Nova Era escrita por Apolo Blans

Sabe aqueles dias em que parece que o mundo inteiro te odeia? Aqueles dias em que você vai ao banheiro, logo depois de acordar de um tremendo pesadelo, e pisa em xixi de cachorro. Daí lembra que não tem cachorro. Aqueles dias que você mal sai de casa e um caminhão grande demais pra ser fisicamente possível passa vinte segundos jogando lama em seu rosto. Quando 5 assaltantes, 3 sequestradores, 8 estupradores, 15 canibais, 20 ciclopes e 2 dragões decidem que parece perfeitamente atacável. Isso tudo em menos de meia hora.
Pegue tudo isso e multiplique por 200.000. Troque o xixi de cachorro (que você não tem) por ácido clorídrico e a lama por vômito de mendigo. Esse, meu provavelmente não amigo (possivelmente inimigo), é um dia calmo para mim. Não sou semideus, mortal, deus, titã, gigante ou o que for. Sou algo mais. Algo diferente. Muito mais fodido e menos conhecido. Sou odiado por todos eles. Provavelmente com motivos, diga-se de passagem.
Ao longo da história fiz bastante coisas levemente desagradáveis. Ajudei um gigante de fogo a atacar os deuses. Causei guerras. Comecei revoluções. Exterminei populações e amaldiçoei, ataquei, torturei e matei um punhado de heróis importantes. Mas também fiz um monte de coisas bacanas: dividi meu sorvete, dei água a um cachorro, salvei a humanidade, evitei a destruição do mundo. Esse tipo de coisa altruísta que só existe em filmes. Sinceramente, quem divide sorvetes?
A maioria das pessoas que me conhecem me chama de monstro. Se eu fosso mesmo, elas não viveriam para me xingar. Não, não sou monstro. Estou mais para... Vegetal, eu acho. Não sou verde, nem tenho raízes ou folhas. Não sou tão vegetal assim. Não é algo de que me orgulhe, mas é melhor que muita coisa por aí. Seja como for, uma coisa é fato: não sou natural. Não existem outros como eu, nem existirão. Eu surgi (não nasci. Surgi) da natureza. Ainda assim, não sou natural. Irônico, não? Dá pra sentir o destino rindo de mim.
Minha existência tem um propósito, pelo menos. Não fico zanzando por aí, em crises de identidade, me perguntando qual o sentido da vida e essas baboseiras. Um propósito bem simples: ferrar com uma outra existência (cujo objetivo é ferrar com a minha). Nós surgimos, brigamos e desaparecemos por algumas centenas de anos. Simples assim. Mas não dessa vez. Dessa vez, surgi sozinho. Não sei como. Não sei por que. Mas pretendo descobrir... Eventualmente. Tenho lutado pelos últimos milênios, posso muito bem tirar umas férias. Observar o mundo. Estudar a humanidade. Causar massacres e genocídios. Aproveitar a paisagem. Essas coisas relaxantes.
Meu nome? Não tenho. Nunca precisei. Nunca fui chamado. Até agora. Muitas coisas que não costumavam acontecer se revelaram bem comuns. Permita-me contar o que houve da última vez, pequeno gafanhoto. Permita-me contar... O começo da nova era.


Classificação: Livre
Categorias: Percy Jackson e os Olimpianos
Personagens: Indisponível
Gêneros: Ação, Aventura, Comédia
Avisos: Nenhum

Capítulos: 1 (851 palavras) | Terminada: Não
Publicada: 12/07/2013 às 00:44 | Atualizada: 12/07/2013 às 00:44



Capítulos

1. Capítulo 1
851 palavras