Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a imensa demora. Não há palavras para explicar... a faculdade destruiu todo o tempo necessário para a realização desta história...
Lamento imenso, porque amo estas personagens e todo este enredo e amo vocês, meus queridos e dedicados leitores. Espero que me perdoem!
O universo de Senhor dos Anéis pertence ao Prof. Tolkien
A Tathiane Rodrigues de Souza fez este vídeo para a fic
http://www.youtube.com/watch?v=I5003eZ9d7Y&feature=youtu.be ... Espero que gostem! Eu imagino a Liz mais delicada que a do vídeo, mas a Tathiane teve algumas dificuldades e, ainda assim, está muito bom! Obrigada! Ignorem as orelhas da atriz, ok?
Boa leitura!!



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Capítulo 17

Irmandade Dividida

– Não sei se devíamos parar aqui! – Liz falou quando eles pararam à beira do rio.

– Nós temos que decidir o que fazer a seguir. – Respondeu Aragorn calmamente. – Temos que decidir se iremos para Mordor ou para Gondor.

– Eu sei isso. – Respondeu Liz, saindo do barco e olhando Aragorn profundamente. – E é essa decisão que temo.

– Eu creio que a decisão, antes de tudo, cabe a Frodo. – Legolas saiu do barco igualmente.

– E se decidir ir até Mordor destruir o Anel Um, que é a decisão que todos vocês mais temem, sabeis que não tereis que me acompanhar. – Frodo falou serenamente.

– Realmente não é desejo de alguém encontrar a morte e olhá-la nos olhos. – Liz afirmou, sentando-se na relva e comendo uma lemba. – Mas morrer, morremos todos… Bem, não todos! – Ela sorriu, engolindo o resto do alimento e bebendo água.

– Será que me podem dar uma hora para pensar? – Perguntou Frodo, olhando-os nervosamente.

– Claro, Frodo, claro! – Aragorn afirmou seguramente e Frodo afastou-se dos amigos.

– Está tudo bem? – Boromir sentou-se ao lado de Liz. – Não me pareces…

– Bem? Claro que não estou bem. – Ela sussurrou. – Mas torço para que Frodo decida por Mordor, porque eu aguento tudo, mas não o fim da Terra-Média.

– Tu amas assim tanto isto?

– Amo! – Liz sorriu, olhando a seu redor. – Isto, Boromir, é o sítio em que todas as espécies podem compreender que somos todos iguais. Pode ser que os Elfos tenham o privilégio de ir para as Terras Imortais, e que eles sejam um povo bom, mas têm tantas fraquezas como qualquer espécie. E isto acho que se aprende na Terra-Média, que não é bela só pela sua paisagem, mas por toda a diversidade que existe.

– É por isso que te amo. – Boromir afirmou. – És a criatura mais maravilhosa que existe.

– Boromir! – Aragorn chamou-o e ele olhou para ele. – Posso falar contigo por um minuto?

– Claro!

Boromir deixou Liz sozinha e ela aproveitou para olhar a corrente do rio e pensar na tarefa que teria pela frente.

– Posso sentar-me ao teu lado? – Liz ergueu o rosto para Legolas, que lhe falara.

– Que raio de pergunta é essa? – Ela sorriu docemente e Legolas sentou-se, olhando-a. – Diz-me, Legolas, o que se passa? Noto-te bastante pensativo desde que saímos de Lórien…

– Eu estive a meditar no que nos foi dito por Celeborn. – Ele respondeu. – E pensei sobre o facto de não ser suposto vires nesta demanda. Liz, tu foste uma surpresa no destino, até mesmo para Eru.

– Sabes que as surpresas acontecem mais vezes do que imaginamos.

– Bem sei… - Legolas olhou o sol sem ferir o olhar. – E eu penso na justiça que foi cometida e, Eru me perdoe, mas não compreendo e não deixo de me revoltar contra tal decisão.

– Não te revoltes, pois não vale a pena, Legolas. – Liz falou seriamente. - Se me falas da tua revolta é porque não concordas que eu não tenha a mesma regalia que os outros, mas não vejas injustiça.

– Mas como? – Perguntou ele, virando o seu rosto para a olhar.

– És uma pessoa extraordinária, Legolas! – Liz falou seriamente. – Desprezas-me e tens discernimento suficiente para pensar que devia ter os mesmos direitos que os outros. Isso só mostra nobreza de caráter. No entanto, Eru é quem sabe e aos seus desígnios nos devemos submeter. – Ela sorriu. – Não estou triste, Legolas, nem me sinto injustiçada e torço para que todos cheguemos ao fim da missão vivos. E é nisso que penso.

– Tu é que sabes! – Legolas falou.

– Obrigada, Legolas! – Ela disse, unindo as suas mãos direitas. – Obrigada por tentares gostar de mim.

Legolas apertou-lhe a mão e ambos se fitaram longamente e o mundo pareceu parar naquele momento, até que Legolas largou a mão e se levantou para se ir embora.

– Sabes, Legolas, tu só tornas cada vez mais difícil a minha tarefa. – Ele olhou-a. – Consegues ser tão simpático umas vezes e tão antipático outras, que penso que fico cada vez mais frustrada contigo. E ainda não sei qual dessas tuas facetas é genuína apesar de me agradar mais esta.

– Eu penso que as duas são genuínas. – Ele respondeu.

– A questão é saber de qual gostas mais. – Ela concluiu, fechando o sorriso e voltando de novo o olhar para o rio, refletindo.

– Liz… - Ela olhou para Aragorn, que a chamou para o pé de si, que estava junto aos três hobbits, a Gimli e Legolas.

– O que se passa por aqui? – Perguntou Liz, sorrindo e sentando-se ao lado de Sam.

– Perguntamos coisas a Aragorn sobre Gondor. – Respondeu Sam.

– Mas não conseguimos ocultar que pensamos constantemente em Frodo e na decisão que ele tomará. – Completou Gimli.

– Acho que ele está a pensar que caminho proporcionará menos esperança – disse Aragorn – e tem motivos para isso, agora há menos esperança do que nunca de irmos para o Este, já que fomos seguidos por Gollum, e devemos temer que o segredo do nosso caminho já tenha sido revelado. Mas Minas Tirith não fica perto do Fogo e da destruição do Fardo. Podemos ficar lá algum tempo, e manter uma resistência corajosa, mas o Senhor Denethor e os seus homens não podem ter esperanças de conseguir fazer o que até Elrond disse estar acima de seu poder: ou manter o Anel em segredo, ou conter toda a força do Inimigo quando ele vier buscá-lo. Que caminho qualquer um de nós escolheria no lugar de Frodo? Não sei. Na verdade, este momento é o que mais nos faz sentir a falta de Gandalf.

– Mesmo assim, devemos tomar uma decisão sem a ajuda dele. Por que não podemos decidir, e dessa forma ajudar Frodo? Vamos chamá-lo de volta e fazer uma votação! Votarei para Minas Tirith.

– Eu também - disse Gimli. - É claro que nós só fomos enviados para ajudar ao longo da estrada, e para acompanhá-lo até onde quiséssemos, e que nenhum de nós está sob juramento ou ordem que determine que devemos procurar a Montanha da Perdição. Foi difícil para mim a despedida de Lothlórien. Apesar disso, cheguei até aqui, e digo o seguinte: agora que chegamos à última escolha, está claro para mim que não posso abandonar Frodo. Eu escolherei Minas Tirith, mas se ele não fizer a mesma escolha, vou segui-lo.

– E eu também irei com ele. - disse Legolas.

– Seria desleal dizer adeus agora. Na verdade, seria uma traição se todos nós o abandonássemos. – Disse Aragorn. – Mas se ele for para o Leste, então não é preciso que todos o acompanhem: nem eu acho que todos deveriam. Essa aventura é desesperada: tanto para oito, para três, como para uma única pessoa. Se me deixassem escolher, eu apontaria quatro companheiros: Sam, que não suportaria se fosse de outra forma, Gimli, Liz e eu. Boromir retornará a sua própria cidade, onde seu pai e seu povo precisam dele; com ele os outros deveriam ir.

– Eu concordo. – Liz disse, acenando com a cabeça.

– De maneira alguma. – Legolas falou calmamente. – Eu também acompanharei Frodo e, na minha opinião, penso que a presença de Liz faz mais sentido em Minas Tirith ao lado de Boromir.

– A presença de Liz não será discutida, Legolas. – Aragorn falou.

– Mas porquê? O que é que ela tem que…? – Legolas interrompeu-se, parecendo ter uma revelação.

– Eu não acompanharei Frodo. – Liz afirmou. – Mas também não acompanharei Boromir até Minas Tirith. A partir deste momento, seguirei sozinha.

– O que dizes? – Perguntou Gimli. – Vais abandonar-nos?

– Não! – Liz respondeu. – Mestre Gimli, podes acreditar que não é meu desejo abandonar-vos, mas creio que chegou o momento de seguir sozinha, pois é esse o meu destino.

– Se é esse teu destino… - Aragorn tentava compreender, mas acabou por ceder.

– Mas tens de acompanhar Frodo. – Ela disse, olhando-o. – Ele vai tentar ir sozinho, mas ele terá de ser acompanhado por alguém, ou perder-se-á.

– Claro!

– Mas já não passou a hora? – Perguntou Pippin de repente.

– Sim, há muito tempo. – Respondeu Liz, erguendo-se ao ver Boromir aparecendo. – Boromir, viste o Frodo?

– Sim e não. – Respondeu ele, sentando-se um pouco afastado. – Sim, encontrei-o e tentei convencê-lo a ir para Minas Tirith, mas fiquei furioso e ele colocou o Anel e desapareceu. Vagueei ainda por uma hora, pensando. Pensei que voltaria para cá.

– Isso é mau! – Sam ergueu-se. – O que é que lhe fizeste? Ele não teria posto o Anel só por causa disso! Temos que o encontrar! Vamos!

Enquanto todos se dispersavam apavorados à procura de Frodo, Liz ajoelhou-se em frente a Boromir.

– O que é que tu fizeste? – Perguntou ela, tentando erguer-lhe a cabeça. – Tentaste tirar o Anel Um ao Frodo? E o que disseste de quereres que logo, logo o Anel Um fosse destruído para a minha liberdade?

– Eu sei! – Boromir ergueu o rosto. Chorava… - Mas eu vi, Liz, eu vi…

– O que viste?

– Tu e ele, aquele que amas. – A imagem de Legolas aflorou-lhe à cabeça. – Desculpa, estou arrependido. Quero que sejas feliz, mas fiquei cego por um momento…

– Eu acredito em ti. – Liz levantou-o. – Agora vai ao encontro de Pippin e Merry, eles precisam de ser protegidos.

Boromir olhou-a e afastou-se correndo atrás dos pequenos como ela lhe dissera, e Liz ficou à beira do rio, pensando no que fazer. Devia permanecer ali para o caso de Frodo regressar para os barcos e tentar atravessar o rio para seguir o seu caminho sozinho. Sim, faria isso.

Ela virou o rosto quando ouviu soar a trombeta de Gondor, que Boromir tinha em sua posse. Se ela a tinha feito soar, é porque estava em perigo. Seguindo o som, embrenhou-se pelas árvores, combatendo alguns Orcs que se atravessavam no seu caminho.

– Legolas! – Ela viu o loiro surgir com o seu arco. Ele olhou-a.

– Liz, estás bem? – Ele perguntou-lhe, matando dois Orcs que a tentavam atingir por trás.

– Sim, mas o Boromir… - Ela falou, pegando no seu arco e começando a matar mais alguns Orcs.

– Eu sei, eu ouvi. – Eles começaram a correr juntos.

– Ele está a proteger os pequenos, foi isso que eu lhe pedi para fazer. – Ela afirmou com toda a certeza.

Liz e Legolas viram os Orcs, levando Pippin, Merry e Boromir com eles, desaparecendo da sua vista.

– Não! – Liz gritou, tentando atingir os Orcs, mas eles eram bastantes. – Oh… Eu…

– Hey, calma… Tudo vai correr bem! – Legolas falou serenamente. – Agora temos de encontrar o Frodo e decidir o que fazer todos juntos.

– Sim… - Ela viu Aragorn e Gimli surgirem rapidamente. – Oh… Para o rio, claro, temos de ir para a margem. O Frodo deve ter ido para lá! Onde está o Sam? – Ela perguntou, descendo para a margem, seguida pelos outros.

– Eu não acredito! – Gimli estava frustrado. – O Frodo e o Sam foram sem nós. – Eles ainda os viam mas já muito ao fundo. – E nós não temos barco. Eles furaram todos eles!

– Deve ter sido o Sam.

Liz sentou-se num tronco de madeira caído, suspirando nervosamente. Sentia-se perdida em tudo aquilo. Frodo e Sam de um lado, Pippin, Merry e Boromir no outro. E eles os quatro ali no meio.

– E agora? – Ela olhou para Aragorn ao ouvir a pergunta de Gimli.

– Eu… - Aragorn suspirou. – Devemos tentar alcançar os Orcs que levaram os pequenos e Boromir. Iremos dar a Minas Tirith, eu penso, mas com algumas paragens pelo meio.

– E Frodo e Sam? – Perguntou Legolas. – Devemos deixá-los seguir sozinhos?

– Penso que sim. – Liz respondeu suavemente. – O Frodo sentiu que o devia fazer sozinho, e acho que faz sentido. Os pequenos e Boromir foram levados à força, temos que os resgatar.

Ela levantou-se, e todos se encararam.

– Então é o fim. – Legolas afirmou. – A Irmandade chega ao fim assim.

– Não… Não o fim, Legolas. – Liz sorriu-lhe suavemente, colocando-lhe uma mão no ombro. – A Irmandade continua. Podemos estar divididos fisicamente, mas seremos sempre companheiros. E, além disso, nós vamos ajudá-los.

– Podemos não levar o Anel Um até Mordor, mas vamos atrás dos outros e, depois, lutaremos e conseguiremos apoio bélico contra todos os apoiantes das trevas. – Falou Aragorn, concordando com o que ela disse. – Percorreremos Rohan, Gondor, Minas Tirith… Travaremos todas as guerras necessárias para que Frodo e Sam consigam chegar o mais rapidamente possível ao Monte da Perdição.

Legolas olhou Liz longamente e, de seguida, fechou os olhos, levando a sua mão direita até à mão de Liz pousada no seu ombro, apertando-a suavemente.

– Vamos para a guerra então. – Afirmou ele, abrindo os olhos.

– Sim! – Gimli pegou no seu machado. – Do que estamos à espera?

– Eu e a Liz precisamos das flechas do arco, são muito valiosas. – Legolas anunciou.

– Então nós os quatro iremos à caça das flechas e depois partiremos o mais rápido que conseguirmos. – Aragorn anunciou. – Temos que alcançar o trilho dos Orcs, mas não vai ser difícil, eles têm pegadas muito vincadas.

– Sim… - Liz sorriu para Aragorn e Gimli e tentou tirar a sua mão do ombro de Legolas, que a impediu com a mão. Ela voltou o seu olhar para ele.

– Vais seguir connosco? – Perguntou-lhe ele, os olhos azuis cautelosos.

– Eu… - Ela mordeu o lábio superior, lembrando-se do que havia dito antes. – Tudo mudou agora. Os Pequenos e Boromir estão em perigo eminente. Eu seguirei com vocês.

– Muito bem! Não percamos mais tempo! – Aragorn exclamou, seguindo com Gimli e adentrando na floresta.

– Vais ser uma mais-valia para termos sucesso. – Legolas afirmou.

– Eu não sei se isso é verdade… - Ela suspirou, insistindo em tirar a mão do ombro de Legolas. Já se sentia corar. – Mas não podemos perder mais tempo.

Legolas soltou a sua mão e viu-a ir rapidamente para dentro da floresta. Ele seguiu atrás dela, enquanto ambos apanhavam flechas.

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Agradecimentos

Quero agradecer a todos os leitores que me dão força para continuar e agradecer particularmente a:

Quel: Muito obrigada pelo comentário! Penso que tanto Legolas como Liz são dois teimosos, mas Legolas consegue ser muito rude quando perde o controlo dos seus sentimentos... Me perdoe pelo atraso!

Aika Sakurai: Muito obrigada pelo comentário! A Liz dará uma lição. Mil perdões pela demora!

Mili Zelda Griffithins: Obrigada! Adoro ler elogios à história. Mil perdões pela demora!

Tathiane Rodrigues de Souza: Muito obrigada pelo comentário! E muito obrigada por me achar perfeita, mas eu não iria tão longe kkkk... Você sim, é uma leitora perfeita, muito obrigada pelo vídeo e perdão por não ter respondido... tenho andado com pouquíssimo tempo, mas nada desculpa tê-la deixado sem resposta... Eu vou pensar e depois respondo, pode ser? Mil perdões pela demora do capítulo!

Yana: Muito obrigada! Mil perdões pela demora no capítulo!

Black Angel:Muito obrigada pelo comentário e bem vinda de volta! Não me peça desculpa, eu é que tenho de pedir perdão por toda esta demora no capítulo e espero que goste como gostou de todos os outros...


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Notas finais do capítulo

EU sei que este capítulo não é tão envolvente como os outros, mas é uma capítulo de passagem que tinha de ser feito...

Kiss kiss,

CR, a autora