My Father. escrita por Anne Laurentino


Capítulo 1
Cobranças.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/387762/chapter/1

Eu Maria de Fátima, uma mulher independente, focada no trabalho. Sem tempo de ao menos, dar a mínima atenção para terceiros. Mais pra uma pequenina pessoa, eu tinha a maior obrigação de cuidar, zelar e amar. Ou melhor, transferir todo o amor, que eu senti, por seu pai agora eu dava a ela, todas as noites eram sempre as mesmas perguntas.

— Mamãe chegou tão tarde... Porque demorou tanto? – dissera assim que adentrei em seu quarto, afim de que pudesse dar-lhe um beijo de boa noite.
— Sofia, o que faz acordada há essa hora? Vou briga com a Isis, por ter te deixando ate uma hora dessas vendo tv! – retruquei autoritária. E desliguei a tv do cômodo. Enquanto ela me olhava com aqueles olhinhos que me pediam colo. Errei! Mais uma vez fui rude com minha filha, meu único bem mais precioso.
— Desculpa mamãe, prometo não ver mais tv. Pode tirá-la daqui se quiser! – dizia e ia se deitando em sua cama, com o olhar perdido.
— Oh minha filha, desculpa a mim. Não deveria estar te tratando desse jeito. Perdão... – fui até o móvel que era sua cama e a peguei no colo. Dando-lhe um abraço apertado. E ela chorou. – não chore minha linda, não quis te assustar! Perdoa a mamãe. Por favor! – roguei saindo daquele abraço e secando seus olhinhos.
— Mãe, aonde ele esta? Eu preciso dele aqui comigo, a senhora quase não fica em casa. Não me abraça como antes, mal me beija... Porque mamãe? O que eu tenho de errado? – perguntou se olhando. – meu cabelo não é bonito? Responde mamãe, por que não gosta de mim? Eu tenho certeza de que ele gosta.

— A senhora não vai me responder onde ele estar não é mamãe? – Virou a cabeça para me olhar e eu continuei olhando-a seriamente. – Tudo bem mãe. Eu já estou acostumada, com e esse teu silencio. Mesmo assim, eu amo a senhora viu?! – E assim, sem dizer mais nada, ela virou-se em sua pequena cama e dormiu. E eu fiquei ali por minutos, zelando seu sono, pensando em tudo que aquela pequena criança de 4 anos e meio. Havia me dito, sentiria raiva dele se fosse a outro momento. Mais nesse, há nesse não. Nesse eu sinto raiva é de mim, única e exclusivamente de mim. Arrumei-a na cama e me levantei para ir ao meu quarto, não eu não ia conseguir ficar ali a noite toda olhando pra ela, que só conseguia me lembrar de outra pessoa... Conseguia me lembrar dele! Bruno. O motivo de toda a minha trava com Sofia. O pai que ela tanto ama e precisa e que eu não faço ideia de onde possa estar. 

A manha logo chegou, era dia de aula para Sofia e de trabalho ardo para mim, comandar uma empresa de recursos humanos. Não era pra qualquer um, mais pra mim era pouco. Eu sempre conseguia, eu era forte demais pra isso. Apenas pra isso. Quando o quesito era Sofia e Bruno, eu sempre era a fraca que recuava.

— Levante Sofia. Sua mãe já esta pronta, é ela quem vai leva - lá ao colégio hoje! – Isis a senhora que era babá de Sofia indagou. Enquanto a tirara debaixo dos lençóis. 
— Minha mamãe vai me levar? – Perguntou animada. Já se levantando, sorridente.
— Sim, não é legal? Hoje ela pode chegar um pouco mais tarde na empresa. Então resolveu que vai te levar! Mais ande logo. Vamos correr para o banho. – Dito isso as duas foram para o banheiro que havia no quarto da pequena. O banho fora tomado alegremente em meio a cantorias e brincadeiras como era feito todos os dias.
— Mamãe, bom dia meu amor! – Sofia disse ao chegar à sala, já arrumada com o uniforme do colégio. Um dos mais caros de Manhattan. 
— Bom dia, minha linda! – abracei-a e lhe dei um beijo no rosto. – tudo bem? Dormiu bem? – Perguntei enquanto sentávamos pra tomar o rápido café. 
— Eu dormi sim, mais a senhora me enganou não é? Disse que ia ficar lá comigo. E nada. Mais ta certo, minha cama é muito pouquinha pra nós duas. – tagarelava enquanto bebia o leite. E comia alguns biscoitos. 
— Sua cama é muito pequena, para nós duas. Esse é o correto a se falar! – ela assentiu rindo. Sorriso dele. Os cabelos estavam presos em duas tranças laterais. Linda, minha menina. – E vamos logo, já terminou? – levantei, pegando minha bolsa e uma pasta de couro. 
— Já acabei sim! Vou escovar os dentinhos né?! – Levantou também, deu a mão pra Isis e foi até o banheiro. Não demorou no cômodo, voltou e saímos no meu carro.

A deixei com sua professora, na porta do colégio. E segui rumo ao escritório. Cheguei e três pessoas vieram em cima de mim. Rita, Sarah e Dinho... Meus assistentes.

— Senhorita Prazeres, há uma reunião as 11h com uns contribuintes. Em sua sala de reuniões. – Rita, foi a primeira a falar. Eu apenas assenti. 

— Senhorita, um empresário de Boston ligou. Disse que precisava urgentemente de falar com a senhora. – Sarah olhou em seu bloquinho, e voltou a se dirigir a mim – Foi o senhor Jorge Almeida. – Novamente assenti. 
— Bom dia, Maria! – dissera Dinho. Esse sim era meu amigo, querido amigo de todas as horas de desespero. Eu retribui com um largo sorriso. 
— Preciso entrar, se me dêem licença! – caminhei até a porta de meu escritório, entrei e bati a porta. 

Horas se passaram e eu continuava trancada naquele escritório dando ordens, gritando ao telefone. Gritando com Rita, Sarah e até mesmo com Dinho. O telefone pela enésima vez tocou e eu atendi bufando.

— Por Deus, quem é? – Fui ríspida. Grossa era o que todos achavam de mim, e não estavam errados. 
— Senhorita. Há uma coisa que precisa saber. – Disse Sarah do outro lado da linha.
— Então diga logo Sarah! E seja rápida. 
— Lembra daquela empresa de consultoria de Los Angeles? 
— Lembro sim, mais e o que tem? Seja mais clara. 
— Então, eles solicitaram uma reunião com a senhora lá, amanha às 15h no escritório deles! 
— Amanha? Mais esta muito em cima, é uma viagem pequena, porém cansativa... Mais esta certo. Pode confirmar. Diga que vou amanha cedo! Obrigada. – Desliguei antes que pudesse ouvir qualquer resposta de Sarah. Uma viagem para Los Angeles, às pressas. Sofia não ia gostar disso, mais ela vai entender que é trabalho. Ela precisa entender. 

Fim de expediente, Dinho veio até minha sala com aquela cara de sempre. “vamos pra casa, estamos ou não estamos acabados, amiga?” 

— Fala logo, seu chato. Eu tenho que ir pra casa logo! – Falei enquanto riamos do nada. Era sempre assim, palhaçadas avulsas.
— Vai viajar né chefinha? Vida de patroa é tão cansativo não?! – Gargalhou e se jogou no sofá de minha sala. 
— Cala a boca, seu infeliz! – me joguei em cima dele. Gargalhando. – Mais me fala, porque nunca mais foi visitar a sua afilhada? Esqueceu de Sofia, é? 
— Imagina se eu ia esquecer, daquela loirinha linda. É que eu tenho uma patroa que me tira o couro fora, sabe? Daí fico sem vida, sem tempo pra nada! – Ele riu e eu bati em seu braço. 
— Larga de ser falador. Eu pego leve contigo, só porque eu te amo. Imagina se eu te tratasse como trato os outros. Ai sim iria sofrer. – Retruquei levantando do sofá e indo pegar minha bolsa. – E vamos saia da minha sala. Eu tenho que ir. Amanha viajo cedo! - Puxei-o de meu sofá. E saímos juntos da sala. Tranquei a porta e avisei para as meninas que ainda estavam lá, que fossem me passando tudo por e-mail. E que eu só voltaria daqui a dois dias. Despedi-me de Dinho e fui pra minha casa. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ei tudo mundo, quem gostou pode comentar, lembrando que eu não abandonei e nem vou abandonar a "Linha Tênue" devo postar o capítulo trinta ainda essa semana, ok? Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My Father." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.