Cartas Para Antônio Ferreira escrita por Mari


Capítulo 40
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Demoramos mais finalmente voltamos com atualização...
Beijokas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/386810/chapter/40

Por Edgar

Não esperava chegar tão tarde em casa e também estava chateado por não ter conseguido resolver todas as questões que tinha pra resolver antes da viagem, o que resultaria no atraso da nossa partida para a fazenda em um ou dois dias, um fato que não me agradava nem um pouco. Esperava que a Laura não estivesse aborrecida por não ter chegado a tempo para o jantar.

A sala estava silenciosa quando chegamos e ouvindo o ruído vindo da porta a Lurdes logo veio ter conosco.
– Boa noite seu Edgar.
– Boa noite Lurdes onde esta a Laura?
– Esta no quarto desde a hora em que o motorista do Dr. Assunção a trouxe... ela parece chateada.
– Tem certeza Lurdes? Ela se queixou de alguma coisa?
– Não senhor, mas se negou a comer e tomou apenas uma xícara de chá... ainda tenho o jantar aquecido devo colocar a mesa para o senhor e a srta Melissa?

Estava refletindo nas palavras da Lurdes sobre a Laura com o cenho franzido de preocupação, ela não se descuidava da sua alimentação desde que descobriu que estava gravida o que me lavava a crer que ela estava um pouco mais do que chateada, estava tão concentrado do meus devaneios que ela teve de repetir sua oferta uma segunda vez para eu ouvi-la.
– Obrigado Lurdes eu estou sem fome e a Melissa jantou na companhia da minha mãe.
– Quer que eu ajude levando a menina para cama?

Eu baixo o olhar para minha filha que ainda não tinha soltado da minha mão e aguardava obedientemente o veredito.
– Vou me reclinar também Lurdes obrigado... vou matar a saudades da minha abelhinha, eu a colocarei na cama e vou ler uma história para ela.

Ganho um sorriso lindo da minha filha em resposta, ela adorava o tempo que ficava com a vó, mas tinha medo que ela achasse que a estamos deixando de lado depois da chegada do irmão e pela reação de surpresa dela ao meu gesto vi que não estava de todo errado. E apesar de estar preocupado com a Laura e louco para ir vê-la não deixei que a Melissa percebesse e a enchi de carinho e atenção.
– Papai antes de ir dormir eu posso ver o meu irmão?
– Oh minha abelhinha acho que ele esta dormindo.

– E a tia Laura?

– Eu não sei meu amor, mas pelo que a Lurdes disse ela deve estar triste podemos deixar isso para amanhã?

Ela balança a cabecinha consentindo eu lhe dou um beijo em sua testa e dou inicio a história, não demorou muito para ela estar entregue ao sono, eu lhe dou outro beijo e ajeito sua coberta antes de deixar o quarto em direção ao meu. O meu coração se comprime assim que entro no quarto e vejo a Laura encolhida no meu lado da cama abraçada ao meu travesseiro, seus olhos estão fechados, mas sabia que ela estava acordada.

Eu me aproximo do bercinho do Antônio, ele esta ressonando tranquilamente faço um afago em sua cabecinha e depois me aproximo da cama, me livro do paletó e do colete e sento na beirada da cama levando a mão até a face molhada da minha amada.
– Laura meu amor o que ouve?

Ela me responde com um resmungo e abre os olhos para encarar os meus, ficamos nos encarando por um tempo sem dizer palavra, mas vê-la aflita daquela forma e não saber do motivo de sua aflição me angustiava, tudo o que eu queria era lhe consolar.
– A visita aos seus pais se revelou pior do que você esperava?

Ela balança a cabeça afirmativamente enquanto duas lagrimas lhe escapavam, mas não disse nada.
– Quer me dizer o que aconteceu?
– Não.
– Quer que eu te deixe sozinha?
– Não.
– Amor me diz o que fazer.
– Me abraça Edgar, por favor só me abraça forte.

Eu descalço os sapatos em dois movimentos rápidos e me junto a ela na cama e a puxo para o meu peito num abraço apertado enquanto ela soluçava silenciosamente e assim ficamos por um longo tempo até ela estar mais calma.
– Você deixou a Melissa na sua mãe?
– Não eu a trouxe, já a coloquei na cama.
– Ela não quis me ver? Ver o irmão?
– Ela queria vir, mas como a Lurdes havia me dito que você parecia chateada eu achei melhor evitar o encontro.
– Eu sinto falta dela quando ela fica muito tempo na casa da sua mãe.
– Ela também sentiu sua falta meu amor... você esta se sentindo melhor?
– Agora sim com você aqui comigo... mas não me pergunte sobre a minha vista ao meu pai meu amor... eu não sei se conseguiria... ah Edgar foi tão horrível.
– shih você esta aqui agora, eu não vou sair do seu lado minha vida, se quiser chorar chore, eu vou estar aqui pra enxugar as suas lagrimas, para te abraçar forte... eu estou aqui pra você.

Aos poucos o seu pranto vai cessando e sua respiração se tornando irregular e mesmo depois dela adormecer eu continuo com a minha mão em seus cabelos os massageando de leve e me perguntando o que aconteceu na casa dos meus sogros para deixa-la tão sentida... vê-la daquele jeito me destruía e fleches da minha conversa com ela naquela mesma manhã me veio a mente, será que ela descobriu que as minhas implicações sobre ela estar gravida estavam certas e isso a deixou desse jeito? Olho para ela adormecida em meus braços e descarto a ideia, a Laura não ficaria neste estado se descobrisse estar esperando mais um filho meu, eu vi a relutância e até o medo estampado em seu rosto quando sugeri isso, mas não a Laura não ficaria assim desse jeito por causa disso, ficaria um pouco chateada mais logo um brilho de felicidade iria aparecer em seus olhos.

Já havia passado algumas horas depois que me deitei com a Laura e ainda estava acordado perdido em pensamentos me torturando por não saber como livra-la daquela dor, o pior era não saber nem o motivo da sua aflição. Ela se mexe nos meus braços me despertando dos meus pensamentos, eu fico a observando por um tempo só para constatar que ela ainda permanece em seu sono agitado e é com ela assim nos meu braços que faço uma promessa para mim mesmo que iria descobrir o que havia de errado e fazer o impossível para amenizar a sua dor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cartas Para Antônio Ferreira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.