My Father. escrita por Anne Laurentino


Capítulo 6
Aquele tal desespero, medo de perder...


Notas iniciais do capítulo

Oee! Buenas cariños... Tô aqui pra agradecer todos os comentários e dicas e surtos e principalmente a aceitação de vocês com a estória! Muito obrigada de verdade. Desfrutem. Beijos!



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Assim que Fatinha entrou naquele quarto cheio de monitores. E viu sua filha toda cheia de fios pelo corpo, seu coração ficou pequeno. Sofia estava absorta do mundo, intubada. Sua menina ali, com a aparência pálida, fria. Parecia morta. Ao pensar nisso, Fatinha se pôs a chorar. E abraçou o corpinho indefeso da filha. 


— Filha, você precisa viver meu amor. Precisa ser forte, pra ajudar a mamãe. Eu preciso de você aqui comigo. Ande filha, acorde! Acorde Sofia. Já chega de brincar, vamos levante daí por Deus! – Um tanto exaltada ela começou a gritar com a menina. Que não se movia. E então o seu choro novamente se fez presente. 
— Senhora, não faça isso. Vai precisar sair daqui! Vamos, venha comigo. Vá pra casa e descanse. – O médico, chegou até ela e tentou em vão tira – lá de lá.
— Senhor, por favor. Não me tire o direito de estar com ela. Minha filha é a única coisa que tenho nesse mundo. Deixe-me ficar aqui! Prometo não me exaltar mais. 
— Ok, mais fique quieta vou providenciar um lençol pra senhora passar a noite. E agora sou eu que peço. Encontre o pai dessa criança, a vida dela depende disso! Varias pessoas aqui no hospital tentaram ser doadores. Seus amigos, e até mesmo a babá. Nenhuma pessoa próxima fora compatível com ela. Estou sendo sincero, se quiser salvar a sua filha. Encontrei o pai dela. 
— Eu não sei nem por onde começar, meu Deus. O que vou fazer? 
— Ai já não sei, senhora. Mais não deixe de tentar, o quanto antes! Com licença. – O medico se retirou. Deixando-a ali ainda abraçada ao corpo da filha. Assim fora que pegou no sono.

— Sou Andréa Martelli. Neuropediatra de Santa Mônica. Vim para ajudar no caso da garotinha Sofia. – Apresentou-se na recepção do hospital. – Este é meu noivo Bruno Menezes.

— Estamos cientes senhorita. Seja bem vinda. E o senhor também! – Cumprimentou aos dois. – Já pode seguir até a UTI senhorita. 
— Obrigada – virou-se para Bruno. – Amor, já pode ir até o hotel. Vou ao trabalho agora! 
— Claro querida. Já estou indo, qualquer coisa. Chame-me no celular! – Deu um selinho na noiva e seguiu para a saída do hospital.
— Doutora Martelli, obrigada por vir! Sua ajuda será de grande utilidade. – Um dos doutores que cuidam do caso de Sofia. Lhe falava, quando a mulher chegou a UTI. 
— De nada, espero realmente ajudar. Bom doutor, eu gostaria de conhecer a mãe da menina, será que posso? – Perguntou enquanto, vestia seu jaleco. 
— Claro que sim, por mim não tem problema! Vamos ver se ela quer falar. Ela esta sofrendo tanto. Vem comigo, vamos até lá. – Seguiram até o final do corredor e entraram no quarto que estava Sofia. Fatinha já estava acordada, segurava as mãos da filha forte, como se aquela a fosse tirar do coma. – Fatinha... Esta é a doutora Andréa Martelli. Veio de Santa Mônica, para ajudar no caso de sua filha. – Fatinha virou-se para olhá-los. E sentiu o ar faltar. Sentiu-se zonza. Estranha!
— Prazer Fatinha, estava esperando muito pra te conhecer. Gostaria que soubesse que eu vou ajudar a sua filha da melhor forma possível. Acredite e confie no meu trabalho. – Abraçou-a em sinal de conforto. 
— Obrigada, doutora. – Foi breve e saiu do abraço. 
— Que linda é a sua menina, Fatinha... Parabéns. – Olhou Sofia, com zelo. – Não sei por que mais ela me lembra alguém. – Olhou mais uma vez e tocou nos cabelos da menina. – Realmente, ela me lembra alguém. E nossa não é nada parecida com você, é moreninha. Deve ser igual ao pai, não é? – Fatinha arregalou os olhos, espantada ninguém nunca havia sido tão direta a respeito da semelhança de Sofia.

— Não! Minha filha não tem pai. – Baixou os olhos. – Quer dizer, sim ela se parece muito com o pai. Principalmente com gênio forte. Mas os olhos são iguais aos das pessoas da família dele. A tia e a avó. – Voltou a olhá-la. E sorriu triste.
— Fiquei sabendo por alto, que eles não se conhecem não é? – Fatinha assentiu. – Perdoe a indiscrição, mais soube pelo fato de você não ser compatível para doar sangue pra menina. 
— Tudo bem, todos vão acabar sabendo mesmo. Eu só quero salvar a vida da minha filha. Me ajude doutora! Ajude a salvar Sofia. 
— Farei o possível Fatinha. O possível! - Andréa saiu do quarto e foi para uma reunião com os outros médicos do caso.

Lia chegou para ficar com Sofia, enquanto Fatinha foi até sua casa, deixar a mala as coisas da viagem e trocar de roupa. Ao invés de voltar, e ela foi ate o quartinho da filha, olhar as coisas da menina, a fim de se sentir mais perto de sua pequena, pegou o pijama da menina nas mãos e chorou, mais uma vez num pranto desesperado. O pranto de uma mãe com um impasse. Iria atrás de Bruno, iria passar por toda aquela angustia novamente? Foi pensando assim que o cansaço falou mais alto, e ela deitou na pequena cama da filha. Acabou adormecendo ali mesmo. 

Dois dias, 48 horas e nenhuma melhora considerável por parte de Sofia. Dor Angustia Desespero... Bruno.

— Fatinha, infelizmente já se passou dois dias. Sofia não acorda. Não encontramos nenhum doador. Precisamos do pai dela, amiga. Vou atrás dele, você quer? – Dinho se ofereceu pra ajudar. Enquanto estavam na cantina do hospital, Fatinha não comia nada há 12 horas. E já estava ficando fraca.
— Eu já disse que não sei onde ele estar, já disse Dinho. Vamos ter que tentar outra coisa, outra pessoa! – Disse, logo após beber uma xícara de café. Que o amigo a obrigou.

— Nós não vamos encontrar mais ninguém, seja realista Maria. Sofia só terá chances de vida, se o pai aparecer! Peça ajuda a medica que veio de Santa Mônica, converse com ela, quem sabe ela não poderá te amparar? 
— Tem razão. Eu vou achar Bruno, vou achá-lo por Sofia! – Ela se levantou e saiu decidida pelos corredores do hospital. Ao virar num corredor, viu a doutora Andréa conversando com um homem, que estava de costas. Ela o abraçou sorrindo e no fim o beijou. A mulher viu que Fatinha a observava e a chamou. Fatinha recuou um pouco, pensando se não teria atrapalhado algo de cunho pessoal da medica. 
— Oi Fatinha, vejo que esta mais corada. Comeu não foi? Dinho, aquele seu amigo me disse que a faria comer um pouco. Você não pode traquejar agora, moça! Sua filha precisa muito de você. Vamos, venha ate aqui. Quero que você conheça o meu noivo. 
— Doutora, antes eu gostaria de conversar com a senhora. Posso? – Perguntou ainda parada no batente da porta. 
— Claro! – Viu que o noivo continuava de costas pra Fatinha e disse – Amor, você pode me dar licença? Vou até ali fora com Fatinha, ela é a mãe da menina em coma. Volto já. – Saiu deixando-o sozinho na sala. – Vamos até o jardim, Fatinha? 
— Sim, mais vamos logo. Que eu já quero voltar ao quarto de Sofia. – Ambas caminharam apressadamente, para a parte de fora do hospital onde ficava o jardim. E sentaram em um dos bancos de lá. 
— Já pode falar Fatinha! 
— Você sabe que minha filha não conhece o pai, não é? – a medica assentiu – e também sabe que ele é o único que pode salva-lá não é? – novamente a medica assentiu. – Então eu preciso encontrá-lo. O quanto antes, parece que só agora me deu conta de que ela pode morrer a qualquer momento. – Secou uma lagrima que insistia em cair. Ela não ia chorar não dessa vez. – E eu não quero isso, definitivamente não quero!

— E o que aconteceu com vocês? Por que ele sumiu de suas vidas? Quer me contar? 
— Nós éramos como uma só pessoa. Conhecíamo-nos desde a adolescência, e foi lá que começamos a namorar... – Soluçou e respirou fundo para continuar – Ficamos noivos no dia do nosso aniversario de três anos. E era tudo tão lindo, viajamos juntos. Sorriamos juntos. Éramos felizes juntos, até que ele teve que fazer uma viagem para estudar fora e eu disse que não ia, eu não queria abandonar meus amigos, minha família. Minha vida em Nova York, pra ir com ele para a Europa. E então eu resolvi que era melhor, terminarmos. No começo no mês que antecedeu a sua viajem ele tentou de todas as maneiras, me fazer mudar de idéia. Coisa que foi em vão! O dia de sua viajem chegou, eu achei melhor não ir até o aeroporto e assim o fiz. Ele se foi e um mês depois descobri estar grávida de três meses de Sofia. Ela não o conhece, nunca o vira na vida. E mesmo assim nutre um amor imenso e de tanta sinceridade, por esse pai. E eu estou entre a cruz e a espada. O homem, que eu sempre amei, pode voltar agora pra salvar a filha da morte. Mais ao menos tempo, ele poderá me odiar, por não ter ido atrás dele. Para contar que ele tinha uma filha. E ainda o pior de tudo, meu maior medo é dele não ama - lá na mesma intensidade que ela. E magoar a minha garotinha. – Fatinha fungou pela quarta vez e resolveu finalizar – Eu tenho que encontrar o pai dela. Tenho que encontrar o homem, que eu amo. Que me deu meu bem mais precioso. Ajude-me a achá-lo doutora Andréa. 
— Fatinha... Eu nem sei o que dizer, não sabia que essa historia era tão complexa assim. Mais farei o que for preciso pra tentar achar esse homem. Você não tem nenhum tipo de contato dele? Mãe, irmãos? Nada...
— Não tenho nada dele, não sei de nada. Passaram-se cinco anos. A única coisa que sei é que ele tem uma irmã e uma mãe. Mais não sei onde! 


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