Dois Cafés Com Creme E A Conta, Por Favor escrita por Gio


Capítulo 19
Bons modos, derrotas e como esquecer seu próprio nome


Notas iniciais do capítulo

Olá, amorecos da tia Gio!
Então, aqui estou eu extremamente atrasada.
Mas não passou de um mês, viram?
Não estou tão relapsa.
Amo vocês.
E juro que vou responder seus reviews divos.
Ah, deixa eu perguntar: A minha escrita em polissíndeto (repetição de conjunção, que no caso seria 'e') irrita?
Beijus



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/386652/chapter/19

Estava de tarde, quase de noite, e ela estava sentada no sofá pintando as unhas dos pés. E quando a porta se abriu, ela pensou que fosse Percy.

Mas não era, porque Annabeth não tinha lhe dado uma chave.

E quando ela se virou pra ver quem era e notou que era Leo, deixou o vidro de esmalte cair no chão.

“Droga!”, ela chiou, e sem querer, espalhou mais o esmalte no piso de madeira corrida. “Como entrou aqui?”

“Grampos de cabelo”, ele deu de ombros e pegou um chumaço de algodão para ajuda-la a limpar a sujeira.

E então ela arqueou a sobrancelha com aquela cara.

“Annabeth me deu uma chave.”, ele comentou com indiferença. “Cor bonita essa que você derramou. É um desperdício.”

“Annabeth é uma pessoa morta.”, ela retrucou.

E assim, eles limparam o chão por uns 5 minutos.

XXX

“Já comeu?”, ele perguntou enquanto os dois assistiam qualquer coisa na tv. “Eu estou com fome.”

Ela deu de ombros. “Procure alguma coisa na cozinha, e se achar algo bom, traga pra mim também.”

E depois de três minutos na cozinha, ele gritou. “Reyna, não posso fazer isso.”

“Isso o quê, criatura?”, ela peguntou, ainda deitada no sofá.

“Abrir sua geladeira, oras.”, foi o que ele retrucou com aquele tom de voz que significava ‘não é óbvio?’.

Aí ela se levantou e caminhou até a cozinha, onde o garoto encontrava-se sentado no chão com uma cara de frustrado.

“O que foi?”, ela riu ao perguntar.

“Meus bons modos me impedem de abrir sua geladeira.”, ele respondeu. E ela riu mais. “Não zombe da minha educação.”, ele reclamou.

“Você entrou na minha casa sem aviso. Isso não te faz quebrar os seus bons modos?”, ela implicou.

“Eu tento usá-lo de vez em quando, tudo bem?”, ele argumentou. E então ela se sentou no chão, bem em frente a ele. “O que foi?”

Ela deu um sorrisinho. “Nada, oras.”

Ele revirou os olhos. “Não pode ser nada. Admita que está completamente apaixonada por mim.”

E ela balançou a cabeça. “Você se sentou no cocô da minha gata.”

XXX

“Desde quando você tem uma gata?”, ele perguntou com um misto de curiosidade e irritação enquanto tentava inutilmente tirar as fezes felinas que sujaram sua calça.

Ela pegou um daqueles lencinhos que as mães de primeira viagem usam para limpar qualquer sujeira do bebê e estregou a ele. “Desde algumas horas atrás. Antonieta apareceu na minha porta, e eu presumi que fosse o destino. Eu realmente precisava de uma companhia.”, ela explicou.

“Por que sua gata se chama Antonieta?”, ele perguntou com incredulidade. “Quer dizer, com tantos nomes legais como Estrelar, Zoe ou Mel. E então você escolhe um nome aristocrata como esse.”

“Por favor, gatos merecem nomes legais. Antonieta é super válido.”, ela argumentou.

“Só pra deixar registrado, sua gata não é nem um pouco legal. Quer dizer, ela cagou na minha calça!”, ele reclamou.

“Primeiro: Não diga ‘cagou’. É chulo. E segundo: foi você quem sentou nas fezes dela.”

E antes que ele pudesse protestar, um filhote fofo e alaranjado entrou na sala, com aquele andar meio rebolado de um bebê aprendendo a andar.

“Retiro tudo o que disse.”, Leo falou com o máximo de masculinidade que a situação podia suportar. Porque ninguém resiste a filhotes fofos.

E então ela riu enquanto ele brincava com Antonieta.

XXX

“Eu tenho certeza que está naquela prateleira.”, foi o que ela respondeu depois de perguntada sobre onde estava a droga da caixa do jogo. “Um pouco mais pra esquerda, sim?”

E então, a escada caiu. Ele caiu. E a caixa de Imagem&Ação caiu também.

E Reyna riu. Porque todo mundo ri quando alguém cai, certo? Mas então ela o ajudou a levantar, porque ela ainda era uma boa pessoa.

“Aposto que você não imaginava que eu fiz isso de propósito.”, ele comentou com um ar desdém.

“Com certeza. Sua atuação foi surpreendente. Eu até imaginei que você realmente tivesse tropeçado nos seus próprios pés.”, ela riu.

“Foram todos os anos de treinamento para o trabalho de dublê, sabe? Eu trabalhei em vários filmes do Jackie Chan.”, ele retrucou com veemência.

Ela sorriu e balançou a cabeça daquele jeito tímido.

“Quem perder lava a louça!”, foi o que ela falou. E então saiu correndo em direção à sala.

E ainda sentado no chão, ele ficou rindo e olhando pra ela daquele jeito mais bobo que se podia olhar pra alguém.

XXX

Assim que chegaram a conclusão de que se era impossível jogar Imagem&Ação com apenas duas pessoas e um filhote de gato extremamente fofo, a porta foi aberta, de onde uma Annabeth e um Percy saíram.

“Querem jogar com a gente?”, foi o que Leo perguntou antes mesmo que eles pudessem tirar os sapatos.

E então Reyna piscou pra Annabeth. “Quem perder lava a louça.”

XXX

“Como você chama esse rabisco de saca-rolhas, Leo?”, Reyna questionou confusa, porque ela simplesmente não conseguia identificar nenhuma forma naquele bando de rabiscos.

“O mais impressionante é que o Percy acertou esta droga.”, Annabeth resmungou.

Leo fez uma careta. “Só estão reclamando porque estão perdendo.”, e então, fez um daqueles cumprimentos de jogadores de futebol americano com Percy.

E depois de mais três rodadas perdidas, elas não queriam mais jogar.

“Desisto.”, foi o que as duas garotas falaram depois de mais um hi-5 que os garotos fizerem quando ganharam mais uma vez a droga da rodada.

“Vocês ainda podem virar o jogo.”, Leo deu de ombros.

“É. Talvez alguma maré de sorte, e tal.”, Percy comentou.

Mas a verdade é que eles não aguentavam ver aquelas carinhas birrentas e irritadiças por estarem perdendo o jogo.

Até porque, lavar aquela louça era um preço baixo a se pagar.

XXX

“Não é possível, Reyna! Não é possível!”, Leo repetia incrédulo.

“O que não é possível, criatura?”, ela perguntou confusa. “Nós perdemos. Já estava meio na cara, né?”

“Como vocês conseguiram perder? Nós estregamos o jogo pra vocês!”, Percy protestou.

E então Annabeth fez aquela onomatopeia de quando alguém acha alguma coisa fofa.

“Percy, eu não acredito que você sacrificou o jogo só pra ver a gente feliz.”, a loira falou com aquela voz que as pessoas fazem com crianças pequenas.

E ele fez biquinho e vozinha fofa também.

E aí eles se beijaram.

Reyna fez careta e foi pra cozinha pegar alguma coisa pra comer.

E Leo foi atrás, porque ele sempre estava com fome.

XXX

Ela mordeu uma maçã e ele sentou no balcão.

“Quer dizer que vocês entregaram o jogo?”, ela perguntou com a boca meio cheia de maçã e de ironia.

Ele sorriu e deu de ombros. “Sim.”, e então pegou uma bala e desceu da bancada. “Nós não resistimos às suas carinhas de tristeza.”

Ela caminhou até ele e fez uma coisa que ele nunca esperaria dela.

Um abraço.

E então sussurrou: “A louça é de vocês. Vou dormir.”

E foi embora.

E naquela hora, a única coisa que ele conseguia lembrar era que ela tinha cheiro de morango.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? Recomendações?