Passei a tarde inteira com minha mãe e Annabeth vendo elas se divertirem as minhas custas e nada podia eu fazer para inverter essa situação.

Pelo menos elas me explicaram o motivo de minha mãe ter adiantado a sua vinda para Nova York e como ela conheceu Annabeth.

Logo depois que ela desligou o telefone, na minha cara, minha mãe foi imediatamente procurar pelo nome da Annabeth na internet. Eu tinha falado que ela era arquiteta e coisa e tal e a senhora Blofis não perdeu tempo.

Ela descobriu o endereço da empresa a onde Annabeth trabalha que na verdade é dela – a mãe dela resolveu se aposentar e passou a empresa para ela – e comprou uma passagem de avião para Nova York bem cedo.

Assim que chegou em Nova York minha mãe foi para a empresa de Annabeth e foi lá que elas se conheceram e se tornaram muito amigas, não me perguntem como uma amizade pode surgir assim tão rápido.

Algumas horas depois deu a hora de Annabeth ir buscar Damon na escola e eu fui junto com ela. Minha mãe tinha ido para o hotel, ela precisava descansar e ligar para Paul e Sam avisar como estavam as coisas.

Chegamos alguns minutos antes do sinal tocar e ficamos escorados em seu carro esperando dar a hora e o mini-raio sair correndo pela entrada, como Annabeth disse que ele sempre fazia.

– Me desculpa por ter feito você ficar o tempo inteiro constrangido. – pediu Annabeth olhando para mim. – Mas era tentador demais.

– Eu não sei se devo te desculpar. – falei ficando de lado no carro, olhando para ela. Percebi que estávamos bem perto um do outro. – Foi a tarde inteira assim. É tempo demais para aceitar desculpas com um simples pedido.

– Hum, então você quer algo em troca? – perguntou ela arqueando uma sobrancelha. Um sorriso tomou conta de seu rosto atraindo a minha atenção.

– Acho que sim. – falei endireitando o corpo e me aproximando mais dela, um palmo era tudo que nós separava agora. Sorri quando ela não fez menção de se afastar. – É o mínimo que você pode fazer.

– E já pensou em algo? – olhei em seus olhos e tive certeza do que deveria fazer.

Engoli em seco assentindo.

Inclinei um pouco a cabeça para frente sem tirar meus olhos dos delas. Senti a mão de Annabeth tocar em meu peito, achei que ela iria me afastar, mas ao invés disso ela segurou na minha jaqueta e me puxou mais de encontro a si.

Essa foi a deixa. Terminei com a distancia entre nós dois selando meus lábios nos seus e me senti um adolescente de novo.

As mãos de Annabeth subiram pelo meu peito indo até a minha nuca, entrelaçando seus dedos em meus cabelos puxando minha cabeça mais de encontro a si ao mesmo tempo minhas mãos foram para a sua cintura colando nossos corpos, intensificando nosso beijo.

Eu queria que esse beijo durasse para sempre, beijar Annabeth é a coisa mais maravilhosa do mundo e com certeza já tinha se tornado um vicio para mim, mas infelizmente tinha algo que meu corpo necessitava mais do que ter ela junto de mim se eu quisesse viver para ficar com ela que era mais forte que minhas vontades.

Ficou confuso, mas quem disse que minha mente estava funcionando?

O bendito ar foi necessário e nós separamos. Minha respiração estava ofegante, não muito diferente da de Annabeth como eu podia escutar, mantive meus olhos fechados e um sorriso, com certeza bobo, estava em meu rosto.

– Era nisso que estava pensando, Percy? – perguntou Annabeth em um sussurro. Senti sua testa se encostar na minha.

– Sim e eu espero que você me faça passar vergonha mais vezes. – falei abrindo os olhos.

Annabeth estava com um sorriso de canto deslumbrante que só aumentou o meu. Se antes eu dizia que Damon precisaria de uma cirurgia agora era eu que precisaria de uma.

– Isso é fácil. – ela tinha um sorriso maroto no rosto agora. – Aceita pagamento adiantado?

– Obviamente.

Sem perder mais tempo a beijei novamente, mas infelizmente esse não durou muito tempo. Escutei alguém pigarrear ao nosso lado e algo cutucar meu ombro obrigando Annabeth e eu a nós separarmos rapidamente.

Em pé ao nosso lado estava Madele com um sorriso vitorioso no rosto, mas o que me chocou foi ver que ao lado dela estava Damon e ele não parecia nem um pouco feliz.

– Você veio pegar minha mamãe de mim? – perguntou ele fazendo bico e fungando.

Ele estava aponto de chorar e eu não fazia ideia de onde ele tinha tirado essa pergunta, mas pela reação assustadas de Annabeth e Mady elas sabiam muito bem.

– Damon, não é assim. – Annabeth se abaixou perto do filho, mas Damon se afastou dela. Seus olhinhos azuis direcionados a mim.

– Me reponde. Veio pegar minha mamãe de mim? –lagrimas saiam de seus olhos.

– Não. – me apressei em lhe responder. Eu estava confuso com a atitude dele e sua pergunta, mas eu não queria que ele chorasse por minha causa. – Eu não vou pegar sua mãe de você. – olhei par Mady já que Annabeth ainda estava abaixada olhando para Damon. – O que esta acontecendo? – perguntei somente movendo os lábios.

Mas Mady não me respondeu. Ela fez um sinal que eu não entendi bem e foi distrair as pessoas que olhavam para agente.

– Damon você tem que se esquecer do que aquele cara lhe falou. – disse Annabeth gentilmente e tentou mais uma vez se aproximar de Damon. Dessa vez ele não se afastou dela. – Nem todos são iguais a ele.

– Não mesmo? – perguntou Damon incerto olhando para sua mãe atentamente.

– Acha mesmo que Percy é igual a ele? – retrucou Annabeth com uma outra pergunta.

Fiquei tentado em perguntar de quem eles estavam falando, mas fiquei quieto quando Damon voltou seus olhos para mim, serio.

– Não vai pegar a mamãe de mim mesmo? – perguntou ele mais uma vez.

– Não. – falei sorrindo. – Mas posso pedir ela emprestada algum dia? Sabe, para um passeio. – tentei fazer uma brincadeira e quase me arrependi de tal feito ao ver Damon estreitar os olhos em minha direção. Quase.

–Quanto tempo duraria esse passeio? – perguntou ele serio cruzando os bracinhos em frente ao peito. Suspirei aliviado sorrindo.

– Ei, não me tratem como objeto. – falou Annabeth indignada, mas tinha um sorriso no rosto parecendo aliviada pelo situação não ter tomado um “caminho” dramatico.

– Pode nós dar uma licença, Annabeth. – me abaixei ao lado dos dois. Passei um braço sobre os ombros de Damon e o puxei para mais perto de mim. – Precisamos ter uma conversa seria de homem para homem, ou homem para miniatura de homem no caso.

– Isso. – Damon balançou a cabeça freneticamente assentindo. – Percy e eu precisamos ter uma conversa seria de homem para homem.

Annabeth olhou de mim para Damon diversas vezes antes de deixar seus olhos sobre mim. Sorri tranquilamente para ela passando a mensagem que tudo ficaria bem. Ela suspirou e rolou os olhos antes de se levantar.

– Tudo bem, mas eu não sou um objeto, ouviram? – ela olhava seriamente para Damon e para mim. – Não sou um objeto.

– Ouvimos. – falamos Damon e eu juntos.

Annabeth abriu um sorriso e deu as costas para nós dois indo para perto de Mady que havia dispersado as pessoas e agora somente estava olhando para os alunos e os pais indo embora.

– Agora que estamos sozinhos. – comecei me virando para olhar melhor para Damon. – Não sei de onde tirou essa historia que pegaria sua mãe de você e no momento eu não quero saber. – falei quando vi que ele abriu a boca para me contar algo, mas logo a fechou depois do que eu disse. – Mas eu vou ser honesto com você.

“Posso conhecer a sua mãe a um dia e esse dia foi o suficiente para despertar em mim um sentimento que eu ainda tenho que aceitar.”

– Você gosta da mamãe? – perguntou ele rapidamente.

– Sim, acho que gosto demais dela. – respondi sinceramente para ele. – E quero ficar perto dela porque isso me faz muito feliz. – olhei diretamente nos olhos do mini-raio. – Não pretendo pegar a sua mãe de você...

– Quer um espaço no coração dela para você. – disse Damon pensativo, me interrompendo.

– É. – tive que rir.

– Então você quer que eu divida minha mamãe com você? –continuou ele estreitando os olhos em minha direção mais uma vez.

– Se não for pedir demais. – falei um pouco incerto.

– E quando a mim. Você gosta de mim também, Percy? – perguntou agora fazendo um bico.

– Claro, mini-raio. – baguncei os cabelos dele.

– Hum... um momento. – pediu e se afastou um pouco de mim.

Damon começou a andar de um lado para o outro pensativo o que era engraçado de se ver. Enquanto ele fazia isso virei o rosto na direção a onde vi Annabeth ir e vi ela e Mady olhando curiosas em nossa direção.

Ela me fez uma pergunta silenciosa, se estava tudo bem, na qual eu respondi dando de ombros e apontando para Damon sinalizando que ele ainda teria que dar sua resposta.

Apesar desse momento estranho, parecia até que eu estava pedindo a mão de Annabeth em casamento para o pai dela, eu não tinha do que reclamar.

Eu realmente estava gostando de Annabeth, ela é uma pessoa incrível, linda, inteligente e pela forma como vi ela tratando Damon, muito carinhosa e amorosa também. Não tinha nem um motivo para não investir em um relacionamento com ela.

Annabeth Chase é uma mulher que vale e muito apena. E minha mãe não discorda disso depois das varias indiretas que ela deu para mim durante nosso passeio atarde.

Eu já tinha me decidido e não me importava de ter que abdicar de alguma coisa para conseguir o que eu queria. Como eu disse, Annabeth vale apena.

Só que as coisas não eram tão fáceis quando um pensamento.

– Tudo bem. – disse Damon me tirando dos meus pensamentos. Ele estava novamente a minha frente. – Eu gosto de você, Percy e eu aceito dividir minha mamãe com você, só com você, porque eu acho você legal diferente do Luke que era um chato.

– Luke? – repeti o nome confuso.

– O cara chato que queria pegar a mamãe de mim. – disse Damon, a tristeza tomando conta de seu rosto novamente. – Ele me disse que pegaria a mamãe só para ele e iria me jogar num ofinado que era o meu lugar.

Travei o maxilar de raiva. Como essa cara pensa que é para dizer uma barbaridade dessas para uma criança? Ainda mais uma criança como Damon?

Eu não sabia quem era esse Luke, muito menos o que uma mulher como Annabeth teria com ele, mas o cara já tinha ganhado a minha antipatia. Se ele ainda estiver vivo é bom ele nunca aparecer na minha frente se quiser continuar com sua alma dentro de seu corpo.

– Eu nunca vou tirar sua mãe de você. – falei puxando o mini-raio para um abraço. Senti os bracinhos dele corresponderem ao abraço. – Pelo contrario, vocês dois vão ter que me aturar.

– Se você continuar sendo um cara legal, eu te aturo. – disse ele, sua voz saindo abafada contra meu peito.

– Prometo que vou continuar sendo.

– Esta tudo bem aqui? – perguntou Annabeth com cautela se aproximando de nós.

Damon saiu dos meus braços e assentiu para sua mãe.

– Eu vou dividir a senhora com ele e em troca a gente tem que atura-lo já que ele gosta de nós dois. – disse o pequeno sorrindo. – Mas ele prometeu que vai continuar sendo um cara legal, então vai ser fácil atura-lo, não se preocupe mamãe.

– A é? – Annabeth olhou para mim com uma sobrancelha arqueada e um sorriso nós lábios.

– Hurum. – assenti sorrindo ficando de pé. – Creio que chegamos a um bom acordo.

– E quanto a mim, não pensaram em pergunta a minha pessoa o que ela acha de tudo isso? – perguntou Annabeth olhando de mim para Damon.

– Não. – respondeu o mini-raio prontamente dando de ombros deixando tanto Annabeth quanto eu surpresos. – A senhora estava... eca – ele fez cara de nojo. –... beijando o Percy então isso significa que a senhora gosta dele e não vai se obiie... não, objeei... não também, é ob... argh, a senhora não vai contra ao nosso acordo, isso. – ele sorriu largamente ao ter conseguido dar sentido a sua frase.

– Criei você muito bem, hein? – Annabeth sorriu para o filho que fez joinha para ela.

– Então quer dizer que você gosta de mim? –perguntei sorrindo.

– Pelo que vejo do mesmo jeito que você gosta de mim, não é verdade? – rebatei ela com outra pergunta mantendo o sorriso no rosto e pela primeira vez eu vi Annabeth ficar corada.

O sorriso bobo se alargou em meu rosto ao ver como ela ficava mais linda com as bochechas rosadas. Encarei seus olhos sentindo meu coração batendo mais rápido e forte contra meu peito que a cada batida parecia aumentar a felicidade que eu estava sentindo.

– Ótimo. – gritou Damon entusiasmado chamando nossa atenção. – Assunto resolvido, então agora vamos comer que eu to com muita fome.