Th1rteen R3sons Of Peter Pan escrita por justhannahbaker


Capítulo 10
A god gave me a unexpected surprise




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Taí uma coisa que eu não esperava: um deus, ou melhor uma deusa da micologia... Isto é, mitologia grega vindo na minha direção embaixo de uma Estátua. E não me pergunte por que a tal deusa era igualzinha a Estátua. Claro que eu achei isso bem legal, se bem que me assustou... Eu sou lá garoto de me assustar? Ficou maluco? É por isso que eu não gosto de dividir minha cabeça com vocês... É cada ideia!

Eu e o sátiro ficamos sem reação, de boca aberta... Mas aí ele começou a se ajoelhar...

- A-a... – ele dizia. Mas eu não ia fazer isso.

- Nada de formalidades agora, Grover – ela deu um sorriso leve e depois continuou séria. Não tenho medo de nada, mas é muito difícil dizer que... Aquela mulher me deu um pouco de medo. Quer dizer, ela tinha uma força... Tão grande que parecia que tudo a nossa volta se ajoelhava para ela. Como Grover... Hah, Grover! A gente conversava há tanto tempo que eu nem perguntei o nome dele! Que cabeça minha!

Grover se levantou. Eu disse:

- Então você se chama Grover?

- É isso aí... – ele pareceu distraído – Mas acho que não devemos deixar uma deusa esperando...

- Acho bom. – a mulher deu uma leve risadinha e olhou em minha direção – O garoto deve estar confuso, não? Pelo jeito não faz ideia de quem eu sou... – eu percebi um tom meio embravecido em sua voz, como se eu não saber seu nome fosse uma grande ofensa. Mas acho... Que ficaria com raiva se alguém não soubesse o meu nome também, e é muito difícil pra mim concordar com um adulto.

- Um... Um pouco... Er... Senhora... – ela soltou uma leve risadinha no canto da boca. Eu não gostei.

- Atena, deusa da sabedoria e da guerra. - O QUÊ? Sabedoria...? Guerra...? Por isso essa senhora me deu um pouquinho, um pouquinho só de medo, tá? Mas eu tinha certeza! Aqueles olhos... Queria que vocês, ou sei lá quem que está na minha cabeça além de mim pudessem ter visto! Olhos acinzentados, quase que... Maus! Assim bem parecidos com os olhos de um velho inimigo meu. Quem é ele? Não interessa, já disse. A última vez que o vi faz muito, muito tempo.

Alguma coisa me dizia, dentro da minha cabeça que era pra eu ficar de olhos bem abertos com a Estátua, quer dizer... A tal Atena.

- Você está com medo, garoto? – ela me perguntou. – Você está calado demais.

- Não. – eu disse simplesmente. – Não tenho medo de nada, nem de ninguém! – O sátiro Grover tocou o meu ombro... Ele gaguejava como se quisesse me dizer “tá indo longe demais, cara...” mas eu não estava nem aí.

- Claro... É sábio a seu modo. – ela continuou com aquele olhar horrível que parecia querer adivinhar qualquer coisa que pudesse ser perigosa sobre mim. O que uma Estátua podia fazer? Bom, eu tive a sensação que ela podia fazer qualquer coisa, até me transformar num fedorento urubu. – Não se preocupe, não vim atrapalhar vocês. Pelo contrário, vim ajudá-los. Há regras na nossa interferência na vida de nossos filhos, meios-sangues, mas com vocês, não correrei o risco já que não é o caso.

- C-claro, senhora Atena, mas... – Grover gaguejou, depois olhou para mim espantado e para a deusa. – Peraí... M-mas... Ele não é um meio-sangue? – achei que Grover fosse desmaiar. Ele parecia bem diferente de quando falou comigo nos meus sonhos... Calma aí! Meio-sangue? Isso é alguma doença? Outro animal da mitologia grega que eu nunca ouvi falar? Eu sei lá!

- Acho que você já sabe a resposta, sátiro – a deusa balançou a cabeça – Não se exalte. Tem certeza que não o reconhece? Pelo que sei todos os sátiros também o tem como o ídolo, para nosso desaponto. – Desaponto? Essa senhora acha que é quem? Deusa? Tá brincando! E não é só os sátiros que gostam de mim não, tá? Quer dizer, na verdade... Principalmente as crianças, claro, mas acho que todos devem gostar de mim... Bom pelo menos a maior parte.

Grover me olhou desconcertado. Disse um pouquinho embravecido:

- D-deusa Atena, nosso ídolo sempre foi Pan!

A Estátua dá um riso sabido e amarelo. Nossos olhares se cruzam por um instante. Os olhos cinza pareciam mais malvados como os de... Não interessa. Eu retribuo o olhar da mesma forma e nós dois olhamos para Grover.

- Grover, olhe direito – eu o chamo – Eu sou Pan

- O QUÊ? – Grover dá um salto e quase desmaia. Começa a comer a roupa desesperado – M-mas... Pan está...

- Morto? – interrompe Atena – É verdade, Grover. Você é o sátiro mais corajoso dos últimos tempos, e aquele a quem Pan esperava para libertá-lo. Você o viu morrer. Mas ouça este garoto é sim, Pan!

- Mas... Mas... Só existe UM! – ele embasbacou. Ficou tão mal que eu o quase desculpei por ter dito uma mentira.

- Grover... – Atena revirou os olhos, séria – Você acha que eu estou mentindo? Ou melhor... Que ele está mentindo? – Ih! Grover ficou sem opções... Essa tal Atena é mesmo uma espertinha. Pegou ele!

- Amn... Não... – ele ficou branco. Senti por um segundo sua força invadir minha cabeça novamente. Ele precisa parar com isso! Sério. Mas o sátiro parecia confuso como se não pudesse acreditar, como se não quisesse... – Eu só...

- Olhem... – eu falei, tentando manter a calma – Eu vim aqui em busca de uma aventura e se vocês não a tiverem como combinado, eu vou embora!

Atena apertou os olhos. Grover ainda estava zonzo.

- S-senhora Atena... Eu disse a ele que...

- Sei bem o que disse meu bom Grover e vamos recompensá-lo. Não se chateie, entenderá tudo. Mas primeiro, tenho algo a tratar com esse garoto. Você pode voltar ao Acampamento, sua missão acaba aqui. – Missão? Acampamento?

- Amn... S-sim, senhora! – disse, de um jeito choroso que parecia não querer ir embora. Ajeitou o boné vermelho na cabeça e amedrontado e mancando, foi desaparecendo dos arredores da pracinha e da Estátua. Ele acenou e eu acenei de volta. Depois que eu o perdi de vista, estávamos só eu e Atena no meio de uma noite nublada.

- Ele ficou tão diferente! – comentei – Ele parecia bem mais corajoso nos meus sonhos!

- Ele é corajoso, garoto – ela me corrigiu com seus olhos cinza chacoalhando de seriedade – Ele é exatamente do mesmo jeito que você o encontrou. Apenas está confuso...

- Tá... – eu falei. Já estava sem paciência – Agora... Por favor... – Não me lembro de ter dito “por favor” muitas vezes, mas tinha que ficar esperto com uma Estátua falante – O que vocês querem comigo?

- Se você diz “vocês” e se refere, a nós, deuses do Olimpo, saiba que há mais gente nisto. As Parc... Digo... o Oráculo... Quer dizer... o destino.  – tá, ela tá dando muito na vista que me escondeu alguma coisa, mas eu tinha a estranha sensação que também ela não achava que eu fosse entender em seus “termos”, ou seja lá o que for, por isso, fiquei embravecido. – O Conselho decidiu lhe dar uma chance, garoto. Para ser mais exata, pensamos que os destinos de vocês poderiam e deveriam ser entrelaçados. Por isso, por unanimidade, demos a ela uma segunda chance também. – Um ponto de interrogação se formou em minha cabeça. Por isso não gosto de adultos: complicam tudo. Falam tudo embolorado, como pedaços de um quebra-cabeça que ninguém consegue montar.

- Não estou entendendo... – eu disse, surpreendentemente sério – Ela? Do que você está falando? – Atena disse a palavra “ela”. Quem seria ela?

- Não se preocupe, é apenas uma pessoa. Uma pessoa que ganhou de nós uma segunda chance.

- Mas quem é ela? – sem querer meu coração se encheu de uma falsa esperança. Mas não pode...

- Lamento desapontá-lo, garoto – Atena continuou – Não é quem você imagina. Digo... – ela apertou novamente os olhos – Não é a sua velha amiga... – eu estreito os olhos. Reviro-os para Atena tão perigosamente quanto ela revira os seus. Ela não devia ter tocado  nesse assunto. É muito corajosa. E no fim, eu não digo nada. Espero ela continuar.

- Nós queremos que você a ajude.

- Porque? O que aconteceu com ela? – francamente, não acredito que eu ligo para alguém que eu nem conheço. Ás vezes eu não me entendo. Porcaria!

- Ah, você vai descobrir. Ela também descobrirá, ou se descobrirá, eu diria. – Atena fecha os olhos – Por isso o escolhemos. Vocês dois com certeza irão salvar um ao outro. – Do quê que essa velha está falando? Embirutou de vez? Agora sim, ela havia me assustado. Parecia que ela estava vendo... Um... Um... Destino. Mas esse negócio não existe! Vai ver ela embirutou mesmo!

- Sim, e a minha aventura? – perguntei impaciente. Eu não estava entendendo mais nada. Ela dizia coisas sem sentido nenhum... Já estava ficando meio... Assustador.

- Ah, não se preocupe – ela sorriu levemente – Você a terá. Não será nada entediante, tenho certeza. Cuidaremos disso, se for preciso... Mas tome cuidado, garoto. Talvez, não seja aquilo que você imaginou, embora temamos que haja bastante... Perigo.

- E lutas, morte, sangue? – perguntei inocentemente, mas um sorriso de excitação se abriu na minha boca.

- É bem provável que sim. Com certeza, garoto. Você aceita? – Atena perguntou olhando para as estrelas e já sabendo a resposta.

- Eu aceito! – o mesmo eco se forma nas minhas palavras. E elas quase que derrubam a Estátua da Liberdade com tamanha força.

- Há uma condição. – meu sorriso morre no rosto. O que poderia ser?

- Você precisa crescer.

O mundo para. As estrelas param de brilhar e eu estou parado, e não tenho ideia de que eu estou falando com a deusa da sabedoria e da guerra:

- O quê?! – eu fico zonzo. Minha confusão dura um segundo seguida da minha raiva. Aperto os olhos contra Atena.

- Entendo a sua confusão, garoto. Você passou toda a sua vida sendo um eterno garoto. E se me permite dizer, quase ou mesmo um deus.

Não digo nada. Minha vontade é de desistir de tudo e ir embora, mas alguma coisa... Além das estrelas me impede de voar em direção ao céu. Eu fico. Eu não acredito que uma deusa me propôs... Me propôs... ISSO!

- Deusa Atena... Se a senhora me conhece... Sabe que eu não vou fazer isso. Desculpe.

- Você está desistindo, Pan? – era a primeira vez que ela não me chamava de garoto. O tom orgulhoso me fez lembrar o meu velho inimigo e por isso, tive ainda mais raiva. Desistir? Eu?

- Nunca. – respondo apertando os olhos com força. Não estava nem aí se Atena era uma deusa! Ou uma Estátua...

- Eu sei o que você está pensando... – ela riu. Como pode?

- Não, a senhora não sabe! – eu grito embravecido. Por que ainda não fui embora? E U N Ã O S E I.

- Eu sei, Pan – ela continuou, e não ligou nem um pouco para a minha raiva. Vai ver, pra ela, uma deusa e a deusa da sabedoria e da guerra, a raiva de um menino não era grande coisa. Vou dizer: eu não estava gostando muito de Atena. – Você pensa que eu vou transformá-lo num papai , lhe dar uma mamãe – Ufa! Pensei que ela ia dizer... Ela ia dizer. Mas não fez isso porque sabia que eu iria embora. Se ela dissesse... Aquele nome.  – (...) obrigá-lo ter filhos, trabalhar, viver aqui, neste mundo e ter responsabilidade... Enfim, todas as coisas que indicariam que você cresceu e logo se tornou um homem – estremeço com a palavra. Atena quer mesmo me deixar zangado e está conseguindo! Ela não é como... – E todas as coisas que te repugnam, certo?

- Certo! – repito com um gosto amargo na boca: a raiva.

- Mas não é isso, garoto!

- Mas você disse...

- Queremos e eu, principalmente, quero que você cresça. Assim, simplesmente. Cresça.

- Tá! – disse amuado – Vamos... Vamos dizer que eu... Concorde com isso, deusa Atena... O que eu iria ganhar com isso?

- Ah, muita coisa no seu caso. – ela olhou mais fortemente contra os meus olhos – Para começar, acho que ficaria bem mais forte.

- Ficaria? – por que ainda estou aqui, me digam?

- Com certeza – garantiu Atena – Todas as habilidades que você preza... Cresceriam junto com você e você iria preservar sua personalidade totalmente, se quisesse. É uma questão de escolha, garoto. Mas tome cuidado com o destino, ele pode ser bastante perigoso... – seus olhos ficaram quase pretos, da cor da noite – Mas precisamos que cresça. Entenda: não queremos que se torne um velho chato como meu irmão, Poseid... Esqueça, apenas queremos que cresça alguns anos. Mudanças vão acontecer, não vou mentir, mas você continuará jovem.

- Você dá sua palavra? – eu não acredito que eu estou considerando isso. Não acredito que isso está acontecendo.

- Está duvidando da palavra de Atena? – imediatamente seus olhos brilharam de maldade. Senti a força e a sabedoria de Atena ali, uma pequenina parte de seu poder, que me avisavam que se eu fosse esperto, me arrependeria daquela pergunta. Um outro olhar e Atena iria me derrubar mais rápido do que uma viúva-negra derruba o... Companheiro. Mas não me arrependi.

- Eu acredito em você, Atena. Se a senhora veio até mim, então veio com a verdade e com a certeza de que eu aceitaria seu desafio. – não acredito, não acredito que vou dizer isso – Parabéns, senhora Atena: a senhora é mesmo deusa da sabedoria.

Atena sorriu. Não um sorriso de canto de boca, um sorriso amarelo ou um sorriso qualquer. Ela sorriu de verdade, como se estivesse realmente satisfeita. Disse:

- Está feito – ela fez uma pausa – Tínhamos razão, o oráculo tinha razão: você é o escolhido e é sábio, Pan. Mesmo para um garoto. Não me esquecerei disso. É certo que alguns de nós também, não. – Atena apertou os olhos novamente – Finalmente você aceitou a missão e terá sua esperada aventura.

- Aceitei? Mas eu só disse...

- Você disse “eu aceito” primeiro e já havia aceitado a primeira vez, por Grover, lembra-se? – a deusa pareceu se divertir com a minha expressão – E de mais e mais, você cresceu.

Pensei em um nome bem forte para xingá-la, mas minha cabeça estava em branco. Em vez disso, perguntei:

- Eu cresci? – Por alguns instantes percebi sem algum engano, algo que girava em meu corpo todo. Uma força anormal, talvez, o poder de um deus.

Me senti exatamente o mesmo, mas eu sabia que tinha crescido. Um pouco. Meus ossos chacoalharam e eu devo ter aumentado de tamanho, membros espicharam e eu senti transformações estranhas não só no meu corpo, mas também na minha cabeça.

- Quantos anos eu tenho agora? – perguntei, com a voz mais confusa do que eu pretendia.

- Não sei o certo, em torno de treze, quatorze... O quê? Você crescerá aos poucos, garoto. Você esperava tornar-se um velhinho seco, enrugado e cheio de filhos?

- Ora, claro que não! – sim, sim, sim. Atena sabe mesmo tirar qualquer um do sério – E como isso acontece?

- Bem, acontecerão as mudanças da adolescência, embora em você, elas talvez sejam um pouquinho diferentes do que uma criança comum. Afinal, você foi uma criança para sempre e será jovem para sempre, isso eu posso garantir. O destino foi bom com você, Pan. Mas você crescerá mais rápido: mais precisamente, enquanto estiver aqui, neste mundo.

- Como é? – outra coisa que eu não conseguia acreditar. Essa aventura vai ser mesmo de pernas pro ar e eu estou com raiva. Espero não me arrepender de nada do que estou fazendo. E acho... Acho não, tenho certeza de que já me dei o suficiente. Deus, os deuses e Pan, não poderiam pedir mais do que isso.

- É verdade, garoto. Veja, você foi uma criança para sempre. Imortal. Intocável. Poderoso. As parc... Digo.. O destino deveria puni-lo de alguma forma, não? Mesmo que não pudéssemos envelhecê-lo e prendê-lo aqui como um ser humano normal, um preço deveria ser pago. Sempre há um preço. O seu preço é esse! – não tenho forças para falar. Não sei se Atena está me dizendo essas coisas para me embravecer. – A diferença – ela sorriu de canto de boca e seus olhos acinzentados brilharam – é que, você não verá isto como um castigo porque ganhará em troca uma aventura. Não posso dizer exatamente como será, pois nem eu mesmo consigo, mas será inesquecível. Como as suas aventuras, aquelas que, apesar do tempo, nunca o deixaram. Se lembra? Preciso falar o nome dela? – fico quieto. Parado. Fecho a cara.

- Não precisa. – digo e tenho vontade de mudar de assunto – Quer dizer, que eu vou crescer quando vier aqui?

- Enquanto estiver aqui – Atena completou – Enquanto estamos conversando, você está crescendo. Mas terá um limite, eu prometo. Você sempre será jovem! Mas é necessário que cresça, Pan.

- Então... O que devo fazer agora? Onde começa a minha aventura?

- No seu mundo, é claro – ela fechou os olhos – Vá para lá. Siga as estrelas, como sempre faz. Talvez nos encontremos algumas vezes, Pan. Quero dizer, talvez você se encontre com o meu mundo. Mas enquanto isso, vá para casa. – e abriu os olhos perigosamente – Mas encontre-a. Sua jornada depende incondicionalmente disso.

- Encontrar o quê?

- Não o quê, quem. A pessoa especial de quem lhe falei. – ela ficou ainda mais séria – Acompanhe-a. Ajude-a.

- Mas como eu vou saber... Me conte alguma coisa sobre essa tal pessoa...

- Ela está na sua casa, Pan.

- Ela o quê? – Levo um susto. Outro grande susto. – O que ela está fazendo lá?

- Ela está ali por um motivo, Pan: ela deveria estar morta.

Eu estremeço. Paro de respirar. Minhas mãos começam a tremer, mas não tenho nada a dizer.

- Deveria estar, Pan. Mas ela está lá. – e apontou para o céu. Para uma direção que eu sabia muito bem – Ajude-a. Fique perto dela e a proteja.

- Proteger? Eu nem a conheço.

- Conhece sim. Não a viu, mas sabe quem é.

Meus olhos se abrem e minha boca fica seca novamente. Não pode ser, não pode ser...

- Eu... Eu sei.

- É necessário. Que vocês... Se ajudem – Atena parecia nervosa - E por agora, sei que ela está em apuros. Corra, Pan! Corra se quiser a sua tão sonhada aventura! – as palavras de Atena saíram cheias de força e poder, como um eco. Mas um eco realmente poderoso.

- Adeus. – não tive tempo de acenar como fiz com Grover, o sátiro. Sabia que tinha que fechar os olhos, de alguma forma, eu sabia. Atena desapareceu em uma poeira espalhafatosa e dourada deixando a sua Estátua para trás.

Éramos só eu e a Estátua. E eu acenei para ela. E após isso, como a deusa, eu também desapareci. Mesmo mais forte, minha cabeça girava de preocupação, minha conversa com a Estátua não saía da minha cabeça que girava e girava enquanto eu crescia. Era um misto de raiva e confusão que eu nunca tinha sentido antes. Mergulhei nas estrelas o mais rápido que pude: eu estava agora, oficialmente em busca da minha aventura. Essa era uma das certezas.

E agora, voando a toda, numa velocidade impressionante e divertida se não fosse assustadora, eu atravesso as estrelas faiscando pelo céu. Ainda tinha outra certeza: eu sabia quem era a pessoa que eu devia procurar. Eu sabia. E era a mesma pessoa que havia, como eu, atrás do cume de uma montanha, pernoitado uma escura e fria caverna.

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