My Father. escrita por Anne Laurentino


Capítulo 4
Dor.




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Fatinha saiu do hotel em prantos, ligou para o heliporto. Do caminho, reservou um voa pra daqui a 20 minutos e seguiu até lá. Em menos de 10 minutos ela já estava adentrando na aeronave. Tremia e chorava compulsivamente. Dizer que mais sente tudo, que tem todos os sentidos juntos. E não é uma mentira. Fatinha sentia uma dor que só uma mãe poderia sentir por um filho.


Dois médicos apareceram, com expressões enigmáticas. Porém abatidas demonstrando um cansaço decorrente ao caso de Sofia. 

— Pais de Sofia dos Prazeres? - O mais velho olhou para Lia e Dinho. 
— Não, somos padrinhos. A mãe da menina esta a caminho. – Dinho se levantou e proferiu essas palavras. 
— E como ela esta doutor? – Lia também se levantou e perguntou para o outro médico, esse um pouco mais novo que o primeiro. 
— Precisaremos dos pais da menina aqui, o quanto antes! O estado dela nos causou estranhamento. Assim que chegou aqui desmaiada sentimos que ela estava com uma febre fora do normal. E o corte na cabeça, de grande profundidade. Ela precisa de sangue. Perdeu muito...

— E infelizmente as noticias não são nada boas. – O mais velho voltou a se pronunciar. 
— Conte-nos logo doutor. Estamos desesperados, precisamos dessas noticias! – Isis por fim, levantou e se manifestou rogando ao medico. 
— A criança esta em coma induzido. E se mãe não pode chegar logo, teria como chamar o pai da menina aqui? Nós precisamos conversar! – O médico fora direto. Desestabilizando os três totalmente. Sofia em coma? Como seria daqui pra frente e Fatinha, como agiria com a idéia de ter que procurar Bruno a todo custo? 
— Meu Senhor, minha pequena em coma! Eu não agüento com isso. – Lia recuou o corpo e se jogou no sofá que antes estava sentada. E foi seguida por Isis. Elas se abraçaram e de alguma forma tentaram se confortar. 
— E o pai dela rapaz? Não tem como chamá-lo para vir até aqui. Nós realmente precisamos que ele venha.
— Eu não sei aonde esta o pai dela, doutor. Alias ninguém sabe! Ela si quer o conhece. – Dinho respondeu atônito.
— Sinto muito, mais é de suma importante tê-lo aqui! Enfim, voltaremos lá pra dentro assim que a mãe da menina chegar não hesite em nos comunicar, ok? – Dinho assentiu e os médicos voltaram para o corredor da UTI. 

Fatinha chegou a Manhattan. Já um pouco mais calma, não chorava mais. Porém o desespero era contínuo. Logo pegou o celular e discou o número de Dinho, no terceiro toque ele atendeu. 


— Fatinha, anota... Hospital Central corra pra cá! Corra!
— Dinho... – Ele desligou. – hospital, minha filha num hospital. Eu sabia... –
Entrou num táxi que por milagre, estava vago na porta do heliporto. – Leva-me ao hospital central, senhor. Rápido minha filha, esta lá! 
O senhor que aparentava ser ta terceira idade viu a angustia nos olhos dela e seguiu o mais rápido que pode, por aquelas ruas. Assim que estacionou, Fatinha saltou de um pulo pra fora do veiculo. Mais recuou quando lembro que não havia pagado a corrida. 
— Desculpe senhor. – e lhe entrou algumas notas – Pode ficar com o troco. 
— Vá com Deus, minha filha. Tenha fé nele, que tudo dará certo! – O senhor voltou a dar a partida no veiculo. E Fatinha murmurou um “Amém”. Voltando a correr, para dentro do hospital. Chegou a bancada da recepção, e gritou com a menina que estava lá.
— Eu quero saber aonde esta minha filha! AONDE ESTA A MINHA FILHA, FALA! – gritou bastante a ultima frase. 
— Senhora fique calma. Qual o nome de sua filha? 
— Sofia! O nome dela é Sofia! Agora que já sabe me diz. – Ela jogou a bolsa em cima do balcão. 
— Sofia? – olhou nos registros. – Ah sim, Sofia dos Prazeres, é essa? 
— É CLARO, DÁ PRA FAZER O FAVOR DE ME FALAR, POR FAVOR? – respirou fundo e quando olhou pro lado, viu que Lia se aproximava chorosa. – Lia o que houve com a minha menina? 
— Vamos lá pra dentro. Venha comigo! Tente ficar calma, amiga. Você vai precisar ser forte. – Lia caminhou abraçada a ela, até a sala de espera do hospital. Quando chegou lá e viu Dinho saiu do abraço de Lia e correu até o amigo. Voltando a chorar.
— Amigo, me ajuda ninguém me diz nada. Cadê minha menina? Aonde esta ela? – Eles sentaram e Dinho se atreveu a falar. 

— Fatinha, se acalme vou te contar. Mais promete ficar calma. Sim? – Ela assentiu. E ele resolveu prosseguir. Mesmo sabendo que calma era tudo o que ela não ficaria. – Ela acordou com uma febre estranha, com o olhar perdido. Chamando por você, e quando Isis foi buscar o telefone, ela se levantou e foi até o banheiro e... – parou num instante hesitando. 
— Febre? Por quê? O que aconteceu ontem, Isis? – a senhora não respondeu, apenas voltou a chorar. – Falem! E o que houve depois, ande logo. Acabem comigo de uma vez. 
— Fala amor... – Lia pediu a Dinho que prosseguisse. 
— E caiu de cabeça do banquinho de escovar os dentes. Ela esta em coma induzido, Fatinha! – proferiu tudo de uma vez, achando ser menos torturante. 
— Coma? Meu Deus do céu. Eu quero ver a minha filha. Quero vê-la agora! – Tentou levantar-se. Mais foi impedida por Dinho. 
— Não você ainda não pode. Precisa saber de outra coisa, também! – O amigo lhe seguro as mãos. 
— E ainda tem mais? Sofia esta em coma, e o que é agora? 
— Ela precisa de sangue! Perdeu muito durante o percurso até aqui. O corte foi muito fundo. 
— Eu vou doar! Chame o medico. Doou todo o meu sangue, se preciso! Cadê ele. Vá chamá-lo, Lia. – a amiga assentiu e não tardou voltou com o medico mais novo. Que estava cuidando do caso de Sofia. 
— Eu sou a mãe da Sofia, doutor. Me diz, o que houve com minha filha. Ou melhor, quando eu vou poder doar. Agora? Estou pronta, o que estamos esperando?
— Senhora, precisará fazer um exame, pra saber se é compatível com a menina. – explicou pacifico.

— Como assim, exame doutor? Eu sou a mãe, é obvio que eu sou compatível. Vamos logo! 
— Fará o exame senhora. Venha comigo! – Fatinha levantou e o acompanhou. Ficaram lá dentro por mais de meia hora. Voltaram já com o exame nas mãos do medico. Abriram na frente dos amigos de Fatinha. 
— E ai doutor? Minha amiga pode doar, pra Sofia? – Dinho perguntou. Lia e Isis cochilavam no sofá. 
— Veremos agora. Ela quis que abrissem diante de vocês! – E assim o medico abriu o envelope. E não fez uma cara muito boa. 
— E ai doutor, eu vou ou não poder doar sangue pra minha filha? – o medico permaneceu calado – Vamos doutor, me diga se posso ou não doar. 
— Senhora, preciso que se acalme! Infelizmente, vamos ter que procurar outro doador. A senhora não tem o mesmo tipo sangüíneo, que sua filha. 
— O que? Não doutor, é mentira pode me dizer. Não estamos lidando com uma piada, é minha filha que esta entre a vida e a morte. – Sentou-se no sofá e foi aparada por Dinho. 
— Por favor, senhora, se acalme se não teremos que tranqüiliza-la. Fiquei sabendo que a menina não conhece o pai, não é? 
— Sim... – sussurrou sentindo culpa. 
— Sinto informa - lá. Mais a única esperança de vida de sua filha, é que o pai a doe o sangue necessário. Nesses casos, quando a mãe não é compatível, o pai é o único que pode salvar. 
— Eu não sei onde ele estar doutor. Não faço a mínima idéia de onde Bruno possa estar! Tente salva-lá de algum outro jeito, eu te imploro doutor. – Pegou nas mãos do homem, em forma de suplica. 
— Senhora faremos o possível. Eu peço que, tente encontrá-lo, será sumariamente mais fácil. Sinto muito. – Dito isso o medico ia se retirando. Quando Fatinha o chamou novamente. – Sim, pode falar. 

— Doutor! Eu preciso ver minha filha. Me leve até ela? – Olhou-o com os olhos úmidos. Enquanto Dinho assistia a tudo calado, aquele não era o momento de intervir. Ali não era sua amiga, ali era a mãe de uma criança entrei a vida e a morte. Rogando a um estranho, para poder vê-la. E ele via, o doutor via. Ambos viam a doar nos olhos daquela mulher. 
— Não é o correto nesses casos, mais como à senhora é mãe. Vou abrir uma exceção. Me acompanhe, para que ponha a vestimenta necessária. De UTI. – Os dois seguiram por um corredor vasto todo branco, que fim não parecia ter. E Dinho, Lia e Isis permaneciam ali naquela sala fria. De ar sombrio. 
 


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Notas finais do capítulo

Oi gente!! Está ai, mais um capítulo pra vocês. Quem gostar pode comentar. Beijos.