Mais uma monótona segunda-feira em Forks, pensei enquanto limpava da minha boca os restos da minha presa. Foi um urso dessa vez; eu tive sorte.

Sou uma vampira, certamente poderia morar em algum lugar mais interessante do que Forks, uma cidadezinha tediosa dos Estados Unidos. Despresivelmente segura. Se não fosse por mim, é claro. Mas eu não me alimento de humanos, eu não os machuco nesse sentido.

Faz um tempo desde que eu fui transformada. Ocorreu um acidente em Phoenix, um carro bateu em mim. Alguém me levou correndo para o hospital, mas o meu estado era deplorável, eu realmente morria aos poucos, de modo que Phil me transformou no hospital, quando minha mãe dormiu na cadeira ao meu lado. Ele me disse o que era e não levou nem 5 minutos para que eu pedisse pela transformação. Não fiquei surpresa por descobrir que Phil era um vampiro. Ele disse que eu deveria mudar de nome e sair de Phoenix, e mudar minha aparência, se possível. Eu disse que faria tudo isso, ele podia confiar.

Phil me levou para fora num movimento brusco e me transformou. Não sofri muito no processo. Fiquei sabendo alguns anos depois que eu havia sido dada como morta, mesmo sem meu corpo para comprovar tal fato. Charlie continuou procurando e investigando, porém até mesmo ele se cansou e superou um dia, depois de uns 7 anos. E Phil também morreu - ou melhor, se suicidou. Ele foi até os Volturi; a morte de minha mãe havia sido muito dolorosa para ele. Deu para entender.

Então, eu mudei meu nome para Isa Marie, de acordo com as ordens de Phil. Também pintei o cabelo de um louro escuro, mas alguns anos depois voltei à cor normal. Não havia motivo para mudar a cor do cabelo quando todos que sabiam a cor natural dele já não estavam mais presente.

A sede foi uma coisa fácil de lidar. Eu consigo me controlar agora, graças à Tobias Cullen, o mais lindo vampiro que eu já vi. Tobias foi muito importante para mim em relação à isso, e muitas outras coisas. Ele me ensinou a dieta dos vampiros quando me encontrou deitada, sem rumo, no meio de uma floresta no Brasil. Ele foi o vampiro mais admirável que eu já vi; forte, cheio de auto-controle. Ele gostava de brincar com as pessoas, usá-las como objeto. Eu admirava isso nele também.

Tobias gostava de matar pessoas, mas não para beber do seu sangue. Ele não gostava de depender de sangue humano - isso o fazia sentir-se fraco - então simplesmente superou isso. Ele matava os humanos como forma de expressar sua raiva por ter de ser tão dependente deles por natureza, e dava as partes de seus corpos aos animais. E eu o considerava um anjo. E ele cuidava de mim como o seu mais precioso tesouro.

Nós nos amávamos. Demais.

Porém, houve uma bruxa que gostava demais de Tobias, e me odiava. Ela era poderosa. Nunca fui a vampira mais educada no mundo, e foi minha língua e teimosia que despertaram seu ódio, além do amor de Tobias por mim.

Ela me jogou um feitiço e matou Tobias, e essa é a parte da história que não precisa de todos os detalhes. Uma bruxa Original. Ódio. Um feitiço. Isso já basta.

De qualquer modo, eu estou mais bonita agora. E mais forte, e consigo correr sem tropeçar em algo e cair. Também consigo praticar esportes sem bater em alguém que se aproxime demais.

Os novos alunos me consideram um anjo, mal sabem eles o quão perto da morte estão quando se aproximam de mim. É horrível ter tanta atenção, mas é necessário para que eles confiem em mim. Então, eu sempre mato alguns como Tobias matava há 90 anos atrás.

Eu vingo sua morte.

E isso é revigorante.