Eu dirigia desesperadamente pelas ruas da cidade. O hospital regional de Forks ficava quase fora dos limites da pequena cidade, mas era maior que a cidade toda. Atendia toda a região, principalmente no tocante a área de pré-natal, maternidade e saúde da mulher.

Eu estava preocupado com a minha mãe, é claro, mas não conseguia evitar a onda de felicidade que me atingia. As palavras doces da Bella ainda ressoavam no meu ouvido.

“Não há nada que eu queira mais do que Sr sua, Cullen.”

Eu ainda podia sentir seus lábios nos meus, em um beijo rápido, mas profundo, selando o nosso compromisso.

Meus devaneios e fantasias foram interrompidas pelas luzes fortes na frente do hospital. Eu fui ate a recepção principal.

-Olá. Em que lhe posso ser útil. - Disse a recepcionista. Simpática. Li o nome dela no crachá.

-Olá, Genna. Meu nome é Edward Cullen. Sou filho do Dr. Carlisle Cullen. Eu...

-Pode deixar, Genna. - Viramos-nos para ver quem havia me interrompido. - Eu cuido dele. - Disse a Dr. Hale, já ao meu lado.

Eu a segui pelo corredor ate um quarto não muito afastado, na ala oeste do hospital. Era a maior. Paramos em frente a uma porta e entramos diretamente. Quer dizer, eu entrei. A Dr. Hale saiu, sem nada dizer.

-Oh, mãe! - Eu a abracei. - O que houve com a senhora?

-Eu estou bem, meu bebê. - Ela me olhou. Quando vi seu leve sorriso, sorri também. - Só não sei ainda o que eu tenho. Seu pai foi pegar os meus exames. Deve chegar daqui a pouco.

O rosto dela estava pálido demais pra quem está assim tão bem.

-O que houve? Porque papai não estava em casa quando a senhora passou mal?

-Ele estava aqui no hospital. Houve uma emergência. Eu liguei para o celular, mas ninguém atendia.

Eu olhei o telefone. Haviam 15 chamadas não atendidas.

-Porque não ligou pro hospital?

Ela deu os ombros.

-Eu nunca precisei ligar prá cá. Eu ligava diretamente para o celular e ele sempre atendeu. Por isso não criei o hábito de usar esse número. Na hora, a Elisabeth foi a primeira pessoa que me veio à cabeça.

-E eu? - Ofendeu de verdade.

Ela sorriu de leve e pôs a mão no meu rosto.

- Meu bebê. É claro que pensei em você. Mas você estava numa festa. Com uma garota! Eu não ia te atrapalhar! - Puxando-me pelo rosto, deu-me um beijo na bochecha. - Falando nisso... - Ela sorriu, maliciosa. Ih... Já sei onde isso vai dar.

-Nem vem que não tem! - Disse, rindo. - Eu comecei a namorar hoje. Vocês só vão conhecê-la daqui a um mês!

Ela arregalou os olhos.

-Há quanto tempo estão saindo?

Sorri.

-Foi nosso primeiro encontro de verdade, mas já estamos num chove não molha a uma semana.

Ela riu.

-Caramba! Você deve gostar mesmo dela, hein?!

Eu me juntei a ela.

-Gosto, mãe. Gosto demais. - Meu sorriso tornou-se mais leve.

-Own! Meu bebê ta apaixonado!

Eu segurei a sua mão a meio centímetro da minha bochecha.

-Esqueça, dona Esme. Não vai fazer isso comigo.

Antes que ela pudesse objetar a porta do quarto foi aberta de supetão. Na soleira da porta, meu pai de jaleco com uma expressão facilmente decifrável. Mas o que realmente denunciavam o que viria por ai eram seurosto.

Ele estava estranhamente molhado por algo que fluía livremente de seus olhos. Pareciam... Lágrimas? Eram lágrimas? Carlisle Cullen estava chorando?

Eu só me lembro de ter visto o meu pai chorar daquele jeito duas vezes. Disseram-me que ele chorou no dia do casamento dele, mas foram só algumas lágrimas. Agora ele realmente chorava. As lágrimas desciam rapidamente, mas nada mais. Nem soluços, nem nada. Só lagrimas. Não era do feitio dele.

Eu desabei no sofá que havia encostado na parede, ao lado da cama.

NÃO! NÃO PODE SER! ISSO É IMPOSSÍVEL!DE NOVO NÃO!

 Nenhum de nos vai agüentar se houver outra tragédia!

Porem, a menos que meu pai fosse casar de novo, essas lágrimas só podiam significar uma coisa...

ELISABETH HALE