Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

OOIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII! desculpem todos, a sério! Eu podia dar uma infinidade de desculpas, mas vou dar apenas uma: FACULDADE! Todo este tempo que não escrevi foi dedicado à faculdade, há que lutar pela educação. Na verdade, a faculdade ainda não acabou. Tenho muitos trabalhos para fazer... não sei se vou conseguir. Este capítulo é só enrolação, só para vocês se ambientarem de novo à fic para quando eu voltar em força... que será durante a copa, porque aí a faculdade acabará, pelo menos o segundo ano... Espero.

Por essa mesma razão não respondi aos comentários. Quando eu tiver tempo, eu faço tudo isso.

Relembrar que a LORD OF THE RINGS não me pertence e que a honra é de Tolkien.

Boa leitura,

CR, a autora



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Capítulo 20

Vamos falar de Fim?

Ao outro dia, ela acordou com Gimli a chamá-la.

– A aurora já chegou. – Enquanto se levantava, ela olhou para Legolas que falava, encarando o horizonte. – Coisas estranhas nos esperam perto da borda da floresta. Boas ou más, mas estamos a ser chamados. Vamos!

Partiram imediatamente, metendo as mochilas às costas, assim como as armas na sua cintura.

Andaram durante algumas horas, até chegarem perto de umas colinas. Aos pés deles, o solo era seco e a turfa curta, mas uma faixa comprida de terra afundada, com cerca de dez milhas de largura, estendia-se entre eles e o rio, descrevendo curvas com moitas apagadas de juncais. Logo a oeste da encosta que ficava no extremo sul, havia um grande círculo, onde a turfa tinha sido arrancada e socada por muitos pés. Desse ponto a trilha dos orcs saía outra vez, virando para o norte ao longo da orla ressecada das colinas. Aragorn parou e examinou a trilha minuciosamente.

– Eles descansaram um tempo aqui — disse ele —, mas mesmo a trilha mais extrema já está velha. Receio que seu coração tenha dito a verdade, Legolas: faz três vezes doze horas, eu acho, que os orcs pisaram aqui onde estamos pisando agora. Se mantiveram o passo, então ao pôr-do-sol de ontem já atingiram as fronteiras de Fangorn.

— Não vejo ao norte e a oeste nada além de capim que desaparece na névoa — disse Gimli. — Conseguiríamos ver a floresta, se subíssemos nas colinas?

— Ainda estamos muito longe — disse Aragorn. — Se me lembro corretamente, estas colinas ficam oito léguas ou mais ao norte, e depois a noroeste, rumando para a desembocadura do Entágua, ainda se estende uma terra ampla, talvez outras quinze léguas.

— Bem, vamos indo — disse Gimli. — Minhas pernas precisam esquecer as milhas. Ficariam mais dispostas se meu coração estivesse menos pesado.

O sol já afundava no horizonte quando finalmente chegaram perto do final da fileira de colinas. Tinham marchado por muitas horas sem descanso. Agora iam devagar, e as costas de Gimli estavam curvadas. Os anões são resistentes como pedra no trabalho ou numa jornada, mas aquela busca infindável começou a desgastá-lo, e toda esperança desapareceu de seu coração. Aragorn caminhava atrás dele, austero e silencioso, abaixando-se de vez em quando para procurar alguma pegada ou marca no solo. Apenas Legolas ia pisando com a mesma leveza de sempre, seus pés mal parecendo tocar a relva, sem deixar marcas ao passar; apenas ingerindo o pão de viagem dos elfos ele encontrava todo o sustento de que necessitava, e conseguia dormir, se é que os homens chamariam isso de dormir, descansando a mente pelos caminhos estranhos dos sonhos élficos, mesmo quando caminhava com os olhos abertos na luz deste mundo.

— Vamos subir esta colina verde! — disse ele. Cansados, os outros o seguiram, escalando a longa encosta, até que chegaram ao topo. Era uma colina redonda, suave e nua, erguendo-se solitária, a colina que ficava mais ao norte. O sol mergulhou e as sombras da noite caíram como uma cortina. Estavam sozinhos num mundo cinzento e disforme, sem marco ou medida. Só ao longe, no noroeste, havia uma escuridão mais densa contra a luz agonizante do dia: as Montanhas Sombrias e a floresta aos pés delas.

— Nada se vê aqui que possa nos guiar — disse Gimli. — Bem, agora devemos parar outra vez e passar a noite. Está ficando frio!

— O vento sopra do norte, vindo da neve — disse Aragorn.

— E antes de amanhecer estará no leste — disse Legolas. — Mas descanse, se precisar. Ainda não joguei toda a esperança fora. Não se sabe o dia de amanhã. O nascer do sol geralmente traz um bom conselho.

— Três sóis já nasceram em nossa busca, e nenhum trouxe bons conselhos — disse Gimli, adormecendo.

Liz suspirou cansada de tudo isto e sentiu-se imediatamente observada por Aragorn, que se sentou junto dela.

– Não podes desanimar agora. – Ele sussurrou-lhe.

– Ai, Aragorn, cada vez mais o meu destino me parece impossível de ser cumprido. – Ela olhou-o nos olhos, sorrindo.

– E mesmo assim, calma e segura és aos meus olhos. – Ele afirmou com um sorriso suave.

– A sério? – Liz franziu a testa, sentindo-se observada. – Obrigada, meu bom amigo, deves ser uma das pessoas mais importantes da minha curta vida.

– Tu também. – Ela uniu as suas mãos, apertando-as fortemente.

– Obrigada, Aragorn, és fantástico! – Ela abraçou-o, dando-lhe um beijo na bochecha. – A Arwen tem muita sorte em ter-te!

– Eu é que tenho sorte em tê-la!

– Concordo plenamente! – Eles riram-se a plenos pulmões, abraçando-se ainda mais fortemente.

– Parem! – Legolas falou, fazendo os dois amigos separarem-se. – Pressinto algo estranho!

Liz levantou-se, seguindo o olhar do Elfo, mas estava muito escuro para ver qualquer coisa. No entanto, o vento que vinha da floresta ao pé das Montanhas sombrias era pesado, feio e frio.

– Pouco vamos conseguir dormir esta noite. – Liz falou. – O ar é muito sombrio, o vento muito cortante…

– Mas tens de o fazer. Amanhã poderá haver esperança de novo. – Aragorn fechou os olhos e adormeceu pouco depois, mas tanto ele como Gimli pareciam inquietos.

Legolas sentou-se, continuando a fitar as montanhas sombrias e Liz fez o mesmo, encostando os seus ombros. Queria sentir que não estava sozinha.

– Alenta o teu coração, cara Liz! Tenho esperança no amanhã… Pode ser que ainda vejas o teu querido Boromir. – Liz tremeu de frio, mas surpreendeu-se porque as palavras do Elfo eram ditas com delicadeza, sem quaisquer resquícios de perversidade.

– Eu quero vê-los a todos, Legolas, não apenas Boromir. – Ela respondeu. – Eu quero todos eles de volta.

– Mas queres mais a Boromir, não é? – Ele perguntou.

– Boromir é um grande amigo, assim como o são Pippin e Merry, Legolas. – Ela respondeu. – Assim como o são Gimli e Aragorn, Frodo e Sam, Gandalf e… - Ele fitou-a de repente, parecia curioso e intrigado – … Arwen.

– Certo. – Ele retorquiu rapidamente, ainda a fitando.

– Desculpa, Legolas! – Liz pediu. – Desculpa, porque acredito que seja minha culpa o facto de não gostares de mim. Não está na natureza dos Elfos o facto de não gostarem das pessoas, a não ser que tenham uma boa razão para tal. De qualquer maneira, desculpa. Talvez me possas dizer o que fiz ou o que faço que te faz gostar tão pouco de mim.

– É que… - Legolas deu-lhe um meio sorriso. – Penso que a culpa não seja inteiramente tua. Eu simplesmente não estou habituado a conhecer mulheres tão desapegadas de tudo.

– Oh, mas eu não sou desapegada de tudo, caro Legolas, eu sou muito apegada, é essa a verdade e é por isso que aceitei vir nesta missão, porque quero proteger todos aqueles a quem amo, quero proteger a Terra Média a que tanto me afeiçoei… E quero ser feliz. – Liz falou. – E adoro esse teu sorriso… - A verdade escapou-se-lhe pelos lábios sem estar à espera e ela sentiu-se corar. – Desculpa!

– Nunca peças desculpa depois de elogiares a beleza de qualquer Elfo. Eles gostam de elogios. – Ele disse, levemente divertido. – Eu gosto. – Ele acrescentou, mais sério.

– Não é uma característica exclusiva dos Elfos, Legolas… - Ela comentou. – Toda a gente gosta de elogios… A maior parte das pessoas dá muito valor à beleza exterior.

– Com os Elfos é diferente. A nossa beleza exterior é derivada da nossa beleza interior. – Ele explicou.

– Eu sei… - Ela respondeu, sorrindo. – E o que achas da minha beleza?

– És uma das mais belas criaturas que os meus olhos alguma vez fitaram. – Ele respondeu à pergunta seriamente, olhando-a fundo nos olhos. – E gosto de te fitar, pois os Elfos gostam da beleza. No entanto… - Ele poisou a sua mão na sua face esquerda. – Contigo… tenho medo do que essa beleza esconde.

– Pensas que não sou bela interiormente? – Ela perguntou.

– Eu já te disse o que penso, cara Liz… - Ele suspirou. – De certo modo, vejo que a tua preocupação com aqueles que amas é genuína, mas tu és demasiado dada…

– Legolas… - Ela sussurrou, irritada. Ele estava a dizer que ela era uma oferecida?

– Desculpa, mas tens de admitir que até é legítimo eu pensar assim… - Ele estava levemente irritado, mas percebia-se a sua tentativa de controlo. – Quero dizer… Eu estou sempre a tratar-te mal, a insultar-te, e olha agora para nós!

– O que tem? Estamos apenas a conversar um com o outro.

– Bem, isso é verdade, mas não é só. Vê como reages ao meu toque, Liz, como se ele fosse bem vindo…

– Eu… - Ela afastou-se de Legolas. – Eu não gosto de estar sozinha. Estive só por muito tempo… - Ela falou, meio triste. – Além disso, gosto da tua companhia, mesmo que me trates mal, porque isso é sinal de que não te sou indiferente. E, assim, pode ser que consiga que me vejas como amiga, pois não é afastando o teu toque ou as tuas palavras que conseguiremos conhecer-nos o suficiente para forjarmos uma amizade. – Ela olhou para a lua e para as estrelas. – Sinto-me só… Parece que... Perdi toda a esperança neste mundo, nesta vida…

– Mas continuas a esperar que deixe de agir como ajo contigo.

– Legolas, és o único ser que me dá a esperança que sinto. É olhando para ti que a encontro. – Ela confessou. – Os teus olhos são misteriosos, mas são eles que iluminam os meus dias na minha procura eterna pela esperança. E não é só esperança em ti… Os teus olhos renovam a minha esperança em todos.

– Liz…

Ele pegou no seu rosto suavemente, fazendo-a fitá-lo. Os olhos de Legolas fitavam-na séria e profundamente, tentando ler a sua alma e todos os sentimentos que a acometiam. Ao mesmo tempo, tentava entender o que ele próprio sentia ao ouvir aquelas palavras tão fortes, tão cheias de significado e ao olhar aqueles olhos da cor do céu claro, puros e confusos, ele sentiu o seu coração parar por um segundo para depois bater rapidamente como se tudo o que ele conhecesse estivesse prestes a chegar ao fim. Para ele era estranho pensar no fim das coisas, na morte, mas com Liz isso era tão comum. Liz era humana, o ser mais frágil e menos duradouro de toda a Terra Média e ali estava ele, fitando-a como se ela decidisse o seu destino, como se ela fosse o seu destino.

– Talvez seja mesmo o meu fim… - Ele sussurrou.

– Que disseste? – Perguntou ela com a testa franzida. – Fim porquê? Ouviste o chamado do mar? – Ela virou o seu rosto repentinamente para o horizonte, levantando-se. – Não… Não pode ser isso…

– Liz… - Legolas levantou-se igualmente, tentando seguir o seu olhar. – O que…?

– Qualquer coisa que tenhas ouvido neste momento, Legolas, não é real… - Liz virou-se abruptamente para ele. – Sentes com certeza este ambiente… É sufocante… A floresta chama tenebrosamente os nossos nomes, atrai os seres como se não passassem de meras sombras de um mundo já dominado pela sombra! Não é real esse chamado do mar…

– Liz, eu nunca disse ter ouvido algum chamado. – Legolas respondeu, fitando-a como se fosse louca. – O que se passa?

– Desculpa… Eu não sei o que aconteceu. – Ela sorriu ainda perturbada. – Este ambiente está a afetar o meu cérebro, apenas isso.

– Estás estranha.

– Angustiada, eu diria com mais precisão. Sinto-me angustiada. – Liz retorquiu, olhando-o. – Angústia!

– Por Boromir?

– Sim. – Ela respondeu, sentando-se no chão. – Mas por todos também. Ouvir falar de fim é… Nunca mais digas isso! – Ela ordenou, imponente e Legolas sentou-se ao seu lado, ainda não totalmente recuperado, mas o suficiente para a puxar para um abraço e deixá-la adormecer.


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Notas finais do capítulo

Desculpem por todo este tempo para este capítulo fraco, mas eu prometo que o próximo será melhor

Kiss kiss,

CR, a autora



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