Fogo Celestial escrita por Kika


Capítulo 21
Conhecendo o inimigo


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi...

Então, eu sei que eu prometi mais explicações do fogo celestial neste capitulo, ainda não chegaram, mas calma que está vindo... Neste momento da história as coisas estão mudando muito rapidamente e nada é previsível para mim rsrsrsrs

;D

Obrigada a todos pelos comentários e obrigada aos novos leitores que estão acompanhando (apareçam para dar um oi *_*)

Vamos lá então...

Boa leitura!|



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Depois de aproximadamente cinco minutos após todo o brilho desaparecer de Clary, uma sonolência enorme se apoderou dela, tão grande na verdade que ela não pode resistir. Ela não perdeu a consciência ou nada assim, apenas não era capaz de manter os olhos abertos por muito tempo. Por isso Simon ofereceu sua cama para ela, que aceitou imediatamente e sem discutir — o que para os últimos tempos era de se admirar. — assim que ela se deitou, apagou completamente.

Assim, restava apenas o garoto Haikai de quem extrair algumas informações. E ele sabia de muita coisa, Jace tinha certeza disso.

— Muito bem. Chega de enrolação e chega de mentiras — Benjamin abriu a boca para protestar, mas Jace foi mais rápido — ou omissões, como você preferir chamar. Você vai dizer o que está acontecendo. Agora!

Jace queria respostas, como ele nunca quis antes, ele sabia que tinha bem mais do que qualquer um deles aqui em Nova York pudesse imaginar, acontecendo. E o fato de Clary também ter o fogo celestial dentro dela, estava o incomodando profundamente, embora ele pensasse agora se essa não era a fonte da estranha ligação que ele sentia com Clary, algo que eles tem em comum — não que ISSO fosse algo que ele desejasse ter em comum com ela.

Benjamin, parecia cansado, muito cansado na verdade, ele olhou duas vezes ao redor, como se procurando algo familiar e não encontrando, para Jace essa foi a primeira vez que ele demonstrou vulnerabilidade.

— Você tem comida aqui? Ela vai acordar com muita fome. — Ben perguntou para Simon, ignorando completamente a irritação mau contida de Jace.

— E como você sabe disso? — Alec percebendo a relutância de Ben, perguntou.

— Porque já aconteceu antes e eu estava lá, e eu vi! Ela provavelmente vai comer tudo o que não comeu nas últimas semanas. E se você não tiver comida, ela vai começar pelas almofadas.

— É como se consumisse tudo dentro de você. — Quem falou foi Jace, porém mais para si mesmo, o que não impediu que os outros o escutassem.

— Por isso você comia tanto no começo. — Observou Izzy, relembrando do quanto ele comia e dormia depois de ‘acidentalmente’ se transformar em luzes de natal.

O que o fez pensar em outra pergunta para o garoto, e dessa vez Jace estava disposto a faze-lo falar. Ele não conhecia o interrogatório Randorin, mas ele tinha outras técnicas, que vem funcionando muito bem, para conseguir informações.

— O que aconteceu com ela? Agora, eu quero dizer. Isso acontece normalmente quando se perde o controle, por raiva, frustração, surpresas enormes ou...

— Culpa. — Antes que Jace pudesse terminar, Ben o interrompeu, para o bem dele.

— Culpa? Mas culpa do que?

— Ela mentiu para mim Isabelle, apesar de eu não ter percebido isso, tenho certeza de que ela se sentiu culpada. — Simon falou com uma voz pequena e triste.

— Exatamente. Parece que você a conhece mesmo afinal. E parece que ela se importa muito com você. É preciso uma emoção muito forte para faze-la perder o controle, mas a outras coisas também.

— Que coisas?

— A falta de descanso, comida, seu ferimento recente, o sonho perturbador, todas as emoções relacionadas a Sebastian, tudo isso desencadeia um processo que é mais lento, porém mais perigoso para essa... isso que acontece. Eu diria que isso ter acontecido, hoje e aqui, foi na verdade bom.

— Bom? Você está brincando!

— Não, ele não está Simon. O que você quer dizer com ‘ser mais perigoso quando acontece lentamente’? — Magnus que prestava muita atenção até agora, entrou na conversa.

— Quero dizer que o que vocês viram hoje, foi bonito, perto do que pode acontecer. Ela não perdeu totalmente o controle. Na verdade, ela se controlou muito bem, me pergunto como?

Benjamin parou de falar nesse ponto, ele não parecia querer continuar. Ele olhou em direção ao quarto onde Clary estava e Jace pode perceber que na verdade ele queria estar lá, com ela. No entanto ele ainda não estava satisfeito.

— Ora, vamos, desembuche toda a história de uma vez. — Jace pensou em dizer isso, talvez não com essas palavras, mas pensou, porém Izzy acabou dizendo antes.

— A história não é minha. É dela. Ela deve contar — Ben disse parecendo desconfortável, e ainda acrescentou: — se quiser.

— Você disse que ela pode ser perigosa, e ela já é perigosa, se a coisa pode piorar nós temos que saber com o que estamos lidando, então não me venha com purismo e diga O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM CLARY? — Jace estava se importando uma minhoca para o que esse Haikai pensava ou queria. Ele mesmo queria respostas e disse a si mesmo que era somente para proteção, assim como uma vozinha dentro dele disse que era para ele admitir que se importava, ele a ignorou prontamente.

Benjamin tinha uma terrível dor de cabeça. Quando ele começou a procurar por Clarissa ele sabia que assim que a encontrasse encontraria também os problemas — mas o que ele estava pensando?! Desde que ele a conheceu ele teve certeza de que ela era O PROBLEMA. — porém, agora, a confusão está enorme.

Ben veio para ajudar Clarissa, ele sabia que ela não poderia ficar sozinha, que ela precisaria de sua ajuda, assim como já precisou antes. Mas ela mesma não admitiria isso. No entanto, por tudo o que Clary havia contado deles, Ben achou que conhecia os seus amigos de Nova York, agora porém ele admitia que poderia estar errado. A muito mais determinação e sentimentos aqui do que Clary lhe contou.

Ben não achava que ela havia mentido para ele a esse respeito, é apenas que talvez nem ela mesma soubesse disso. E esse foi um dos principais motivos pelo qual ele veio atrás dela, porque ele achou que ela não encontraria ajuda aqui. Mas o que ele vê... é justamente o oposto disso. Até mesmo aqueles que se esforçam ao máximo para não demonstrar ou até mesmo sentir preocupação, têm uma vivacidade para protege-la, que o trás justamente para o dilema do momento.

Contar a eles toda a história, mesmo que isso seja algo que Clarissa não deseja, para que eles possam ajuda-la ou manter as coisas como estão e seguir o plano original, que era ajuda-la sim, mas sozinho?

Ben com todos os seus dons sempre foi muito bom em conhecer e reconhecer as pessoas. É complicado analisar, como pode-se dizer, a alma? A essência? A luz interior? A consciência?, ele não tinha uma resposta, mas há alguma coisa dentro de cada pessoa que faz dela quem ela é. Ninguém é completamente bom ou mal, isso não quer dizer que não possa ser mais de um do que de outro.

Como ele pensou inicialmente é muito complicado, as situações, pessoas, lugares tudo influencia, mas ainda é somente isso: influencia. E cada pessoa reage de uma maneira diferente. E pensando assim talvez ele tenha encontrado a origem de sua dor de cabeça — além de Clarissa é claro — cada uma das pessoas dessa sala, tinham a ‘essência’ mais complexa do que a outra. Mas um pequeno ponto era unanime em cada um deles: todos queriam proteger Clary. E foi assim que ele decidiu.

Enquanto Clarissa dormia no quarto, ele contava á seus amigos o que aconteceu durante o tempo em que ela esteve fora.

— Eu conheci Clarissa em Londres, no Amans Dea, um bar de seres do submundo, a nove meses para ser mais exato. — Ben respirou fundo e vidrou seus olhos na mesinha de centro se lembrando de um outro lugar em uma outra época, com outras pessoas. — O Instituto havia recebido varias denuncias de ataques à seres do submundo nas ultimas duas semanas, denuncias e acusações, pois eles afirmavam que quem estava fazendo isso era um caçador de sombras, então nós estávamos investigando, mas sempre chegávamos tarde de mais, e foi preocupante sim, desde o começo, porém depois da primeira semana a coisa ficou urgente.

Ben parou de falar, as lembranças vinham muito vividas e uma parte dele ainda lutava com a decisão de compartilhar uma história que não era completamente sua, mas os presentes não o deixariam parar agora que ele havia começado.

— O que exatamente deixou a ‘coisa’ urgente? — Magnus que tinha se empoleirado, ironicamente, como um gato no braço do sofá, e escorava-se nos ombros de Alec, perguntou.

— Na primeira semana eram apenas agressões, destruição do ambiente e ameaças. Mas depois... ham, começaram a haver desaparecimentos e mortes. Então a situação se tornou urgente. Minha mãe colocou todos os caçadores em Londres para procurar por ela, a essa altura já sabíamos que se tratava da filha de Valentine, ela não estava escondendo sua identidade.

“Minha mãe alertou a Clave e eles mandaram caçadores de Idris para ajudar a encontra-la, eu no entanto descreveria aquilo como ‘uma caçada’. Ainda assim, a Clave não precisava ter mandado reforços, EU era sua melhor chance de encontra-la. E de fato foi o que aconteceu.

“Naquela noite eu entrei no Amans Dea seguindo uma combinação de analise de padrões com instinto. Eu fiquei lá por duas horas antes que alguma coisa acontecesse.”

— Mas aconteceu não é? — Isabelle incentivou pois Ben tinha parado de falar novamente.

— Sim. Ela entrou no bar e eu sabia que era ela, mesmo eu nunca tendo a visto antes ou sem que ela tenha feito nada, na verdade ela foi bem discreta, exceto pelo fato de ela estar brilhando é claro. Mas, a coisa estranha, é que ninguém percebeu o brilho que ela irradiava, ninguém encarrou ou saiu correndo, ninguém perguntava o que estava acontecendo, não houveram sussurros entre as pessoas, não demorou para eu perceber que apenas eu podia ver aquilo. Muita coisa estranha acontece comigo desde que eu tinha quatro anos, então não me surpreendeu realmente, apenas me admirou e me deixou muito curioso, porque eu não sabia o que era aquilo, e eu com certeza queria saber. Por isso quando ela se sentou em uma mesa no canto mais afastado eu fui até lá e me sentei também.

— Você tem feito um estrago e tanto na minha cidade.

— Sua cidade! A Clave já é assim tão arrogante que acha que pode dar capitais inteiras para seus cães de guardas?

Ben arqueou uma sobrancelha com a menção de ‘cães de guardas’. Realmente os seres do submundo não exageraram quando falaram de sua arrogância e superioridade.

— Interessante você falar sobre arrogância.

A garota pareceu não ter gostado da comparação, mas ele não estava ali para agradar mesmo. Ela estava fazendo uma bagunça tremenda e Benjamin Wharlook não gostava de bagunça. Pelo menos não quando não era ele quem a provocava.

— Então você é a famosa filha de Valentine, aquela que como o pai, desafiou a Clave, e como ele, vai falhar.

Ela sorriu, um sorriso enorme, e pegou Ben completamente desprevenido, por muitos motivos, mas principalmente pela sua beleza.

Quando ele a viu entrar no bar, sua aparecia e o modo como ela se movia, sinuosa e atenta a qualquer coisa ao seu redor junto com o que ele já sabia sobre ela, deixou claro para Ben que ela era perigosa.

No entanto, quando ela sorriu, mesmo sendo um sorriso perverso, fez com que ele visse uma beleza que não estava ali antes. Suas feições se suavizaram, a amargura de seus olhos se foram e o hálito que passavam por seus dentes a mostra parecia muito doce — e muito contraditório — por isso ele se sentiu paralisado com esse sorriso e só foi capaz de pensar ‘ como coisas tão simples e aparentemente tão inofensivas, podem causar tantas reações inesperadas’.

Ainda com o sorriso nos lábios a garota disse:

— Eu não sei quem é você, mas se você foi capaz de me encontrar, se não foi completamente por acaso é claro, deve merecer algum crédito — com essas palavras Ben voltou a realidade, a arrogância estava ali novamente e não havia sorriso tão belo capaz de esconder isso. — então me diga, a Clave levou anos apenas para descobrir as intensões de meu ‘papai’ e ainda assim foi enganada uma segunda vez por ele, quando ele viveu livre e com muito tempo para planejar seu novo plano, e ainda assim foi preciso uma coisa que a Clave não possuía para para-lo. EU. Agora... quem vai me parar?? Você?

O sorriso não sumiu de seus lábios enquanto ela dizia estas palavras e Ben se sentiu mau.

Mesmo depois de tanto tempo, ele ainda não havia se acostumado — e acreditava que jamais se acostumaria — a sentir as pessoas como ele sentia. Então neste momento ele não sabia o que pensar. A garota o estava deixando confuso, e ele não costumava ficar confuso, Ben sempre foi muito bom em decisões.

Ela era arrogante, sim, mas não tinha a pretensão de uma coisa essencial para quem quer fazer o mau: poder.

Suas palavras podiam indicar que sim, que ela se sentia poderosa por ter parado o pai, quando a Clave sozinha não conseguiu, que ela se achasse tão poderosa que eles não poderiam para-la também. E era isso que confundia Ben, porque a maneira como essa disse e seus sentimentos não eram compatíveis com suas palavras.

— Talvez eu possa, mas talvez eu não queira. — Ben levantou-se em um supetão e girou ao redor, como se esperando encontrar quem o havia obrigado a dizer essas palavras, mas não havia ninguém ali, e ninguém o obrigou a dizer nada. Ele ficou em pé e em silêncio por um bom tempo, então sentou-se novamente e por fim elaborou a primeira de muitas perguntas que dai em diante o faria entender quem realmente era a ‘filha de Valentine’.

— Eu fiz muitas perguntas, ela não respondeu quase nenhuma, ou melhor ela respondeu, mas todas a sua maneira, vocês já devem ter percebido como é isso.

— Frustrante. — Interrompeu Magnus.

— Exatamente, não é como se desse para descobrir muita coisa. Eu não sei exatamente o que me fez ficar ali fazendo perguntas e tentando intende-la ao invés de chamar imediatamente os outros caçadores e assim entrega-la para a Clave. E também não sei o que a fez ficar e responder as minhas perguntas, do seu modo, mas ela ficou.

— Então foi assim que você e Clary se conheceram. — Afirmou Simon, se levantando e dando uma volta pela sala, pensando em tudo o que estava ouvindo. Na Clarissa completamente arrogante e indiferente que Benjamin descrevia, tentando encaixa-la com a amiga corajosa porém carinhosa que ele conhecia.

— Continue por favor, a história é tão interessante quanto eu achei que seria. — Esta foi Isabelle, ansiosa pelo resto da história, um mistério sendo revelado.

— Bom, eu fiz perguntas pelas quais ela deu meias respostas e ela também me perguntou algumas coisas das quais eu também dei somente meias respostas. Mas eu sabia que ela não estava ali para se embebedar e desfrutar da minha companhia, então eu esperei que algo acontecesse e ela parecia que não se incomodava que eu esperasse. O que me irritou na verdade, eu me lembro de ter pensado que... que ela era realmente muito prepotente e autossuficiente se ela achava que seria capaz de me parar se eu decidisse leva-la para a Clave, mesmo que ela não soubesse da minha condição de Haikai.

Ben interrompeu-se por um momento, foi até a cozinha e tomou dois copos de água, quando voltou continuou a falar de imediato.

— Foi ai que as coisas ficaram ainda mais interessantes. Me lembro de ver seu olhar mudando, frio, o verde de sua iris adquirindo um tom dourado, a temperatura ao nosso redor pareceu cair uns cinco graus instantaneamente, e eu pude sentir um tremular no ar, como... como... ah, como ondas de calor, apesar de serem frias. Eu me arrepiei, não pelo frio, mas pela crueldade que estava bem na minha frente. Neste momento eu pensei que deveria leva-la, de alguma maneira, imediatamente para a Clave, mas por algum motivo eu me virei para acompanhar seu olhar, foi quando eu vi o que causou esse efeito.

Benjamin sentia-se tonto, entre as ondas de frio estéreo que vinham de sua companheira de mesa e as ondas ardentes que vinham dos recém chegados, ainda assim ele conseguiu raciocinar o suficiente para entender que a coisa ia ficar feia e neste momento não havia duvida de que lado ele ia tomar.


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Notas finais do capítulo

Muito previsível ou alguém imaginou esses dois de conhecendo de uma maneira muito diferente?

A confusão está só começando rsrssrsrs

Bjoss e até o próximo ^^



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