Impávida. escrita por Lucas Piascentini


Capítulo 7
Capítulo 7 — Perdida.


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora. Meu PC tinha parado de funcionar, eu reescrevi esse capítulo duas vezes. E só nesta, a terceira, que decidi postar. Estou meio sem inspiração, por isso foi tão demorado também. E não, eu não vou virar um "escritor fantasma". Os próximos virão mais rapidamente, assim espero.



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“— Não sou eu.”.


Ainda estou sentada, com o sentimento de dor gerando sobre meu peito. Fui incapaz de vê-lo, claro... Novamente. Se eu tenho vontade de descobrir quem é ele? Claro que tenho, mas tenho também total certeza que isso é uma caçada entre cão e rato. Só não sei se sou o cão ou o rato.


Sou quase incapaz de enxergar meus dedos, sou quase incapaz de saber se me sinto ou se não. Sei apenas sobre a dor que começa em meus pés e que eu, sinceramente, não sei onde termina. Meus olhos ardem como se pegassem fogo, parece que levei uma pancada de algum tipo diferente de objeto, um do tipo mais flamejante.

A enfermeira adentra a sala, com uma bandeja, imagino que seja para mim, com um prato fundo, acredito que contém alguma espécie de sopa que teria o trabalho de encher meu estômago. O cheiro de podridão exala dele e posso sentir o teu gosto, sem ao menos provar, quando a bandeja escorrega da mão da enfermeira e um grito evapora no ar. Ela está espantada com o que vê, acredito.

— Você f-f-ez isso? — Gagueja ela.

Quero responder, mas não há voz em minha garganta, é como se alguém prendesse minha garganta e apertasse toda vez que tento falar. Faço um esforço e balanço a cabeça em negativa. Não fui eu, pelo menos, acho que não, pois eu o vi... Vi-o saindo daqui correndo, praticamente peguei o dito cujo, mas... Como sempre, ele escapou.

A enfermeira finalmente sai do transe, parece voltar ao normal, e se aproxima de mim. Minha pupila, tenho certeza, está dilatada. Meus olhos estão bem abertos, e sou incapaz de fechá-los, de ao menos, piscá-los.

A enfermeira caminha lentamente até mim, coloca as mãos doces sobre meus seios e empurra meu corpo a fim de que eu deite. Resisto, já que perdi a conta de há quanto tempo eu estou deitada, mas, o toque suave dela me hipnotiza e sou obrigada a deitar, além do mais, como uma menina quase sem movimentos conseguiria pôr força em seu corpo? Ela põe o dedo indicador e o médio, respectivamente, sobre cada um dos meus olhos, fechando-os. Não quero dormir. Não desejo, acima de tudo, eu quero respostas para toda confusão que há em minha mente.

Ouço alguns passos adentrarem a sala.

— Ela está dormindo?

— Não sei, mas provavelmente seus sentidos não voltaram, ela mal consegue se mover, tampouco escutar.

Este era um grande engano da parte desta enfermeira, pois eu era sim capaz de ouvir tudo o que ela dizia. Eu estava viva, porém em um estado deplorável, estava, acredito, em estado semi-vegetativo.

— O que você acha? Ela é uma onipotente?

— Aparentemente sim. — Responde ela. — Nenhum Elementar comum conseguiria se recuperar depois... Você sabe... Do que aconteceu com ela. E além do mais, ela usou toda a energia dela, ou seja, jamais algum elementar conseguiria, de uma forma ou de outra, se recarregar.

— O que você acha de a transferirmos para um dos Campos de Tortura?

— Não podemos, não, antes de termos certeza.

— E quando teremos?

— Quando ela tiver que invocar, você sabe... Na última prova.

Sei que a outra mulher que fala com a enfermeira está assentindo com a cabeça, apesar de meus olhos estarem fechados. Sei ainda que elas, ainda, estão colocando Peter, Albert e meu irmão nas macas ao meu lado. É quando sinto uma picada em meu braço, um líquido adentra meu braço e dança junto aos meus glóbulos sanguíneos. Sinto que ele caminha diretamente ao meu cérebro, entendo exatamente qual sua intenção: fazer-me adormecer.



Acordo em outro lugar, provavelmente, é o meu desejo de respostas que me fizeram flutuar dessa forma para outro mundo, para o Espectral.



Sinto um cheiro sangue pútrido vindo de algum lugar... Olho para as paredes atrás de mim e descubro exatamente de onde vem. Há um homem morto, com a cabeça recém cortada do corpo. Olho para o corpo dele da maneira mais fria que consigo. Penso em encostar-se a ele, afinal, ele já está morto.

— Você quer encostar-se a mim?

Não respondo e sou capaz de sentir um aroma ruim emanando de sua boca, imagino que seja como peixe podre. Sei que o teu espírito está ao meu lado, atrás de mim, perto de mim.

— Como era seu nome? — Digo.

— Johnne Rickrman.

— De onde era?

— Elemento? — Ele diz incerto se é isso que desejo saber, balanço a cabeça, assentindo. — Ar.

A voz dele é doce. Não o encaro, não ainda. Não estou preparada para ver o homem que ele deveria ser. Ele parece sem cabelos, é como se... Se tivessem arrancado os cabelos dele, não cortado, puxado.

— Há quanto tempo morreu Johnne?

— Cerca de vinte minutos atrás.

Viro-me só agora, encarando a beleza de seu corpo. Para minha surpresa ele está nu, revelando, sim, todo o corpo. Ele tem uma musculatura perfeita, assim como dentes e rosto belo. Seu cabelo é cacheado e apresenta uma tonalidade clara.

— Você não parecia ser...

— Bonito. — Ele interrompe. — Você também não seria se tivesse sido torturada por quase um ano. Se tivesse seus cabelos arrancados à mão a cada três meses, se tivesse sido cegada por uma tesoura, ou se caso você fosse alimentada apenas uma vez por semana. Afinal, todos os Onipotentes estão sujeitos a isso, inclusive você.

Não respondo e vejo que a porta de metal do local se abre, é então que o corpo de uma mulher aterrissa do outro lado da sala. Diferente de Johnne sua cabeça está lá ainda, ela está viva.

— Anna! — O vejo partindo em direção a ela.

Ele põe a mão sobre seu rosto, limpando o sangue que escorre de um corte feito do lado direito de sua cabeça, na parte que se encontra sem cabelos. Sou incapaz de acreditar no que eu vejo, sou incapaz de crer que estão arrancando o cabelo dessas pessoas, matando-as. Um homem entra pela outra porta, a do lado esquerdo, puxando o corpo de Johnne para fora. Vejo que há fogo saindo de uma espécie de forno atrás do mesmo. Seu olhar, o do homem, é frio como o gelo. Sua pele, branca como a neve. Ele fecha a porta após retirar o corpo de Johnne e vejo um sorriso torto em seus lábios. Sinto vontade de socá-lo.

A sala é toda revestida de metal claro, de um tom cinza quase branco. Há duas portas, uma do lado esquerdo e outra na parede ao lado. A sala está vazia, exceto por uns quinze corpos mortos que estão lá. Estou pisando em uma poça de sangue no momento, e tudo parece estar quente.

Sinto-me fraca. Olho para minha perna e vejo a linha branca. Estou nua, agora que percebo. Johnne está ao lado de Anne, sinto a necessidade de dizer que ela irá morrer, porém não digo. Limito-me a olhar para os dois. Eles parecem se amar. O olhar que ele emana para ela, o jeito que ela o enxerga, mesmo ele estando morto. Ela é uma onipotente e percebo que pode enxergar os espectros mesmo acordada. Penso se poderei um dia enxergar os espectros acordada algum dia.

— Eu sei que ela vai morrer. — Responde ele a um dos meus primeiros pensamentos, sempre me esqueço que a onipotência dá o direito a um ser invadir a mente de outro. — E acredito que isto seja um alívio tanto para ela, quanto para mim. Éramos amigos, ela veio da água e decidiu o Ar, eu vim do fogo e escolhi o Ar. Mas eles descobriram o que éramos e não pudemos fazer nada a não ser esperar pela nossa morte neste lugar, um dos antigos campos de contrações.

Ele diz.

Não respondo e apenas o encaro-o. Sua voz, como já dito antes, é suave, doce. Lembra-me, talvez, uma bala ou qualquer coisa assim e quando ele fala agora, num ritmo fraco, sem vontade de apressar as palavras, sem vontade de fazer-me querer que as informações adentrem minha cabeça rapidamente... Nessa hora, é quando a voz dele parece ser de um tipo de ser celestial, digo, de um anjo.

— Você sabe o que é um campo de concentração, Cassie?

Não me lembro de ter dito meu nome, mas não questiono-o sobre como ele o sabe, há coisas no mundo Espectral que jamais saberei a resposta. Respondo então sua questão.

— Não.

Ele sorri, mesmo que eu esteja vendo que seus olhos estão quase lacrimejando.

— Um campo de concentração foi criado com um único intuito. — Ele começa dizendo. — O seu intuito era abrigar muitas pessoas em guerra, sabe? Protegê-las, não machucá-las. Não fazer o que estão fazendo. Matando.

Respiro fundo, sentindo o ar de sangue invadindo meus pulmões, tusso.

— E tudo isto começou na segunda guerra mundial do mundo dos humanos. Com um carinha chamado Adolf Hitler, na antiga Elo — Ele agacha e senta-se ao lado de Anne. — Eu sempre estudei os humanos, sabe? Sempre achei injusto o que ocorreu com eles, e o estranho é que tudo que procurava sobre eles era-me proibido. Ás vezes pela Sociedade da qual vivia, a Sociedade do Fogo, outras pela própria biblioteca que me dizia “não temos informações sobre isto”. E eu sabia que aquilo, era apenas uma proibição a fim de que eu não questionasse. Quando finalmente consegui achar um livro, “A Guerra que Mudou Gerações”, dizendo a verdade sobre o que aconteceu, sobre a guerra entre nosso mundo e o deles eu não pude me conter, não, jamais poderia, ao menos deveria. Li tudo e descobri, e depois contei a Anne e por último questionei a Sociedade, foi quando descobriram minha onipotência.

Ele ri.

— Mas sabe, Cassie? Não me arrependo de ter lido aquele livro, de ter morrido. Arrependo-me de não ter contado a mais pessoas. De ter sido incapaz de mudar a nossa Sociedade.

Gravo imediatamente o nome do livro em minha mente, olho para o teto quando ouço um barulho. (poderia utilizar uma onomatopéia para imitar o som que o barulho fez, mas prefiro limitar isto a sua ideia).

Um cheiro estranho adentra o lugar.

— Corra! Isso é gás onipotente! Volte para seu corpo!

Entro em pânico. Começo a gritar, enquanto imagino o que seja isso, imagino que seja gás que acaba com todos os espíritos onipotentes que estão no lugar. Sou sugada então pelo meu corpo. Estou na enfermaria, sentindo-me sendo afogada. Estou caída no chão, sem fôlego. É como se tivesse perdido tudo que eu tenho. Olho para minha perna a fim de encontrar a linha branca que me liga ao meu corpo. Dói me perceber que ela não está lá.



— Não se preocupe. Isso provavelmente vai ser arrumado, quer dizer, seu coração está parando de bater, se ninguém perceber, você morrerá. — Uma voz grossa sussurra logo atrás de mim, sinto um calafrio em meu ouvido, meus cabelos se movem contra minha vontade, eles estão flutuando. Mas o homem, do qual sou incapaz de ver continua — Isto ocorre porque você ingeriu gás onipotente, ou seja, eles saberão quem você é em algumas horas. Ou melhor, o que você é.



Meus batimentos aceleram então, ouço duas mulheres adentrarem a sala, meu coração está parando, e eu tenho dificuldade de respirar mesmo estando no plano espectral.

— Onde você está? — Digo a procura da pessoa de voz grossa, que suponho que pertença a um homem.

— Bem aqui.

Minha cabeça está virada para o lado direito, quando viro para frente, enxergo-o. Grito, mas por conta do terror. Ele me assombra. Seus olhos são de um azul mórbido, meio acinzentado. Ele tem o cabelo jogado para o lado direito, em um perfeito penteado. Sua barba está por fazer, mas nem tanto. E seu bafo, que sou capaz de sentir bem fraco, tem cheiro de cigarro de canela. Não que eu seja uma expert em cheiro de cigarro, mas esse, por algum motivo sempre esteve em minhas narinas. Devo dizer que o cigarro é proibido nas Nações Unidas Elementares do Sul, mas ninguém obedece tal lei. Não culpo os fumantes, porque sei, apesar de nunca ter fumado, que o cigarro acalma os neurônios.

— Cassie Kingsley. — Ele me encara, como se eu fosse uma refeição. Seus olhos encontram os meus e tento fugir do olhar aterrorizante dele. Eu sinto um calafrio em minha espinha. — Uma Onipotente do tipo impávida.

Não sei explicar qual a sensação ao ouvir a palavra impávida adentrando meu ouvido, para falar a verdade, nem sei o que esta palavra significa.

— Impávida. — Repito.

— Acredito que você não saiba exatamente nada sobre onipotentes, não? Deixe eu me apresentar a essa espécie, como dizem os elementares. Lembre-se, você não é uma elementar, você é uma onipotente.

Ele tosse e sinto o cheiro de cigarro saindo novamente de sua boca e entrando em minhas narinas.

— Onipotente é o “dono de si mesmo”. Devo dizer algo que provavelmente você não sabe sobre a Sociedade. Quando você completa dezessete anos e você tem que tomar aquela injeção após o veridícontest, saiba que aquele líquido contém um rastreador. Ele na realidade não tem a função de te fazer esquecer-se de nada e sim de te localizar quando necessário.

“Saiba ainda que a Sociedade não está aqui para te ajudar, querida. E sim para te alienar, te fazer mais um dos animais delas num ciclo vicioso. Comprar, beber, gastar, chorar, trabalhar, ler... Verbos e verbos e verbos e nestes, não há nenhum “questionar”, e é exatamente ai que o onipotente entra, ele é este verbo, o questionar.”

As informações começam a entrar em minha cabeça e as palavras a fazerem sentido, nós somos apenas objetos de uma sociedade do pior tipo. Somos escravos de seus anseios, suas delinquências, seus medos. Nós somos o objeto descartável feitos apenas para ouvir e não falar. Há uma pontada de dor dentro de meu peito, eu sempre fui esse objeto e isto me machuca.

— Não sofra minha querida, jamais deveria sofrer por isso. Porque você é impávida. Demorei semanas para descobrir isso. No final fiquei em dúvida entre duas coisas, se você era uma Abnegada ou Impávida, descobri finalmente que você era uma Impávida. E o que isso significa? Óbvio, você é uma onipotente que está disposta a dar a vida para provar seus valores, uma destemida. Uma menina incapaz de ser invadida, incapaz de ser hipnotizada, incapaz de ser descoberta, incapaz de ser parada, primeiro porque é onipotente. — Ele ri. — Segundo por que: tal pai, tal filha.

Sou sugada para meu corpo e pergunto-me como. Não o vejo mais, estou sozinha. Tento entender o motivo das últimas palavras “tal pai, tal filha”. Pergunto-me se ele sabe quem é meu pai. E se ele sabe, o porquê dele não ter me contado. Lembro-me então de não saber qual era seu nome, de ao menos ter lhe perguntado. Percebo logo em seguida, que não sei ainda quase nada sobre ser uma onipotente, percebo que não sei ainda o que ao menos eu sou.

É só então que reparo em uma coisa, sou capaz de sentir-me. Estou recuperada, curada. Estou viva e sinto um calor ainda entrando em minhas mãos, sei o que isso significa. O garoto do qual foge de mim esteve aqui e é quando abro meus olhos e vejo as enfermeiras ao meu lado, observando-me. Minhas mãos estão quentes.

— Quase que te perdemos! — Diz uma das enfermeiras. — Mas cheguei bem a tempo, ao ouvir os apitos desesperados do computador! E claro, seu namorado também chamou-nos. Ele esteve aqui o tempo todo. — Ela ri.

— Namorado?

— Sim o rapaz... — Ela se esforça para se lembrar e não diz nada, apenas se levanta e sai da sala como se nunca tivesse começado a dizer nada.

A ideia deste garoto do qual ela fala entra em minha mente. Lembro-me dele, claro que me lembro e fico quieta tentando raciocinar quem ele pode ser e é então que uma ideia, a ideia, vem.

Quando estávamos em Faísca ele disse-me: “Digamos que venho treinando a enxergar no escuro”. Isso só pode significar uma coisa, Drew Rousself, o único outbound da Psicolongiquo, ou seja, o único verdadeiro elementar de forças espectrais.

O que isso significa:

Ele era obrigado a treinar no escuro, pois desta forma, os espectros se aproximam mais dos vivos.

Sorrio por desvendar esse mistério e levanto-me apressada. Não me preocupo com o que visto só sei que vou fazer isso. Corro em direção ao dormitório masculino. Não ligo se eu mal me recuperei, eu preciso saber quem ele é.

Ando tão rapidamente que nem reparo nas enfermeiras que correm atrás de mim, provavelmente não deveria sair da ala hospitalar. Não tenho tempo para reparar nos desenhos, na arquitetura das paredes rochosas que levam ao dormitório masculino. Só sei que passos pelos monitores daquele espaço e eles me encaram, encaram-me porque estou quase nua, usando apenas uma espécie de vestido fino e estou, ainda, adentrando um dormitório proibido por meu sexo. Eu não ligo para a maneira que os meninos me olham, eu só quero uma coisa: “acusar Drew”.

Abro um das portas por pura intuição e devo dizer, esta jamais me enganou. E não é agora que ela erra. Estou no quarto número trezentos e vinte um. Olho procurando Drew, eu sei que ele está lá, em algum lugar. Vejo Peter e outros garotos e finalmente, encontro Drew. Ele está sem camisa, deitado em um dos beliches de baixo. Caminho até ele e sinceramente, eu não sei o que fazer. Devo perguntar se é ele o garoto? Devo perguntar se ele é o garoto que me persegue? Que aparentemente, me protege? Ele levanta e me encara. Reparo que seus cabelos estão bagunçados, ele tem o corpo magro e é mais alto que eu. Sorrio para ele e puxo seus lábios para perto do meu. Beijo-o. Ele é o primeiro cara que beijo. Ele é a primeira pessoa que beijo. Ele retribui o gesto. Não ligo para o jeito que os garotos me olham. E quando ele solta meus lábios, mesmo mordidos, digo:

— É você não é?

Ele me olha confuso.

— É você que vem me visitando, me protegendo?

Meu coração dispara. Eu não estou preparada, não para aquilo. Não para a sua resposta. Ele me olha perdido. Suas órbitas negras me atingem como se fossem me devorar. Eu quero gritar. Acusei-o sem ao menos provas, por apenas uma ideia do tipo mais ridículo. Estou tremendo e afasto-me dois passos para trás. Quero me matar. Como pude fazer isso e ao menos não pensar em Johnne? Como pude ser tão egoísta e não pensar que ele provavelmente está morto? Aquele gás provavelmente matou-o e matou Anne. E é então que a resposta vem.

— Não sou eu.


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Notas finais do capítulo

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