Fogo Celestial escrita por Kika


Capítulo 20
Fogo Celestial I


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoallllll...

Volteiiiiiii!!

Desculpem o sumiço.

Eu estou com um certo problema de criatividade, combinado com falta de tempo. (nem minhas fics favoritas aqui do Nyah eu estou conseguindo acompanhar :/)
Sem contar que minha história chegou em uma bifurcação e eu não estou sabendo qual caminho seguir.. ~ ahhhhhh, me sentindo perdida aqui.

Sem mais delongas, vamos ao capítulo de hoje.

Boa leitura!



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Clary deu apenas três passos pelo corredor depois que fechou a porta, ela se sentia enjoada, enjoada com ela mesma, com o que ela tinha feito com Simon. “mas por que?” pensou ela. Desde que ela tem estado sozinha fingir e até mentir se for preciso para conseguir seus objetivos tem sido tão fácil.

Mas agora, com Simon, ela não conseguia esquecer sua expressão de conquista ao conseguir que ela tenha dito a ele o que ele queria. E ele acreditou nela, Clary sabia disso, mas afinal porque não acreditaria? “ele confia em mim, ele ainda confia em mim. E talvez seja a única pessoa que realmente confia. E eu o trai, o enganei”.

Ela estava ficando sufocada, um aperto no peito que estava reprimindo até mesmo seus pensamentos. Clary se encostou na parede e apertou com força a frente de sua camiseta, como se assim aquela sensação sufocante fosse passar. No entanto não passava e ficou ainda pior quando ela ouviu as vozes do outro lado da parede.

— Ninguém vai atrás dela? — Alec perguntou meio ansioso.

— Se ela quisesse companhia ela teria nos convidado. — Jace respondeu ríspido.

— Eu não acho que Clary é do tipo que convida alguém para lhe fazer companhia, e isso ainda é da velha Clary, Jace. — Isabelle falou enquanto examinava uma lasca inexistente em suas unhas.

— Ela não quer companhia. O que não significa que ela não terá! — Disse Ben muito serio e em seguida virou-se para Simon que ainda encarava a porta por onde Clary saiu. — O que aconteceu no quarto?

— O que? Não aconteceu nada, o que você acha qu... há você quer saber sobre o que nós falamos?

Ben não respondeu a esta pergunta apenas continuou a esperar.

— Nós conversamos. Eu disse a ela que não diria o que eu sabia até ela me dizer algumas coisas.

— Que coisas?

— Isso não importa. — Simon estava agora ficando irritado com a intromissão desse garoto, quem ele pensa que é pra se meter assim na vida dele e de Clary?

— Importa. E muito. O que ela disse a você?

— Qual é? Por que você acha que eu tenho que responder suas perguntas? — Agora Simon estava mesmo irritado, ele não estava mais na casa da mãe dele e ela era a única que podia lhe fazer perguntas e mais perguntas sem dar nenhuma explicação.

Porém Simon não era o único que estava irritado a esta altura. Benjamin havia perdido aquela expressão de eterna tranquilidade que ele sempre carregava, mesmo que outras expressões também aparecessem em seu rosto a tranquilidade estava sempre ali, era até irritante. Mas agora ela havia sumido.

Ele tinha o cenho franzido um brilho no olhar que nenhum deles tinha visto ainda, ele deu um passo em direção a Simon e respirou duas vezes antes de falar novamente.

— Você tem que responder as minhas perguntas porque há uma grande chance de você ter sido enganado lá naquele quarto, e eu preciso saber se isso realmente aconteceu para que eu possa ajudar Clarissa. — Ao terminar de falar, foi possível ouvir o rangir dos dentes de Ben.

— Eu ainda não sei do que você está falando. Clary não me enganou em nada, ela só disse o que sentia, e foi só isso que conseguiu um pouco de respeito da minha parte para você.

Neste momento Ben sentou-se no sofá e começou a rir. Era um sorriso de escárnio e não de divertimento.

— Ela disse o que sentia? Deixe-me adivinhar, ela disse que está cansada disso, que quer que acabe logo e que só conseguirá quando ela chegar até Sebastian, e tudo isso com um olhar de dó no rosto, que foi o que te fez ter pena e acreditar que sua amiga estava te dizendo a verdade. — Ben passou a mão pelo rosto a esfregando nos olhos, antes de olhar para Simon e dizer: — E você é supostamente quem melhor a conhecia!

E assim ele se levantou e foi em direção a porta. Simon não disse nada, ele ainda estava tentando entender o significado das palavras de Ben, e o restante do pessoal não disse nada, porque eles já haviam entendido e cada um deles tinha em mente a mesma pergunta: se ela enganou assim Simon, será que alguma coisa que veio dela até agora é verdade, ou ela planejou cada palavra e ação para conseguir alguma coisa?

Eles foram tirados desse pequeno estupor porque assim que Benjamin abriu a porta ele gritou:

— Clary? — E saiu correndo.

Espantados todos os outros correram também para descobrir o motivo de tal comoção. Chegando a porta Jace quase deu um passo atrás com o que viu.

Clary estava sentada no chão, escorada a parede como se tivesse escorregado por ela até estar naquela posição, a cabeça estava pendida para o lado em cima de seu ombro esquerdo e sua direita agarrava com muita força a frente de sua camisa como se esta a estivesse sufocando, o que poderia ser, porque ela arfava audivelmente, como se seus pulmões não conseguissem ar o suficiente. Mas apesar dessa cena o que fez Jace estacar no lugar e observar tudo como se estivesse muito longe foi o brilho que emanava da pele de Clary.

Toda a sua pele visível brilhava, um brilho cintilante, dourando esbranquiçado que a deixava resplandecente, era lindo. Mas era terrível, Jace sabia, ele sabia também que se alguém a tocasse iria queimar e que se ela continuasse assim por muito tempo ela mesma iria se queimar. E neste momento ele soube que Benjamin também sabia disso, pois ele não a tocou, estava ajoelhado no chão ao seu lado falando com ela, mas não a tocou em momento algum e agora quando Isabelle se aproximou tentando fazer isso, ele disse:

— Não a toque. — Isabelle se afastou, não pela ordem, mas sim pela ferocidade que veio junto com ela.

— Como assim não a toque? ela esta passando mau, temos que leva-la para dentro e ...

— Você não pode toca-la. — Jace interrompeu Isabelle e caminhou até Clary. — Nem você. — Ele disse para Benjamin. — Mas eu posso. — E assim ele se abaixou, passou os braços sob as pernas e os braços de Clary. A levantou e a levou para dentro do apartamento de Simon a colocando gentilmente sobre o sofá.

Ninguém, exceto Benjamin parecia entender o que estava acontecendo, todos se amontoaram ao redor de Clary, sem saber ao certo se estavam preocupados ou espantados, ela continuava a brilhar e parecia que sentia uma dor muito grande pois continuava pressionando a mão em seu peito.

— Clary? Você está bem? — Simon ia se aproximando, quando uma mão em seu peito o parou, involuntariamente suas presas saltaram para fora.

— Não se aproxime dela. — Benjamin disse, não dando muita importância para as presas a mostra.

— Eu não acho que eu gosto de você agindo como se fosse o dono dela. — Simon sibilou.

Antes que Ben pudesse responder, Jace o fez.

— Eu gosto disso tanto quanto você vampiro, mas dessa vez é melhor você ouvi-lo.

— Por que? Será que alguém pode dizer o que está acontecendo aqui? Por que ela está brilhando?

Ao invés de responder as perguntas de Simon Jace resolveu fazer as suas próprias.

— Desde quando isso acontece? — Perguntou ele pra Benjamin.

Este olhou para Jace, se ajoelhou em frente a Clary e respondeu olhando para ela.

— Você já tem essa responta.

Jace derramou uma sequência de palavrões e deu as costas a cena.

Magnus se aproximou do sofá, pairou a mão uns vinte centímetros de Clary. A olhou por um tempo e finalmente disse:

— Interessante.

Alec o olhava como se perguntando com o olhar ‘o que você já entendeu que eu não?’ até que ele compreendeu também.

— Não pode ser! Eu pensei que apenas Jace havia sido afetado. Como isso é possível?

A sala toda ficou em silêncio, com uns tentando ainda entender o que acontecia e os que entendiam não sabendo ou não querendo explicar. Por fim quem falou foi Magnus.

— Na realidade era de se esperar por algo assim, o espantoso é que ninguém nem pensou nisso.

— Pensou em que Magnus? — Izzy como sempre já estava impaciente.

— Ambos, tando Jace quanto Clary tiveram contato direto com a espada Gloriosa, por isso ambos tem o fogo celestial dentro deles.

— Mas isso não faz sentido. Como ninguém percebeu isso em Clary? Em Jace todos podiam ver quase que imediatamente as consequências.

— ISSO, eu não sei dizer. — Respondeu Magnus colocando uma mão no queixo.

Jace continuava sem dizer nada, de costas e imóvel.

— O fogo do anjo trabalhou diretamente em Jace, cortando sua ligação com Sebastian, purificando seu corpo e com isso sendo consumido. O mau dentro de Jace era o combustível e também o que fazia o fogo ser extinguido. Não durou muito não é Jace? Depois que você foi para os irmãos do silêncio a intensidade diminuiu e o que restou você aprendeu a controlar. Ainda está em você, mas já não arde como antes. — Benjamin parou como se esperando que Jace concordasse com ele, como ele continuou imóvel, Ben continuou.

— Não havia mau em Clary para fazer com que o fogo se consumisse. Por isso ele simplesmente ficou armazenado dentro dela. — Ben levantou a mão querendo tocar o rosto de Clary que parecia em uma espécie de transe, mas a abaixou antes de o fazer. — Mas quando o recipiente é frágil de mais para o conteúdo ele... ele acaba se quebrando.

— Como se quebrando? Você quer dizer que Clary não aguenta esse tal fogo celestial dentro dela? Como a gente tira isso dela então?

— Não tira Simon. — Jace finalmente encontrou sua voz, continuava ainda de costas, mas falava. — Quando eu fui para a cidade das cinzas com os irmãos, era esse o objetivo, mas não demorou muito para descobrirem que a unica maneira de isso acontecer era basicamente me matando. — Jace parou, respirou fundo e se virou. — Por algum tempo eu esperei que eles fizessem isso, mas irmão Zacharyah achava que tinha uma outra solução, e ele se comprometeu a me ajudar. Foi ai que começou a coisa toda para ‘controlar’ essa coisa. Funcionou bem o suficiente para que não me matassem, pelo menos por enquanto. Mas ainda está aqui, dentro de mim. Mas eu precisei treinar muito para isso, então... como ela consegue?

Jace havia se aproximado e ao contrario de Ben ele tocou a face de Clary, assim que o contato aconteceu ela saiu de seu transe e olhou diretamente em seus olhos.

Os olhos dela, de Clary, pareciam duas piras de fogo verde, ardiam e queimavam, as bordas de suas pupilas estavam manchadas de dourado e disformes como se fossem realmente uma chama.

Ficaram assim por tempo suficiente para que o brilho em torno de Clary diminuísse e por fim cessasse. A chama em seus olhos se suavizaram até que o que restou foi somente o seu verde natural. Quando isso aconteceu Jace sentou-se no sofá e a abraçou.

— Só porque ninguém vê, não significa que não esteja ali. — Disse ele mais para si mesmo.

Ben que permaneceu todo o tempo ajoelhado ao lado de Clary, foi até a cozinha e voltou com um copo d’água, enquanto ela pegava o copo com uma mão, ele pegava o seu braço livre e com sua estela começou a traçar um intrincado padrão de espirais que já estavam em seu braço, quando ele terminou o desenho simplesmente disse:

— Beba.

E foi o que ela fez, bebeu todo o copo d’água com uma voracidade incrível.

Jace não entendia muito bem, é claro que quando isso acontecia com ele, ele tinha vontade de tomar um lago inteiro de água, mas não é como se aliviasse alguma coisa, então porque ela parecia tão aliviada. Talvez fosse a runa, não era uma runa que ele conhecesse.

Isso fez com que ele pensasse que ela deveria ter encontrado uma maneira de controlar o fogo celestial sozinha. Talvez fosse isso, essa runa. O que levou seu pensamento para outro lado; se ela não tivesse ido embora poderia ter ajudado ele a controlar essa coisa, teria evitado muita coisa, teria sido muito mais fácil, e se ele não tivesse conseguido controlar, e a clave resolvesse mata-lo? Enquanto Clary tinha um modo de controlar, literalmente em suas mãos, ele poderia ter morrido simplesmente porque ela não estava aqui. Pode ser egoísta pensar assim, mas ainda é verdade.

Como se lendo os pensamentos de Jace, Benjamin falou:

— Ela não controla isso como você. Há uma quantidade muito maior de fogo celestial nela. E enquanto você aprendeu a mante-lo dentro de si, ela não, ela somente, precariamente, o mantém preso. E isso quer dizer que as vezes ela perde o controle. E isso é perigoso.

— Perigoso por que? — Simon estava cada vez mais perto de Clary.

— Porque tudo que não tem controle é perigoso.

— Mas nem sempre isso é ruim. — Clary falou pela primeira vez, tinha a voz rouca e uma expressão cansada, porém determinada. E quando Clary estava determinada, bem, talvez isso sim seja perigoso.


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Notas finais do capítulo

Segredos do tal fogo celestial sendo desvendados a partir de agora!!
Gostaram? não?

Bjoss ^^



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