Fogo Celestial escrita por Kika


Capítulo 22
Foi quando você disse: eu te amo!


Notas iniciais do capítulo

Eai, todo mundo animado para as festas de fim de ano??
Ops, ops, eu estou um pouco adiantada??
Que nada o ano está acabando gente!!!!!!

Vamos ao que interessa: Sejam bem vindas FL e Bruna Ivashkov, adorei o comentário de vocês.

Bom, a Brenda me veio com uma ótima questão, o shipper de Clary e Ben, eu realmente nunca havia pensado nisso - sério, nem me passou pela cabeça - então se alguém quiser dar sugestões, fiquem a vontade.. Das sugestões da Brenda o que eu mais gostei foi Claben, o que acham??

Aqui vai o capítulo de hoje... eu estou tentando fazer as informações fluírem logo para vocês, mas sempre parece aparecer mais e mais coisas, por isso não fiquem chateadas comigo!

Boa leitura!



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Benjamin sentia-se tonto, entre as ondas de frio estéreo que vinham de sua companheira de mesa e as ondas ardentes que vinham dos recém chegados, ainda assim ele conseguiu raciocinar o suficiente para entender que a coisa ia ficar feia e neste momento não havia duvida de que lado ele ia tomar.

Os demônios não deram tempo para os outros presentes saírem, ou para que Clarissa reagisse, tão pouco se importaram com outro caçador de sombras no local.

Eles avançaram — literalmente — sobre a garota, e assim os outros pareceram reconhece-la, todos os seres do submundo presentes no bar, saíram atrapalhadamente, sussurrando coisas, empurrando um ao outro, somente ele, Clarissa e cinco demônios Shau restaram.

Demônios Shau, são lutadores, normalmente usados para um objetivo: caçar e matar. Não muito inteligentes para todo o resto, mas especialista em morte. Com chifres de touro e um corpo relativamente humano, o que impressionava mesmo era as ondas de calor que eles emanavam e o fétido cheiro que vinha com elas: criaturas saidas direto do inferno, você poderia dizer.

Benjamim ouviu, mas não se importou nem um pouco com as palavras que vieram, gritadas, da filha de Valentine para ele:

— SAIA DAQUI!

Ela gritava isso enquanto era segurada pela cintura por um demônio e recebia socos e mais socos de outro. Isso só fez Ben ter certeza de que ela era louca. Manda-lo embora e lutar sozinha com cinco demônios? Ou ela era louca ou suicida, como ela não se parecia nada com a segunda opção ele ficou com a primeira.

E depois, mesmo que ela fosse uma assassina cruel de seres do submundo, filha de um dos maiores criminosos que a Clave enfrentou, irmã de outro que ainda está foragido e ela mesma uma traidora, ele não a entregaria para a morte assim. Ele ainda tinha aquela estranha sensação de que havia mais nela do que ele estava vendo, por isso ele partiu para a luta.

Enquanto ele quebrava uma cadeira nos chifres de um dos demônios para chamar sua atenção — já que todos eles o estavam ignorando — a garota gritou novamente, mas não de dor por ser esbofeteada por demônios.

— O que você está fazendo? Saia daqui!

— Você é louca? Eles vão mata-la!

— E dai? Por que você se importaria?

Dois demônios agora tinham virado sua atenção para ele, então ele saltou em cima de uma mesa e chamando duas laminas serafim, com as quais fazia cortes nos dois demônios que o rodeavam, alternando com chutes, os cortes eram superficiais, mas ainda assim faziam com que um fluxo enorme de sanque negro escorresse pelos corpos dos demônios.

Clarissa ainda estava presa por um demônio e apanhando de outro, Ben não entendia o que ela pretendia já que ela nem parecia lutar, mas ela ainda gritava para ele ir.

— Eu não vou deixa-la morrer aqui!

— Eu estou mais preocupada com VOCÊ morrer aqui. Eu não vou me responsabilizar por isso.

Ela recebeu um soco no estomago que por um momento roubou seu ar.

— É isso o que preocupa você? Então, nada erado com matar seres do submundo, mas você tem uma consciência quando se trata de caçadores de sombras?!

Um dos demônios que estava sendo fatiado por Ben, conseguiu agarrar seus pés e ele foi lançado na parede ao lado. O demônio que até agora não havia feito nada — já que dois seguravam Clarissa outros dois o atormentava e o quinto, bem, ele só olhava — resolveu interagir, grande erro. Ben ainda encostado à parede, esperou que o demônio se aproximasse e com um chute certeiro o colocou no chão, em menos de três segundos sua lamina serafim estava cravada no estomago do demônio.

— Do que você está falando? Eu não mato nada.

— Não? Bom, diga isso para os corpos encontrados em becos sujos, depois de terem desaparecido com você.

Os demônios empapados em sangue negro estavam se aproximando outra vez,e Ben já estava ficando angustiado de ver a garota apanhando e apanhando e não fazendo nada.

— Lembra quando eu disse que você merecia algum crédito por me encontrar? Eu retiro isso! VOCÊ É UM IMBECIL!

— O que? — Ben ficou surpreso com sua voracidade dizendo isso, e também porque ele não encontra por ai muitos que o chamem de imbecil, na verdade ele acreditava que essa foi a segunda vez na vida que alguém o chamou assim. E sua surpresa acabou lhe dando uma grande dor de cabeça, literalmente, já que uma banqueta do bar voou diretamente para sua têmpora direita o deixando desorientado.

Mas ele viu quando o demônio lançou toda a sua força em um tapa na boca de Clarissa quando ela ia iniciar uma frase, dizendo com sua voz asquerosa e rouca.

— Chega de falar.

Isso enfureceu Benjamin, mas realmente tirou a garota do serio, finalmente ele a viu reagir.

— Serio? Eu estou deixando você me bater e tudo o que eu quero é falar um pouquinho e você quer que eu me cale?? Por que VOCÊ não para de falar, eu não gostei da sua voz.

E com isso ela deu um chute no peito do demônio a sua frente, usando o corpo do outro que a segurava por atrás para dar impulso, em seguida deu uma cabeçada que com certeza deve te-la deixado tonta no demônio de trás. Antes que qualquer um deles pudesse reagir a garota em uma velocidade que Ben não via nem em caçadores com muito treinamento e em plena forma muito menos em caçadores que acabaram de ser surrados e com certeza com tontura, enfiou uma lamina no demônio da frente e antes que ele houvesse sumido no ar ela se voltou para trás, segurou o demônio que tentava se levantar com o pé e cravou a lamina em seu cranio.

Benjamin ainda atordoado com a pancada que recebeu na cabeça, se esquivando dos demônios que o atacavam e tentando entender o que havia acabado de ver, resolveu agir também, assim com um soco e um chute ele juntou os dois demônios ensanguentados, enquanto eles tentavam se afastar e encontrar Ben, este entrou no balcão do bar e encontrou um fosforo, ele risca o fosforo e joga nos demônios ainda juntos. Instantaneamente os dois explodem em chamas verdes e fétidas, em poucos segundos somente o cheiro fica no ar.

Clarissa olhava para o local onde os demônios pegaram fogo como se não pudesse acreditar no que tinha visto. Ben achando que finalmente havia impressionado a garota, sorriu e disse:

— Sangue de Shau é inflamável, você só precisa faze-lo vazar um pouquinho, e... fogo, é claro.

Clarissa enfim o olhou e seu olhar de surpresa se transformou em pura frustração e raiva.

— Eu sei disso seu imbecil, eu só não posso acreditar que você fez isso. EU TINHA QUE FALAR COM ELES!

O barulho da pancadaria havia cessado, mas ela continuava gritando. E Ben estava realmente confuso agora.

— O que?

***

— Hum, ela me deixou mais confuso naquela noite do que eu fiquei a vida toda, e olha que eu tive muita confusão na vida.

— Bem meu querido, este parece ser um talento de Clarissa, deixar as pessoas confusas. — Magnus disse, não muito impressionado com a afirmação de Ben.

— Ela disse o que queria que os demônios dissessem? — Alec foi objetivo, mas Simon foi quem perguntou o essencial, pelo menos para ele.

— Ela disse que não tinha matado os seres do submundo. Ela realmente não fez?

Ben esperou que todos absorvessem a pergunta para que pudessem assim absorver melhor a resposta também, e então disse:

— Não, ela não os matou.

A sensação de alivio foi quase palpável na sala. Muitos caçadores de sombras já mataram muitos seres do submundo, este talvez seja o motivo da animosidade que ainda existe entre as especies, mas a um consenso de que apenas seres do submundo que quebram as regras devem morrer, e se possível devem ser julgados antes. Pensar em Clary matando esses seres por, por qualquer motivo que seja que não fosse esse, era no minimo repulsivo e apavorante.

— Mas foi ela quem os pegou. Sequestrou e muitas vezes torturou, de diversas maneiras, e apesar de ela não ter feito diretamente com que seus corações parassem, indiretamente ela pintou um alvo neles. Sebastian não os deixariam vivos depois de falharem com ele.

Silêncio enquanto todos encaixavam as peças desta história.

Ben parecia cançado e nem um pouco afim de continuar a falar. Ele levantou-se e disse:

— Vou verificar Clary.

— Ok, big boy, mas não pense que vai escapar de terminar o que começou. — Isabelle também queria um descanso, para colocar as ideias em ordem, mas ela também queria garantir que terminaria de ter as peças do quebra cabeça.

— Eu sempre termino o que começo. — E com isso Ben se encaminhou para o quarto, onde Clary tinha um novo pesadelo.

***

Clary queria acordar, ela queria muito acordar, porque ela sabia que estava sonhando e ela sabia o que viria a seguir: Sebastian.

Ela não se sentia com forças para enfrenta-lo agora. A poucos minutos — ao menos ela achava que eram poucos minutos ela tinha saído pela porta do apartamento de Simon tão disposta e tão pronta para chegar o mais rápido possível até o covil de Sebastian, mas algo — que ela não podia se lembrar agora — à parou, à esgotou.

Para estar sonhando ela tinha de estar dormindo, é que ela também não se lembrava de pegar no sono, havia uma neblina em seus pensamentos, o que só piorava a situação. No entanto ela tinha certeza de que estava sonhando, de que aquilo não era real, mas ainda assim tão real como podia ser.

Então ela se preparou, tentou dispersar a neblina que a perseguia, para poder observar e consumir o máximo que ela pudesse desse novo sonho. Porque ela duvidava que Sebastian estaria ainda na Turquia, o que a levava a outro ponto; Ben disse que Sebastian estaria debilitado por pelo menos alguns dias, como ele poderia em apenas algumas horas estar em seus sonhos novamente?

Bem, talvez ela estivesse errada, talvez não fosse um sonho induzido por Sebastian, talvez ela somente tenha ficado mais esperta para sonhos desde o último. Mas assim que ela formou esse pensamento, ela o descartou. A sensação era parecida de mais, até mesmo o aspecto deserto da paisagem.

Agora o cenário de seu sonho era frio, tão gelado que ela já não sentia a maior parte de seu corpo, porque ela estava apenas de calça e camiseta, enquanto toda a vastidão a sua frente, atrás de si, dos lados e até mesmo acima, estavam cobertos de gelo. Gelo e neve no chão, e mais neve que caia em um fluxo constante.

A neve que caia impedia sua visão de ir muito longe, porém para Clary não seria preciso mais do que isso para que ela soubesse o que havia a sua frente: apenas mais neve, mais gelo, mais e mais, e mais... nada.

Dessa vez ela sabia exatamente onde estava, só não compreendia o que Sebastian podia estar fazendo ali, na Sibéria.

— Se eu lhe conheço bem irmanzinha, a pergunta que se passa em sua cabeça agora é: o que eu estaria fazendo em um lugar como este? Acertei?

Clary deu meia volta, e como no outro sonho, Sebastian apenas se materializou a alguns metros dela.

— Incrível. Pena que eu não te conheça tão bem para ter a resposta.

— Acho que a questão aqui é que VOCÊ não SI conhece bem.

— Desde quando você é tão enigmático? Ó, desculpe, desde sempre não é?!

— Eu não sei o que está acontecendo com você, mas eu realmente achei que ia demorar mais para nos vermos em sonhos novamente, eu quero dizer, muito mais.

— Eu poderia dizer o mesmo. — Clary estava começando a tremer agora, um tremor que começava internamente, mas lutava para sair, no entanto ela não queria demonstrar nenhuma fraqueza em frente ao inimigo.

— Ahhh, então é isso? você achou que eu estaria fraco demais para fazer isso — Sebastian levantou um braço e fez um movimento circular para abranger tudo a sua volta — novamente tão cedo, e resolveu aproveitar para ter o máximo de seu sono?

— Não exatamente. Você não disse o que fazemos aqui.

— Antes, eu havia lhe dito que é você quem nos levava para os lugares. Eu entro em seus sonhos, mas o sonho ainda é SEU. No último você foi até mim, porque você provavelmente dormiu imaginando onde eu estava. Agora... eu realmente não posso dizer o que fazemos aqui, já que eu realmente não faço ideia do porque você pensaria em algo assim antes de dormir, não exatamente reconfortante. Mas... eu até me lembro desse lugar.

Clary não sabia se ele podia alterar sua forma física para aparecer em seus sonhos, mas ela não achava que Sebastian estava nada debilitado e de repente um pensamento lhe ocorreu com suas palavras. Clary fechou os olhos e imaginou o sol, forte e extremamente quente. Ela começou a sentir um raio de calor em sua face, no entanto enquanto ela abria os olhos foi apenas tempo suficiente para ver o céu se fechando e a neve começar a cair novamente.

— Você é esperta, muito esperta. Já está entendendo não é?

— Se o sonho é meu, eu posso manda-lo embora!

— Não seja tão ambiciosa Clarissa. Você até poderia, se soubesse como. Eu ainda tenho a maior parte do controle aqui.

E só para ilustrar isso, a temperatura que deveria já ser muito abaixo de zero, baixou ainda mais. Clary olhou para seus pés, pois ela não os sentia, foi ai que os viu descalços e completamente azuis, todo congelado, o tremor se tornou tão intenso que ela não pode se conter, tremia agora visivelmente. Mas a neve parou, isso não diminuiu o frio, mas a deixou ver mais longe no horizonte. A brancura de apenas mais gelo e neve.

— Da última vez em que estivemos aqui, você quase conseguiu o que queria, você quase me matou. Era nisso no que pensava enquanto enquanto caia nos braços de Morfeu?

— A-a-acredi-te, em mim, Se-sebastian — os dentes de Clary tremiam tanto que era difícil falar sem gaguejar — Eu tenho-o mais no-no que pensar.

— Que seja, por mais que eu goste de manter uma bela conversa com você irmanzinha, eu estou começando a ter calafrios aqui, eu gosto mesmo é do calor — Sebastian deu um sorriso de provocação, e Clary não pode se conter a dar uma boa olhada em seu longo casaco de couro e pele, em sua calça forrada e nas botas completamente impenetráveis para o frio, enquanto ela vestia quase nada.

— Bem, a-a-acho que e-eu, sou o la-lado forte da fa-família.

Sebastian riu audivelmente e se aproximou de Clary, que se sentia literalmente congelando no lugar, ela não podia se mover.

— Você tem uma determinação admirável realmente, mas que não me é muito útil agora. Você já está pronta para me entregar os livros?

— Na-não.

— Por que você simplesmente não se junta a mim?— Sebastian levantou uma mão e acariciou sua bochecha esquerda, Clary se desprezou por isso, mas ela realmente gostou do calor que vinha de sua pele — você não sabe o quanto eu desejo isso.

— Talve-vez eu saiba, só-só não me-me importo.

Clary se surpreendeu com o olhar de tristeza, tristeza verdadeira que viu em Sebastian, foi preciso que ela se lembrasse que ele já a tinha enganado com esse mesmo olhar uma vez.

— Você me despreza, me odeia! Como Jocelyn!

— Vo-cê-cê não fez nada admirá-vel.

— E se eu fizesse, mudaria a forma como você me vê? — Sebastian ainda tinha o olhar triste, e parecia esperar por uma resposta que daria sentido a alguma coisa, felizmente ou infelizmente neste caso Clary não podia ajudar.

— Um pou-u-uco tar-de para i-isso. — Ela mau se mantinha em pé agora, ela voltou a sentir o seu corpo, mas não de uma maneira boa, cada músculo e tendão de seu corpo estavam tensionados ao limite, como se fossem saltar para fora de sua pele, e a dor competia agora com o frio.

— Quando você estiver pronta, venha até mim. — essas foram as últimas palavras de Sebastian antes de desaparecer, mas não seu último ato, antes de sumir completamente, ele tirou seu casaco e o pôs sobre os ombros de Clary, fechando-o na frente, e ele não sorriu antes de ir, como sempre fazia.

***

Clary acordou atordoada, e foi preciso alguns segundos mais do que ela geralmente leva para perceber onde ela estava, notando um movimento ela se virou par a esquerda e viu Benjamin se aproximando com uma coberta nas mãos.

— Não acho que está tão frio, mas... você estava tremendo. — Ele disse se abaixando junto dela no colchão e a cobrindo com a coberta extra.

Clary ficou em silêncio por alguns minutos, tentando entender alguma coisa do que estava em sua cabeça. Quando falou ainda tinha que segurar os dentre para que não tremessem, não porque ela ainda sentisse frio, mas porque a sensação deste ainda estava ali, dentro dela.

— Você se lembra de quando me encontrou na Sibéria?

— E como! — Ben demorou para continuar sua resposta, mas como Clary não disse mais nada, ele prosseguiu — Eu pensei que você estivesse morta. Eu nunca senti tanto frio na vida, e eu não falo daquele gelo todo!

— Foi lá que você disse que me amava.


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Notas finais do capítulo

Isso ai!
Então ele realmente disse que a amava... O que será que ela respondeu de volta???

Bjoss, até o próximo ^^



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