A Última Chance escrita por Gaby Molina
Notas iniciais do capítulo
Oi :3 Então, vou ser bem sincera: esse capítulo não ia sair hoje. Não ia, mesmo.
Mas eu li a recomendação da Uma estranha sonhadora e senti a necessidade de escrever. Voltei a enxergar o que eu gostava tanto na história e... simplesmente me deu forças. Então, muito obrigada e esse capítulo é para você.
Não sei direito o que dizer, a não ser obrigada por todo o apoio. Eu me perdi em gritos no vácuo de minha própria existência, mas vocês estavam lá para me salvar.
— Está dizendo que... Quer ter aulas extras de História de Iléa? — Lucius franziu o cenho para Charlie, prevendo uma pegadinha.
— Sim. Se eu vou ser rei, tenho de conhecer a cultura de meu país, não acha?
O assessor continuava desconfiado.
— Vou marcar datas e pedir que algum criado lhe mantenha informado.
— Ah, obrigado, Lucius — Charlie abriu um leve sorriso e se retirou.
Então... Você disse que a amava e depois zombou dela?, recapitulou Jane quando Charlie voltou para seus aposentos depois da discussão com Annie. Você precisa controlar seu temperamento, ou Vossa Alteza acabará com a ideia errada.
Como se ele não soubesse disso. Charlie vinha tentando usar as palavras "eu" e "rei" na mesma frase mais frequentemente numa tentativa de não parecer completamente apavorado todas as vezes. Não tinha muita certeza de que estava surtindo algum resultado.
Charlie não via a Princesa há pelo menos três dias, tempo que julgou necessário para que ela ou relaxasse ou o odiasse para sempre, mas ele imaginou que conversar mais com ela não acabaria bem. Annie deixara bem claro que estava cansada de palavras.
* * *
Annie Schreave odiava a si mesma por amar aquele bastardo inconsequente e presunçoso. Ela estava jogada na própria cama com a cara enfiada no travesseiro quando ouviu uma batida na porta.
Sentou-se rapidamente, quase caindo da cama.
— Charlie? — ela não sabia dizer se era esperança ou descrença o que ouvia na própria voz.
A Rainha America entrou no aposento, sorrindo levemente.
— Não exatamente.
— Mãe? — agora certamente era descrença. Sua mãe não entrava em seu quarto desde que a Seleção se iniciara.
America riu.
— Não fique tão surpresa. Vamos, vá mais para lá.
Annie foi mais para a ponta da cama e America sentou-se ao seu lado.
— Como vão as coisas, Annabelle?
— Fantásticas — a Princesa mentiu.
— O velho sarcasmo! — America riu. — Tenho medo de imaginar o que mais você puxou de mim. O que está acontecendo?
— Estou perdida em gritos no vácuo de minha própria existência, mãe.
America parou um minuto para raciocinar, mas não entendeu. Então simplesmente abraçou a filha e soltou um:
— Ahhh...
Annie riu.
— Estou bem. Vou ficar bem.
— Seja lá o que esteja fazendo, o Conselho está satisfeito por você estar passando mais tempo com Jasper.
A Princesa suspirou.
— Ótimo.
— O que houve com o garoto Hutton?
— Nada, ele continua aí.
— Sabe o que eu quis dizer.
— Não acho que ele entenda a magnitude de tudo isso. E, se entende, não acho que consiga aceitar.
— Mas ele realmente gosta de você.
— Talvez não o suficiente.
— Ele está fazendo aulas extras de História de Iléa. Por vontade própria.
Annie arregalou os olhos.
— Charlie o quê?!
— Está lá agora mesmo. Suas palavras exatas, segundo Lucius: "Se eu vou ser rei, tenho de conhecer a cultura de meu país, não acha?".
A Princesa já estava colocando um robe por cima da camisola e penteando o cabelo.
— Mãe...
A Rainha America riu.
— Vá.
* * *
— Quais são as alianças atuais de Iléa na Europa?
— Érrrr... A França — Charlie lembrou-se da visita dos Beaumont. — A... Itália?
Lucius revirou os olhos, entediado. Eles ouviram uma batida na porta.
— Eu tinha certeza de que aquela mulher estava mentindo — murmurou Annie. —, mas você está aqui mesmo. Lucius, pode nos dar licença?
O homem ergueu uma sobrancelha.
— Perdão? — A Princesa está pedindo que caia fora, Lucius — Charlie sorriu. — Tchau, Lucius.
Lucius resmungou uma ofensa para o rapaz e se retirou. Annie e Charlie se fitaram por um longo minuto. O rapaz tinha receio de se aproximar, então apenas continuou retribuindo o olhar.
— Por que está fazendo isso? — indagou a Princesa.
— Porque, se você acordar qualquer dia totalmente fora de si e me escolher como rei... Eu quero ser um bom rei.
— Vê, esse é o problema. Você trata a ideia de eu escolher você como se fosse um grande absurdo. E talvez seja. Mas é isso que estou pedindo a você: faça com que não seja. Eu preciso de uma base, Charlie. Um barco que não afunde. Não posso tomar uma decisão ruim.
— Estou tentando — prometeu Charlie. Annie abraçou-o.
— Obrigada. Ei... Érr...
— Sim?
— Você sabe que não é muito querido na Corte, não sabe?
Ele torceu o nariz.
— É, pode ser que você tenha mencionado isso uma ou doze vezes.
— A Corte gosta de Jasper.
— Todo mundo gosta de Jasper.
Ela riu.
— O ciúme na sua voz é adorável. De qualquer forma, eles não ligam muito para o fato de eu manter você aqui enquanto Jasper estiver recebendo destaque. Então talvez eu passe mais tempo com ele para amenizar as coisas.
— Tudo bem.
— Sério?
— Claro, vá em frente! Até beije-o se precisar.
Annie ergueu uma sobrancelha.
— Beijá-lo?
— É, quero dizer... Talvez não beijá-lo de verdade, mas...
— De verdade? E como é um beijo "de verdade"?
— Assim — e então ele se inclinou e a beijou nos lábios.
Depois de alguns segundos, Annie sussurrou:
— Por que você fez isso?
Charlie sorriu e beijou a testa dela.
— Pelo mesmo motivo que estou aprendendo essa matéria horrível. Porque eu amo você.
— Eu também amo você.
Os olhos de Charlie brilharam.
— Certo, não o beije. Definitivamente não o beije.
Annie riu.
— Pode deixar.
Ele entrelaçou os dedos da mão nos dela.
— Eu e você contra o mundo?
— Sempre, Pêssego.
— Você tem que correr para Jasper agora ou temos mais alguns minutos?
Annie hesitou.
— Acho que precis...
Charlie interrompeu-a com um beijo. Ela sorriu, colocando os braços em volta de seu pescoço. Ele levantou-a, deixando os dois da mesma altura, e dançou com ela pelo salão, sem interromper os beijos. A porta se escancarou e ele a colocou no chão.
— Alteza — Lucius bufou como se a visão queimasse seus olhos. — Hutton tem de voltar aos estudos.
— De fato — Annie suspirou. — Até depois, Charlie.
— Até — o rapaz sorriu. Quando ela se virou, ele puxou-a de volta e selou seus lábios mais uma vez. Annie riu. — O quê?
— Nada...
Lucius pigarreou.
— Hutton, largue a única sucessora do trono de Iléa, por favor.
— Como quiser — Charlie soltou a moça, ainda com um leve sorriso presunçoso no rosto.
Annie se apressou em deixar o salão antes que Lucius piorasse as coisas.
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