Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é mais um daqueles que servem para contextualizar, por isso, um pouco aborrecido. Leiam as notas finais, elas são importantes, tá bom?

Boa leitura!!!!



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Os senhores de Lothlórien

- Aqui moram Celeborn e Galadriel - disse Haldir. - É o desejo deles que vocês subam para que possam conversar.

Quando subiram ao salão, este estava repleto de uma luz suave; as paredes eram verdes e prateadas, o teto era dourado. Muitos elfos estavam sentados ali. Em duas cadeiras, sob a copa da árvore e com um ramo vivo à guisa de dossel, estavam sentados, lado a lado, Celeborn e Galadriel. Levantaram-se para cumprimentar os convidados, como fazem os Elfos, mesmo aqueles tidos como reis poderosos. Eram muito altos, a Senhora não menos que o Senhor; eram belos e austeros.

Usavam trajes completamente brancos; os cabelos da Senhora eram de um dourado profundo, e os do Senhor Celeborn eram longos e prateados, mas não se via nenhum sinal de idade naqueles rostos, a não ser que estivesse na profundeza dos olhares, que eram agudos como lanças sob a luz das estrelas, e apesar disso, profundos: os poços de profundas recordações.

 - Senta-te perto de mim, Frodo do Shire! – Celeborn disse com alegria.

Cumprimentou cada um da Irmandade com cortesia, chamando-os pelo nome.

– Bem-vindo, Aragorn, filho de Arathorn! - Disse ele. – Somam-se trinta e oito anos do mundo lá fora desde que esteve nesta terra, e esses anos pesam muito sobre ti. Mas o fim está próximo, seja bom seja mau. Enquanto estiveres aqui, coloca de lado o fardo que carregas!

Aragorn acenou, sorrindo

- Bem-vindo, Legolas, filho de Thranduil! Muito raramente os meus parentes viajam até aqui, vindos do Norte.

Legolas sorriu com cortesia.

- Bem-vindo, Gimli, filho de Glóin! Realmente faz muito tempo que vimos alguém do povo de Durin em Caras Galadhon. Mas hoje quebrámos a nossa antiga lei. Que isso possa ser um sinal de que, embora o mundo esteja escuro atualmente, melhores dias estão próximos, e de que a amizade entre nossos povos será renovada. - Gimli fez uma grande reverência.

Quando todos estavam sentados diante dele, Celeborn falou:

- Apenas oito aqui estão. – Ele franziu a testa. – Segundo Elrond, dez partiram de Rivendell. Houve alguma mudança de planos?

- Não, não houve mudanças de planos. – Galadriel falou pela primeira vez e a sua voz era límpida e musical, mas mais grave do que o habitual para uma mulher. – Onde está Gandalf, que a minha visão não o consegue localizar? Está fora das fronteiras da minha terra…

- Gandalf caiu na sombra em Moria. – Respondeu Aragorn.

Uma grande dor tomou conta do coração e dos rostos dos Elfos presentes. Era a pior notícia que já havia sido dada num local tão belo como Lothlórien.

Aragorn contou a história desde a partida de Rivendell até Moria, onde perderam Gandalf.

- De facto, eu vi sobre a ponte aquele que assombra os nossos piores sonhos. Eu vi a Ruína de Durin – disse Gimli em voz baixa, com os olhos cheios de terror ao se lembrar de Balrog.

- Isso é muito triste! - Disse Celeborn. - Há muito tempo já temíamos que existisse um terror adormecido sob Caradhras. Mas se eu soubesse que os Anões tinham acordado esse mal em Moria outra vez, teria proibido que passasses pela fronteira do Norte, tu e todos os que te acompanham. E se isso fosse possível, talvez se pudesse dizer que Gandalf, no último momento da sabedoria, caiu na loucura, entrando sem necessidade nas entranhas de Moria.

- Dizer isso seria realmente precipitado - disse Galadriel gravemente. - Nenhum dos feitos de Gandalf foi desnecessário em toda sua vida. Aqueles que o seguiam não sabiam o que passava pela sua cabeça e não podem prestar contas de seus propósitos. Mas o que quer que tenha acontecido com o guia, os seus seguidores não têm culpa. Não te arrependas de ter dado as boas-vindas ao Anão. Se o nosso povo estivesse exilado longe de Lothlórien há muito tempo, quem dos Galadhrim, até mesmo Celeborn, o Sábio, passando perto daqui, não desejaria rever seu antigo lar, mesmo que este tivesse-se tornado um covil de dragões? – Ela fez uma pausa. – Escuras são as águas do Kheled-zâram, e frias são as nascentes do Kibil-nâla, e belos eram os salões cheios de pilares de Khazad-dûm nos Dias Antigos, antes que poderosos reis caíssem no âmago da rocha.

Ela olhou para Gimli, que estava carrancudo e triste, e sorriu. E o Anão, ouvindo os nomes ditos em sua própria língua antiga, levantou os olhos encontrando os dela, e teve a impressão de que olhou de repente para o coração de um inimigo e ali viu amor e compreensão. A admiração cobriu seu rosto, que então sorriu para ela.

- Mais bela é a terra de Lórien e a senhora Galadriel está acima de todas as joias que existem sobre a terra! – Gimli ergueu-se, fazendo-lhe uma reverência.

- E Liz? – Perguntou ela, e Gimli sentou-se hirtamente, tomado de repente pela dor.

- Liz… - Frodo sussurrou, sendo tomado pela dor. – Liz era muito considerada por toda a Irmandade.

- Falas como se ela tivesse morrido. – Galadriel percebeu.

- Nós deixámo-la para trás totalmente ferida. – Aragorn explicou, apertando o Anel da Paz fortemente.

- Não consegue a sua visão alcançá-la? – Perguntou Legolas.

- Ela está fora do nosso alcance. – Galadriel respondeu. – Mas vejo que todos vocês perderam a esperança de que viva. Todos, exceto um de vós!

O serão continuou ainda por algum tempo e Galadriel perscrutou cada um deles, um após o outro. Nenhum, a não ser Legolas e Aragorn, pôde suportar o olhar da Senhora por muito tempo. Sam corou rapidamente e baixou a cabeça.

Finalmente a Senhora Galadriel libertou-os dos seus olhos e sorriu.

- Não permitam que seus corações fiquem consternados - disse ela. - Esta noite dormirão em paz. – Então eles suspiraram e se sentiram subitamente cansados, como alguém que tivesse sido interrogado longa e detalhadamente, embora nenhuma palavra tivesse sido pronunciada.

- Podem ir agora! - Disse Celeborn. - Vocês estão exaustos com tanta tristeza e de tanto caminharem. Mesmo que sua Missão não nos interessasse muito, vocês teriam refúgio nesta Cidade, até que estivessem curados e reconfortados. Agora devem descansar, e vamos evitar falar, por um tempo, da estrada que vos espera.

Eles acomodaram-se num compartimento e ficaram silenciosos durante um longo tempo.

- Quem mais sentiu que Galadriel nos testou com o seu olhar? – Perguntou Sam.

- Ela tentou-nos e fingiu ter o poder de nos dar aquilo que queríamos. – Boromir respondeu. – Mas eu resisti.

- Legolas, que se passa? – Aragorn perguntou. – Suportaste o olhar de Galadriel. Por que razão estás assim?

Legolas olhava pelas árvores, cujos contornos se viam na escuridão.

- O que foi que ela te deu, Aragorn? – Perguntou ele de repente.

- Nada! – Ele respondeu, percebendo que o amigo falava de Liz. – Apenas algo para Arwen.

- Hum… - Legolas falou, deitando-se e olhando a noite bela que estava. – Boa noite a todos!

POV Liz…

Liz estava respirando com certa dificuldade enquanto ouvia os Orcs ao longe, atirando flechas furiosamente, fazendo com que ela se deitasse no chão, tentando acertar alguns. Já tinha passado um dia e meio desde que se separara do resto da Sociedade. Sentia o seu coração a bater disparado, fazendo com que as suas costelas doessem. Não aguentava a dor e só queria fechar os olhos para que ela parasse. No entanto, o medo das criaturas hediondas era maior, mantendo-a de olhos bem abertos e ouvidos apurados.

- Encontrem a inimiga!

Liz tremeu ao ouvir o Orc dizer. Os Orcs não tinham uma língua própria deles. Era a língua geral, o Westron, mas falado de um modo cruel e impuro, aterrorizando os inimigos.

Isso fê-la lembrar que tinha de se afastar mais um pouco, tentando lançar mais algumas flechas. No entanto, sentiu uma seta inimiga trespassar-lhe o braço, uma nova onda de dor percorrendo-a.

- Isto é mau! – Ela sussurrou, depois de ter mordido os lábios para impedir o grito.

Refugiou-se por detrás de um arbusto, os olhos cedendo um pouco e ela lembrando-se, de rompante, da vez em que temera mais os Orcs.

- Mãe! – Ela sussurrou, vendo uma figura branca iluminada alcança-la.

A luz foi diminuindo até mostrar uma mulher de belos cabelos castanhos claros, quase loiros. Os seus olhos castanhos esverdeados acolhiam a alma de Liz. Eram sorridentes e calorosos.

- Oh, filha, minha querida Liz! – Melody disse com um sorriso largo, que lembrava o sorriso antigo da ruiva, o sorriso característico dela antes da morte da mãe.

- Mãe! – Liz sentiu as lágrimas correrem pelos seus olhos. – Mãe! – Ela abraçou-a com força, sentindo o cheiro da mulher.

- O que fazes aqui? – Melody perguntou. – Liz, precisas de voltar.

- Voltar? – Ela perguntou, os olhos confusos. – Voltar para onde? Eu não tenho para onde voltar. Não tenho ninguém que me espere…

- O mundo depende de ti. – Melody falou firme e seriamente. – Não sejas egoísta.

- Eu preciso de ti. – Liz disse. – O mundo precisa apenas da Guardiã, não de mim. Eu passei o meu fardo a Arwen, filha de Elrond Meio-Elfo.

- Oh, filha, há pessoas que te amam e que esperam por ti. O teu ada, a tua avó…

- A minha avó não durará para sempre como tu, mãe. – Liz disse. – E o meu Ada não me quer ver, eu deixei-o sozinho para enfrentar a dor de te ter perdido.

- O teu pai ama-te e eu tenho a certeza que tens conhecimento disso. – Melody suspirou. – Tens de…

- Eu não quero voltar… O mundo é injusto e cruel.

- Pois é… Mas tens de tentar. Encontra o amor, minha filha linda e doce. Tu serás feliz. – Melody sorriu.

- Estás enganada. – Ela afirmou.

- Serei eu a enganada desta história? Já perdeste a esperança?

- Sim. – Ela respondeu.

- Então, lamento, mas não foste feita para ser A Guardiã. Ou a minha filha.

- O quê? – Liz chorou tristemente. – Nana…

- Eu amo-te e sinto-me envergonhada por desistires tão facilmente. – Ela sentenciou. – Mas aceito-te aqui de braços abertos.

- Nana! – Liz sorriu, abraçando-a. – Eu também te amo! – Ela fechou os olhos. – E eu peço-te perdão por tudo!


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?

Hoje não há agradecimentos, mas eu estou agradecida a vocês, só que estou muito pouco inspirada. Não me odeiem por isso, tá bom? Eu prometo agradecer em dobro no próximo!

Eu tenho algo a dizer... O próximo capítulo já está pronto, mas eu não postarei junto com este, porque quero receber alguns reviews neste capítulo, acho que a Melody merece. Tudo bem?

Kiss kiss,

CR, a autora