vocês não encontrarão seus amigos nas fronteiras do norte.

– Mas nossos amigos não estão lá atrás. Encontrámos um claro sinal não muito longe da Muralha Leste de que pelo menos um deles ainda está vivo. Mas entre a muralha e as colinas não encontrámos qualquer outro rastro deles, e nenhuma trilha desviou da principal, seja para um lado ou para outro, a não ser que minha perceção tenha me abandonado por completo.

– Então, o que acha que aconteceu com eles?

– Não sabemos. – Respondeu Gimli. - Podem ter sido mortos e queimados em meio aos orcs, mas isso você diz que não aconteceu, e não receio que tenha sido assim. Só posso pensar que foram levados para dentro da floresta antes da batalha, antes mesmo de vocês encurralarem seus inimigos, talvez. Você poderia jurar que nenhum deles escapou de sua emboscada?

– Posso jurar que nenhum orc escapou depois que os vimos — disse Éomer. - Atingimos a fronteira da floresta antes deles, e depois disso, se qualquer ser vivo escapou do nosso cerco, então não era um Orc e tinha algum poder élfico.

– Nossos amigos estavam vestidos exatamente como nós. – Disse Legolas. – E vocês passaram sem nos ver em plena luz do dia.

– É verdade.

– Infelizmente não vos podemos acompanhar. – Disse Liz.

– É uma pena, porque a nossa lei diz que não devemos permitir forasteiros caminharem livremente sem as levar à presença do Rei.

– Não acho que a lei tenha sido feita para uma ocasião como esta. - Disse Aragorn. - E na verdade não sou um forasteiro, pois já estive nesta terra antes, mais de uma vez, e já montei com o exército dos Rohirrim, embora estivesse com outro nome e com outras vestimentas. A ti eu não vi antes, mas já falei com Éomund, teu pai, e com Théoden, filho de Thengel. Nunca nos dias passados qualquer alto senhor desta terra teria forçado um homem a abandonar uma busca como a minha. Meu dever, pelo menos, está claro: seguir em frente. Vamos lá, filho de Éomund, a escolha deve ser feita finalmente. Ajuda-nos, ou no mínimo deixae-nos ir em liberdade. Ou então tenta cumprir a lei. Se fizer isto, haverá menos homens retornando à sua guerra e ao seu rei.

Éomer ficou em silêncio por um momento e depois falou:

– Todos nós temos pressa. O meu grupo já se irrita querendo ir embora, e cada hora que passa diminui a nossa esperança. A minha escolha é esta. Podes ir e ainda vos empresto estes dois cavalos. Só peço isto: quando a tua missão estiver cumprida, ou se mostrar inútil, regressa com os cavalos pelo Vau Ent até Meduseld, a alta casa em Edoras onde Théoden agora vive. Assim provarás a ele que não fiz um julgamento erróneo. Nisso coloco minha pessoa, e talvez minha própria vida, acreditando na tua boa-fé. Não falhe.

— Não falharei! – Assegurou Aragorn.

– Eu dar-vos-ia mais um, mas temos pressa também. – Éomer disse, olhando para Liz com um sorriso.

– Obrigada! – Ela devolveu o sorriso.

– Tenha cuidado, e ignore o que Éothain disse. – Ele falou altivamente.

– Que a paz e a sorte vos acompanhe a todos! – Ela retorquiu, olhando nos olhos de Éomer. – Os tempos estão sombrios e todo o cuidado é pouco e percebo a desconfiança de vocês. O que agradeço é que nos deixam seguir em frente. – Ela falou, olhando para todos. – Que Eru vos proteja, bons homens!

Os quatro companheiros viram os cavaleiros partir a toda a velocidade, enquanto Gimli e Aragorn montavam um cavalo. Liz e Legolas fizeram o mesmo num, o que surpreendeu Gimli e Aragorn.

– O que foi? – Perguntou Legolas, franzindo a testa.

– Não há discussões? – Perguntou Gimli.

– Não é altura para isso, mas, para ser sincera, eu planeava atormentar o Legolas durante toda a viagem. – Liz respondeu, sorrindo culpada.

– Eu também. – Confessou Legolas. – Mas percebi que já não vale a pena.

– Pois, porque o Legolas finalmente viu que qualquer discussão comigo ele perderá, não é assim?

– Não. Não é verdade. Aliás, neste momento estás mais atingida por mim do que eu por ti. – Respondeu ele.

– Nada disso.

– Pronto, está bem. Agora está na hora de ir. – Aragorn concluiu, partindo no seu cavalo com Gimli.

– Liz, para de ser criança e segura-te se queres cavalgar! – Mandou ele, vendo ela de braços cruzados. – Assim não! – Disse ele tirando-a de cima do cavalo e metendo-a no chão. – Se não queres ir, tudo bem, mas não me impeças.

– É claro que quero ir. Como pudeste pensar o contrário? Não, não respondas, eu sei a resposta: tu és um especialista a pensar mal de mim.

– Eu também pensei que quisesses ir, mas vi-te a sorrir tanto para Éomer que pensei que já tivesses esquecido Boromir.

– Hey! Jamais me esqueceria dele, aliás, deles todos. São todos meus amigos.

– Mas Boromir é muito mais do que um amigo.

– Não tenho nada com Boromir, somos só amigos.

– Ele ama-te! – Legolas exclamou.

– É verdade, mas eu não.

– Não precisas de o amar, precisas apenas que ele corresponda aos teus interesses. – Disse ele friamente.

– Como é que és capaz de pensar isso de mim? – Perguntou ela, encostando-se a ele. – Pensas mesmo que se eu te beijasse agora era por seres príncipe e não porque gosto de ti? Achas mesmo? – Ela perguntou, olhando-o nos olhos.

– És patética, Liz! – Ele afastou-a. – Isso nunca aconteceria, porque eu jamais o permitiria. – Ele montou o cavalo. – Vens?

– Sim! – Disse ela, subindo e recompondo-se.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez não deixo agradecimentos, mas deixo a promessa de que o farei assim que possível. E também responderei aos comentários.
Me digam o que acharam do capítulo, please.
No próximo, voltaremos ao mundo das memórias da Liz, e à morte da sua mãe. Estou a escrevê-lo e tenho a dizer que está a ser muito difícil para mim com tantas emoções à flor da pele, mas já está quase pronto.

Por favor comentem, tenho saudades dos vossos comentários.

Kiss kiss,

CR, a autora



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