Never Let Me Go escrita por ChicaSweet


Capítulo 2
Hurricane


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, então eu disse que postaria finais de semana mas já que este capítulo estava pronto decidi postar logo.

Espero que gostem e comentem :D

MS MR - Hurricane



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Tudo o que eu mais queria era esquecer o safado do meu ex-namorado. Ele me levava tão a sério, eu não sei como foi capaz de fazer uma coisa dessas comigo. Tínhamos planos sabe, eu queria me casar com ele e ter filhos... Ah mas é claro, a culpa é toda minha, eu é quem sou toda idiota. Tenho que ter os pés no chão!

Na sala de aula, estava mais desligada pensando na traição daquele inútil do que na matéria.

—Carla? - Marina me cutucou. Olhei para ela com os olhos brilhando e só daí fui perceber que estava chorando. —Cara, não chora. Esse garoto não merece suas lágrimas. -Ela estendeu um lenço de papel.

—Obrigada. -Marina sempre andava preparada.

—Sua mãe vai estar em casa? -Ela perguntou.

—Não. Só à noite.

—Então, você vai pra minha casa. Não quero que se tranque no quarto e enfie uma tesoura no pulso ou sei lá o que achar para cometer um suicídio.

—Eu não vou me matar. -Disse tremula.

—Você já é muito íntima de uma lâmina. Olha só seus braços. Todos cortados. -No mesmo momento estendi os braços, puxei a manga do casaco e pude perceber que aquelas cicatrizes estavam horríveis.

—Não farei!

—Não adianta. Não confio em você quando está magoada. Você vai pra minha casa e não se fala mais nisso. Afinal, vou estar sozinha mesmo. Pode me fazer companhia.

O que eu podia fazer? Não tinha outra escolha. Sabia que se eu ficasse na minha casa com certeza eu iria conversar com a lâmina de barbear. Gente, eu amo tanto o André que chega doer.

Como combinado, eu fui pra casa da Marina. Ela preparou almoço pra gente e ficamos assistindo Arnold. Eu gostava muito dessa série. Era uma das coisas que me fazia dar risada.

—Então, agora que você está um pouco melhor, podemos falar sério sobre seu relacionamento com o André. - Eu deixei o copo de lado.

—Então, tem uma coisa que você não sabe. -Eu disse tensa.

—O que? Que o André foi o seu primeiro namorado?

—Não. Mas ele foi o primeiro com quem eu tive...

—Nossa!

—É. Entende agora o porquê de eu não consigo esquecê-lo? Ele foi o cara em que me fez mulher.

—Me desculpe amiga, mas você deu pra ele na primeira semana de namoro? -Ela arregalou os olhos.

—Não! No dia que eu descobri que ele estava me traindo. Depois que a gente fez ele foi ao banheiro tomar banho e esqueceu o celular.

—U-ou. Que saco hein.

—Tá vendo agora como a situação é pior do que você imaginava?

—É.

Ela levantou para levar nossos pratos. Depois voltou para o quarto e se deitou na cama encarando o teto, eu fiz o mesmo e assim ficamos uma ao lado da outra.

—Você disse que iria me ajudar. Como?

—Não sei ainda. Mas com certeza vai ser algo que faça você esquecer ele.

—Tomara.

—Você pode tentar dando em cima da Sara. -Ela riu.

—O que? Está maluca? Eu com uma garota? Nunca.

—E por que não? Tem medo ou preconceito?

—Nenhum dos dois. Eu tenho amigos gays.

—Mas não tem amigas lésbicas.

—Marina, eu não vou ficar com uma garota.

Virei para o lado e fui dormir. Estava sol, mas o frio não conseguia fazer com que o tempo ficasse quente.

Acordei com Marina me chamando. Já eram seis horas da noite.

—Por que não me acordou mais cedo? -Tive um ataque.

—Porque você estava tão fofinha dormindo. Fiquei com pena.

—Acontece que eu odeio acordar depois das cinco.

É eu tinha essa frescura de ter que acordar antes das cinco horas da tarde. Se eu acordasse depois, eu me sentia irritada, ficava frustrada e até hoje não sei o motivo disso. Levantei e fui até o banheiro tomar um banho. Eu vestia o mesmo tamanho que Marina e isso era bom, porque eu podia dormir na casa dela e usar as roupas dela.

Depois de estar de banho tomado, peguei meu celular na mesinha ao lado da cama e desci, fui até o sofá pegar minha mochila e quando ia saindo, Marina me parou.

—Não faça nada que vá se arrepender depois. -Ela disse triste.

—Okay.

Dei-lhe um braço apertado e fui direto pra casa. Preferi ir a pé porque queria pensar nas coisas. Mas pensar pra que? Eu já sabia como tudo iria dar uma melhorada.

Cheguei em casa umas sete e meia da noite e fui direto para o quarto. Joguei a mochila no guarda-roupa e caminhei até a janela. O azul mais deprimente estava no céu acompanhado de poucas estrelas, nuvens cobrindo a lua cheia e o maior silêncio da rua e de toda a casa me matavam por dentro. Lágrimas escorriam em meus rostos ao lembrar-me da noite em que me deitei na cama com André.

Ele me beijando lentamente e dizendo que me amava. Falando ao pé do ouvido que eu era a única garota que o fazia feliz. Ele deslizava suas mãos sobre a alça do meu vestido fazendo assim com que elas caíssem pelo meu ombro...

Sai da janela o mais rápido que podia e fui para o banheiro, abri o armário e peguei um barbeador e retirei a lâmina. Deslizei minhas costas pelo azulejo frio e estendi meu braço, já não ligava mais para aquelas marcas, o que importava era eu acabar com esse sentimento.

Cada corte era uma lágrima, e cada lágrima era uma lembrança fútil e inútil daquela noite. Com um pano na boca para não ter que gritar de dor, eu me lembrei de ter dito a minha melhor amiga que não faria isso. Eu menti!

Ouvi um barulho vindo da sala e só daí percebi que era minha mãe. Se ela descobrisse o que eu fazia, acho que ela seria capaz de me internar ou algo do tipo.

Levantei ainda meio zonza, usei o pano para limpar o sangue do piso branco e depois o joguei fora. Abri o chuveiro e me enfiei debaixo d'água com roupa e tudo. Como ardiam todos os cortes recentes. Depois que pararam de sangrar por alguns minutos, peguei a roupa que havia trago comigo antes de tudo e vesti como sempre uma blusa de manga longa até o pulso e preta.

—Carla? -Minha mãe bateu na porta do banheiro.

—Estou ocupada. Já saio. -Tentei parecer normal, mas minha voz falhou.

—Está bem. Trouxe aquela capa de celular que me pediu. Acabe logo daí.

—Okay.

Ela se mandou e eu voltei ao meu desânimo novamente. Olhei para a lixeira e vi a lâmina suja de sangue junto com o pano.

"Por que eu faço isso?"


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?

Ahhh queria avisar que a parte yuri é muito mais pra frente :)



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