Supernatural: Destiny. escrita por theblackqueen


Capítulo 12
The Same Song.


Notas iniciais do capítulo

Gooood night ! Mais um capítulo e espero que gostem meus babys! Eu estou realmente me esforçando. Espero que não pareça confuso. Enfim... Bjs ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/386589/chapter/12

Abri a porta, liguei a luz e por um segundo meu coração parou. Congelei diante das duas figuras desconhecidas. Um era mais ou menos da altura de Dean, barrigudo, com barba rala. O outro era pouca coisa mais alto e mais magro que o primeiro. Ambos usavam jaquetas de couro, vestiam-se como motoqueiros na verdade. Por um momento muito rápido fiquei sem ação, sem entender. A porta não tinha sinais de arrombamento. Eu nem precisei pensar muito. Em uma fração de segundos eles sorriam, e eram sorrisos sádicos, seus olhos ficaram totalmente negros.

Demônios.

Pensei em recuar, mas não daria tempo. Embora um deles estivesse bem longe, depois da segunda cama – eram duas camas, uma ao lado da outra naquele quarto que havíamos alugado – o outro estava bem mais perto.

Gritei. Era a única coisa que poderia fazer naquela situação. Foi impulso, claro, depois desejei que ninguém tivesse ouvido. Um inocente poderia se machucar. Senti a mão do demônio próximo a mim se fechar no meu pulso com muita força, com a outra tampou a minha boca. Mas nenhum de nós esperava que Sam fosse entrar no quarto.

— Elisa! — Exclamou aflito.

Seu olhar parou em mim – e no demônio que me segurava – e se deteve, arregalou os olhos. Depois disso eu soube como uma bola de basquete se sente, o demônio simplesmente me jogou para o outro. Eu cai de mal jeito sobre a cama na qual Melizza dormia, mas prontamente o demônio me segurou, colocando-me de pé e segurando meus braços. Esperneei, mas foi inútil. Os desgraçados são fortes. Ao longo do caminho que eu e Melizza seguimos como caçadoras claro que cruzamos com dúzias deles e sempre tínhamos que ter um plano em mente para poder pegá-los, os demônios não são fáceis. São astutos. São traiçoeiros. Eu não tinha nada bom o bastante para usar contra eles. Nem Sam. O demônio que possuía o cara mais magro me segurou enquanto o outro avançou em Sam com socos e chutes. De alguns, o Winchester desviou. De outros, ele não teve essa sorte. Um dos socos acertou o nariz do Sam, o que o fez sangrar. Outro no estomago e eu o vi cambalear, caindo no costado da parede.

— Sam! — Gritei aflita, mais uma vez inutilmente tentei me desvencilhar dos braços do demônio.

Foi ai que algo aconteceu. Eu observava Sam tão concentrada, ele estava nitidamente tonto, e de repente percebi que o corpo do cara tombou.

Levantei o olhar. Alguém entrou pela porta. Uma garota. Ela trazia uma faca nas mãos. Era loira como a Melizza, mas os cabelos eram bem mais longos e lisos. Meu primeiro impulso foi dizer que ela saísse dali, poderia se machucar. Mas todo o resto aconteceu muito rápido. O demônio me jogou sobre a cama e cruzou o quarto. A garota era ágil, desviava com facilidade dos golpes. Vi que Sam encarava a cena, agora de pé. Algum tempo depois o homem perdeu o equilíbrio, a garota prontamente viu ali sua oportunidade e cravou a faca profundamente. Quando a retirou, o homem caiu morto no chão. Agora eu estava espantada.

Ela me encarou, ofegante.

— Elisa! — Sam se aproximou da cama, havia uma ruga de preocupação em sua testa. — Tudo bem?

Me ajeitei, sentando na cama.

Me pulso doía, mas estava bem.

— Sim, não se preocupe. — Balancei a cabeça de um lado para o outro, confusa. — E seu nariz?

Sam tocou-o. O sangue ainda escorria. Ele fez uma careta de dor.

— Vai melhorar. — Seu olhar alternou para a garota que ainda estava ali parada. — O que foi isso?

— De nada. Obrigada por agradecer. — Ela disse com ironia. — De tanto que eu salvo a sua vida vou acabar indo para o céu.

— Ruby, o que eles queriam? — A voz de Sam soou séria, seu semblante não era para brincadeiras.

— Não era jogar pôquer se você quer saber. — Ela continuou com ironia sem se importar com a expressão do Winchester, seu olhar pairou sobre mim e ela estreitou o olhar. — É impressionante como você e seu irmão se metem em uma confusão maior que a outra.

— Do que está falando?

— Da bonitinha ai, Sam. — Referiu-se a mim. — Tem demônio da pesada atrás dela. Se quer que eu seja honesta, vocês não precisam de mais essa preocupação.

Eu abri a boca para falar, mas Sam foi mais rápido.

— Seja mais clara, Ruby. — Ele pediu, seu tom era mais calmo agora. — O que você sabe?

— Vocês exorcizaram um dos príncipes do inferno há alguns anos atrás, mas agora ele voltou. — Nos explicou, eu arregalei os olhos. — E ele não só quer a garota, ele quer a sua cabeça em uma bandeja de prata, Sam.

— Espera... Como ele saiu? — Perguntei atordoada.

Ruby – que foi como Sam a chamou – me olhou como se eu fosse idiota.

— Talvez pelo portão. — Sam disse.

E era óbvio.

— E quem é você, afinal? — Indaguei.

Ela me encarou arqueando a sobrancelha.

Seus olhos ficaram negros e os meus, arregalados.

— Você é um demônio!

— E você descobriu a pólvora! — Replicou sarcasticamente.

Encarei Sam sem entender.

— Ela vai me ajudar com o Dean... — Ele se deteve.

— Com o pacto. — Conclui, infelizmente em voz alta.

— Como você...? — Ele começou, mas ela o interrompeu

— Temos que sair logo daqui. — Ruby advertiu. — Tenho saquinhos aqui e isso vai ajudar vocês a saírem daqui sem serem seguidos. E Sam, tenho que falar com você. — Ela o encarou. — A sós.

Sam balançou a cabeça em concordância, depois me encarou.

— Vamos para o GreenBird, eu vou ligar para o Dean. — Ele disse, assenti engolindo a seco.

E os dois saíram enquanto eu fui arrumar nossas coisas – da Melizza e as minhas – enquanto os dois foram para fora. Cochichavam. Eu encarei o chão, os dois corpos jogados ali.

— Que droga! — Resmunguei, cada vez a coisa se enrolava mais.

Algo não cheirava bem.

-~-~-~-

— O que foi? — Perguntou o mais novo quando saíram do quarto.

Ruby olhou para os lados.

Queria ter certeza de que não haviam mais demônios.

— Sam, vocês dois. — Ela pausou, estava ciente que Sam não ia aceitar, mas resolveu tentar. — Você e Dean. Vocês devem ir embora.

— E a Elisa? — Sam estreitou o olhar quando Ruby hesitou dizer o que pensava. — Deixá-la a mercê dos demônios? Enlouqueceu?

— Ela não é nosso problema. — Rebateu a loira. — Você e Dean, vocês precisam se concentrar em outra coisa.

— Você mesmo disse que o tal príncipe me quer também.

— Ele quer se vingar do demônio do olho amarelo, só isso... — Explicou a ele. — No dia em que houve o exorcismo os dois estavam trabalhando juntos, mas Azazel o abandonou. Não só abandonou, ele sabotou todo o plano, seja lá qual fosse. Agora, mesmo depois de Azazel ter morrido, ele quer vingança. E se vocês estiverem no caminho vai ser pior.

— Como você sabe disso? — Sam estreitou o olhar. — Pensei que você não fosse muito querida no bando...

— Alguns demônios são bem fofoqueiros. — Ela disse com desdém.

— Sabe o que ele quer com ela?

— Isso eu já não sei. — Ruby mostrou sinceridade, Sam assentiu. — Mas essa garota, ela vai piorar a situação de vocês.

— Deixá-la estar fora de questão. — Cortou Sam.

Ruby não tentou contestar. Viu no olhar de Sam que ele não teria o bom senso de ouvi-la. Isso os deixava em uma encruzilhada. Não era qualquer demônio, era um demônio que nem Lilith podia controlar. Ele era o pior, o mais decidido. Não era atoa que ele tinha o papel que tinha no grande plano. E Elisabeth era uma pedrinha no sapato, embora necessária.

-~-~-~-

Quando Sam voltou para o quarto eu já tinha arrumado as coisas, todas não, mas boa parte delas. Ele parecia apreensivo, impaciente.

— E a garota? — Indaguei.

— Ela vai tocar precauções para que não nos sigam. — Respondeu.

— Acha ela é.... — Hesitei. — Confiável?

Era uma situação estranha. Fui salva por demônio. Ao mesmo tempo em que eu desconfiava das boas intenções de Ruby, eu tinha que agradecer, sem ela estaríamos mortos. Mas obviamente ela não fez por mim.

— Eu não sei, mas... Ela já nos ajudou em outras ocasiões. — Sam disse, também estava inseguro. — Precisa de ajuda?

Eu encarei as bolsas prontas.

— Não, podemos ir.

Só o tempo de fechar a conta e seguimos para o motel onde os garotos haviam se instalado. Eu só conseguia pensar nas palavras de Ruby, que os garotos estavam em perigo. E de novo aquele passado voltava para me infernizar. Mas eu estava prestes a descobrir que nunca me livraria dele, por mais que tentasse.

Ainda a caminho do motel, Sam ligou para o irmão. Uma, duas vezes, o mais velho demorou para atender. E eu nem quero saber o motivo.

Dean, me escuta. — Pediu Sam segundos depois que o outro atendeu finalmente. — Tem demônios na cidade. Eles atacaram a Elisabeth. — Ele pausou ouvindo o irmão. — É, ela está bem. Nós estamos bem. Mas parece que a coisa é séria. O demônio que exorcizamos em Kentucky, ele voltou e agora quer terminar as coisas. — Pausou outra vez, olhei para o lado e o observei, Sam dirigia e parecia tenso, concentrado. — É, eu sei. Nós vamos para o GreenBird, nos encontrem lá. — Mais uma vez pausou e enrugou a testa. — Eu vou fazer isso sim.

Sam desligou.

— Sam... — Comecei incerta. — Talvez ela tenha razão. Isso não é coisa de vocês, vocês não precisam assumir esse problema agora. O Dean tem que se preocupar com algo mais importante, deixa que eu resolvo essa história.

— Claro. — Ele disse. — Eu tenho a impressão que você acha que pode cuidar de tudo sozinha.

— Não é isso. Eu só acho que não é necessário meter mais uma vez vocês no meio. — Pausei. — O pai da Melizza já morreu por isso, eu não quero que um de vocês morra também.

— Ninguém vai morrer.

— Alguém tem que avisar isso para o desgraçado do demônio que acha que é um boomerang. — Disse com a voz carregada de sarcasmo.

— A gente vai montar um plano...

— Espero que seja um grande plano. — Cortei ainda com ironia.

Sam ficou um pouco espantado.

— Será que dá para confiar em mim?

— Eu confio em você, Sam. — Retruquei. — Mas eu não me perdoaria se algum vocês se ferisse por minha culpa. Eu já carreguei e carrego a culpa pela morte de Giuseph Ruso nos ombros. E provavelmente a da minha mãe. E isso não é fácil.

— É, eu sei mais ou menos como é isso. — Seu tom era impaciente, ele umedeceu os lábios com a língua e se voltou para a frente.

Eu sabia ao que ele se referia, não só a morte de sua mãe e de Jess, agora tinha Dean.

— Olha Sam...

— Você vai ter que confiar que vamos dar um jeito nisso. — Me cortou, eu decidi não contestar, ele continuou. — E nada desse papo suicida, me entendeu? Ceder não vai resolver nada.

Eu não respondi.

O resto da viagem foi silenciosa.

Logo que chegamos ao motel, começamos a espalhar os saquinhos pelo quarto. Dean e Mel chegaram em pouco tempo. O mais velho cruzou o quarto e foi direto falar com o irmão, Mel se aproximou de mim.

— O demônio voltou? — Ela perguntou, eu assenti. — Que filho da mãe!

— Mais uma vez foi aberta a temporada de Caça a Elisabeth. — Zombei, não que aquilo tivesse muita graça.

— Dean disse que o Colt não está com eles, mas ele tem uma ideia. — A loira explicou, mas em seguida sobressaltou quando a porta foi aberta, de repente. — Que diabos...?

Para a nossa sorte era Ruby.

Sam e Dean vieram em nossa direção com passos largos.

— Quem é você? — A pergunta saiu de Melizza meio pasma com aquela desconhecida, os olhos da loira ficaram negros e Mel recuou. — Ela é....

— Ela veio ajudar. — Sam se meteu, Dean encarou o irmão por um breve momento. — E ai?

— A cidade está cheia deles! — Ela disse.

— Deles quem? — Melizza indagou. — Demônios?!

— Não, bichinhos do iogurte. — Ruby retrucou com ironia. — É óbvio que são demônios.

— E desde quando vocês arranjaram um demônio da guarda? — Melizza perguntou aos irmãos.

Dean abriu a boca para responder, mas eu me meti.

— Sério, Mel. Tudo bem. — Eu disse mesmo sem ter tanta certeza disso, o que era evidente. — Se não fosse por ela, eu e Sam estaríamos mortos.

— Ou em situação bem pior. — Ruby acrescentou.

Melizza me encarou estreitando o olhar, depois se voltou aos rapazes.

— Digamos que eu engula isso, o que não é o caso, mas podemos muito bem fingir por enquanto... — Ela começou. — O que vamos fazer? Nós temos que pegar esse demônio dessa vez!

— Claro, naturalmente isso é muito fácil. — Ruby ironizou. — Podemos dar uma de coiote para cima do Papa-Léguas.

— Ah, que engraçado. — Melizza cerrou os dentes com o mesmo tom de ironia de Ruby. — Tem um demônio oxigenado metido a humorista tirando uma com a minha cara.

Deu dois passos em direção a Ruby que nem se moveu.

— Mel! — Chamei, tocando em seu ombro.

— Não adianta brigar agora. — Sam ponderou. — Precisamos de toda a ajuda possível.

Melizza não olhou Sam ou Dean. Ruby e ela continuavam se encarando, mas Mel cedeu. Recuou e se escorou em uma parede bem atrás de nós, a sua cara não era das melhores.

Encarei Ruby.

— O que podemos fazer?

— Eu não vejo muita opção aqui. — Ela disse sincera, me encarava. — Não estamos com demônios da segunda linha. É um dos mais malignos, é um dos mandachuva do inferno. E ficar aqui também não vai adiantar, a não ser que vocês queiram ficar nesse quartinho barato de motel para sempre.

— E então? — Dean indagou. — O que sugere?

— Só tem um jeito de vocês saírem daqui. — Ela disse. — Do contrário, estão acuados. Estamos falando de um demônio que não vai desistir até conseguir o que ele quer.

— Não, eu já disse que não. — Sam cortou antes mesmo que eu ou Dean pudéssemos dizer alguma coisa.

— Sam... — Ela insistiu.

— Não! — Sam elevou a voz encarando Ruby inflexível.

Deu as costas e respirou fundo. Eu e Ruby nos encaramos. A essa altura eu já entendia o que ela queria dizer e concordava.

— O Sam está certo. — Dean concordou. — Se a ideia é a que eu estou pensando, está fora de cogitação. — Vamos fazer o que está em nossas mãos; atacar.

— Nós já fizemos isso. — Eu disse. — E agora temos o mesmo problema.

— Mas dessa vez a gente pode com ele. — Dean replicou. — Sabemos mais, somos mais fortes...

— A gente nem sabe o que ele quer comigo! — Cortei.

— Ele não quer bater papo, pode ter certeza. — Ele ironizou.

— Vocês poderiam confiar em mim só para variar. — Cruzei os braços e fiquei ao lado de Ruby.

— Lili, você não pode... — Mel começou, mas eu a interrompi.

— É uma decisão minha!

— A garota é esperta. — Ruby comentou com um sorriso leve.

— Cala a boca! — Dean e Mel disseram em coro.

— Eu tento ajudar e é isso que eu recebo? — Ruby disse com indignação.

— Ajudar? — Melizza franziu a testa. — Pelo que eu percebi o que você quer é ganhar a recompensa de procura-se Elisabeth.

— E você está caindo. — Dean acrescentou se dirigindo a mim. — Está indo tão feliz quanto um ovelha vai para um matadouro.

— Eu tenho um plano! — Ruby retrucou.

— Ah, aposto que sim. — Dean ironizou.

— Já chega! — Esbravejou Sam antes que Ruby pudesse responder, nos encarou com aflição. — Eu vou ligar para o Bobby.

Ruby e eu nos encaramos. Enquanto Dean e Mel tratavam de se acalmar, os dois fecharam a cara nitidamente irritados. O telefone chamou uma, duas vezes e Bobby Singer atendeu.

— Bobby, o que sabe sobre os príncipes do inferno?

— Não muito. — Ouvimos o velho caçador responder, Sam havia posto o telefone no viva voz. — Tudo que eu sei é sobre uma lenda que diz que quatro demônios foram coroados príncipes. Eles são responsáveis pelo mal na Terra. Dizem que andavam soltos na época da Idade Média, todos juntos. Alguns dizem que dois deles foram mortos, alguns especialistas em demonologia e ocultismo. Nada concreto.

— Sabe se alguma lenda cita algum tipo de ritual, corações arrancados de garotas ou bebês? — Sam perguntou.

Eu franzi a testa.

— Claro que não tenho tantas informações, esses demônios não são do tipo que dão entrevista. — Disse Singer. — Mas eu vou pesquisar para ver se acho algo relacionado. — Pausou. — Vocês estão em problemas?

— É, você sabe. O demônio que possuiu Giuseph Ruso, nós contamos a você sobre isso.

— As garotas estão nisso também?

— Estão. — Sam me olhou. — E a Ruby está nos ajudando.

— Tomem cuidado garotos. — Aconselhou o caçador do outro lado da linha. — Estão mexendo com um vespeiro.

— É, a gente já se deu conta disso. — Sam sorriu sem vontade.

— Vou avisar qualquer coisa.

A ligação finalizou.

— Estamos estagnados. — Melizza disse. — Precisamos agir.

— Precisamos saber onde o demônio está. — Dean acrescentou, depois encarou Ruby. — Precisamos de um feitiço.

— Maravilha. — Ruby riu de um jeito cínico. — Agora sim eu sirvo para alguma coisa?

— Vai ajudar ou não? — Dean indagou impaciente.

— Preciso de um mapa da cidade. — Ruby disse. — E uma vela acesa.

A vela foi fácil. Já o mapa foi preciso imprimir, o que não demorou muito na verdade, pelo fato de ter uma máquina de scanner e impressão ali na recepção. Dean foi buscar. E eu nem achava que isso ia funcionar. Achei que eles estivessem se escondendo muito bem. Não era o caso. O mapa foi posto sobre a mesa por Ruby, que proferiu algumas palavras que eu não consegui entender – seus olhos ficaram negros, o que me arrepiou – e imediatamente as chamas consumiram o papel. Foi um pouco louco, assustador. Só restou uma pequena parte do papel intacto.

— Center Street. — Concluiu ela, seus olhos voltaram ao normal.

Foi ai que a chama da vela se apagou e Ruby sobressaltou.

As luzes começaram a piscar.

— Demônios! — Melizza disse.

— Estão vindo... — Ruby advertiu.

— Os saquinhos de bruxa não funcionaram? — Dean indagou com certa desconfiança.

— Acho que o feitiço pode ter chamado a atenção deles, eu já disse que não estamos lidando com qualquer demônio.

— E você não sabia? — Dean disse em uma mescla de ironia e rispidez.

— Claro que não, idiota! — Retrucou Ruby. — Minha pele também está em risco.

— Hey, só eu chamo ele de idiota, idiota. — Melizza disse.

Eu rolei os olhos. O chão tremia, parecia que estávamos no olho de uma tempestade e eles estavam mais preocupados com uma briga ridícula. E de repente tudo parou. O tremor. Os sons. Tudo que nos cercava. A luz do sol que minutos antes invadia pelas frestas das janelas trancadas – e que depois sumiu, como se uma nuvem negra cercasse o motel – agora voltava a brilhar. Encarei Dean e Melizza, um ao lado do outro com seus olhos arregalados e suas cabeças inclinadas como se esperassem ouvir qualquer som, encarei Ruby que também parecia esperar qualquer coisa além das nossas respirações e por fim encarei Sam, ele estava confuso.

Olhei em direção ao que ele olhava.

— Dean, o sal! — Disse ele.

O sal que haviam colocado na linha da porta e das janelas havia sumido.

— Mas que...

Dean não terminou a frase. Tudo foi muito rápido. E eu nem tive tempo de entender o que estava acontecendo. Dois homens entraram. Um era o porteiro do motel por quem Sam e eu passamos mais cedo. O outro se vestia como um faxineiro. Estavam possuídos, claro. Eles arrebentaram a porta. Jogaram Dean, Melizza e Sam contra a parede com força, tanta força que o impacto com a cabeça acabou fazendo-os perder o sentido.

Ruby me segurou com força pelos braços.

— Vamos, eu levo a garota! — Ela disse para os homens. — Depois volto para levar os Winchester.

— Tem certeza?

— Tenho. — Ela elevou o tom de voz. — A garota é mais importante!

Vadia, pensei. Ela estava nos enganando todo o tempo? Foi por isso que ela nos salvou? Para levar os louros com o chefão? Até tentei dizer algo, qualquer coisa, mas minha voz não saía. Ela segurava meus braços com força, um dos demônios também tomava precauções para que eu não escapasse. Saímos do motel, haviam um monte de pessoas paradas pelo caminho nos olhando, com certeza estavam todos possuídos. Chegamos à calçada e em uma fração de segundos eu não vi mais nada. Escuridão total, como se tivesse perdido a visão. E de repente voltei a enxergar, mas não estávamos mais em frente ao motel. Estávamos em uma rua estreita, com pouco movimento. Nós paramos na lateral da calçada e eu pude ver os dois demônios tombando bem perto dos meus pés. Encarei Ruby.

— O que foi? — Ela se fez de desentendida.

E fiquei feliz ao notar que minha voz havia voltado.

— O que foi isso?

— O demônio mandou capangas atrás de você. — Explicou. — Mas não são muito bons, já que ele e Lilith estão em pé de guerra.

— Quem é Lilith?

— Não importa. — Ruby me cortou apressadamente. — Nós precisamos fingir um pouco, talvez assim o meu plano dê certo.

— Espera ai, eu não estou entendendo nada. — Eu estava confusa, uma hora Ruby ajudava, depois parecia ter nos enganado todo o tempo, ai a loira parece querer ajudar de novo. — Pode me explicar?

— Não temos tempo. — Ela disse. — Precisa confiar em mim!

— Ah, com certeza! — Ironizei. — Você acabou de ajudar os demônios...

— Não, eu ajudei você! — Ela me interrompeu. — Do contrário você, os Winchester, todos nós estaríamos em problemas.

— E a minha voz? — Indaguei.

— Não podia correr riscos de você falar demais. — Respondeu enquanto limpava o sangue que havia ficado na lamina da faca nas roupas de um dos homens.

— E agora?

— Agora nós vamos até o demônio. — Ela disse. — E torcer para que ele caia na nossa história.

Engoli a seco enquanto Ruby me contava o resto do plano. Não era uma coisa muito fácil, mas poderia funcionar. Sendo assim assenti, outra vez a fumaça me envolveu e quando voltei ao chão firme, estávamos diante de um consultório particular de um dentista. Haviam demônios em toda a parte. Ruby adentrou firme pelo saguão me segurando firme, mas não tão forte, pelos braços. Ao longo do corredor plantas mortas nos vasos, poças de sangue e pessoas estiradas no chão. Um cenário de horror. Um dos demônios que andava lá por dentro se aproximou de nós.

— O que quer?

— Falar com seu chefe. — Disse ríspida. — Tenho uma coisinha para ele.

O demônio me encarou, depois encarou Ruby.

Assentiu.

Isso nos levou a uma sala, provavelmente do dentista que atendia ali, no canto da parede há uma mesa e um homem caído, com a boca aberta e os olhos vidrados, o aparelho preso na garganta e manchas de sangue ao seu redor. Logo à nossa frente estava ele. O demônio. Ele possuía um homem com roupas brancas, meio manchadas de sangue, era o dentista que estava atendendo o outro com toda a certeza. Seus olhos pararam em mim. Ele abriu um sorriso e meu estomago revirou em enjoo. Depois ele encarou Ruby, estreitando o olhar.

— Quem é você?

— Eu sou Ruby. — Ela disse com a voz serena, baixando o olhar.

— A que falam que passou para o lado dos humanos? — Indagou.

— Eu só não sigo o líder que todos seguem. — Respondeu ela.

O demônio abriu um sorriso como se tivesse entendido.

— Muito bem, Ruby, muito bem... — Ele disse, seu olhar parou em mim agora. — Encontrou minha garota.

— Seus homens se atrapalharam um pouco na missão deles.

— E onde os quatro estão? Nenhum deles voltou...

— Foram os Winchester... — Ruby respondeu.

— E onde os Winchester estão? — Ele estreitou o olhar.

— Não sei. — Ela disse, mentia muito bem. — Mas eu posso encontrá-los se o senhor quiser.

O demônio balançou a cabeça positivamente.

Eu não estava tã0 segura assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei que eu não deixei o plano muito claro. A ideia era essa. E ai, a Ruby vai ajudar ou atrapalhar tudo?

OBS: Eu A-M-O a Katie Cassidy ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Supernatural: Destiny." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.