Heroes High School escrita por Sparky
Notas iniciais do capítulo
Aqui vai mais um o/
Ele chegou em casa exausto. Aquele dia parecia ter sido o mais comprido de sua vida. E nem tinha chegado ao fim. Para piorar, ele e Elle não tinham trocado uma palavra sequer. Ele tentara várias vezes durante as aulas, mas ela sempre dava um jeito de escapar. Sentava o mais longe possível, evitava encará-lo... e aparentemente tomara o sarcasmo como arma de defesa.
O garoto largou-se no sofá, deixando a cabeça pender para trás. Jogou a mochila no chão e deu um longo suspiro. Ouviu os passos de Sylar enquanto o amigo subia as escadas para deixar sua mochila no quarto. Nathan entrou e sentou-se ao lado do irmão, colocando os pés na mesa de centro.
– Aquela garota, a loirinha, a... – Nathan disse a Peter, e quando o garoto sussurrou Elle, ele continuou – Ela disse que não ia mais pegar carona com a gente. No primeiro dia. Aconteceu alguma coisa entre vocês?
– Foi um mal entendido – o caçula respondeu, com a voz abafada – Eu não falei para ela que estava namorando a Claire e, bom, já da para você imaginar o resto.
– Ê, Peter... você não sabe mesmo lidar com as garotas... – ele deu um tapa na cabeça do garoto, que retribuiu com um chute – você sabe minha opinião. Eu te falei desde o começo que namorar sério não era uma coisa boa.
Peter encarou-o de esguelha, ainda com a cabeça caída para trás, e perguntou:
– E por que você esta namorando a Niki, então?
– Eu não estou – retrucou ele, pegando o controle remoto e ligando a televisão – Nós estamos saindo, e isso não significa que ela seja minha namorada.
Peter resolveu se calar. Não estava com cabeça para discutir com Nathan sobre namoro. Na verdade, a única coisa que ele queria fazer no momento era ir pedir desculpas a Elle. Se bem que o ele fizera nem fora tão ruim assim. Porém, quem entende as garotas?
– Eu acho que vou terminar com a Claire.
– Primeira coisa sensata a fazer. Parabéns, garoto. Está aprendendo.
– Disseram que ela saiu com o West.
– Quem é esse?
– West... West Rosen.
Nathan ficou naquele silêncio de “ninguém-conhece” até Peter sacudir a cabeça, incrédulo.
– Você não sabe quem é?
– Peter, nós, do terceiro ano, temos mais coisas importantes para nos preocupar do que um pirralho desconhecido.
– Nathan, você é do terceiro ano há um dia.
– Não importa.
– Sabe, eu vou é...
– Vai é fazer seus deveres para não ficar atrasado – interrompeu a Sra. Petrelli, vinda do nada.
– O que... mãe!
– Você também, Nathan, não pense que só porque você pode dirigir já é adulto. Os dois, dever de casa.
– COMO? – indagou Nathan, indignado – Eu já combinei de sair com a galera, então vou deixar...
– E eu já tomei a liberdade de confiscar a chave do carro enquanto não ver tudo pronto – ela deu um sorrisinho maligno e desapareceu pela porta da cozinha.
– Eu tenho medo dela – comentou Peter, levantando-se e pegando sua mochila.
– Nem me fale – concordou Nathan, desligando o a televisão e seguindo o irmão até as escadas.
∞
Peter quase dormia em cima dos livros de física. Só se foram três dias de aula, três dias muito cansativos só para constar, e ele já estava querendo que as férias voltassem. Física, física... para que diabos ele teria que saber aquelas coisas? Tudo bem que a parte de eletricidade poderia até fazer algum sentido, mas e o resto? E TODO o resto?
Ele jogou as costas contra o encosto da cadeira, sentindo as pálpebras pesarem. Bocejou longamente, deixando o lápis cair sobre os livros e cadernos amontoados na escrivaninha. Desisto, pensou, desisto. Então uma idéia muito demente e extremamente genial veio à sua cabeça: por que ele não parava o tempo na manhã seguinte e copiava de alguém? GÊNIO, GÊNIO, POR QUE NÃO PENSOU NISSO ANTES?, ele repreendeu a si mesmo por ser tão besta.
Largou o material todo bagunçado lá e foi comunicar a Sylar sua idéia inovadora. Encontrou o amigo na cozinha, porque aquele ali, se não estivesse dormindo, estaria comendo.
– Sylar, eu tive a idéia mais genial de todos os tempos – ele anunciou, levantando os braços para o céu.
– Mffffggfgggfffmmm – respondeu o amigo com a boca lotada de alguma coisa.
– Entendi tudo – retrucou Peter, abaixando os braços e cruzando-os.
– Tem a ver com os tais pingüins de que você falou outro dia? – perguntou ele, a voz ainda meio abafada pela comida mal engolida.
– Pingüins? Você ainda lembra disso?
– Para falar a verdade...
– Não tem nada a ver com eles – garantiu, colocando a franja atrás da orelha – eu pensei num jeito de não precisarmos mais nos preocupar com dever de casa.
– Fugir da escola? – brincou Sylar, guardando o que quer que seja que ele estava comendo na geladeira.
– Com meu poder de parar o tempo, eu posso congelar tudo amanhã de manhã na escola e pegar o dever de um nerd para a gente copiar!
Sylar pareceu extremamente surpreso com a genialidade de seu melhor amigo. Depois de um longo período em que eles ficaram imaginando a quantidade de coisas que eles poderiam fazer agora que se livraram dos deveres de casa, só faltava uma coisa para realmente a idéia ser perfeita: arranjar uma maneira de enganar a Sra. Petrelli e fazê-la acreditar que eles tinham feito a tarefa.
– Eu sabia que você não podia ser tão genial assim – disse Sylar, abrindo a geladeira de novo. “Você já vai comer de novo?” reclamou Peter, mas ele apenas mandou-lhe um “cala a boca” – Sua idéia foi metade genial.
– Bom, melhor que nada – Peter deu de ombros – escuta, no primeiro dia de aula, eu ganhei dois poderes. Um era a super-visão, mas o outro... eu não descobri ainda. Talvez ele possa ser útil para isso.
– Você sabe de quem pegou?
– Eu acho que foi de uma daquelas duas garotas novas, Ashley e Candice.
– Aquela tímida e a amiga da Elle?
Peter relutou em responder. Não gostava do fato de que as duas estavam amigas agora. Não só porque Candice era doida de pedra, mas porque a dita cuja ficava perseguindo-o o tempo todo e normalmente amigas contam essas coisas de garotos umas para as outras, o que poderia acabar levando Elle a ajudá-la a conquistá-lo, e então ela não ia querer nada com ele.
– É – ele respondeu, por fim – Eu acho que a super-visão foi da Ashley, porque eu senti logo depois que ela esbarrou em mim. Então o outro deve ter sido da Candice.
– Então é fácil você descobrir – garantiu Sylar – É só pensar nela.
– Aquela garota me dá arrepios – sussurrou Peter, pegando uma fatia de pão – Não gosto de pensar nela.
– Mas você não pode negar que ela seja bonita – comentou o amigo, em seguida dando uma mordida no seu X-todas-as-coisas-comíveis-e-não-comíveis-do-universo.
– Isso não tem nada a ver – discordou Peter, começando a montar um sanduíche de presunto e queijo – A aparência dela não vai influir na sua demência.
– Pode até ser, mas você só vai saber o poder se pensar nela – quando disse isso, ele já tinha engolido metade do lanche, o que surpreendeu Peter.
– Você é uma máquina de comer – ele disse sem pensar.
– Obrigado pela parte que me toca.
– Foi mal, mas é verdade.
– Tanto faz. Você vai tentar ou não?
– Tenho opção?
Ele se concentrou e tentou pensar em Candice, e nada mais. O que era meio complicado, porque o barulho de Sylar mastigando e engolindo aquele pão com sei lá o quê era difícil de ignorar.
– Quer parar de comer? Por um minuto da sua vida?
– Ah, tá, desculpa – ele pousou o sanduíche na mesa e cruzou os braços.
- Obrigado.
Peter voltou ao seu objetivo. Candice... Candice... Candice...
Do nada, a dita cuja apareceu na sala e murmurou um sarcástico “oi, Peter”. Sylar arregalou os olhos e Peter quase caiu da cadeira de susto. Sai, demônio!, ele pensou, e tão subitamente quanto apareceu, a garota evaporou, deixando os dois de queixo caído.
– Foi você? – gaguejou Sylar, quase indo se esconder atrás do balcão.
– Eu acho que sim – ele sussurrou, enxugando a testa com as costas da mão.
– Você materializa as coisas?
– Não... eu acho que foi uma ilusão...
Ele pensou em um dever de casa bem feito, e em menos de alguns segundos seu pensamento se materializou bem à sua frente. Apesar de ser uma ilusão, o livro era sólido, e ficaria sendo pelo tempo que Peter quisesse que ele estivesse ali.
– Acho que o problema está resolvido – disse Peter, fazendo o livro desaparecer.
– Você é o cara mais sortudo do mundo, sabia? – indagou Sylar, finalmente parando de comer.
– Quem me dera – respondeu o amigo, pensando em Elle – quem me dera...
∞
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