Fogo Celestial escrita por Kika


Capítulo 23
O que você sente?


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiii gente..
A quanto tempo não é?!

Bom aqui vai um novo capítulo, bem curtinho, mas é para que vocês não fiquem esperando por muito tempo (e não me crucifiquem por isso).
Eu ando meio sem tempo (estou me inscrevendo para um mestrado, e tentando elaborar um possível tema de dissertação, então é, além de sem tempo, ando com os neurônios um pouco torrados hahahaa)

Sejam bem vindas Vega e Curttinha15, adorei o comentário de vocês!

Boa leitura!



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— Então você ouviu aquilo? Mas nunca disse nada não é?!

— Na verdade eu disse.

— Ah, sim, claro, duas semanas depois quando você simplesmente desapareceu. É isso não é?!

Benjamin estava sentado bem ao seu lado na cama, e Clary ainda sentia muito frio, um frio que coberta alguma podia aquecer, assim ela colocou sua cabeça no colo dele, Ben hesitantemente acariciou uma mexa de seu cabelo, como ela não recuou ele continuou.

— Porque você está se lembrando disso agora? — Ben não tinha magoa ou ressentimento em sua voz, o que Clary acharia completamente compreensível, não ele estava lá, calmo e disposto a ouvi-la, não importa o que ela tivesse para falar.

— Porque eu sonhei com aquele lugar, outro sonho de Sebastian. — A mão de Ben parou a caricia em seu cabelo e Clary pode sentir seus músculos tensionarem.

— Outro sonho de Sebastian, tão cedo? Você está bem? — A voz de Ben agora era ansiosa e ele se moveu para ter o rosto dela em suas mãos.

— Eu estou bem, apenas frio. Era a Sibéria e eu só tinha calça e camiseta, o que eu n...

Neste momento Benjamin a abraçou, tão forte que seus ossos estralaram, ele não a soltou e começou a murmurar em seu ouvido:

— Me desculpe, me desculpe. Eu pensei que era seguro. Deixa-la dormir. Eu pensei que ele não teria condições de fazer isso novamente tão cedo... Me desculpe. Eu não a teria deixado se soubesse, eu...

— Sshhhhh — Clary afastou-se um pouco do aperto de Ben, mas apenas o suficiente para ver seu rosto e colocar suas próprias mãos ali. — Está tudo bem, eu estou bem. Você não sabia, eu também não sabia. Não é culpa sua.

Mas suas palavras não pareceram alcança-lo, ele a trouxe mais próxima novamente e novamente murmurou:

— Me desculpe. Eu sinto muito. Eu deveria saber. Deveria parar de subestimar Sebastian.

Clary somente o deixou assim, abraçando-a, depois de alguns minutos ela recostou sua cabeça no peito de Ben o abraçando pela cintura e aproveitando seu calor para se aquecer, pois este sim era um calor que poderia aquece-la.

Depois de mais alguns minutos de silêncio, Ben sem se mover, falou baixinho:

— Quando eu te encontrei na Sibéria, achei que tinha te perdido sem nem mesmo ter te tido. Por isso eu resolvi dizer... o que eu disse, não foi uma coisa na qual eu pensei muito, eu... só disse. E eu me arrependi muito disso. — Nesse momento Clary olhou pra o rosto de Benjamin, ele estava serio, e ela percebeu que ele ainda tinha mais a dizer. Por isso esperou. — Me arrependi, porque isso fez você ir embora, e... eu preferia que você simplesmente ficasse perto de mim. Você entende? Eu não pude deixar você ir, eu estou aqui agora não estou?! Eu tenho que ter certeza que você está bem — Ben meio bufou, meio riu — mas é difícil com você tendo essa tendencia suicida.

— Eu não tenho uma tendencia suicida! — Clary falou sem pensar, mas logo diminuiu a voz para prosseguir. — Você não tem que cuidar de mim Benjamin, você sabe disso, eu já passei por muita coisa na minha vida, eu sempre tive alguém lá por mim, mas nunca porque eu pedi, e eu não estou sendo ingrata, eu reconheço tudo o que fizeram por mim, mas... com todo mundo sempre me ajudando com alguma coisa, ninguém nunca viu que eu podia cuidar de mim mesma. E agora, todo mundo se surpreende com o que eu estou fazendo.

Ela parou, respirou fundo e pensou em como ela gostava desse talento de Benjamin de esperar, de ouvir tudo o que você tem a dizer.

— Porque as vezes eu sou um perigo para mim mesma, não quer dizer que você tem que cuidar de mim, embora eu goste disso — Clary sorriu e se sentiu satisfeita em ver o sorriso que recebeu de volta — eu fui embora... foi, foi pelo que você disse na Sibéria sim, mas... é difícil explicar.

— Difícil explicar? Acho que você explicou bem, quando foi embora.

— Não, eu não expliquei bem. Eu disse muita coisa, e era tudo verdade. No entanto nenhuma daquelas coisas era o motivo de eu estar indo.

Muito, muito silenciosamente, Ben perguntou:

— Então por que?

— Porque eu me afastei de todo mundo Ben, eu deixei todo mundo que eu amava para trás, então eu não podia...

Clary ficou em silêncio encarando Ben, ela não sabia se queria dizer o que estava na sua mente. Porém ela se lembrou do porque ela foi embora, longe de todo mundo, sentimentos são perigosos, te deixam vulnerável, mais ainda se mais alguém além de você sabe sobre eles.

Mas ha muitas outras coisas que deixam uma pessoa vulnerável, a falta de sentimento também é uma delas, agora Clary entende isso, por muito tempo ela quis ficar sozinha, para ser capaz de pensar por si mesma, para poder ter liberdade para fazer o que fosse preciso e para proteger quem seria julgado culpado mesmo que não fosse, se estivessem perto dela. O que ela só percebeu agora era que ela estava fazendo com as pessoas quase o mesmo que fizeram com ela; tomando as decisões por eles, excluindo, e impedindo que eles agissem livremente. E no caminho de tentar ajudar a si mesma e as pessoas que ela tanto amou, ela acabou os ferindo como nunca quis.

Por isso ela decidiu que não ia mais tentar afastar Ben, nem qualquer outra pessoa.

Não que isso fosse ser fácil.

— Eu queria ficar Ben, por isso eu tive que ir. Eu queria você perto de mim e não podia, não quando eu estava me afastando de tudo, eu não queria machucar você. Mas eu queria ficar, com você, lá, tão longe de tudo, eu me senti bem como eu nem sequer me lembro de já me sentir antes. Mas do que adiantou não é, teimoso como você é, aqui está você.

— Husp, você está mesmo tentando fazer uma piada?!

Clary fez uma careta, o que surpreendeu até mesmo ela, ela não se descontraia ao ponto de fazer uma careta para uma pessoa, há muito tempo.

E ao que parece Benjamin percebeu isso também, já que a bendita careta fez com que ele risse. No entanto logo depois ele ficou serio novamente.

— Você está dizendo que se não fosse esse seu complexo de ‘não quero ninguém cuidando de mim’ você teria ficado? Comigo?

— Essa não era uma opção eu...

Ben agarrou o rosto de Clary em suas mãos e aproximou o seu próprio do dela, respirando pesadamente e com a voz rouca ele perguntou novamente:

— Você teria ficado?

Clary não respondeu, não verbalmente. Com o rosto ainda nas mãos de Ben ela diminuiu a distancia entre seus rostos até que ela se tornasse inexistente.

Quando seus lábios se tocaram Clary sentiu qualquer resquício do frio tão intenso que ela sentiu a poucos minutos ser sugado completamente de seu corpo. E enquanto Ben se recuperava do choque do ato inesperado de Clary e aprofundava o beijo, ela sentia o calor preenchendo suas veias, sua pele, todas as suas terminações nervosas.

Quando as mãos, não mais surpresas, de Ben deixaram seu rosto e passaram para sua nuca e sua coluna a puxando para mais perto, quando o aperto de suas próprias mãos ficaram mais intensos em seus ombros, ela sentiu seu rosto corar, sua respiração acelerar e seu corpo ansiar por mais, e ela podia sentir também que Benjamin concordava plenamente com isso.

E neste momento a porta se abriu e Jace estava lá, impassível e sem expressão alguma em sua face.

Clary afastou-se imediatamente, mas não pode disfarçar a face corada nem a respiração ofegante. Ben ficou atordoado por um instante, antes de perceber o porque dela ter se afastado. Quando ele viu Jace parado na porta, ele simplesmente se recostou na parede e tentou controlar sua respiração.

— Eu vim checar se você tinha pegado no sono também, já que você disse que só ia checar ela, mas eu vejo que vocês tem coisas mais interessantes para fazer do que dormir. Desculpe a intromissão. Continuem.

Jace não mudou sua expressão e seu tom de voz era normal. Simples assim, e quando ele deu as costas e saiu, ele não bateu a porta, somente a encostou muito calmamente. Clary a muito tempo tinha apreendido que Jace por dentro era muitas vezes, muito diferente do que Jace por fora. Mas será mesmo que isso valia agora? Ele ainda se importava com alguma coisa que venha dela?

— É melhor nós voltarmos para a sala, eu estava contando uma história interessante para eles, pode ser que você queira dar seu ponto de vista.


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Notas finais do capítulo

Humm, sera que Clary está recuperando um pouco de sua sensibilidade?!

Assim que possível eu posto mais um!

Bjoss ^^



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