O Diário Da Assassina escrita por Luís Henrique


Capítulo 2
Caminhando para a morte


Notas iniciais do capítulo

Hensel vive sua vida normal com sua chata rotina de ir a escola, trabalhar e ter que ajudar sua mãe com suas tarefas de casa, e nem imagina ainda que sua vida e a de seus amigos mudará completamente apenas por causa de um diário.



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É uma manhã de primeiro dia de aula chata, como sempre. Hensel, um garoto de cabelos castanhos escuros de 15 anos, um pouco alto para sua idade e com a pele extremamente pálida, está sentado a mesa da cozinha juntamente com sua mãe. Ele está consideravelmente nervoso. Que adolescente não estaria em seu primeiro dia de aula do primeiro ano?

– Você tem que pedir pra ele me levar pra escola logo - Disse o garoto a sua mãe - Não posso me atrasar, não no primeiro dia de aula.

– Ele já vai te levar, Hensel - Disse Glenda - Enquanto isso fique quieto, tô tentando escutar a TV.

Hensel ficou aborrecido. Não queria se atrasar de jeito nenhum no colégio. Estava sim um pouco nervoso, e com um pingo de vontade de não ir para a escola, mas depois de passar as férias de verão inteiras trabalhando sem ver seus amigos, faria qualquer coisa e iria a qualquer lugar para ter contatos com outras pessoas que não fossem sua mãe e seu padrasto.

Hensel olhou para seu relógio de pulso, que mostrava que já eram 7:10 da manhã, e que ele deveria estar em 20 minutos no colégio.

Por um momento, teve a sensação de estar sendo observado. Não por sua mãe ou Manny, o seu padrasto, mas sim por alguma outra pessoa. Sempre que alguém o observava indiretamente, os pelos de seu corpo se eriçavam, e eram assim que estavam agora.

Encarou as janelas que haviam no cômodo, esperando ver alguém o espiar, porém não havia ninguém. Mas assim mesmo, a sensação era muito forte, tinha quase certeza de que realmente alguém o olhava as escondidas.

Ele desviou seu olhar para a TV, que novamente mostrava pela terceira vez na semana, uma reportagem sobre um fazendeiro que havia encontrado uma espécie rara de um pássaro em seus terrenos.

"Nada de legal acontece na droga dessa cidade" pensou Hensel, enquanto olhava novamente para seu relógio, e via que agora faltava apenas 10 minutos para chegar a escola.

– Droga mãe, será que da pra chamar logo aquele cara? - Perguntou, enfurecido.

– Ele tá dormindo, garoto - Respondeu a mãe, sem retirar seus olhos da TV - Por que você não vai a pé?

– Porque eu não vou a pé? - Falou Hensel - Pelo simples fato de que eu demoraria meia hora pra chegar até lá, e tenho que estar dentro da minha sala daqui a menos de 15 minutos!

– Bom, então eu acho que você devia ter saído mais cedo.

"E eu acho que você devia parar de ser uma bêbada chata", Hensel queria dizer, porém não ia se rebaixar tanto.

Ele apenas levantou-se da mesa e foi em direção a porta, e após passar por ela e sair da casa, bateu-a com tremenda força.

...................................................

– Foi mal pelo atraso, professora Anie. - Hensel disse, quando entrava na sala de aula.

– Tudo bem, senhor Fitz - A professora Anelize falou, enquanto escrevia no quadro negro - Tente chegar no horário na próxima aula, aqui em Mischance não toleramos atrasos. Agora vá, sente-se ao lado do senhor Bones.

Hensel se virou para a classe, tentando achar seu amigo Luis Bones. A sala era a mesma do ano passado, e pelo que ele havia reparado, praticamente nada havia mudado naquela turma. Do ano passado para cá, apenas quatro alunos haviam saído da escola. Nenhum novo, deixando assim no máximo uns 16 alunos na turma.

Na segunda fileira de classes, um garoto negro acenava para Hensel. Era Luís, seu melhor amigo. Ele usava o de sempre: seus óculos redondos avermelhados, uma calça jeans escura normal e uma camiseta customizada, com um personagem de um anime que Hensel não conseguiu identificar.

Hensel foi na direção de seu amigo e sentou-se na mesa ao lado.

– Que sorte termos ficado juntos no espelho esse ano.

– Concordo, essa vaca nunca deixa ninguém ser feliz - Luís retirava seu material da mochila, sendo que a aula já havia começado a mais ou menos 40 minutos.

A professora Anie agora parara de escrever no quadro, e estava virada para a classe.

– Não é necessário se acomodar agora, Bones. Você logo trocará de lugar. Temporariamente, claro.

– Pra que? - Perguntou Luís.

A professora recolheu uma caixa de papelão que estava em sua classe, e retirou um livro de lá.

– Neste semestre vocês trabalharam com esta obra - A professora começou a passar de classe em classe, distribuindo os livros aos alunos - Se chama 'O Diário da Assassina'. Vocês a lerão e trabalharão em dupla, e daqui a dois...

– Como assim vamos ler isso? - Luís a interrompeu - Hoje é o primeiro dia de aula, e você já tá tentando nos matar de trabalho?

– Eu estou explicando Luís, será que pode ficar quieto? - Ela havia entregado todos os livros aos alunos - Como podem ver, este livro... - Anie começou a explicar os fatos sobre o livro.



Hensel agora estava se perdendo em seus pensamentos. Observava o livro, e particularmente o havia achado muito interessante. Em sua capa havia o rosto de uma mulher com olhos azuis como a cor do céu, seus cabelos eram vermelhos escarlate e ela fazia um gesto de silêncio com seu dedo indicador no meio de seus lábios. Havia um pouco de sangue em seu rosto, que realçava o se olhar psicopata, e a deixava um tanto assustadora.

– ...Irão lê-lo e me entregaram um trabalho falando sobre as terríveis e perturbadoras mortes que a serial killer Fleur Bildstein causou. Agora irei falar as duplas.

Luís cutucou o braço de Hensel com seu cotovelo.

– Espero que aquela vagabunda nos coloque juntos! - disse.

– Anna com Thiago - A professora começou a distribuir as duplas - Charles com Munique, Nicole com João... Por favor Thiago, não arraste a classe. Mariana com Ana, Jennifer com Judah, Lorelau com Ravena, Hensel com Amanda e Luís com Clara.

Hensel e Luís se entreolharam.

– Clara? Não! Professora! - Falou Luís - Será que não da pra fazer em trio?


– Acho que você não entendeu, senhor Fitz - Respondeu a professora Anie - Não sei se você possui algum problema no cérebro ou é surdo. O trabalho será feito apenas em duplas, e duplas são feitas com apenas duas pessoas. Agora sente-se ao lado de Clara.

"Não sabe brincar fica no útero, sua vagabunda", pensou Luís enfurecido, enquanto lançava uma pequena risada falsa para a professora, e arrastava sua classe para o lado da carteira de Clara.

Ao contrário de Luís, Hensel estava totalmente feliz com sua dupla. Iria ter que fazer o trabalho com Amanda Frey, a sua namorada. Ele foi até ela carregando sua mesa, enquanto os dois entreolhavam-se.

Hensel admirava Amanda, e para ele, ela era a menina mais gostosa existente. Assim como ele, tinha apenas 15 anos. Seus cabelos eram loiros radiantes, sua pele era clara e macia, e seus seios eram como grandes maçãs.

– Olá, gostoso - Amanda falou, enquanto Hensel colocava a mesa ao seu lado e se sentavam. Ela o agarrou pelo pescoço e lhe deu um beijo de língua longo e excitante.

– E aí, gostosa. Sabe, foi mal por ter falado pouco pessoalmente com você não férias.

– Pouco? - Amanda repetiu - Nada né. Mas te perdoo. E hoje você vai na minha casa, ás seis.

– Desculpa, não posso, tenho que trabalhar. - Disse Hensel.

Amanda circulou os lábios com sua língua. Por baixo da mesa, deslizando muito devagar, colocou sua mão na região íntima da calça de Hensel, o apalpando.

– Decididamente eu irei. - Falou, animado.

– Isso aí, gostoso. E leva o livro, hoje a noite vai ser louca.

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– Esse livro é tão ridículo - Disse Amanda.

– Concordo totalmente - Falou Hensel.

Os dois estavam sentados na cama, o que alimentava os pensamentos de Hensel de ter uma ótima transa com Amanda. Fazia três meses de que ele não a via, e ele estava desesperado por contato corporal com ela.

Havia chegado a pouco tempo na casa da namorada, e agora estava em seu quarto. Mesmo estando ali várias vezes, nunca se acostumava com o fato de tudo ser rosa naquele cômodo.

– "Após quebrar as duas pernas daquele porco nojento" - Amanda repetia o que lia no livro - "Peguei a minha menor pinça, a que causava mais dor, e retirei seus olhos, com ele vivo''. Nossa, essa vadia só sabia matar?

Hensel riu. O garoto mal estava lendo o livro, pois estava olhando tv, assistindo de novo aquela reportagem sobre o pássaro raro no jardim de um fazendeiro.

Virou seus olhos da tv quando Amanda novamente apalpava suas partes sobre a calça, e desta vez apertava-o com mais força, excitando-o muito.

– Não nos vemos a tanto tempo - Falou Amanda - Nessa noite nós vamos foder mais que tudo.

Hensel rapidamente retirou sua camiseta, enquanto Amanda fazia o mesmo com a sua. Ela desabotoou seu sutiã, deixando seus peitos soltos. Logo Hensel começava a lambê-los e mordiscá-los feito um louco.

Via que a garota gostava, pois não parava de gemer de prazer. Ele desabotoava seu zíper da calça quando ela o interrompeu, o puxando para cima e apontando sua cabeça para a tv.

– Olha aquilo - Ela disse. Sua expressão era de terror e tristeza - Olha!

O jornal mostrava o beco Killenbery, um lugar desabitado onde havia acontecido um grande incêndio. Na gravação aparecia um repórter entrevistando um homem velho, que falava muito rapidamente.

"Estava passando, quando ouvi um grito" Falava, incrédulo "E quando vi, havia o corpo dessa garota. Era muito sangue... Uma coisa horrível. Só um louco poderia ter feito isso."

– Disseram que ela é do colégio - Amanda disse.

"No momento em que o policial viu o corpo, o reconheceu na hora" falava o repórter "E infelizmente, era a sua filha Mariana, de apenas 15 anos, estudante do colégio Mischance. A garota estava com suas duas pernas quebradas e seus globos oculares arrancados."

– Impossível - Amanda falava, chorosa - A Mari não... Não!

E realmente, aquilo era impossível. Hensel notou na hora o inacreditável: Mariana, uma garota de sua turma, havia sido assassinada brutalmente. E do mesmo jeito em que a primeira morte do livro havia sido descrita.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo.



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