“Belo Tapa...”

- Violet -

Madame Ponfrey insistiu que eu ficasse na enfermaria durante o fim de semana, mesmo insistindo não consegui convencê-la.

Todos os meus amigos foram me visitar, decididos a me animar. Hagrid mandou-me um saquinho de chocolates deliciosos, Fred e Jorge, como sempre, conseguiram aprontar comigo.

- Você devia tomar água... – insinuou o primeiro.

Assim que peguei a garrafa, uma pequena lagartixa amarela pulou de trás do objeto e se jogou no meu colo, assustando-me.

- Fred e Jorge Weasley! – gritei – Você me pagam! Esperem só eu sair dessa cama!

Harry continuava a me agradecer, mas ao mesmo tempo permanecia triste pela derrota no quadribol.

- Quando os dementadores chegam perto de mim eu sempre desmaio, por que só comigo? – reclamava –

- Por que você é o mais próximo ao Black, e caso tenha esquecido, eles o querem capturar. Estão há dias rondando a escola sem nenhum “alimento”, e ver tanta gente reunida foi uma tentação bem grande, diria até que ficaram “com água na boca” – brinquei, dispersando o assunto e animando-o.

Do time da Sonserina apenas Malfoy não apareceu. Marc admitiu minha habilidade e disse que, se continuar assim, venceremos facilmente as demais casas.

Ficar na enfermaria era muito tedioso, e frequentemente sentia a presença de alguém durante a noite. Quando abria os olhos para ver quem era, percebia estar sozinha.

Foi um alivio voltar para as aulas, mesmo tendo que aguentar a petulância de Malfoy. Durante o dia todo ficou imitando Harry caindo da vassoura, mas assim que eu me aproximava ele se calava e saia de perto.

Garoto esperto.

- Rony, para de reclamar! – falou Harry outro dia.

- O que aconteceu? – perguntou Alessa, que estava ao meu lado no jardim – E onde está a Hermione?

- Eles brigaram – explicou Harry.

- Como?! – espantei-me – O que aconteceu de tão grave pra isso?

- O Bichento comeu o Perebas. – reclamou Rony – E ela continua a defender aquele monstro! Disse que eu não tenho provas de que isso realmente aconteceu.

- E você tem? – perguntou Alessa.

- Não... mas...

- Então você não deveria culpá-la! Procure o Perebas e peça desculpas a ela! – mandou Alessa.

- É claro que não! O lugar do Perebas estava sujo de sangue e coberto com pelos de gato. Foi o Bichento! – afirmou, provocando Hermione que passava abarrotada de livros.

- Não enche Rony! – gritou ela, evidentemente de mal humor.

- Rony, eu sinto muito pelo Perebas, mas a Hermione não tem culpa! Você deveria tentar esquecer o que aconteceu, guardar as boas lembranças e seguir em frente, e não continuar reclamando como um velho ranzinza! – falei.

- É o que estou dizendo a ele desde que isso aconteceu.

- Peça desculpas Rony. – insistiu Alessa.

- Não. – falou de novo.

Rony se afastou e Alessa o seguiu.

- Pare de ser teimoso Rony! – gritou ela.

- Esses dois não tem jeito... – ri.

Harry permaneceu sério.

- Harry, o que aconteceu? – perguntei.

- Olha isso. – disse ele, entregando-me um pergaminho.

Prezado Sr. Hagrid.

Dando prosseguimento ao nosso inquérito sobre o ataque do hipogrifo a um aluno seu aceitamos as ponderações do Prof Dumbledore de que o senhor não é respondável pelo lamentável acidente.

No entanto, devemos registrar a nossa preocupação quanto ao hipogrifo em pauta.

Decidimos acolher a reclamação oficial do Sr. Lúcio Malfy, e o caso será encaminhado à Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas. A audiência terá lugar em 20 de abril, e solicitamos que o senhor se apresente com seu hipogrifo nos escritórios da Comissão, em Londres, nessa data. Entrementes, o animal deverá ser mantido preso e isolado...

- Eliminação? – exclamei – Mas o Bicuço é inofensivo! Só atacou o Malfoy porque ele é um loirinho ensebado e metido!

- Calma Violet, não adianta nada brigar com o Malfoy agora – disse Harry – Nós já procuramos na biblioteca sobre os casos antigos e em nenhum deles o animal foi poupado...

- Hagrid deve estar arrasado... – comentei – Como alguém tem a coragem de fazer isso?

- O dia está chegando... Eu queria poder ajudar, mas não sei o que fazer...

- O que nós podemos fazer é apoiar... – falei – O que você acha de ficarmos com ele no dia da “eliminação”?

- Será ótimo, assim ele não fica sozinho... – falou – Vou chamar o Rony e a Hermione, isso se eles se resolverem até lá...

- Eles não podem ficar desse jeito para sempre! E a Alessa é bem convincente... – brinquei.

- Então torcemos para que ela consiga...

- Harry, é hoje o jogo contra Corvinal não é?

- É sim.

- Já substituiu sua vassoura?

- Sim, alguém me mandou uma Firebolt.

- Que bom! Posso ver?

- Claro! Deve estar no salão principal com os outros. Vamos. – falou, puxando-me com ele.

Assim que entramos percebemos olhares de inveja e assombro de vários alunos de outras casas. Cedrico Diggory aproximou-se para cumprimentar Harry, acompanhado por Percy e sua namorada, Penelope Clearwater, da Corvinal.

- Ora, ora, Penelope, nada de sabotagem! – disse Percy cordialmente, enquanto ela mirava a Firebolt. – Penelope e eu fizemos uma aposta. Dez galeões no vencedor da partida!

Logo a garota voltou a sua mesa.

- Harry, não deixe de ganhar – recomendou Percy num sussurro urgente – Eu não tenho dez galeões. – e saiu.

- Tem certeza que você sabe montar nessa vassoura, Potter? – disse uma voz fria e debochada.

Draco Malfoy.

- Acho que sim – respondeu Harry, descontraído.

- Tem muitas características especiais, não é? – disse Malfoy – Pena que não venha com paraquedas, para o caso de você chegar muito perto de um dementador.

- Pena que você não possa acrescentar braços na sua Malfoy – retruquei antes que Harry abrisse a boca – Ela poderia apanhar o pomo para você... Assim não precisaria esperar o apanhador do outro time cair para conseguir alcançar... – debochei.

- Não se intromete Prince, se eu não tivesse pegado o pomo, nós nunca teríamos vencido!.

- Grande coisa! Se não fossem os 500 pontos que marquei, nem o pomo teria salvado a Sonserina! – falei

- Você vai se arrepender Prince. – disse ele.

- Tira esse dedo sujo da minha cara Malfoy – avisei com a voz firme – E quanto à ameaça, pode vir, estou esperando – pisquei.

Os jogadores da Grifinória gargalharam e aplaudiram.

- Cai fora Malfoy – falou Harry.

Draco e os amigos me encararam profundamente e se afastaram.

Exatamente às 11 horas ambos os times se reuniram para a partida. Harry precisava pegar o pomo, caso contrário, Grifinória estaria fora do campeonato.

Boa sorte Harry...

O jogo todo foi espetacular, e por uma grande diferença, Grifinória venceu.

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Algumas semanas depois Harry procurou-me novamente preocupado no fim de uma das aulas de Trato com as Criaturas Mágicas.

- Hagrid perdeu. – avisou-me.

- Oh não... Então o Bicuço...

- Sim. – lamentou.

Hagrid, Rony e Hermione se aproximaram.

- Eu sinto muito Hagrid... – falei – Mas ainda restam os recursos...

- É Hagrid, não desista! – disse Rony.

Nesse momento vimos Malfoy e seus cãezinhos rindo e debochando.

Ah se eu estivesse sozinha...

- Não adianta, aquela Comissão faz tudo que o Lúcio Malfoy manda. Só vou tomar providências para que os últimos dias do Bicuço sejam os mais felizes de sua vida. Devo isso a ele...

Hagrid deu meia-volta e saiu correndo em direção à sua cabana, escondendo o rosto com um lenço.

- Olhem só, ele está chorando feito um bebezão! – disse Malfoy – Vocês viram coisa mais patética? – perguntou a Crabbe e Goyle. – E ainda dizem que é nosso professor.

Harry e Rony estavam visivelmente irritados, mas Hermione surpreendeu a todos.

Aproximou-se ferozmente e deu tapa na cara do Malfoy com toda a força que conseguiu reunir. Os meninos a olharam extremamente surpresos. Hermione tornou a levantar a mão.

- Não se atreva a chamar o Hagrid de patético, seu sujo...seu perverso...

- Mione! – disse Rony, segurando a mão dela.

Puxei a varinha e me aproximei.

Minha vez.

- Da próxima vez que ofender ou ameaçar Hagrid ou qualquer outra pessoa na minha frente, farei questão de eu mesma te aplicar o castigo. – falei com a voz baixa.

- Vocês vão se arrepender... – disse ele, visivelmente com medo.

- Eu avisei.

Com a varinha em mãos, aproximei-me e dei-lhe uma joelhada com a força de uma verdadeira batedora.

- Ahh! – gritou ele, curvando-se para frente.

Harry e Rony olhavam-me surpresos e Hermione transparecia satisfação e orgulho.

- Vamos – murmurou Malfoy, ainda curvado. Crabbe e Goyle, que o olhavam abobados, logo seguiram-no.

- Belo tapa – elogiei.

- Bela joelhada – retribuiu Hermione.

- Está na hora da aula de Feitiços, é melhor irmos andando... – falou Rony, ainda surpreso pelo que acabara de acontecer.

- Minha aula é outra. Vão indo. – falei.

- Obrigada – disse Hermione.

- Sempre que precisar – pisquei, subindo as escadas de mármore.

- Bela defesa – disse uma voz fria.

Virei-me e dei de cara com ele. Snape.

- Professor Snape! Eu...

- Não precisa se desculpar, dessa vez ele mereceu. – falou, um meio sorriso começava a se formar – Só não faça isso em público.

Ele... Está me dando conselhos de como não ser pega?!

- É melhor ir pra aula, Minerva não é muito tolerante com atrasos.

- Sim senhor. – falei – Com licença.

Dei as costas e sai correndo pelo corredor.

- Está atrasada! – disse McGonagall.

O dia correu normalmente, todos pareciam saber da lição que eu e Hermione demos no Malfoy. Este evitava a todo custo se encontrar comigo, claramente com medo.

As semanas passaram e logo o dia do último jogo chegou. Era a partida decisiva entre os “campeões” do Quadribol pela Taça das casas.

Grifinória x Sonserina

Todos estavam nervosos e muitos abandonaram suas atividades normais.

“Nós temos que ganhar!”, falava o capitão.

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- É hoje, você está preparada Violet? – perguntou-me Alessa pela manhã.

- Com certeza. Dessa vez quero estar acordada quando ganharmos – brinquei.

Todos estavam nervosos e alguns extremamente confiantes. Assim que vestimos o uniforme e nos preparamos para sair, percebi uma troca de sorrisos entre Malfoy e Marc.

Estão aprontando algo...

- E aí vem o time da Grifinória! – gritou Lino Jordan, narrando o início do jogo – Potter, Bell, Johnson, Spinnet Weasley, Weasley 2 e Wood. Considerado por todos o melhor time que Hogwards já viu em anos... – seus comentários foram abafados por uma onda de vaias da torcida, provavelmente Sonserina.

- Vamos, e lembrem-se: acabem com eles! – mandou Marc antes que deixássemos nosso lugar e entrássemos no campo.

- E aí vem o time da Sonserina, liderado pelo capitão Flint. Ele fez algumas alterações no esquema tático e parece ter preferido o peso à qualidade – mais vaias – Mas as aparências enganam, pelo menos com nossa querida Violet!

Novamente, ambos os capitães apertaram as mãos, dando início à partida. Logo Grifinória marcou 10 pontos. Nesse momento, Flint fez a besteira de quase derrubá-la de sua vassoura e Fred revidou mandando um balaço.

Idiota!

- Pênalti contra Grifinória pelo ataque gratuito ao artilheiro do seu adversário! Pênalti contra Sonserina por prejuízo intencional ao artilheiro do seu adversário!

Durante o jogo todos os rapazes as Sonserina tentaram “barrar” a Grifinória. Assim como Marc pediu, estavam “acabando” com os grifinórios, mas isso não era suficiente, afinal, o outro time vencia de 50 x 0.

Está na hora de inverter esse jogo...

Com um plano em mente, todas as goles que eram lançadas na minha direção eu redirecionava para o gol, marcando pontos ininterruptamente.

- E mais uma vez Violet marca ponto para Sonserina! Esse jogo está acirrado, Grifinória 100 Sonserina 110! Vamos Angelina!

De repente, antes que eu pudesse rebater a próxima goles, Malfoy se atirou contra o Harry, segurando sua vassoura com o intento de atrasá-lo.

- Pênalti! Pênalti a favor da Grifinória! Nunca vi uma tática igual! – gritou Madame Hooch.

A partir de então o time da Grifinória começou a perder a concentração e os jogadores da Sonserina se sentiam estimulados a tentar voos mais altos. Todos marcavam Angelina, impossibilitando-a de jogar.

Isso está indo longe demais... Já chega!

Logo fui atrás dos outros e impedi alguns de ultrapassarem Angelina.

- O que está fazendo Prince? De qual time vai jogar afinal?! – gritou Marc, avançando pra cima de mim.

- Angelina com a posse da bola, ela joga e... Ponto! Espera, Flint vai atrás da Prince? Mas o que está acontecendo? – narrou Jordan

- Se vocês querem ganhar, joguem limpo! Mais uma falta contra o outro time e juro que mando um balaço na sua cabeça! – ameacei, voltando a minha posição.

O jogo prosseguiu como se nada tivesse acontecido. Minha ameaça pareceu surtir efeito.

- E Sonserina toma posse da bola, arremessa e... Ponto! – gemeu Jordan. –O que quer que Violet tenha feito, surgiu efeito, o time não trapaceou uma vez!

- Jordan! – advertiu Minerva.

- Desculpa professora, foi só uma observação...

Jordan mal elogiou a Sonserina que Montague esbarrou propositalmente em Angelina, fazendo-a errar.

Agora já chega.

- Eu avisei... – sussurrei, aproximando-me do Fred – Weasley!

Fred pareceu entender, pois lançou o balaço para mim com toda a força que tinha.

- E Weasley arremeça para... Prince?! Prince rebate e... acerta Montague!! – gritou Jordan. - Eu não acredito! Ele caiu da vassoura! Bem feito!

- Jordan!!

- Desculpe professora, mas foi bem merecido...

- VOCÊ FICOU LOUCA?! – gritou Marc, aproximando-se extremamente raivoso e vermelho – O MONTAGUE IA SALVAR O TIME!

Nesse momento quase todos os jogadores pararam para “assistir” a discussão.

- TRAPACEANDO? NÃO COMIGO POR PERTO. EU AVISEI! EU DISSE QUE DA PRÓXIMA VEZ QUE TRAPACEASSEM COM O TIME ADVERSÁRIO EU MANDARIA UM BALAÇO NA SUA CARA! INFELIZMENTE NÃO FOI EM VOCÊ, MAS QUEM SABE SE EU TENTAR DE NOVO EU ACERTO E NASCE UM POUCO DE JUÍZO!! AFINAL, O DEDO PODRE DO TIME É O CAPITÃO.

- O clima tá esquentando no meio da quadra... Prince x Flint, quem ganha? Eu aposto nela...

- Jordan! O jogo!

- Não se atreva a falar assim comigo! Eu sou seu capitão!!. – disse Flint.

- Pode ser o capitão mas NÃO é meu dono!! Não vou aceitar que ganhe o jogo trapaceando!

- Não precisa aceitar, se você ficar quietinha aqui já ajuda. – provocou, dando as costas para mim.

Meu rosto queimava de raiva, minhas mãos apertavam-se à vassoura.

- Prince! – gritou Jorge, lançando-me um balaço.

Não pensei duas vezes. Agarrei meu bastão e rebati com toda a força que tinha, acertando exatamente no centro da cabeça do Marc.

- Cuidado capitão! – avisei ironicamente.

- UAU!! Weasley arremeça para Prince, que rebate e acerta em cheio o Capitão Flint! – brandou Jordan.

Marc bateu o nariz no cabo da vassoura, esta se descontrolou e derrubou-o.

- PEGOU!!!! – gritou Jordan. – Harry Potter capturou o pomo dourado! Grifinória vence a Taça de Quadribol por uma diferença de 10 pontos!!

O time vermelho inteiro comemorava e gritava. Todos os jogadores levantavam Harry nos ombros, parabenizando-o por mais uma vitória.

- Viu o que você fez?! – gritou Malfoy na tentativa de me intimidar. – É sua culpa!

- Não, é culpa de vocês, que trapaceiam para mascarar o quão são inúteis!! – rebati – Principalmente você, Malfoy. É tão imprestável que pediu para o pai comprar seu “passe” para time.

- Olha como fala Prince.

- Eu falo como eu quiser, pois criaturas desprezíveis como você não merecem respeito. – Malfoy olhou atrás de mim com medo e surpresa, apenas ignorei e continuei - Sabe o que é mais engraçado? Ao invés de procurar pelo Pomo e tentar capturá-lo, você persegue o Harry! Mas assim é mais fácil não é? É só esperar que ele encontre e depois passá-lo pra trás. – brandei – Se enxerga Malfoy!

- Pelo menos eu não traí o time... – defendeu-se, ainda amedrontado.

- Pelo menos entrei por merecimento. Ao contrário de certas pessoas, eu não fico perseguindo os batedores do outro time para ter uma chance. – acusei – Agora sai da minha frente que vou parabenizar o Harry e agradecer os Weasley.

- Você vai se arrepender Prince.

- Ouço isso há muito tempo... – sorri, ultrapassando-o. – Harry! Parabéns! – falei, aproximando-me e abraçando-o – Vocês merecem...

- Sabemos muito bem. – disse Fred.

- Formamos um bom trio... – comentou Jorge – Você realmente deu uma lição neles...

- E tudo em alto estilo! – complementou Fred

- E com a ajuda de vocês – brinquei.

- Estamos aqui pra isso... – piscou Fred.