Dois Cafés Com Creme E A Conta, Por Favor escrita por Gio


Capítulo 6
Reyna e o não-beijo francês


Notas iniciais do capítulo

Aqui está!
O título tá estrenho, mas slá, eu tô lendo Anna e O Beijo Francês pela terceira vez e estou apaixonada pelo St. Clair.
XOXO



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O que Reyna teria feito de tal mau ao mundo, ela não sabia. Porque Leo era uma punição mais que suficiente para qualquer crime.

                E tudo começou com uma droga de um Expresso com chantilly.

                E agora, Leo pelo visto estava disposto a passar suas tardes com ela.

                Quer ela queira ou não.

                Porque infelizmente, no Starbucks, ela não poderia chutar seu traseiro.

                Porque ela era paga pra isso.

                Não exatamente para aturá-lo. Mas enfim, acho que você dever ter entendido.

                E agora lá estavam eles. Entrando juntos na aula de francês e ele parecia disposto a infernizá-la.

                “Atrasados.”, começou o professor, com aquele ridículo e fingido sotaque parisiense que ele gostava de usar.

                “Sim senhor Filtrèsgress.”, Reyna respondeu cabisbaixa, botando toda a sua habilidade para pronunciar o nome de espirro do professor.

                Só havia uma mesa vazia.

                E o dia voltava a conspirar contra ela.

XXX

                Leo começou a apreciar a língua francesa no momento em que percebeu que Reyna ficava linda fazendo bico para falar je t’aime e outras palavras que ele não fazia ideia do que significavam.

                Começando pelo momento que ela disse algo como ‘vous à merde’. E seja lá o que ela quis dizer com isso, o professor pareceu não gostar.

                Para ele, tudo ia às mil maravilhas. Enquanto ele apenas prestava atenção na menina ao seu lado, Reyna se concentrava para acabar de conjugar os verbos que o professor pedira.

                “Até onde eu saiba, você não faz aulas de francês.”, ela implicou, colidindo ‘acidentalmente’ seu cotovelo com o dele.

                “Até onde eu saiba, você ajuda as pessoas que estão com dificuldade na matéria.”, ele alfinetou.

                Ela sorriu afetada.

                “Como descobriu isso?”

                “Tenho meus contatos.”, ele a respondeu com uma piscadela.

               

XXX

                Para Reyna, o fim do mundo começou exatamente às sete e meia da manhã, quando ela descobriu que Leo arranjara um jeito de entrar em sua classe de francês.

                Ele parecia bem disposto a atormenta-la. E seu professor – aquele desgraçado careca e barrigudo que pensava que falando monsieur e merci iria convencer alguém de sua nacionalidade francesa. – não fazia nada para ajuda-la.

                Que lindo o dia.

                Reyna jurava que se pudesse piorar, pioraria. Porque havia um cientista –psicólogo-sabe-se-lá-o-quê chamado Murphy que dizia que se uma coisa tem a tendência de não dar certo, ela só piora.

                Que meigo. Adorável vida, adorável Murphy.

                “O que houve com você? Parece calada, triste, irritada, enigmática ou coisas assim.”, ele perguntou, encolhendo os ombros na carteira e apertando e desapertando o botão da caneta.

                Ela sorriu cética.

                “O que você acha?”, perguntou ironicamente.

                “TPM?”, ele chutou e sorriu da forma mais inocente que podia, retraindo-se mais ainda.

                Ela revirou os olhos – novamente – e conferiu a hora no relógio.

                “O dia ainda estava longe de acabar.”, ela pensou, deixando a cabeça bater sobre o topo da mesa de madeira.

                “Mademoiselle Reyna! A senhorita poderia parar de prestar atenção no garoto ao seu lado e se preocupar com a aula?”, berrou o professor de francês, com a expressão mais desalmada que podia.

                Ah se aquele maldito professor pudesse ouvir o quanto Reyna o xingava internamente! Provavelmente, ela teria sua boca lavada com sabão pelo resto do ano.

                E como se só essa vergonha não fosse suficiente, bastava olhar para o lado ou para trás e notar o bando de coleguinhas enxeridos que ficavam comentando sobre como eles ficavam fofos juntos.

                 A vida era realmente bela.

                Por cinco minutos ela achou que ele tinha parado.

                Mas não tinha.

                E encostado em seu antebraço, estava uma folha pautada e rasgada, onde se lia em meio aquela caligrafia esquisita “Querida Reyna, ‘bonito’ em inglês é ‘beautiful’, mas em espanhol é ‘Leo’.”

                Revirou os olhos. Uma, duas, três sequências de respiração pela barriga. Contar até dez não ajudava.

                Pegou o papel e rabiscou em resposta: “Pena que em francês seja ‘Vas à la merde.’, Valdez.”

XXX

                Assim que o sinal tocou, Reyna sentiu que um peso havia sido retirado de suas costas. Era um alívio não ter mais o maldito Valdez fingindo que seus lápis eram marionetes.

                E pra ser completamente honesta, Leo não tinha aulas de francês. Então o que raios ele estava fazendo lá?

                Isso foi o que ela se perguntava incessantemente enquanto guardava os livros na mochila e se dirigia até o estacionamento, onde Annabeth provavelmente estaria esperando-a.

                Mas ela não estava.

                Reyna estreitou os olhos e levantou os pés para tentar achar o carro da amiga em meio ao monte de jovens com hormônios à flor da pele.

                Ela definitivamente não estava lá.

                Eis que acontecem dois fatos que mudam e muito o curso do monótono dia de Reyna: Seu celular começa a tocar.

                “Reyna?”, era a voz de Annabeth no outro lado da linha. “Oi, amiga! Bom, eu estou ligando pra avisar que não vou poder te buscar hoje. O pneu furou e o mecânico descobriu que uma tal de ventoinha do motor estava com problemas. E seja lá o que isso signifique, eu vou passar uns três dias sem carro.”

                A morena hiperventilou. E só havia dois cursos para este caminho tomar:

                               1- Ir de ônibus; e

                               2- Ir de carona com Leo.

                E as duas opções pareciam igualmente repugnantes.

                “Reyna?! Reyna?! Está aí?”, a amiga perguntou, preocupada com a falta de respostas.

                “Oh, desculpe, Annie. Só estava pensando como vou fazer pra ir à faculdade.”

                “Você poderia pedir para aquele seu amigo que te levou hoje.”, sugeriu Annabeth.

                “Leo Valdez? Jura, Annie? Eu não posso pegar carona com ele!”, ela respondeu com uma dose de pânico.

                Sua sorte?

                Leo Valdez estava atrás dela.

XXX

                A maré de sorte de Leo Valdez começou no momento que ouviu a seguinte frase sendo proferida da boca da pessoa que ele mais gostaria de ouvir:

                “Leo Valdez? Jura, Annie? Eu não posso pegar carona com ele!”

                E isso era tudo que ele precisava. Então, como numa cena de um filme melodramático, nosso Leo incrivelmente clichê puxa o celular da mão de Reyna, e com uma pose galante de xerife do velho oeste diz: “Hey babe, se você quiser, eu posso te dar caronas todos os dias e cantar Shiver no seu ouvido.”

                E ela, ao contrário da mocinha, que deveria se jogar em seus braços e dizer “Meu herói”, teve de se conter para não chutá-lo com muita força.

                Afinal, ela detestava andar de ônibus.

XXX

                Reyna estava certa sobre não acreditar na cartomante que dissera que sua vida daria uma vingada e ela ficaria bem.

                É, definitivamente a cartomante estava errada. A vida de Reyna provavelmente dera um salto mortal para trás e quebrara a coluna num duplo twist carpado, como aquelas ginastas que passavam nas olimpíadas que ela gostava de assistir.

                E agora, ela pensava realmente da hipótese do inferno astral ter acontecido por apenas uma vez em toda a sua vida ter quebrado a superstição de não levantar com o pé esquerdo.

                “Ah Reyna, você deveria parar com isso! A vida não é feita de sorte e azar. Você só tem o que conquista!”, e isso era o que Annabeth discursava todas as manhãs de sábado quando tentava sorrateiramente encostar o pé esquerdo de Reyna ao chão antes que ela pudesse ter consciência do que acontecia.

                Maldita Annabeth com aquela sua mente fechada!

                Porque pelo menos, a amiga tinha um lindo namorado com um lindo carro e lindamente disposto à leva-la para onde quisesse ir.

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A questão é que Afrodite me odeia e eu estou ferrada. Já não é a primeira vez que eu acabo magoando garotos.

Que saco.

Enfim, amo vcs e deixem reviews. E leiam Belo Desastre, menos a June, porque ela não gosta de BadBoys.

Amo vcs.

XOXO


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