Dois Cafés Com Creme E A Conta, Por Favor escrita por Gio


Capítulo 17
Gatos, golfinhos, pizza de abacaxi e entregadores poeirentos por conta da casa


Notas iniciais do capítulo

Olááá! Depois de um longo e tenebroso inferno chamado provas/bloqueio mental, eu voltei. Eu achei o capítulo meigo, juro pra vocês.
Ó, o nyah tá tão chique agora, mds.
Enfim, eu paro por aqui.
Espero que gostem, gatonas.
Beijus



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A gripe, por alguma razão psicológica tinha voltado. Ou talvez fosse alguma rinite alérgica por voltar do futuro-porém-empoeirado-lar-do-Valdez.

Ela não gostava de poeira.

Nem do fato dele morar a menos de um quilômetro de distância.

Enfim, ela não queria mais ir à piscina, por razões mais que óbvias, claro.

Trocou de roupa e sentou-se ao sofá, enquanto tentava inutilmente respirar com o nariz entupido, o que não era uma tarefa fácil.

Como ela odiava ficar gripada. E então pediu pizza. Maldita constipação.

XXX

Leo já sabia que reação esperar da futura-porém-mal-humorada vizinha de edifício residencial. Ele tinha escolhido absolutamente toda a localização antes de saber que a senhorita Rabugenta morava no apartamento de frente ao seu.

E então, ele poderia acordá-la com aquela irritante luzinha de laser. E pedir uma xícara de açúcar para adoçar vida, e chama-la para levar Lola para passear.

Fazer diversas coisas que ele não poderia fazer sem a permissão do porteiro para entrar.

Mas por enquanto, ele deveria se contentar em transferir a bagunça de um apartamento para o outro sem afetar o ciclo natural das arrumações bagunçadas. Como ele ia encontrar as meias se elas não estivessem estrategicamente colocadas nas caixas de sapato espalhadas pelo guarda-roupa?

A questão é que ele não podia simplesmente rebagunçar a bagunça. É uma coisa que exige todo um preparo psicológico que aos trancos e barrancos estabelece uma questão com o bagunçador referido. É como mudar a ordem natural das coisas.

E jogar tudo numa caixa de papelão era uma excelente ideia.

XXX

Ainda era sábado, o tal dia estabelecido pelas duas amigas para não fazer absolutamente nada de útil. E eu tenho certeza de que passar a tarde constipada, deitada no sofá esperando a pizza se encaixava nessa categoria de nada-útil-para-a-humanidade.

Pelo menos era esse o plano dela.

Mas não foi, porque a campainha tocou.

E eu juro que não era a pizza.

Então ela se levantou do sofá, pegou o dinheiro em cima da mesa de centro e abriu a porta.

“Calabresa com abacaxi, certo?”, ela começou a falar antes de perceber que não era o entregador de pizza.

Porque obviamente era a única pessoa que ela esperava.

“Nós temos um Leo Valdez empoeirado por conta da casa, pode ser?”, ele implicou ao perceber que ela esperava uma pizza. “Tenho certeza que é bem mais quente que a pizza.”

“A não ser que tenha uma pizza escondida atrás de você, dê meia volta e tchau. Hoje eu tirei o dia pra não fazer nada de útil à sociedade em geral.”

“Pra sua sorte ou não, eu estou sim com a sua pizza. Que tipo de pessoa come calabresa com abacaxi? Alguém não normal. Ah, só pra deixar nos seus registros, eu também tirei o dia pra não fazer nada de útil para a sociedade. Então o que acha de não fazermos nada-de-útil-à-sociedade-juntos?”, ele sugeriu, enquanto batucava com os dedos em cima do tampo de papelão da caixa de pizza.

“Me dê a pizza e eu penso no seu caso.”, ela prometeu.

“São vinte e cinco pratas.”, ele anunciou com aquela voz desafiadora.

“O quê? Isso é um roubo!”, ela exclamou.

“Quinze pela pizza e o resto é pela comissão do entregador gostoso. E por mais cinco, eu posso fazer uma massagem nos seus pés.”, ele continuou. E piscou, daquela maneira mais promíscua que se pode piscar.

“Isso é inadmissível.”, e revirou os olhos e meneou a cabeça para os lados, incrédula.

“Eu tenho que ganhar meu dinheiro. Como acha que eu comprei a geladeira?”, ele perguntou com um ar ofendido só pra irritar.

“Importunando garotas constipadas nos fins de semana?”, ela ironizou.

“Por favor, babe. Eu só faço isso com você. Sinta-se privilegiada.”, ele flertou. E como ele gostava de flertar.

Ela continuava incorruptível àqueles olhinhos brilhantes.

“Se me deixar entrar e comer um pedaço dessa exótica iguaria a là Reyna, eu deixo a pizza por conta da casa.”, ele insistiu.

Ela evitou o meio sorriso. “Espero que você não se importe com a bagunça. Hoje é o dia nada-de-útil da semana.”

Ele deu um sorriso implicante. “Nota-se isso pelo estado do seu cabelo.”

“Diz isso de novo quando eu colocar ácido sulfúrico na sua pizza.”, ela ameaçou, e enquanto ele entrava, ela descalçava as pantufas.

“Isso soou tão ameaçador”, ele disse referindo-se a camisa de golfinhos que ela vestia.

“Ah, por favor. Golfinhos são tubarões brancos com uma máscara de felicidade.”, ela retrucou. E ele teve que morder a gengiva pra não rir. “Não os subestime. Diversas pessoas morrem estupradas por golfinhos no ápice do desejo carnal.”, foi o que ela argumentou, e apontou de forma acusadora para o sorriso de desdém que ele estampava nos lábios.

“Vá comer sua pizza, ok?”, ele deu e ombros e riu. “É de quê mesmo?”

“Calabresa e abacaxi.”, ela respondeu com a boca meio cheia.

“Me surpreende que eles façam alguma coisa tão estranha só pra satisfazer esse seu desejo louco por comidas estranhas.”, ele comentou e provou um pedaço. “Credo! Isso é horrível.”

“Não é horrível.”, ela deu de ombros. “E eles fazem porque são pagos pra isso.”, e então fez uma careta.

“Você é estranha.”, ele declarou com toda certeza.

“Falou o exemplo de normalidade que comeu pizza com hashis.”, ela zombou, e cruzou as pernas.

Ele sorriu e ela jogou uma mecha do cabelo para o lado. “Você realmente gosta disso?”, ele perguntou, referindo-se aos abacaxis.

“Claro que não. Eu pedi só pra ser mais trabalhoso, sabe?”, ela ironizou com a boca cheia de abacaxi, calabresa e as coisas de uma pizza tradicional.

“Não é difícil acreditar nisso.”, ele deu de ombros com indiferença e com a boca cheia de refrigerante.

Ela deu um empurrão fraco nele.

“Você não acha que precisa de uma companhia nesse apartamento?”, foi o que ele perguntou.

Reyna mastigou a pergunta e a pizza. “Eu tenho um casal meloso de estimação.”, e pensou mais um pouco. “Talvez eu adote um gato.”

“Você já tem um.”, ele retrucou e ela franziu o cenho, confusa. “Eu.”

Ela revirou os olhos e mastigou mais pizza. Eu posso jurar que era pra não rir.

E dessa vez, tudo não acabou em pizza porque a Reyna comeu tudo sozinha.


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Notas finais do capítulo

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Beijus