My Father. escrita por Anne Laurentino


Capítulo 2
Ilusões e Conflitos.




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Assim que cheguei à porta ouvi barulho no lado de dentro e estranhei, quem estaria fazendo toda aquela algazarra, com Sofia? Ainda mais num horário daquele. Por fim, entrei e encontrei Sofia no colo de Lia sua madrinha, minha amiga e namorada de Dinho. Elas estavam brincando de cavalinho e eu acabei sorrindo com a cena. Era difícil ver Sofia tão solta assim, estranharia mais se não fosse a “dinda” que ela ama. 


— Que zona é essa na minha sala, hein crianças? – Perguntei, sorrindo e largando as chaves no aparador e a bolsa na mesinha. 
— Mamãe! – Rapidamente Sofia desceu do colo de Lia e veio correndo me abraçar, me abaixei na altura dela ficando de joelhos e recebi aquele abraço. 
— Oi Maria! – Lia sorriu e depois fez uma cara de criança, ao ver em que bagunça a sala minha se encontrava. 
— Oi filha, estava se divertindo ou quebrando a minha sala, com sua madrinha? – Perguntei assim que ela saiu do meu abraço. – Amiga! – Fui até Lia, abracei-a e lhe deu um beijo no rosto. 
— Era cavalinho mamãe. Tão legal, não quer brincar? – Dissera enquanto voltava ao colo da madrinha a fim de voltar a brincar. 
— Não amor, a mamãe esta cansada demais pra isso. E precisamos ter uma conversa! Você pode vir até o quarto comigo? A sua dinda te espera aqui, não é Lia? – Ela assentiu e Sofia saiu novamente de seu colo. E veio me dar à mão. – Um instante, fique aqui amiga. Por favor! – Lia fez que sim com a cabeça. E então eu e Sofia fomos até meu quarto. 
— O que foi que eu fiz dessa vez mamãe? Porque essa cara toda? – Perguntou sentando-se em minha cama. 
— Você não fez nada, mocinha – sorri – Eu é que preciso te contar uma coisa! 

— Oh não acredito mamãe. Não me diga que a senhora o encontrou que encontrou o meu papai? – pôs as duas mãozinhas na boca em sinal de espanto. Pude ver seus olhinhos cristalinos denunciando um breve choro. E eu não podia deixar isso acontecer. Não era justo ela se iludir mais uma vez. 
— Não filha, infelizmente eu não encontrei o seu papai... – E então o choro se fez presente. De tristeza, de engano. Mais uma vez ela se iludira achando ter encontrado seu pai. – A mamãe precisa fazer uma viajem amanha bem cedinho. E você precisara ficar com a tia Lia, com o tio Dinho e com a Isis. Não vou demorar pra voltar, apenas dois dias no Maximo. Você me deixa ir? – Perguntei mesmo que qualquer resposta não fosse alterar meu cronograma. 
— Não o encontrou. E ainda vai me deixar sozinha mais uma vez? Não eu não deixo à senhora ir – levantou-se ficando de pé na cama – Não vá, eu não quero ficar com ninguém, não quero! Fique aqui comigo mamãe, não me abandone com essas viajem de novo. Por favor! – Começou a gritar aquelas palavras, formando frases tortuosas de uma menina de quarto anos. Esperneou e voltou a chorar dessa vez sendo acompanhadas por gritos. – Não vai mamãe. Não vai. Se me deixar sozinha de novo eu morro mamãe. Eu vou morrer e a senhora vai ficar sem ninguém. – Eu tomei-a em meus braços tentando abraçá-la mais fora em vão, ela continuava se debatendo em final de desespero. 
— Você não vai morrer Sofia! Pare já com isso, eu já viajei outras vezes e você não morreu. E não vai ser agora. Deixe de ser uma menina boba, que fica malcriada com a mãe. – Mais uma vez tentei abraçá-la em vão. Ela se jogou e minha cama ainda chorando. 
— Viu como não gosta de mim? Viu? Por isso, que eu amo só ele. Só amo meu pai, que você tirou de mim e não que deixar que ele volte. Eu não amo você mamãe, eu quero ficar com ele, pra sempre! Leva-me pra ele agora. Eu quero agora! – Gritou a ultima palavra puxando os próprios cabelos. Droga de gênio forte, igual de Bruno. Droga!
— Cale a boca, Sofia! Eu não sei onde ele estar. Ele não vai aparecer, esqueça isso! E pare de gritar feito uma sem educação! – Gritei com ela, que me olhou assustada e por um segundo parou de chorar. Mais no segundo seguinte o mesmo choro voltou na mesma intensidade de antes. – Agora vá para o seu quarto! Vá de uma vez, não quero mais olhar pra você hoje. – Ela se levantou e saiu correndo em direção ao seu quarto que ficara ao lado do meu no corredor. 

Fiquei ali remoendo aquelas palavras dadas a ela. E chorei, chorei tudo o que eu tive vontade todos esses anos, Sofia não me amava, mais idolatrava um pai que se quer conhecia e ele a ela. Lia veio até o meu quarto e sem dizer nada, me abraçou. E talvez fosse aquilo o que eu precisava, de um abraço de alguém que eu confiava cegamente. 

— Você ouviu não foi? Ouviu-a dizer, que não me amava? – Perguntei enquanto me recompunha. 
— Ouvi sim. Mais é obvio que ela te ama Fatinha, é sua filha nasceu de você. Ela te ama, só esta um pouco ressentida, com a falta que o pai faz na vida dela.
— Mais ela só tem quarto anos, e já diz essas coisas Lia. Imagina quando tiver quinze? Ai sim vai me odiar mortalmente. Deus eu dou tudo do bom e do melhor pra ela, não falta nada. Estuda no melhor colégio, faz dança no meu centro. E ela diz que vai morrer e que só quer a ele? O que eu fiz meu Deus. 

Lia não dissera nada. Apenas acolheu a amiga em outro abraço. E se emocionou junto com ela, quando Fatinha confessara que ainda amava aquele homem. 

— Pode ir viajar tranqüila, nós cuidaremos dela. Nada de mal vai acontecer. Confia em mim, e em Dinho que sei que olharemos por ela. – Já estava tarde e Lia me ajudava a finalizar a arrumação de minha mala, para sair no dia seguinte. – Agora eu tenho que ir, amanha a buscarei no colégio e a levarei ao shopping. Fiquei tranqüila! E boa sorte em L.A. – a cumprimentou e saiu porta a fora do apartamento. 
 


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Notas finais do capítulo

Quem estiver curtindo, pode comentar o ritmo é o mesmo, a casa agradece! Beijos.



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