Decidi deixar os suflês de lado para sair com o Doutor. Ele digitou as coordenadas no painel da Tardis e saímos de forma totalmente descontrolada. Aterrissando na rua do colégio, saímos de dentro da Tardis.

Doutor: Estas estátuas sempre estiveram aqui?
O Doutor estava se referindo a duas grandes estátuas em forma de anjo segurando livros em frente à fachada da escola.

Clara: Sim, desde sempre. Fazem parte da decoração do colégio.

Atravessamos a rua e percebi que ele as olhava fixamente. Pegou a chave sônica e apontou.

Doutor: Oh não, anjos lamentadores! Clara, acima de tudo olhe para eles, NÃO PISQUE! Fique aí que eu já volto...

Clara: O quê? Doutor aonde você vai? Espere seu louco. Não posso ficar aqui sem piscar!

Entramos na escola. O silêncio era constante, no qual só se ouvia os nossos passos. O salão era espaçoso e com paredes altas. Tinha muitas esculturas, dentre elas estátuas e quadros.
Na porta principal uma senhora de cabelos brancos apareceu de braços cruzados em um longo vestido escuro.

Senhora: Pois não? Sejam bem vindos ao Colégio St' Jonh. O que desejam?

Clara: Gostaria de saber onde estão minhas duas crianças. Elas não chegaram a casa e eu e meu amigo decidimos começar a procurar por aqui. Poderíamos dar uma olhada?

Senhora: Lamento, mas a partir das 12:00 a escola fecha para limpeza. Não há nenhuma criança aqui.

O doutor (e sua cara de desconfiança) avançou um passo e esticou a mão.

Doutor: Olá, eu sou o doutor... Doutor espetor de ensino. Qual o seu nome?

Senhora: Meu nome é Madame Antonie. Desculpe-me, doutor quem? Não contratamos nenhum doutor.

Doutor: Contrataram agora.

Ele parecia intrometido, andando pelo salão (suas pernas eram longas e muito finas, com os pés voltados para fora) olhando fixamente para tudo, principalmente para as estátuas.
Doutor: Gostaríamos de entrar para fazer uma inspeção.

Madame Antonie: Desculpe-me, você ainda não respondeu minha pergunta...

Doutor: Qual pergunta?

Madame Antonie: Doutor quem?

Madame Antonie tinha uma expressão severa, medonha. Olhava-nos com cara de raiva, como se não fossemos bem-vindos... E não éramos. Os olhos verdes do doutor olharam desta vez fixamente para mim. Segurou minha mão e soltou apenas uma palavra:

Doutor: Corra!

De alguma forma isso era semelhante, como se já tivesse vivido antes. Passamos por Madame Antonie e entramos em um corredor. Era longo e muito bem decorado, cheio de esculturas. Eram anjos grandes e pequenos, de rostos apavorantes e que pareciam gritar.
Doutor: Clara, eu preciso te contar uma coisa... Essas estátuas, essas mesmas estátuas já me fizeram perder grandes amigos antes. Essas estátuas se alimentam da energia das pessoas quando estas não estão olhando. Quando olham as estátuas se petrificam, como mecanismo de defesa. Estão aqui na escola por causa da quantidade de gente que há aqui. As pessoas foram pegas por elas, como Arte e Angie...

Clara: Com certeza eles decidiram passar em alguma sorveteria depois da aula. Está dizendo que essas estátuas sequestraram Arte e Angie? Fala sério, elas não são perigosas.

Doutor: Clara, acredite. Elas podem ser mais perigosas do que você imagina!