Dois Cafés Com Creme E A Conta, Por Favor escrita por Gio


Capítulo 13
Parte integrante do tapete persa


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amoresss! Aqui estou eu, depois de um tempinho longo.
Acontece que eu meio que já estava travada, e quando soube que o Leo beija a Calipso, travei mais ainda.
A coisa virou uma bola de neve e só agora que eu saí do ponto morto.
Vou voltar a adiantar capítulos.
Beijus, suas lindas.
Até depois.
Ah, obrigada pela recomendação, meninas.



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O único raio de vez que ela tinha optado pelo elevador ao invés da escada, a desgraça empaca, provando que a Lei de Murphy continua firme e forte azucrinando a todos por aí.

                A coisa toda foi que cada dia ela provava a si mesma o quanto não tinha sorte.

                Enfim, assim que o técnico consegui resgatá-los, (Porque segundo Leo, eles estavam no meio de uma aventura selvagem que transpirava aventura e magia, onde a própria Reyna estava presa numa claustrofóbica torre metálica, onde um Valdez mais claustrofóbico ainda resgatava-a dos perigos traiçoeiros do poço fundo.) Reyna se lembrou que além de ir pro trabalho, teria que preparar alguma coisa para comer. E tinha plena certeza que as comidas congeladas já tinham acabado.

                Procurou a chave na bolsa-quase-Nárnia e destrancou a porta, torcendo para que dessa vez não houvesse nenhuma cueca do Percy jogada em cima do sofá.

                Nada. Nem sapatos, nem peças íntimas ou acessórios promíscuos provindos de sex-shops baratos.

                Suspirou aliviada.

                Leo se jogou no sofá enquanto Reyna caminhava em direção a cozinha, pra procurar alguma coisa comestível.

XXX

                Assim que entrou na cozinha, Reyna começou a ouvir barulhos estranhos de vozes femininas e masculinas vindas do quarto.

                Fechou a geladeira, pegou a bolsa em silêncio. Leo estava estirado no sofá quase dormindo.

                “Vendem hambúrgueres na esquina do Starbucks.”, ela sussurrou para Leo.

                “Não vi a plaquinha de não perturbe no quarto dela.”, ele respondeu, e ela notou que ele tinha entendido. Deus, como ele é malicioso.

                Reyna rolou os olhos. Leo suspirou e se levantou. “Tem pizza na minha casa.”

XXX

                O apartamento de um pseudo azul-esverdeado-musgo ficava há uns 6km do prédio onde Reyna morava. Tinha a fachada reformada e grades brancas. E um porteiro fofo, não podemos esquecer.

                Subiram pela escada, porque já bastava o trauma anterior, e, chegando ao quinto andar, ele procurou a chave nos bolsos e destrancou a fechadura.

                “Bem vinda ao meu lar.”, ele disse. Reyna passeou o olhar por todo o perímetro da sala. “Ahn, esta mancha em 3D é Lola, parte integrante do tapete persa desde que eu não consegui remover completamente uma mancha de xixi que ela fez. Então, eu imagino que ela tenha reconhecido com território dela. Mas isso é complicado. A mente dos cachorros é extremamente complexa.”, e enquanto ele falava isso, ia andando pela casa.

                Reyna tentava segurar o riso. Não seja hipócrita, Reyna. Vamos lá, não vai cair a língua se você admitir que é engraçado. Ou ligeiramente cômico, se você achar que parece mais sensato.

                Ele entrou na cozinha e abriu a geladeira azul com um pinguim sorridente. “Temos lasanha congelada, pizza congelada, hambúrgueres de micro-ondas, variedades infinitas de sachês de sopa em pó e qualquer comida de fácil preparo que você possa imaginar.”

                “Por acaso você têm, sei lá, comida chinesa congelada?”, ela riu.

                “Eu devo ter uns pseudo-sushis da semana passada, quando Jason e eu fizemos um workshop oriental no shopping.”

                “Acho que vou querer pizza de novo.”

                Ele sorriu. “Pode preparar algum suco enquanto eu ponho a pizza no forno? Tem uns 23 pacotinhos de suco em pó no armário.”

                “Apenas me diga como conseguiu arranjar suco de banana em pó.”, ela disse, enquanto olha intrigada pro pacotinho em suas mãos.

                “Isso definitivamente não é bom. E acredito que não esteja nem na validade.”

                Reyna segurou o pacote pelas bordas e apertou os olhos para ler a data. “Isso é de dois anos atrás. Provavelmente é tão tóxico quando beber fenolftaleína.”

                “Preciso necessariamente interpretar o que você disse?”, ele perguntou enquanto se encontrava na estranha forma que trajava avental e luvas de cozinha pra colocar apenas uma pizza congelada no forno.

                “Apenas tente não se queimar.”, ela deu de ombros. “Há quanto mantém seu estoque de toxidades legais perante governo?”

                “Desde que me mudei pra cá. Estudar e trabalhar tomam boa parte do meu tempo-destinado-à-limpeza.”

                “Que eu saiba, passar as tardes sentado em uma cafeteria não é considerado um trabalho formal.”, ela zombou.

                “As coisas são mais complexas que isso.”, e piscou naquele estilo galante que ele sabia piscar.

                “Não ficaria impressionada se você dissesse que comprou a casa com o dinheiro de pole dance.”

                “Assim você me ofende!”, ele dramatizou, e pôs uma mão no peito pra dar uma enfatizada desnecessária na minha dileta opinião. “Foi apenas tv, ok?”

                Reyna abriu e fechou a boca com uma incredulidade impressionante, mostrando os dentes que ele pensou que demonstravam um sinal de bruxismo.

                Ele riu. “Só estou brincando.”

                Um, dois, seis, treze segundos de silêncio. “Eu poderia te levar pra ver o meu quarto, mas você vai achar um convite exorbitantemente promíscuo.”, ele comentou.

                “Não, obrigada. A única coisa que eu consigo pensar agora é o que vou falar pro meu chefe sobre me atrasar para o trabalho.”

                “Mencione um encontro quente com um pseudo-stripper-de-fins-de-semana e eu juro que ele não vai pedir mais explicações. Pode perguntar sobre meu telefone e horários de atendimento, mas eu suponho que seria antiético.”, ele sugeriu com a mão apoiada no queixo e uma expressão pensativa.

                O golfinho-timer apitou e Reyna pôde sentir cheiro de queijo derretido.

                “Você quer comer sentada no chão com almofadas orientais ou na mesa da sala?”, ele perguntou ao vê-la encarando os pratos sujos sobre a pia.

                “Talvez seja legal comer pizza de hashis.”, ela riu.

XXX

                Lola tinha se levantado e dado o ar da graça com seu traseiro balançante na cozinha.

                “Não imagino que o cheiro da pizza tenha sido o estopim para que você se levantasse do tapete, sua coisinha gorda e peluda.”, ele falou com uma voz estranha e infantil quando se dirigiu à buldog francesa que usava sapatinhos de tricô.

                Se é que cachorros pudesse bufar, Lola bufou e sentou-se encostada nos pés de Reyna.

                “Ela gostou de você. Lola nunca se senta nos meus pés.”, ele comentou com uma ponta de orgulho ferido.

                “Talvez seu chulé a incomode. Eu tenho certeza que um podólogo poderia fazer milagre nas suas frieiras.”

                Leo rolou os olhos. “É uma ingrata. Eu limpo sua bunda, compro sua comida e você se esfrega em outra.”

                Reyna terminou a pizza e acariciou as orelhas da cachorrinha, que se pudesse, ronronaria.

                Ele checou as horas no relógio cuco. “Acho que seu chefe não vai se importar se você chegar alguns minutos atrasada.”.

XXX

                E como sempre, pelo menos nesse pequeno espaço de sempre, ele a levou ao Starbucks e pediu o mesmo café com creme e leu o mesmo livro.

                Porque no final, sempre acaba em pizza.

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Notas finais do capítulo

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