Th1rteen R3sons Of Peter Pan escrita por justhannahbaker


Capítulo 2
A strange invite me


Notas iniciais do capítulo

Ah, eu esqueci de dizer no final é que eu tô escrevendo essa fic no word com fonte e tudo cheio de frescura, aí quero frisar aqui que tem o POV da Hannah e o POV do Peter, ok? Só pra vcs não se perderem!



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Eu estou descendo a colina. Claro que eu tenho um jeito bem mais rápido e fácil de chegar até a caverna. Mas não sou preguiçoso... Quer dizer, menos quando se trata de acordar cedo. Odeio acordar de manhã! Eu gosto de dormir a manhã toda, até o meio dia. Como eu sei que é meio dia? Ora, isso é muito fácil! É só ver pela altura do sol, e ao meio dia o sol está bem alto! Alto e quente! Mas tudo bem, eu tenho um grande relógio onde moro e o melhor: eu não precisei comprá-lo. Presente de um amigo. Tem coisa melhor? Ah, claro que tem! Afinal, onde vivo tem muitas coisas legais para se ver, para se descobrir. Não é um lugar comum aonde você provavelmente vive. Você? Eu estou falando com a minha cabeça, não estou? Provavelmente não. Tenho a sensação de que mais alguém está ouvindo o que eu estou dizendo. Quer dizer, pensando. Dane-se! Eu acredito no impossível. Em coisas inimagináveis! Você não? Eu não ligo, não sou você e nem quero ser. Afinal, quem não queria ser eu?

- Ai – reclamo. Pisei numa pedra. Mas não era uma pedra, era um animalzinho. Ele me mordeu. Mas eu continuo andando. Isso acontece, tipo, todo dia. Só que a minha sola do pé é tão grossa que não tem bichinho que fure ela. Grossa e suja, que nem os meus pés e mãos.

Aí você me pergunta: o que você tá fazendo, andando sem rumo e procurando uma caverna? Cavernas são escuras, frias e dão muito medo! É verdade, mas não pra mim. Já disse que sou especial, não disse? Ah, não? Pois estou dizendo agora, hah!

Eu adoro cavernas! Eu adoro perigos e eu absolutamente adoro AVENTURAS!  Quer que eu soletre: A V E N T U R A S!

Sabe quem me ensinou a soletrar? Uma amiga! Acha que eu não tenho amigos? Pois se ferrou, tenho muitos amigos. A maioria é menino, é verdade... E as meninas? Só tenho uma. Menina, menina mesmo. A outra é menina, mas é muito pequena pra ser menina. É uma menina diferente. A outra menina é menina, mas é diferente e não é tão amiga como as outras porque mora longe e tem seus afazeres. Por isso só nos vemos de vez em quando. Mas não troco meus amigos por nem um dos seus amigos, tá? Ah, você não tem amigos? Azar o seu, não te dou nenhum, nemumzinho! Também não te digo o nome da minha amiga que me ensinou a soletrar. Primeiro porque não te interessa. Segundo porque não falo o nome dela faz muito tempo. Por quê? Ela foi embora. E também não está mais aqui. Mas tudo isso faz muito, muito tempo. 

A caverna fica atrás de uma montanha. Ela se chama Cume do Crepúsculo. Chama-se assim porque é o lugar mais alto e mais legal para ver o pôr do sol. Mas não dá pra ver o pôr do sol agora porque já é noite. E tarde, tenho certeza que deve ser meia noite. Mas o céu está muito limpo. Sem estrelas.

Aqui tem muitas cavernas. Todas elas têm uma história, ou pelo menos a maioria porque tem muitos lugares que eu ainda não explorei, acredite. Mas eu vou conseguir, o tempo está a meu favor. Eu também já tive muitas aventuras, incontáveis. Aventuras que dariam inveja a qualquer escritor. Ou escritora. Já conheci uma. E conheci muito bem. Mas isso também não interessa!

Já tive algumas aventuras nessa caverna, mas na maior parte ela me serviu de abrigo e de esconderijo. Não era grande demais. Mas eu gostava dela porque o que eu mais fazia era pensar. Quando eu queria ficar sozinho, deitado no chão frio e de frente para o céu. Mas hoje era diferente. Eu estava excitado e ansioso por uma nova aventura. Mas não uma aventura costumeira, uma aventura especial. E hoje, justo hoje eu não vim aqui para pensar, pelo menos, não totalmente. Eu tenho um encontro.

Faz muito tempo que eu não tenho visitas e faz muito tempo que eu não vou fazer visitas lá fora. Lá fora. Entendeu? Ah, deixa pra lá!

Primeiro vou fazer o favor de explicar o que estava acontecendo: é bom deixar claro que eu não tenho sonhos. Eu durmo logo, durmo pesado e acordo. Dá pra contar nos dedos quantos sonhos eu já tive na vida. Mas alguns dias atrás, cinco, eu acho... Eu vinha tendo sonhos. Quase do mesmo jeito. E era assim: eu estava na caverna sozinho. Sentado num tronco velho e olhando para o céu. Até que uma sombra de alguma, alguma coisa... Aparecia na porta da caverna, mas não entrava. No começo eu vi chifres nessa sombra, depois se não me engano, vi chifres. Dá pra acreditar? Um animal, talvez? Eu conheço muitos animais. Mas nunca tinha visto um animal daqueles... Ou a sombra dele... Aí a sombra começou a falar... Entre os cinco dias, eu comecei a perceber que “ele” ou sei lá o que, estava tentando se comunicar comigo. Mandar uma mensagem.

- Isto é real? – eu perguntei no sonho.

- Claro que é – ele disse calmamente – Precisamos conversar lá em cima. – ele fez um gesto que apontava o “lá em cima” mas ele tinha mãos humanas, como as minhas. Mas não consegui vê-las.

- Quando? – eu perguntei assustado.

- No sexto dia, é claro – ele continuou – Não se preocupe. Há uma razão. Vamos lhe explicar tudo... Vá até a caverna, a caverna... Esta caverna. – ele fez uma pausa – Vá sozinho. – e ele foi embora. Só que o sonho não acabava até eu ver cavalos trotando. E não há cavalos por aqui.

O mesmo sonho. As mesmas palavras. Acho que a maioria das pessoas não lembra dos sonhos que tem. Eu lembro. De cada um. Mas este... Era... Real.

Eu não sabia que horas “ele” viria. Por isso fiquei esperando. Mas eu sabia de alguma forma que era a hora certa. Fiquei uns três minutos olhando para as formigas e os insetos que passavam. Até que uma coisa... Uma força nunca vista antes, da... Natureza... Porque eu sabia disso? E essa força atravessa minha cabeça.

“Oi” ela diz. Mas era a mesma voz.

“Como você...” eu pergunto, mas ele me interrompe. Claro que eu não gostei. Sou uma pessoa difícil. Meio... bravo...

“Você não é o primeiro que se surpreende com os meus poderes, acredite!” ele solta uma leve risada. O ar fica mais natural, com um cheiro de árvores, de floresta e de tudo de bom, só que mais do que o normal.

“O QUE é você?” eu pergunto num tom um pouco mais embravecido do que eu pretendia.

“É melhor nos vermos pessoalmente, você vai preferir”. E vai entender. Eu sou como você é... Sou diferente. E sou da natureza.”

Eu solto um sorriso tímido de satisfação.

“Por que você não apareceu?” eu perguntei confuso.

“Eu não posso. Se eu fizesse isso agora ia demorar demais. E eu tinha que cumprir a data prevista. Tinha que vir hoje. Acredite, cumprir datas é muito importante. Um deslize e podemos acabar com o equilíbrio natural das coisas.”

“Você disse “podemos” eu ignorei o tom nervoso do meu visitante “Quer dizer que existe mais gente como você?”

“Claro que existe!” ele se espantou “E alguns se parecem mais com você do que você imagina... “ eu fiquei quieto. Deixei que ele falasse.

“E de certa forma, estão envolvidos nisso”. E quando eu falo nisso, quero dizer com você!”  Minha respiração acelera. Não quero parecer assustado. Eu sou corajoso.

“Eu fiz alguma coisa?”      

“Eu não sei, mas acho que eles querem que VOCÊ faça alguma coisa por eles. Acredite. É verdade, eles são tipo... Meus superiores... Vivem pedindo isso, inclusive para mim...”

“E se eu não quiser ir? E se você estiver mentindo?” eu arrisco.

“Você não quer ir? Você acha que eu estou mentindo?”

“Não.” eu respondo com veemência.

“Viu? Eu sabia. Essa é a minha habilidade, garoto. Sou bom em ler emoções. De qualquer um, mas funciona melhor com alguém especial.”

Eu sorrio verdadeiramente.

“Eu sou especial” eu digo pausadamente.

“Claro que é” ele diz em tom mais alegre “Mas saiba que não vou... Não vamos obrigá-lo a nada. Pra tudo existe uma escolha. Uma escolha altera o destino. E não é... Não é bom brincar com o destino. Conheço bem essas coisas...”

“Eu acredito em você” eu digo.  “Não sei por que, mas acredito”

“Então qual é a sua escolha?”

“Eu... eu aceito!” quando eu disse isso minha voz soou estranha. Como se dela saísse um eco alto que atravessasse as montanhas.

“É isso aí!” ele diz, “Quer dizer... Muito bem!”

“O que eu preciso fazer?” eu me levanto.

“Vá lá fora. Não lá fora. Lá fora. Entendeu? Vá com os seus... poderes, acho. Eles disseram que você tem seus meios...”

Eu estremeci. Meus “meios”... Claro.

“Aonde?” eu pergunto.

“Na América, é claro. É lá que eles ficam. Se mudaram pra lá”

“Nunca fui até lá. Sempre preferi a Inglaterra.” Justifico.

“Aí está uma grande oportunidade!” eu fico quieto. Será que eu acerto o caminho? Faz tanto tempo que eu...

“Siga seus instintos...” ele disse como se lesse minha mente. Odeio invasões e ele pareceu dar risada disso. Fecho a cara.

“Ou melhor... Siga a Estátua. A Estátua da Liberdade. Um grande monumento que fica no coração de New York.”

“New York” repito.

“É uma das capitais dos Estados Unidos da América. Só... Vá até lá. A estátua segura a bandeira do país. Ela é listrada de vermelho e branco e é cheia de estrelas.”

“Estrelas?” eu repito.

“É.”

“Talvez eu possa gostar um pouquinho de New York.”

 “Você vai gostar, tenho certeza!” ele afirmou. “Escute: chegue lá amanhã ao amanhecer. Fique por lá, e quando o sol começar a se por vá para a Estátua. É lá que nos encontraremos.”

“Certo!”

“Meu tempo se esgotou. Nos vemos amanhã, garoto. Até mais!”

“Até mais!”

 E a força que tinha conversado comigo por mais de meia hora tinha ido embora do mesmo jeito que tinha chegado. E depois de alguns segundos eu estava olhando para as formigas que carregavam folhas verdes de dentro da caverna mesmo naquele breu. Olho para o chão. Eu tinha certeza de três coisas: primeiro que aquele encontro tinha sido mais estranho do que os meus sonhos. Segundo que eu estava prestes a ter uma grande aventura. E terceiro que mais alguém havia estado ali, na caverna.

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Notas finais do capítulo

Queria postar uns gifs do Jeremy (porque eu sou fã dele) mas infelizmente o divo é flop e não tem muitos. Então só vou postar da diva Sel, infelizmente.



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