Eu dormi o dia de sábado quase todo. Quando acordei, fiquei um bom tempo deitado, pensando. Os meus pais estavam bem otimistas com a novidade. Mas eu sabia da dificuldade da minha mãe em ter filhos.

Ela já se casou grávida de mim, mas depois disso, não conseguiu mais. Quando eu tinha cinco anos , deu certo, depois de dois anos de tentativa. Claro que eu só soube dos detalhes depois que ela engravidou a segunda vez, quando eu tinha 14 anos. Nos dois casos, ela perdeu o bebê antes dos três meses de gestação.

 Eu me lembro. De ambas as vezes. Foi horrível. Ela ficou arrasada, não comia, não saia. Quase entrou em depressão. Mas aí ela olhava pra mim e acho que caía a ficha. Tipo, “caramba! Eu tinha esquecido! Eu já tenho um filho! Preciso me lembrar dele também!”

Mas os meus pais não pareciam lembrar isso agora. E eu não iria estragar a felicidade deles. Talvez desse certo, afinal, eles me tiveram, não foi? Então eles iriam curtir muito esse momento. E eu também curtiria. Esme estava com dois meses, mas não queria nem em sonho saber o sexo do bebê. Acho que é melhor assim mesmo. Se ela perder, pelo menos não vai ter tido muitos sonhos pra ele/ela.

Eu peguei o celular e liguei para a minha Bella. Eu não há via a quase 24h. a saudade era imensa. Mas, pra minha surpresa, ela não atendeu a primeira, nem a segunda. Quando a terceira estava já caindo, alguém atendeu. Meu coração disparou. Porem voltou ao normal quando eu ouvi a voz que não era dela me dizendo “oi”. Meu coração voltou a correr.

Cadê a minha Bella? Porque ela não atendeu? O que ela tem? O que eu fiz?

Eu fervilhava de perguntas. Mas preferi guardá-las só pra mim.

-Oi. É o Edward Cullen. Quem esta falando?

A risada espontânea do outro lado me fez espirar fundo e relaxar um pouco. Alice.

-Alie?

-Oi, Cullen!

-Oi, Alice. Escuta, eu estou ligando para falar com a Bella. Ela esta ai?

-Esta sim.

-Posso falar com ela? - Ela fez uma pequena pausa que quase me mata.

-Alie?

-Ela não pode atender. Esta dormindo. Deixa um recado que eu repasso pra ela.

Eu pensei um pouco.

-Diz que eu to com saudades, mas não poderia ir vê-la agora. Combinei de levar Jasper a Seattle.  Diz que eu amei a noite de sexta e que mal posso esperar pra vê-la de novo. Pede pra ela me ligar assim que possível, e diz que se, de qualquer jeito, eu vou buscá-la na segunda de manha.

Eu ouvi algo que pareceu um... Gemido... Um lamento... Mas foi breve demais para eu ter certeza. Depois, Alie respondeu.

-Caramba! - Ela riu. - Pareceu espontâneo, mas eu não consegui acreditar nisso inteiramente.

-Decorou tudo?

-Não me subestime, Cullen! - Ela riu de novo. Eu acreditei mais dessa vez.

Depois que ela desligou e eu fui tomar banho, na esperança que essa tarefa me mantivesse ocupado e me impedisse de pensar nas minhas preocupações em relação a Bella.

Não deu muito certo, mas o Jasper chegou logo depois que eu fiquei pronto.

-Caramba, Hale! Você ta bem apressadinho, né?! Esta aí há muito tempo? Porque não subiu?

-Acabei de chegar. Vamos no seu carro ou no meu?

-No seu. Eu estou quase sem combustível. Mas ainda são 6h. Vamos chegar lá cedo demais.

-Aonde vocês vão? - Virei para o meu pai.

-Seattle. Uma boate, provavelmente.

-Pretendem voltar ainda hoje?

-E provável que acabemos bebendo. - Meu pai me olhou com uma cara feia. - Não muito, pai! Não vamos dirigir completamente bêbados! Mas mesmo assim no acho que seja uma boa idéia voltarmos par casa dirigindo em plena madrugada. Então passaremos a noite em um hotel. Tudo bem pra vocês?

Eu perguntei pra Jasper, também. Afinal, decidira isso de ultima hora. Na verdade, acabara de decidir.

-Claro, filho. Já avisou seus pais, Jasper?

-Eu telefono do carro, Sr. Cullen. Mas eles já sabem que eu provavelmente chegaria depois do sol.

Eu ri. Eles me olharam, curiosos.

-Meu caro Hale, tudo chega antes do sol em Forks!

Eles riram também. Foi ai que eu senti falta de certo riso melodioso. Eu estou arrumado, prestes a sair e minha ame não veio me chamar de “meu bebezinho lindinho”?!

-Pai... Cadê a mamãe?

Ele ouviu a preocupação na minha voz e sorriu de leve.

-Dormindo... De novo.

Saímos em seguida.

Como saímos cedo demais, chegamos a Seattle cedo demais. Aproveitamos para passar em um hotel e reservar um quarto duplo.

Comemos em um restaurante próximo ao hotel e em seguida fomos a uma boate.

A noite não foi parada. Tinha muita gente e a musica era animada. Bastava não se concentrar nas letras.

Estávamos sentados no bar, bebendo alguma coisa sem álcool demais. Afinal, estávamos de carro. Alguém teria que dirigir.

Jasper escolhia sua presa e eu devaneava. Eu sentia falta da minha Bella. Minha saudade dela havia meio que triplicado desde que começamos a namorar.

Caramba! “Minha Bella”! “Namorar”! Essas palavras ecoavam em meus ouvidos e eu estava nas nuvens.

-Oi... - Dei um pulo e me virei para ver quem era a dona da bela voz que me despertara.

Era uma garota muito bonita. Ruiva, estatura mediana, olhos de um verde extremamente escuro. Tinha um belo sorriso.

-E aí? - Gritei, meio desconfiado, para superar a musica.

Ela se aproximou do meu ouvido.

-O que um cara assim tão lindo faz aqui, sentado, sozinho.

-Eu não estou sozinho. Vim apenas para acompanhar um amigo.

-Que amigo?

Foi ai que eu percebi que Jasper sumira. Ótimo, Jazz! Valeu mesmo! Ela riu e apontou para a pista. Ele dançava pra lá de animado com uma morena que lembrava pra caramba a ruiva ao meu lado.

-Aquela é minha irmã, Irinia. - Explicou a ruiva. - E eu sou a Tanya Denali. E vocês? Tem nome?

-Eu sou o Edward Cullen e o meu animado amigo é o Jasper Hale.

-E você quer dançar, Cullen?

Isso estava me irritando. Não a conversa dela. Ela era bem simpática. Parecia ser uma pessoa legal. Mas o fato de ela estar aparentemente esperançosa quanto a mim. Em outra situação eu ficaria nem feliz. Mas agora, eu era só da Bella.

Resolvi deixar tudo em pratos limpos.

-Olha, Denali, eu só estou aqui porque o Jazz me pediu. Mas minha intenção não e agarrar ninguém, ok? Eu tenho namorada e estou muito bem com ela. Se você quiser um amigo, estamos ai, mas se quiser algo mais, não perca seu tempo comigo. - O jeito que eu falei não me soou muito bem. - Desculpe se fui rude, apenas quis ser honesto.

Para minha surpresa, ela riu.

TANYA DENALI

IRINIA DENALI

CARRO DO JASPER