Bad Karma escrita por IsaaVianna LB, Cristina V


Capítulo 29
26. Plague, Afogamentos e Novatos


Notas iniciais do capítulo

Heeey!
Gente, mil perdões por não ter postado no domingo, é porque eu entrei em período de provas e aí... Vocês sabem não é?
Esse capítulo é introdutório para os próximos, espero que vocês gostem ♥
Boa leitura!
GIF DA REYNA RAMIREZ-ARELLANO ABAIXO



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POV Katie Gardner

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Eu ordeno, por motivos de dar mais expressão ao relato, que você leia o próximo trecho com uma voz super macabra.

Tarde de sábado, O Aterro. São exatamente três e quarenta da tarde e é o dia cento e quatro desde o dia em que nos perdemos nessa floresta. Não temos mais comida, e estamos pensando em quem vamos sacrificar para a sobrevivência do grupo.

Ah, como seria mais interessante se isso estivesse realmente acontecendo!

Sim, porque para falar a verdade, essa viagem está um tédio!

Motivo um: Eu esqueci meu protetor solar, produto o qual a falta vai me fazer parecer uma lagosta fantasiada de tomate vestido em uma roupa de tango.

Motivo dois: Eu não trouxe livro algum e não posso fazer nada além de socializar com os meus amigos.

Motivo três: Eu nem tenho amigos. (Aliás, até que eu tenho, mas Will está muito ocupado sendo atleta pelos campos e Reyna está com a cara enfiada no celular enquanto joga Plague.)

— Reyna! Você bem que podia me dar um pouco de atenção! Eu estou me sentindo deslocada!

— Problema seu.

Faço uma careta enquanto tento tomar o celular da mão dela. Obviamente, ela não teve dificuldades em me impedir.

— O que tem de tão interessante nessa droga desse jogo?! – Pergunto indignada, cruzando meus braços no peito. – Com essa música estúpida de suspense e barulhos do que parecem ser pessoas agonizando e entrando em desespero.

— Isso é porque o meu vírus está sendo eficiente! – Ela sorri sem deixar de encarar o jogo. – Estou prestes a destruir a humanid- NÃO, não não não... Os cientistas encontraram a cura!

Franzi o cenho.

— Isso não é bom?

— Não! – Ela disse encarando a tela com certo desespero. – Como meu vírus vai matar as pessoas se estão distribuindo uma cura?! Preciso comprar mais resistência as drogas... – murmurou a última parte para si mesmo.

— Por que você não pode ser uma pessoa normal e jogar Candy Crush? Deuses, mulher...

— Candy Crush? Pfff, eu não jogaria aquilo nem que fosse o último jogo do mundo...

E voltou a jogar a droga do jogo.

Motivo quatro: As reclamações de Piper e Silena. Reclamaram da água gelada, do mato muito alto, da umidade dos bancos na mesa de piquenique, do canto dos pássaros, da textura do bronzeador, do lugar da fogueira, do lugar das barracas, dos insetos (ok, eu também reclamei disso) e a lista continua...

Motivo cinco e principal: Chris assumiu um relacionamento com Clarisse La Rue. Entendo que ele passara muito tempo investindo e teve uma ajuda muito grande dos irmãos Filha do Diabo e Elfo Satânico (vulgo Leo e Silena), mas ela não valorizava ele!

Meus olhos sangram cada vez que tenho que olhar na direção deles... Quero dizer: Para que tanta demonstração de afeto? Essas pessoas querem me causar inveja ou o quê? Assim não dá!

— Eu vou para a água. – Aviso para ninguém em especial e começo a caminhar retirando a minha camisa gigantesca dos minions, ficando automaticamente apenas de biquíni. Eu não estava usando shorts e meu cabelo estava preso com uma caneta que eu roubara do carro de Will.

Depois de termos ficado bastante tempo brincando na água e horas tentando ensinar Nico a nadar, o lago estava vazio. Os garotos estavam jogando futebol em um canto qualquer, Silena e Rachel estavam se bronzeando e os casais deviam estar rolando no mato.

Essa geração...

O único que estava na água era o Valdez, que estava muito concentrado pegando pedras do fundo e as quicando sobre a água.

— Hey Katie. – ele sorriu assim que ouviu eu me aproximar. – Belo biquíni.

— Obrigada. 

— E então... Está gostando da viagem? – ele perguntou me oferecendo uma pedra. Claro que eu aceitei.

— Ah, sabe, assim que nós chegamos estava bem divertido, mas perdi Will para um esporte onde vários homens correm atrás de uma bola... Fala sério! Eles poderiam estar correndo atrás da mamãe aqui, mas nãaaao!

Ele riu um pouco e mergulhou para pegar mais algumas pedras.

— E quanto a Reyna? – ele perguntou sem me encarar. Sorri internamente.

— Está muito ocupada destruindo a humanidade.

— Deixa eu adivinhar... Plague?

— Eu nunca vou te perdoar por ter apresentado esse jogo estúpido para ela, Valdez. – Ele gargalhou, mas a amargura aparecia em algum lugar.

— Sem dúvidas um ótima terapia, mas ela só joga quando está estressada ou com raiva de algo... – a sua voz assumiu um tom de preocupação. – Tem algo errado?

— Eu não sou a porta voz da Reyna. – virei para encará-lo, mas ele ainda estava olhando para o horizonte. – Por que não pergunta a ela?

Ele finalmente me encarou.

— Você sabe porquê. – um sorriso um tanto quanto triste tomava conta daquele rosto que geralmente carregava deboche e marotice.

A história de Leo e Reyna era um tanto quanto complicada, e mesmo com ela negando tantas vezes, eu sei que ela ainda se importa com ele tanto quanto ele se importa com ela. A situação é tão trágica que chega a ser poética. Mason a traiu, eles terminaram, Leo continuou amigo dela com o intuito de fazer com que ela se apaixonasse por ela, Reyna descobriu que o namoro dela e Mason não passou de um plano para que o Valdez conseguisse se aproximar, e no final ela teve o coração partido duas vezes.

Sim, na época ela tinha um coração.

Eu entendo o que Leo fez, mas acho que ele deveria ter sido direto. Desde então, ela tem um ódio declarado por ele (mesmo tendo perdoado Mason.). Vai entender...

— Leo, você é o geek conserta tudo da turma. – eu disse atirando outra pedra. – Por que não conserta isso?

Ele deu de ombros.

— Eu não sei como fazer isso, Kat...

— Então descubra! Duh. – Eu disse e mergulhei afim de fazer uma saída triunfal.

Eu não era nenhum Percy Jackson ou Chris Rodriguez da vida, mas eu não nadava tão mal assim! Considerando que um marmanjo feito Nico ainda nada cachorrinho, posso até dizer que eu sou... Razoável.

Eu devo ter ficado muito tempo submersa, porque quando eu voltei a superfície, os garotos estavam no lago novamente.

— Eu juro, Perseu Jackson, que se você me derrubar na água, eu te estrangulo! Não quero que meu cabelo fique todo molhado! Me coloca no chão! – Annabeth esperneava sobre um ombro de Percy, que estava sobre a passarela a alguns metros de onde eu estava. Aos poucos, eu percebi que o lago estava cheio, e extremamente barulhento.

Garotos...

Percy a olhou quase como se estivesse implorando, mas a ouviu e a colocou novamente na passarela.

Awwwww.

— Existe uma linha tênue entre ser misericordioso ou estar preso em uma coleira, Jackson! – Nico disse de uma pedra que estava bem meu lado, entre risos.

— EU VOU ACABAR COM VOCÊ, Di Ângelo! – Percy disse pulando da passarela e nadando rapidamente em direção a Nico. O moreno não perdeu tempo, se jogou na água para conseguir uma melhor chance, porém...

Ha ha ha.

É do Nico que estamos falando, não é gente?

— Alguém tira essa criatura de dentro da água antes que tenhamos que achar um substituto pra ele no time! – Will gritou, rindo como a maioria de nós.

— TÁ TUDO BEM! – Nico gritou de volta, lentamente nadando como um cachorro, a cabeça dele afundando vez ou outra.

Eu comecei a rir da cena, logicamente, mas então alguma coisa pegou meu tornozelo e puxou para o fundo do lago tão rápido que eu mal tive tempo para pegar certo fôlego.

Eu só podia rezar para não ser o Monstro do Lago Nessie.

Meus braços estavam lutando para me trazer de volta a superfície, mas aquela coisa, ou melhor, aquela criatura desumana que estava puxando o meu calcanhar, não soltava de jeito nenhum! Eu abri os meus olhos, sentindo a ardência invadi-los, e quando as bolhas cessaram um pouco, eu pude ver Travis afundando ainda mais e claramente carregando aquele sorriso maroto, o que era bem estranho, considerando que estávamos submersos.

Espero que não seja necessário dizer que eu estava muito, mas muito puta com a situação. Tipo... Aquele imbecil estava tentando me matar?!

Eu continuei chutando, tentando libertar as minhas pernas (ok, a verdade é que eu estava querendo mesmo era chutar aquele nariz perfeito, mas isso fica em off), mas o aperto de Travis só ficou mais forte e agora, ele estava me puxando também pela mão, me puxando ainda mais fundo.

E foi ali que eu pensei em uma forma de arrancar aquele sorrisinho imbecil daquela cara ridícula.

Eu sabia que ainda tinha ar suficiente em meus pulmões para aguentar mais um bom minuto (eu sempre quis ser a princesa Ariel), então eu parei de lutar completamente, liberei algumas bolhas e parei de me mover.

Isso vai ser interessante.

Ele levou mais ou menos cinco segundos para perceber o que estava “acontecendo”, então ele começou a pirar e nadar de volta para a superfície mais rápido do que eu achei que fosse possível, me guinchando no processo.

Esse negócio de nadar rápido era coisa de família ou o quê?

Ha ha ha...

Toma essa, seu bastardo!

— KATIE! – Foi a primeira coisa que eu ouvi quando a minha cabeça saiu da água.

Travis estava me carregando estilo “noivos”, deixando a minha cabeça apoiada em seu ombro, como o nível da água batia em seu peito, parte do meu tronco e pernas ainda estava submerso e, quando eu abro os olhos ele parecia genuinamente aterrorizado.

Meu plano era fazer ele se sentir mal pela minha morte por mais algumas horas, mas eu não resisti e comecei a rir pra valer. Aquilo pareceu surpreendê-lo um pouco, porque ele afrouxou um pouco o aperto em mim e eu caí um pouco, engolindo água no processo. Comecei a tossir feito um fumante tuberculoso.

Todos já estavam em nossa volta nesse ponto, alarmados pelo grito histérico do Stoll e a minha tosse engasgada pareceu alarmá-los ainda mais, mas eu ignorei os gritos.

— Ai meus deuses! – eu tossi novamente. – Você deveria ter visto a sua cara!

Eu ri mais ainda.

— KATIE! Ai meus deuses, está tudo bem com você?! – Will disse exasperado nadando em nossa direção. – O que diabos você fez, Stoll?

Awwwww... Tão protetor.

— E-eu só estava brincando! Como eu ia adivinhar que ela se afogaria? – Ele se defendeu, ainda me segurando em seus braços, mantendo a minha cabeça fora da água.

Espera, o que?!

— Qual é a droga do seu problema? – Will esbravejou, parecendo extremamente irritado. Isso não era muito típico dele, devo adicionar.

— Deuses, seus idiotas, eu estava só brincando! Eu estou BEM, obrigada! – eu disse me esquivando rapidamente e nadando em direção à passarela.

Eu simplesmente odeio quando as pessoas falam sobre mim e me ignoram, mesmo que eu estivesse bem ali!

Idiotas.

***

Eu me concentrei no movimento dos meus braços e pernas apenas, respirando fundo toda vez que eu tirava a cabeça da água, então eu afundava de novo e nadava ainda mais rápido. Eu adorava a sensação de ficar submersa... Era quase tão relaxante quanto a jardinagem. Era quase como se eu estivesse voando. A sensação é tão pacífica como comer um pote inteiro de Nutella sem ter que se preocupar com o ganho de peso... Como se o tempo em si tivesse parado.

Meus pulmões estavam quase vazios de ar e eu emergi novamente, ainda nadando, mas eu ouvi alguém chamando o meu nome então eu parei.

— Katie! – Travis gritou novamente, e então estava bem ao meu lado. – Olha, eu não queria te afogar ou coisa parecida... Me desculpa.

Estreitei meus olhos. Eu ouvi direito? O Babaca estava se desculpando?

Sua expressão não o contradizia. Franzi o cenho por alguns segundos... Okay... Isso é estranho... Travis, realmente se desculpando...

Claro que isso não ia me impedir de ser Katie Gardner.

O bastardo roubou o meu sutiã! Meu sutiã do Bob Esponja!

— Você feriu os meus sentimentos, ok? – Eu disse em um tom que deixava a entender que eu desabaria em lágrimas em poucos segundos. E, claro, tremi um pouco os lábios, como uma criança de três anos que acabara de ter seu pirulito roubado.

Os olhos de Travis se arregalaram. Eu acho que ele estava ficando aterrorizado novamente...

Ha ha ha.

— Olha, eu realmente sinto muito... – ele implorou.

— HAHAHA, BABACA! – Eu gritei e então empurrei a cabeça dele para dentro da água, nadando imediatamente depois disso, o mais rápido que podia.

O bastardo não perdeu nem mais um segundo e começou a me perseguir. Eu até tentei conseguir uma vantagem, mas ele tinha braços maiores. Ele agarrou o meu tornozelo novamente, mas não me puxou para o fundo dessa vez, então eu chutei água com a minha outra perna, esguichando do rosto dele.

— Você não aprendeu sua lição, babaca? – chutei água novamente.

— Bem, eu não vou cair nesse seu afogamento falso de quinta categoria. Ou pelas suas pobres habilidades de atuação...

— Pobres? Ah fala sério, você acreditou! – Eu nadei novamente para me afastar, ainda sorrindo.

Esse garoto estava acumulando vinganças sangrentas de Katie, só podia ser.

Por que eu posso ter me vingado desse afogamento, mas o meu sutiã do Bob Esponja... Ah, por essa ele ainda tinha que esperar.

Quando saí da água, meu corpo estava muito mais pesado do que o normal, como se eu tivesse acabado de sair de uma cama elástica. Eu pulei algumas vezes.

Aquilo nunca perderia a graça...

Calcei meus chinelos e coloquei novamente a minha camisa dos minions sem realmente me importar por estar encharcando-a. Infelizmente, não encontrei a droga da caneta, então essa bucha que eu chamo de cabelo ficaria solta mesmo. Talvez eu até conseguisse apanhar alguns mosquitos com ele solto...

É...

Estreitei os olhos ao perceber que, lá em cima, mais um carro chegara no nosso estacionamento improvisado. Eu não reconheci a princípio, mas isso mudou quando notei que o moreno grandão que acabara de descer era Charles. Ele estava colocando uma mochila nas costas enquanto os outros subiam até onde ele estava, o sorriso tímido de sempre estampado.

Espero que essa viagem ajude ele a conquistar Silena, porque né... 

Me direcionei para a minha barraca. Reyna ainda estava jogando e Will estava lá existindo, enquanto massageava os pés dela. Pelo jeito que ele franzia o cenho, ele também notara o carro recém-chegado.

— Por que tem um ninho na sua cabeça? – ele perguntou assim que eu cheguei perto o suficiente para escutar. – Resolveu rolar no mato com o Stoll?

O fuzilei com o olhar.

— Me poupe. – disse, me sentando no chão ao seu lado. – Achei que o Charles não viria...

— Aparentemente ele mudou de ideia... – Ele disse ainda olhando para aquela direção.

— Temos mais companhia? – Reyna se manifestou, erguendo o olhar do jogo estúpido.

— Foi o que acabamos de dizer... – eu respondi, revirando os olhos. - Achamos que Charles tinha desistido, mas aparentemente ele mudou de ideia. 

— Mas quem são os outros dois? – Reyna perguntou olhando para lá. – O loiro e a loirinha?

— Eu não sei. – Will disse, levantando e sacudindo a poeira de seus shorts. – Mas estou prestes a descobrir.

É claro que eu o segui. Não é como se eu estivesse usando os óculos horríveis que descobri precisar no último verão e, quando dois estranhos entram na festa, é preciso sondar suas intenções.

Só espero que eles animem esse acampamento, porque as coisas estão meio mortas por aqui.

Oremos.

 


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Notas finais do capítulo

Katie novamente :]
Pessoas, vou postar o próximo ainda no feriado! Já está escrito, só precisa alguns ajustes e a revisão. ALGUÉM SENTIU UM SHADE DE LEYNA? E Tratie? Alguém shippa? Adianto que o próximo capítulo ainda vai ser escrito em pov da Katie (pelo menos grande parte dele ou inteiro mesmo) e vamos ter mais ação.
Quem vocês acham que estão com Charles? Tá muito fácil essa! auishaiush Ficou bem óbvio, mas quero ver os palpites de vocês!
Obrigada por lerem, e obrigada a quem deixou review no último! Vou responder ainda no feriado :)
DEIXEM COMENTÁRIOS, amores! (; Pelo menos para dizer o que estão achando, e se gostaram ou não...
Recomendações? (não custa tentar auisdhiuasdh)
Beeijos, até os próximos dois dias!
Isaa