2 semanas depois.
Eu vinha vivendo uma especie de síndrome do panico nas ultimas semanas. Desde que Alexander Durten entrou em minha vida, eu não sabia mais sair de casa ou ir para qualquer lugar sozinha. Eva já estava começando a surtar com isso me dizendo para conversar sobre o que realmente havia acontecido.

Estava guardando minhas coisas no escritório quando Ana bateu de leve em minha porta, levantei o olhar.

– Dra, seu irmão está aqui. - ela disse e mordeu o lábio.

Respirei, respirei e respirei. Ok. Eu tinha um irmão que foi morar na Suíça aos 17 anos e eu tinha 10 anos de idade. Desde então mal nos falamos.

– Eric – disse quando ele apareceu atrás de Ana com um sorriso pra mim.
– Amy... - ele olhou para que se intimidou e nos deixou a sós.

Eric era o tipico cara que é sonho de qualquer mulher. Loiro, alto, forte e olhos azuis. Sentei na minha cadeira e fiz um aceno para que ele se sentasse.

– Eric, o que faz aqui? - perguntei, sorrindo.
– Eva me ligou. Disse que você estava com problemas de saúde... - ele sorriu de lado e olhou em volta.

Suspirei.

– Eric meus problemas são de trabalho, não de saúde.

Ele arqueou uma sobrancelha e me encarou. Odiava quando ele fazia aquilo, principalmente quando estávamos de pé, ele tinha quase dois metros de altura. Ok, 1, 94 cm. Mais estávamos sentados, graças a Deus.

– Ok Amm, vim passar um tempo, estou de mudança. O hospital em que eu trabalhava na Suíça me transferiram para cá. - ele disse, e se levantou e me olhou. - Vamos embora?

Dei uma gemida de cansaço e ele veio andando até mim. Me puxando pelos braços e rindo.

– Vamos sua preguiçosa. Por que você fica toda manhosa quando está perto de mim? - me levantei e ele passou o braço sobre meu pescoço.
– Saudades de você. - falei sorrindo.

Eric e eu saímos e ao chegar no estacionamento, tive a sensação de estar sendo vigiada.
– Amm, o que houve?
Fiquei apenas olhando pro nada, entre os carros do estacionamento.

– Amy? - Eric pôs a mão na minha cintura e me puxou para perto de seu peito.
– Você viu? Tinha alguém aqui... - falei e me virei para encara-lo.
Eric ficou me olhando.

– Não tinha ninguém aqui. Vamos para casa.

Eric foi dirigindo. Fiquei calada o caminho imaginando, voltando a cena em que Alexander Durten havia dito que eu estava sendo observada. Aquilo tava me causando uma pane mental que até dentro do meu proprio banheiro, eu achava que tinha alguem me vendo tomar banho e aquilo me dava arrepios.

Chegamos em casa e Eric olhou em volta.
– Aconchegante.
Olhei pra ele, confusa.
– Como assim?

Ele riu de lado e deu um sorriso. Eu achava engraçado o sorriso dele, por que a cara dele era feita pra ficar sério, como qualquer outro médico, então quando ele sorria eu achava engraçado.

– Eric... Você vai ficar definitivo?
Ele balançou a cabeça positivamente. Dei um gritinho e pulei em seu pescoço e ele me abraçou forte.
O resto da noite, foi eu e Eric conversando, colocando o papo em dia/noite e comendo aquela pizza com refrigerante.

– Eva me contou que você foi assaltada e que ficou em choque por conta disso. - ele colocou o copo no criado mudo. Estavamos deitados na cama do quarto de hospedes que agora era dele. Parei de rir.

– É foi umas semanas atrás, no meu aniversário, que alias você não ligou!!!
– Eu estava de plantão e estava de conferencia no skype com a Eva no tal barzinho, maaas a senhorita não apareceu.
Eu ri.

– Bem, eu havia saido tarde do escritorio e o estacionamento estava vazio. Isso acontece com qualquer um Eric... - disse baixo.
Eric ficou me encarando. Depois de algum tempo, disse a ele que iria dormir.
Entrei no meu quarto e subi em cima da minha cama. Fiquei fitando a parede.

– Pensando em mim? - uma voz vinha da minha sacada, virei-me e era ele.
– Mas que diabos... Como você entrou aqui? - falei baixo.
– Arvore... - e apontou pra arvore.
Me sentei na cama e ele na minha frente, em pé.
– Qual é a do Mister Universo? - ele falou.
– O que? - olhei pra ele confusa.
– O cara loiro e alto que estava com você. O que está dormindo no quarto ao lado do seu...
– É meu irmão. Pra quem sabe de tudo da minha vida não é... Precisa se atualizar Alexander Durten.
– Alex. Por que hoje não está apontando um arma pra mim ?

Suspirei.
– Hoje estou cansada. E meu irmão está aqui, me sinto segura com os dois metros de altura dele. - sorri.

– Amelie, hoje havia um homem atras de você, esperando para te matar. O que te salvou foi a companhia do seu irmão.

Ele havia se sentado do meu lado e fiquei olhando pra ele. Percebi que ele estava sem o chapéu e sem o sobretudo. Ele estava... normal. Blusa branca e calça jeans.
– Como você sabe de tudo isso?
– Odeio injustiça. Só isso.

Sorriu e foi embora.