O Diário Da Assassina escrita por Luís Henrique


Capítulo 3
Jantar de sangue


Notas iniciais do capítulo

Uma semana se passa após a morte de Mariana, e Hensel não sendo burro, cria algumas teorias sobre o caso.
Enquanto isso, o garoto recebe uma visita para jantar em sua casa.



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– É terrível. O assassinato da Mari me deixou tipo, muito abalada - Amanda falava chorosa - Eu era muito apegada a ela, e ela era muito jovem pra morrer. Minha melhor amiga. Nunca vou esquecer ela.

Todos aplaudiram o discurso comovente de Amanda. Havia se passado uma semana após a morte de Mariana, e agora todos do colégio mais alguns repórteres e outros da cidade se reuniam no grande colégio Mischance para homenagear a falecida.

Hensel não conhecia muito a garota assassinada, porém sabia o quanto sua namorada estava triste com a situação. Em vários noticiários havia visto que a garota havia sido torturada antes da terrível morte, e nem conseguia imaginar o quanto de dor ela havia sentido. Só Deus sabia o quanto ela havia sofrido. E o assassino, claro.

– Poucos sabem como é a dor de perder uma filha - Agora Tony, o pai de Mariana falava no palco do salão - No momento em que a reconheci, não pude acreditar. Na noite, cheguei rápido no local, eu estava perto do beco, porque... Desculpem, eu não consigo. - O homem desceu do palco e se retirou do salão, aos prantos.

– Pobre sr. Braga - Disse Amanda, sentando-se ao lado de Hensel. O salão estava lotado de pessoas, então ele havia guardado um lugar para ela - Está sofrendo muito.

– Eu sei como é perder um pai, mas uma filha deve ser muito pior.

Amanda segurou a mão de Hensel. Sabia que esse era um assunto delicado para ele, e nesse momento ela também estava se sentido triste.

– Vai lá em casa hoje? - Perguntou a garota - Meu pai vai trabalhar no caso do assassino da Mari e eu preciso de companhia, pra me reconfortar.

– Queria muito ir mesmo, mas meu padrasto organizou um jantar com a irmã dele, e não posso faltar.

– Ter que ficar aguentando a vaca da professora Anie até em final de semana deve ser um saco - Amanda revirava seus olhos enquanto falava - Que sorte ela ser sua tia. - Ironizou.

– Ela não é minha tia - Hensel ficou chateado - Porque aquele nojento não é meu pai.

– Tudo bem, me desculpa - Falou Amanda. Agora todos começavam a sair do salão.

A movimentação era grande, pois o salão não era bem o ideal para as 200 pessoas que estavam ali. Amanda e Hensel começavam a se dirigir para fora do salão também.

– Bom, vou embora, até amanhã.

– Ok, nos falamos depois - Disse Amanda.

– Tudo bem, vai lá. Depois você liga pra mim, não quero gastar meus créditos - Brincou o garoto.

– Nossa, como você é grosso, Hensel.

– Você gosta de um grosso - Retrucou Hensel.

– Você sabe do que eu gosto - Amanda disse, enquanto corria na direção do policial Tony.

O garoto agora pegara seu celular. Mostrava que ele havia recebido várias mensagens de sua mãe enquanto estava na celebração de Mariana, provavelmente todas falando que ele deveria ir para casa para ajudá-la a fazer o jantar.

– E aí Hensel - Falara Luís. Hensel se virou para seu amigo.

– E aí cara, tudo bem? - Os dois apertaram as mãos.

– Então, você realmente acha que a morte da Mariana é tipo, uma cópia do livro?

– Eu li a primeira morte, e pelo que o noticiário disse... É igual. A pessoa que matou ela fez como no livro. Pernas quebradas, olhos retirados... Tudo igual.

– E pelo que eu li na merda do livro, tem mortes muito piores... Desde que não aconteça de novo, pra mim foda-se.

– Você já leu o livro? Tipo, inteiro?

– Sim, aquela vaca da Clara me obrigou. Menina viciada em unicórnios chata - Luís revirava seus olhos enquanto falava - Tenho que ir agora. Tenho que estar as 17h em casa, ou minha mãe me mata.

– Mas é tipo, daqui a uma hora. Não pode ficar mais um pouco?

– Tenho que buscar meu avô no internato, foi mal. Até logo. - O garoto agora ia embora.

– Não vou ficar sozinho aqui - Falou Hensel, enquanto caminhava na direção da sua casa.

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O dia havia sido inteiramente entedioso, fazendo com que me arrependesse totalmente de não ter ido para a casa de Amanda, fazer a festa com ela, e confortá-la, claro. Mas ele já sabia que seria assim, além do mais seria obrigado a agradar sua tia falsa, que também era a vaca da sua professora.

– Hensel, passa o alho - Pedira Glenda, sua mãe, enquanto cortava tiras de queijo para colocar em sua lasanha.

O resumo do seu dia naquela cozinha seria esse: "Passe o alface Hensel, o sal Hensel, a puta que pariu Hensel". Ele não aguentava mais ser o escravo de sua mãe.

Enquanto ele lavava a louça, observava sua mãe. Tinha longos cabelos louros, um tanto alta e aparentava ter mais idade do que realmente tinha. Provavelmente o uso excessivo de cigarros e bebidas tinham a deixado daquele jeito. Hensel não era nada parecido com ela, a não ser pela cor de seus cabelos.

Sua mãe era linda, mas o garoto não se considerava bonito. Talvez fosse um pouco, pois muitas meninas de seu colégio já haviam ficado e até namorado com ele. E também tinha o fato de que Amanda, sua namorada, o chamava constantemente de 'gostoso', mas ele considerava mais como um tipo de apelido carinhoso.


– E aí, a comida já tá pronta? - Seu padrasto interrompera seus pensamentos. Ele já chegara na cozinha fazendo uma coisa que irritava muito a Hensel: batera na bunda da sua mãe.



– Será que pode fazer isso em outro lugar?


– Onde garoto? Na cama? Porque eu já faço mais que isso lá.

– Olha aqui seu nojento, eu não aguento mais você. Se continuar com isso, eu juro que...

– Jura o que, retardado? Vai me bater com um daqueles seus livros de Harry retardado?

– Quer saber? Vai se fu...

"Ding dong", a campainha tocava.

– Vai se sentar Hensel, enquanto nós abrimos pra sua tia. Vá. - Disse Glenda.

"Já quero morrer", pensou Hensel enquanto ia em direção a sala para se sentar.

Em alguns instantes Anie, Glenda e Manny já estavam na sala. A mesa já estava pronta, então todos se sentaram.

– Olá, criatura - Cumprimentara Anie, de forma grotesca.

– Oi, professora Anie - Mas era de vaca que Hensel queria chamá-la.

– Tia garoto, me chame de tia Anie. Fora do colégio, não sou sua professora.

Hensel não conseguia achar um jeito de não odiar aquela mulher. Sua voz era incrivelmente estranha e grossa - parecia a com a de um homem fumante de 40 anos, fazendo com que ganhasse o apelido de 'travecão' -, assim como sua aparência. Seus cabelos ruivos de farmácia caiam sobre seu ombro e estavam arrumados e penteados de uma forma ridícula. Era mais baixa que Hensel e gorda como uma porca. Seus seios eram tão caídos que Hensel imaginava que ela pudesse tropeçar neles a qualquer momento.

– Tudo bem, TIA Anie - Ela respondeu, um tanto debochado.

O jantar havia sido como sempre que a vadia da Anie ia até lá: Chato e entediante. Sempre falavam sobre política, preços de coisas ou a vizinha que fazia sexo com o marido de outra. O assunto tinha que piorar por causa de Manny.

– E então Anie, como o retardado vai em aula? - Perguntara Manny.

– Não tiveram aulas essa semana, mas no primeiro dia de aula, Hensel atrasou-se e ainda beijou sua namorada, em aula.

– Não foi minha culpa eu ter me atrasado, e...

– Na minha época garoto, eu era responsável. Coisa que você não é. - Disse Manny.

– Só na sua mesmo, porque nessa você não é nada. Nem pode falar nada de mim.

– Eu falo, e você fica quieto. Se atrasa, beija namorada em aula... Você é um retardado.

– Você não fala nada, é um simples merda. E também não é meu pai.

– Não sou seu pai mesmo. E você exige de mais retardado. O que você queria? Acha que tenho que fazer algo por você?

– Acho que você devia pelo menos ser um padrasto decente.

– Decente? Meu querido retardado, porque eu já não seria decente?

– Porque você é um simples bêbado, gordo e nojen...

– Cala a boca, Hensel - Interrompera sua mãe.

– O quê? - Perguntou, incrédulo.

– Cala a boca. - Repetiu.

Hensel olhou para ela por um momento. Não acreditava que ela estava defendendo o nojento.

– Quer saber? Eu quero que vocês chupem um pênis com fimose! - O garoto se levantara da mesa e corria até seu quarto no segundo andar.

"Eu odeio eles", pensava ele quando chegava.

Hensel sentou-se sobre sua cama - jogou-se, na verdade - com muita raiva. Se arrependimento matasse, ele já estaria enterrado.

"Eu poderia estar agora com Amanda, beijando-a", pensou.

– Esse nojento... - Falava para si mesmo - Nunca mais vou seguir suas ordens. Nem que ele me obrigue.

O garoto agora sentira uma pequena vibração em seu bolso na calça. Sabia que era seu celular, então o pegou.

- Mensagem da Amanda... O que ela quer?

 Hensel assustou-se. A mensagem que era mostrada pelo celular falava: "SOS. Estou morrendo"


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo em uma semana.



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