Dois Cafés Com Creme E A Conta, Por Favor escrita por Gio


Capítulo 18
Desaniversários, dedais e despertadores novos


Notas iniciais do capítulo

Olá, mozõess!
Esse capítulo tava semi pronto e eu fui uma desleixada que só terminou hoje.
Não abandonem a fic. É que a autora que vos fala está se matando de estudar pra provas de bolsa. Eu juro que amanhã eu começo a escrever mais.
Amo vocês.
beijus



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Segunda feira, seis da manhã. Ou pelo menos era isso que o rádio-relógio azul emborrachado na cabeceira de Leo mostrava.

Ele bocejou e coçou os olhos. Ainda tenho cinco minutos, pensou.

Mentira, agora ele não tinha mais. Até porque ao se mudar para um apartamento consideravelmente um pouco mais longe da faculdade, ele teria que acordar mais cedo. Então, resignou-se e levantou da cama, que, a esta hora da “madrugada”, parecia mais confortável que nunca.

Ele estava escovando os dentes quando o celular tocou.

“Estou adiantado, dessa vez.”, foi o que ele respondeu com a boca cheia de espuma ao atender a chamada de quem o celular indicava ser Jason.

“Então quer dizer que os meus serviços são inúteis?”, o amigo brincou, falando num tom de voz chorosa.

“Olha, você foi muito importante, nosso relacionamento significou muito pra mim. Mas agora eu comprei um despertador.”, ele retrucou, agora com a voz entendível e sem espuma nem pasta de dente.

“Nós podemos continuar amigos?”

“Olha, talvez não como antes, sabe? O despertador pode ter ciúmes.”, Leo deu de ombros para o celular. E então escutou um barulho de frustração. “Qual é, Jason! Você sabe que eu te amo, cara!”

“Você me trocou por um despertador. Não sei se posso continuar com isso.”, foi o que Jason respondeu, fazendo aquele murmúrio de decepção.

Leo riu. “Awn, meu superman loiro...”, foi o que ele falou com a voz afeminada e zombeteira.

“Que palhaçada é esta?”, Leo ouviu a voz de Piper no fundo da chamada. “Eu tô falando com o Leo, amor.”, Jason respondeu à namorada que parecia bem irritada.

Ele obviamente ia provocar mais. “Jason! Você prometeu que ia me assumir!”

E depois, ele só ouviu um barulho de tapa antes do telefone desligar.

XXX

Se havia uma coisa que deveria estar na lista de formas-de-não-acordar-a-Reyna, tocar um clarinete desafinado as seis e meia da manhã com certeza deveria estar em segundo lugar. Obviamente, logo depois de cutucar seus pés com uma pena.

Annabeth tinha um clarinete? Não, ela não tinha. Se ela tinha arrumado um e usado para acordá-la? Também não, porque Reyna tinha certeza de que ela estava ocupada demais fornicando em seu quarto para se preocupar com os horários de acordar.

Até porque, assim que Leo se propusera a levar e buscar Reyna na faculdade/trabalho, ela tinha mudado os horários da aula.

Leo. Aquele displicente de cabelos cacheados estava parado na janela da varanda do apartamento 675. E como ele havia parado ali, ela não fazia questão de saber.

Ele continuou tocando e ela continuou insistindo em dormir. Que seja só um sonho ruim, por favor.

Mas estou certa de que sonhos ruins não lambiam os vidros nem usavam lasers.

“Como chegou até aqui?”, foi o que ela perguntou depois de abrir a porta da varanda e tê-lo deixado entrar.

“Uma aranha me picou hoje de manhã e então eu me senti apto a escalar paredes e levar a alegria para meninas mal-humoradas.”, então ele sorriu e deu de ombros. “Eu te trouxe um cupcake. Feliz desaniversário.”

Reyna franziu o cenho. “O que é isso?”

Leo fez uma cara incrédula mais exagerada que o necessário. “Estou pasmo que você nunca tenha lido Alice no país das Maravilhas.”

Ela fez uma careta. “Eu li quando eu era pequena. A única coisa que ficou marcada na minha mente foi uma lagarta azul fumando.”

Leo riu. “Extremamente traumático, eu tenho certeza.”

Reyna analisou o bolinho de cobertura colorida. “Tem certeza que eu posso comer?”

Ele fez cara de ofendido. “Está duvidando dos meus dotes culinários?”

Ela acenou com a cabeça, confirmando.

“Pois então, eu te pago dez pratas e um milk-shake se estiver abaixo do nível de ambrosia divina.”, e nisso, ela tinha certeza que ele se garantia.

Só mais uma desculpa para leva-la para sair. Que feio, Leo. Você não muda nunca, né?

Ela deu uma mordida no cupcake. “Se eu disser que estar ruim, vou involuntariamente aceitar sair com você. E se disser que está bom, vou estar te elogiando. Eu simplesmente não tenho saída.”

Tussa, Reyna. É o truque mais velho do mundo para ser sincera-sem-ser-mal-educada.

Mas ela não o fez, porque com certeza apenas Leo conhece o manual da vida fácil.

Ele fez aquela cara de ‘e então...’. “Podia estar melhor.”, foi o que ela respondeu. Parabéns, Reyna. Mas agora, cá entre nós, admita que o recheio estava delicioso.

“Espero que goste mais do de amanhã, então.”, ele disse, e então sentou-se na beirada da cama.

“Amanhã?”, ela perguntou enquanto lambia a cobertura verde do bolinho.

“Você faz desaniversários 364 dias por ano, ué.”, ele explicou. “Todos fazem.”

“Eu não comprei nada pra você.”, ela comentou.

Leo se espreguiçou na cama. “Pode me dar um beijo, se quiser.”

Ela deu um sorriso infantil, tirou um objeto da gaveta e pôs na palma da mão do garoto.

“Um dedal?”, ele perguntou com aquela voz de incredulidade e decepção.

“Já que estamos falando de livros, por que não Peter Pan?”, e então riu aquela risada que nem criança quando apronta.

Aquela risada que ele ainda não tinha aprendido a resistir

Leo espiou o relógio na cabeceira. “É bom começar a se arrumar, se não a Cinderela vira Gata Borralheira. E vamos combinar que gata você já é.”

Ela virou o rosto de lado pra ele não ver aquele sorrisinho e se sentir “O Cara”. Porque ela não precisava que ele inflasse mais ainda aquele ego.

Mas ele já tinha visto, então, nem adiantou.

“Eu vou sair pra você se trocar.”, ele comentou ao ver que era isso que ela tentava dizer.

Ela agradeceu com um sorriso irônico.

Então ele saiu e ela trancou a porta. E ele só não voltou porque não dava pra expiar pelo buraco da fechadura.


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Notas finais do capítulo

Reviews?