Th1rteen R3sons Of Peter Pan escrita por justhannahbaker


Capítulo 16
My lost adventure has a name


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu não gosto muito de Jelena, shippo a Sel com muitos casais, mas Jelena é fofo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/387953/chapter/16

Onde eu tô? Essa é fácil, só você pra não advinhar! No Cume do Crepúsculo, é claro!

Achou que eu ia ficar em casa o dia todo? Eu hein, eu lá sou você. Eu não aguentei! Mas e... E a pessoa doente no abrigo? Você pergunta. Ela está legal. Está melhor. Parou de tremer e não tá mais tão gelada. Ela falou algumas coisas que ninguém entende, mas vai ver doença é assim mesmo. Deixei umas duas ou três velas acesas e saí para brincar um pouco. Tinha certeza que ela ia ficar bem.

Depois de pular e pular das nuvens até cansar, fui tomar café da manhã. As uvas e maças estavam fresquinhas! Mas teria um sabor melhor se todos tivessem aqui... Os meus amigos, minhas amigas... Ou ao menos, a menina de pé.

Ainda pela manhã, fui até a tribo de Tiger Lily. Como eu estava acostumado, os índios homens estavam... Argh, trabalhando. Odeio essa palavra, trabalho. Não é nada legal. Mas como o trabalho deles, na maior parte era caçar, eles faziam isso: traziam a caça, em geral, acho que gostavam mais de animais ferozes, como a onça, porque eles usam a pelagem no inverno, como eu. Mas só quando eu quero mesmo. Caçar é divertido, acreditem!

Hoje, apesar de terem trazido pouca comida, eles pareciam estar bem felizes! Me cumprimentaram e tudo! Tiger Lily era a mais feliz:

– Veja só – ela disse – Ontem mesmo você foi levar a caixa e o que aconteceu?

– O que?

– Eles já responderam! E disseram que receberam a caixa de um visitante muito esperado! – eu ri baixinho. Mal sabia Tiger Lily que não fui eu quem entregou a caixa.

– Quando? – perguntei. Então a árvore tinha chegado lá rápido mesmo! Sempre achei que fossem todas lentas.

– Depois que você saiu, na fogueira! – Tiger Lily era um rio de felicidade. Isso me assustou, não sabia que mandar uma caixa para uma tribo da América era tão importante. Mas era lá fora.

– Você tá esquisito, Pan – comentou – Mais quieto, preocupado... É essa pessoa doente?

– Imagina – falei não olhando-a nos olhos – A pessoa... Está melhor. Bem melhor! Obrigado pelo remédio! – Tiger Lily continuou me olhando tentando pescar alguma coisa. Riu:

– Que bom! Já que já levamos a mensagem aos nossos parentes e não estamos mais preocupados, quando essa pessoa sarar... Que venha a tribo, para que eu possa conhecê-la.

– Ela não vai vir – disse amuado.

– Vai sim! – Tiger Lily caiu na risada – Quem não ia querer conhecer uma tribo de índios, Pan?

Fiz bico e apertei os olhos. Não sabia que a minha velha amiga índia podia ser tão sabida quanto uma Estátua. Acho que estou perdendo o jeito...

– Deixa isso pra lá! – gritei – Me diga uma coisa...

– Fale! Nos prestou uma grande ajuda, pode pedir o que quiser...

– Bom... – comecei – Você sabe por onde andam os meus amigos?

Tiger Lily olhou para os lados, cheirou e disse:

– Onde eles estão eu não sei. Mas logo voltarão!

– Tem certeza?

– Você duvida de mim? – Tiger Lily apertou os olhos com força, pequenos, mas maldosos. Nesse momento, ela era igualzinha a Atena, quando me fez essa pergunta. O melhor era dizer:

– Nem um pouquinho! – respondi com firmeza. A índia pareceu se acalmar.

– Tchau – disse e saí da oca para voar. – Até mais!

Eu saí da floresta e fui para a praia. Voei, voei, voei a procura do barco inimigo. Diferente do que eu imaginava, ele não estava mais lá. Sumido de novo? Uma coisa eu sei: quando a terra fica quieta demais é tempestade se aproximando. Tenho que ficar de olho!

Depois que me viram, com toda aquela energia, até parece que vão embora. Mas... Sei lá... Eles estão se escondendo... Bolando alguma coisa... Cheira mal e não sou eu. O que? Você acha que os heróis não fedem? Então você é um qualquer coisa que nunca lutou de verdade antes! Mas vou dar um jeito de descobrir o que eles estão tramando!

Já passava de meio dia, hora do almoço e decidi voltar, atento para o esconderijo. Eu ria de qualquer coisa, qualquer animalzinho que passasse, já que tudo era motivo de se brincar: eu ia ter minha aventura, e no começo dela, conheci uma Estátua e uma árvore falantes, além de um animal esquisito, um homem bode da mitologia grega que também falava e tinha superpoderes! E o mais importante: encontrei a pessoa que começa a minha aventura, achei doente, mas ela já vai ficar boa.

Desci o escorregador. Antes de ir almoçar era bom dar o remédio da menina logo. Ele estava acabando já e talvez eu conseguisse dar à menina a sopa de lentilhas...

Me aproximo da cama. Logo pego a bacia de remédio e levanto o pescoço da menina com a mão direita.

– Hmmm... – ela geme.

Mas quando forço o remédio para dentro da boca da menina, acontece uma coisa incrível: ela para de gemer e começa a mexer os braços devagar. Aí, sentada derrama todo o remédio no cobertor. Ela vai cuspindo na verdade.

Eu fico atônito, quero me afastar e não consigo. Suando em bicas, preocupado e ansioso, vejo a pessoa abrir os olhos... Pela primeira vez. O que eu vou fazer?

– O-onde estou? – perguntou a menina devagar. Até parecia que estava aprendendo de novo a falar, como uma criança. E os olhos dela piscam rapidamente, como se ela quisesse ver tudo melhor.

– O... O que aconteceu? – perguntou ela novamente, com medo em sua voz. Não podia ficar só olhando, feito um bobalhão, tinha que falar com ela:

– Eu te achei desacordada na floresta, perto da praia – disse tentando ficar o mais calmo possível – Aí, eu... Trouxe você pra cá...

– E... Onde eu estou? – a menina sonolenta, direciona o olhar para mim pela primeira vez. Tremi.

– Na minha casa... – falei amigavelmente – Você... Estava doente...

A menina ficou quieta e baixou os olhos por um momento. Depois disse:

– Eu acho... Que estou começando a me lembrar... – sussurrou – Eu estava mesmo doente... Não estava?

– Muito doente – respondi não deixando de olhar firmemente para a menina – Você ficou aqui por alguns dias, então eu te trouxe o remédio... – e apontei para a bacia – E aí... Você melhorou... E acordou...

A menina parecia estar confusa. Ela afagava a cabeça baixa e tentava se lembrar de alguma coisa. Depois levantou os olhos para mim, temerosa:

– Então... Você... – percebi que tinha dificuldade para falar abertamente e de me olhar nos olhos – Cuidou de mim?

– Aham... – falei – Acho que é isso...

Ela abaixa os olhos novamente e agarra os joelhos... Começa a se tremer e... Por um momento achei que ela fosse chorar...

– Ei, o que você tem? – dei um sorriso amarelo – Pode confiar em mim. A menina revirou os olhos para mim, com medo e ainda tremendo quando eu disse aquilo. Ela suspira. E olha para o lado como se estivesse pensando em muitas coisas.

– Você mora em uma floresta. – diz afinal. Ela parece estar com medo e me evita o olhar.

– Não vou te machucar. – afirmo sério. O meu olhar é firme e minha mão direita segura em seu ombro. Ela treme e se afasta... Envergonhada.

– Obrigada. – a menina não sorri. E nem olha pra mim, ela olha pro nada, e sua voz sai como um sussurro... Um eco que talvez ela tivesse dito antes.

Ela tenta se levantar, mas eu a impeço ainda na cama.

– Você não pode se levantar ainda. – minha voz sai mais séria do que eu gostaria. Senti um suspiro assustado vindo da menina, quando segurei os dois ombros dela firmemente.

– Eu... Tenho que ir pra casa! – a menina parecia estar à beira de chorar. Não gosto de ver ninguém chorando, principalmente meninas.

– Onde é a sua casa? – eu pergunto baixo. Pra dizer a verdade não queria que ela fosse embora. Se ela fosse embora agora seria como... Seria como a... Deixa pra lá. Não vou dizer esse nome de novo!

– Eu... Eu não sei... – coloca a mão na boca desesperada e quase chora. Mas eu não ia a deixar chorar na minha frente.

– Fique aqui... – eu peguei no braço dela, mas ela se afastou rapidamente desviando o olhar.

– Eu fiquei na clareira – ela explicou mais calma – Lá ficou sendo... A minha casa.

– Nunca vi nenhuma clareira por aqui. Tem certeza que ficou lá mesmo? – forço o olhar e dá certo. A menina olha para frente.

– Sim. – e jogou as cobertas de lado – Tenho que voltar pra lá.

– Não é seguro. Você ficou de molho e não pode sair andando assim, pode ficar doente de novo. Além disso, você não tá completamente bem.

– Mas eu...

– Fique! – gritei. E pelo jeito, assustei a menina de verdade, pois quando a segurei pelos ombros com força, ela não resistiu. Olhou-me amedrontada e parada e depois ficou quieta. Sentada.

– Não quis te assustar – eu disse olhando para o chão, nervoso – É que... Eu moro aqui e conheço tudo por aqui... Tem... Uns lugares perigosos! – que eu ADORO! Mas claro que eu não disse isso pra ela.

A menina não disse nada. Fazia mesmo tempo desde que... Eu falava com pessoas lá de fora. Eu tinha perdido o jeito! De repente me lembrei de como você deve ser com as pessoas... Tem que ter cuidado! Estou acostumado a dar ordens e ser o chefe, mas não estou acostumado com pessoas que se assustam com as minhas ordens e o meu jeito embravecido.

Graças a Deus a menina não quis mais se levantar, mas também não olhava para mim. Ela ficou amedrontada quando eu me aproximei novamente. Eu não aguentava mais, criei coragem e perguntei o mais calmo possível:

– Qual é o seu nome?

– Hannah. – disse finalmente, sem tremer e dessa vez olhando duramente para mim.

– Bonito! – eu sorri. Então esse era o nome dela: Hannah. Esse era o nome da menina doente que eu cuidei todos esses dias? Bem diferente do que eu imaginava. O que? Achou que eu tinha imaginado... Er... Deixa pra lá.

Diferente de mim, ela parecia querer fazer perguntas pra mim, mas não tinha coragem. Eu responderia qualquer coisa! Quando eu encontrava seu olhar, ela desviava. E olhava para o nada, como se estivesse pensando na vida.

– E você? – perguntou a Hannah inesperadamente.

– O que?

– Qual é o seu nome, garoto? – peraí, ela não sabe quem eu sou? Dessa vez não fico chateado. É melhor que ela não saiba a verdade, por enquanto. Não quero que ela se assuste e saia correndo.

– Peter – respondi. – Eu moro aqui. E esta é a minha casa!

– Você já disse isso.

– Er... Já disse... – o que é essa menina tem pra querer tirar o meu entusiasmo? Que mau humor, hein!!

– Então... Quanto tempo vou ficar aqui? – perguntou da mesma maneira, desviando o olhar.

– Até ficar boa – eu disse de cabeça baixa – Mas pode ficar o tempo que quiser. – para sempre, eu quase disse, mas fiquei quieto. Viu? É por isso que a cabeça atrapalha. Se ficar matutando demais, vêm essas ideias!

Ela pareceu não gostar muito da ideia, mas não disse nada.

– Você está com fome? – perguntei com um riso amarelo.

– N-não precisa se incomodar – falou nervosa. Ela acha que me engana!!

Fui até a cozinha, se é que se pode chamar assim e peguei algumas frutas: duas maçãs bem vermelhinhas, banana, figo, pera, melancia, abacaxi e outros frutos pequenos. Coloquei numa bacia e levei pra ela, me matando para não cair na risada.

– Aqui. – falei, abafando o riso. Aproveitei e peguei também algumas frutas.

– Amn... Obrigada. – ela deu um leve sorriso, quase nada, mas eu ri por inteiro quando percebi.

Daí eu me afastei, quis dar espaço de propósito àquela menina. Fiquei a uma parede de distância, mas ela não sabia que eu estava a vigiando. Que bobinha.

Enquanto comia, fiquei observando de longe. Hannah, como me disse, continuou sentada entre as cobertas, olhando para alguns morangos com curiosidade. Tentando descobri-lo, como se nunca tivesse comido um morango, ou se aqueles morangos fossem diferentes do que os que ela já tinha comido. Vai saber!

O que interessa é que, quando ela colocou o morango lentamente na boca, saboreando-o, eu a vi de verdade. O QUE? Achou que eu fiquei LOUCO? Só você mesmo, vou te contar!!

Hannah é sem duvida, uma menina bonita. Uma menina muito bonita. Por isso eu disse: eu a vi. Só naquele momento eu percebi aquilo de verdade. Eu estava tão preocupado com sua doença e com o que a Estátua me disse, que ela seria a porta para uma nova aventura, que nem me toquei.

Como meus olhos eram aguçados, agora tinha me tocado de verdade naquela menina. Não pude deixar de sorrir. Ela estava melhor. Mas depois... Olhando firmemente para o seu rosto percebi a diferença entre ela e...

W... WENDY!! Percebi a diferença entre ela e WENDY!! Era isso que vocês queriam ouvir de mim? TÁ LEGAL!! WENDY, WENDY, WENDY!! A minha velha amiga que me ensinou a soletrar! A menina que contava histórias e que veio parar aqui! E a menina que... Deixa pra lá! Era isso que vocês queriam saber? POIS TOMEM!!

Fiquei tão embravecido brigando com a minha própria cabeça e com vocês que estão na espreita, só me enchendo o saco que esmurrei a parede e dei um susto em uma menina estranha, atrás da parede.

– O... O que é isso? – perguntou ela com a voz abafada.

– O que? – perguntei me fazendo de bobo. – Aconteceu alguma coisa?

– Não... Esquece... – ela me respondeu e ficou quieta um instante. Afagou a cabeça para ver se estava tudo bem consigo mesma e só então continuou a comer.

Viu o que vocês fizeram? Me fizeram pensar na... Na W E N D Y tá? Um nome que eu não dizia e pensava faz muito tempo. Muito tempo.

Mas Hannah trouxe Wendy de volta. Quer dizer, não trouxe de verdade. Mas me fez lembrar dela por causa de tamanha diferença que tinham.

Pra começar, Wendy tinha o cabelo loiro acinzentado, igualzinho a qualquer menina da cidade de Londres e perfeitamente arrumado em caracóis, um do lado do outro, cortados retos e caídos aos ombros. As sobrancelhas curtas, de um loiro queimado quase igual ao cabelo. Os olhos eram redondos e fofos, azuis como céu, numa manhã de sol. O nariz era grande, mas fofo e combinava com a pele branquinha, as bochechas rosadas e o formato do rosto que era também redondo, assim como seus olhos. A boca de Wendy era larga, cheia e rosada como suas bochechas. O lábio de baixo era mais cheio que o lábio de cima e o quase não se podia perceber o queixo de Wendy, pois era da mesma forma que o rosto: redondo como coco. A pele de Wendy era como a de uma criança (porque ela era uma criança?) mas os dentes eram grandes como o nariz e um só um pouquinho tortos, quase nada pra uma criança e brancos como lã. Wendy me disse que sempre usava laços com bordados no cabelo, como a maioria das meninas da cidade, mas quando veio aqui, usava uma camisola que ia abaixo dos joelhos, branca e de algodão. Como eu, Wendy estava descalça. É assim que me lembro dela. O pior de tudo: eu não sei como ainda consigo me lembrar de tudo isso... Mesmo não querendo... Mesmo odiando!

Mas não coloque a culpa em mim. Coloque em Hannah. Neste momento, a menina doente que eu resgatei do meio do mato, está dormindo na minha cama. Chega a ser engraçado! Mas o engraçado mesmo é como ela é diferente de você sabe quem.

Hannah tinha o pescoço longo e seu rosto tinha o formato de um morango: e de um apetitoso morango. As faces levemente arredondadas e o queixo mais fino, bem visível em harmonia com o rosto. A pele de Hannah é clara, mas não é tão branca como a de Wendy e sim clara de um aspecto mais amarelado. Os cabelos de Hannah são curtos, até e não retos, mas desalinhados, com o corte em cascata. Seu cabelo tem um tom maravilhoso de castanho-escuro e que acabava em chocolate nas pontas. Também tinha uma franja longa, uma de cada lado que acabava no queixo e diferente de Wendy, seu cabelo não era em caracóis, mas liso e com ondas largas sobre as camadas. O nariz é arredondado, porém pequeno e delicado. As sobrancelhas de Hannah são longas, escuras e arqueadas. Seus olhos não são grandes como os de Wendy, pelo contrário, são bem menores, mas são afiliados e tem cílios perfeitos, também maiores a afiliados que combinavam com o chocolate dos olhos. Os lábios de Hannah são assustadoramente belos e de certa forma, bastante chamativos: são pequenos, porém carnudos, com o lábio superior mais cheio do que o inferior, avermelhados e em formato de coração.

Mas não posso continuar a falar, a pensar ou qualquer coisa pois ela tá acordando e tá tentando levantar-se.

♣~♣~♣


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Th1rteen R3sons Of Peter Pan" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.