The Kill escrita por Julia
O garoto se irritou com isso. Ele não mostrou, resolveu continuar a fingir ser um assassino.
_Muito bom. Muito bom mesmo. – ele se virou para o lado e tentou dormir enquanto ouvia Taylor rir e desejar boa noite.
...
No dia seguinte Max acordou o mais cedo que pode. Como se não bastasse o incidente envolvendo Taylor na noite passada, ele ainda havia sonhado com ela. Isso o incomodava.
Ele foi ao jardim com o objetivo de encontrar Lince, mas não o encontrou. Procurou por toda a casa e nada. Ele deveria estar em sua casa. Sustentando esse pensamento, Max foi até o quarto da garota olhando o relógio em seu pulso. Com a faca presa em seu cinto ele abriu lentamente a porta sem que a garota percebesse e a viu penteando os cabelos. Max limpou a garganta tendo toda sua atenção.
_Lembra que dia é hoje? – ele riu.
_Sim... Infelizmente. – ela riu baixo – Olha, Max sobre ontem à noite... Desculpa. Eu só queria “treinar”. – ele riu cruzando os braços.
_É eu não vou negar que foi uma situação bem constrangedora, mas, você foi bem. – ficaram um pouco em silêncio – Lince já vai chegar. Ta pronta? – ele perguntou entregando sua faca. Ela assentiu e pegou o instrumento. Os dois desceram as escadas e Taylor se sentou no sofá. – Garota, lembra que por enquanto eu sou um assassino superperigoso. – Max viu Lince entrar na casa, então começou a gritar:
_O QUE VOCÊ PENSAVA QUE TAVA FAZENDO TENTANDO PULAR A JANELA? PENSOU QUE EU NÃO DESCOBRIRIA?
_O QUE TA ACONTECENDO AQUI? – Lince gritou. Taylor o encarou “assustada” segurando a faca no bolso de seu vestido. Max explicou que ela havia tentado pular a janela e se retirou da sala. Lince parecia furioso. “É agora” pensou. Ela se levantou e se aproximou de Lince que a encarava. Taylor colocou uma de suas mãos na nuca do rapaz.
_Será que tem alguma coisa que você queira que faça... Pra você não me machucar. – ele levantou uma de suas sobrancelhas e sorriu de canto segurando a cintura dela. Ficando na ponta dos pés a garota se aproximou dele sentindo sua respiração pesada em seu rosto. Ele a beijou. “Que nojo!” pensou e teve que se segurar pra não rir. O homem se sentou no sofá com Taylor no colo ainda beijando-a. Se separaram por um minuto e Lince beijou o busto da garota. As mãos dela passeavam por seus cabelos. Quando viu que seus braços estavam fora do campo de visão de Lince, retirou a faca de seu bolso e a apontou para as costas dele.
_Lembra o que você me falou sobre como eu mataria o Dean? – ela sussurrou e ele respondeu um “uhum” abafado. – Resolvi treinar um pouco antes... – ele levantou a cabeça, aflito e tentou tirá-la de seu colo. Já era tarde, a faca penetrava sua pele quente, uma, duas, três vezes. Sua cabeça tombou para trás e a menina se levantou rápido se afastando do corpo. Max entrou na sala e chamou Taylor que passou direto e foi até seu quarto, horrorizada com o que acabara de fazer. Max levou o corpo até o quintal e enterrou-o ali. Ninguém descobriria. Não tem ninguém que se preocupe com aquele homem.
O rapaz subiu as escadas e foi de encontro a uma Taylor assustada sentada na cama. Ela estava com os olhos abertos e estalava os dedos, preocupada. Ao notar a presença de Max ela se levantou e foi ao banheiro voltando em seguida com a faca nas mãos e jogando-a sobre a cama.
_Vi você enterrando ele no quintal... E se descobrirem?
_Não vão. – Max parecia calmo como se tivesse acabado de tirar um peso de suas costas. Sentou-se e sorriu lembrando a noite anterior. Daria tudo para que aquilo fosse real. Mas não era... A garota se aproximou ficando de frente a ele. Cruzou os braços dando um passo para trás tornando a distância entre os dois maior ainda. Ele a encarou e sorriu. – Agora eu sou o assassino bonzinho, Taylor. – riu – Pode ficar perto de mim, eu não mordo.
Ela não reagiu apenas voltou ao banheiro e trancou a porta.
_O que eu vou fazer com essa garota? – murmurou e riu passando as mãos sobre os olhos. Ouviu ela o chamar e se levantou indo até a porta do banheiro se encostando a ela. – O que foi garota?
_Agora... Que o Lince morreu... – dizia como se não houvera o matado – E você não é mais “vilão”, vamos poder sair?! – gritou parecendo ligar o chuveiro.
_Claro! Aonde quer ir?
_Que tal um restaurante no centro da cidade?! – ela disse animada e Max sorriu cansado.
_Ok, então. Se arruma porque vamos a um restaurante no centro da cidade! – ele saiu do quarto e ficou esperando na sala.
Max vinha planejando comprar uma casa no centro e deixar Taylor sozinha... Esquecer isso que aconteceu. Foi um erro ter se juntado a Lince para pegar aquela garota, e, por mais que ele tivesse se apaixonado, deveria deixa-la sozinha. E quando ele dizia sozinho era literalmente sozinha. Dean teria que morrer independente de quem o matasse. Se Taylor não o fizesse, Max o faria.
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Ela saiu do banheiro, vestida e saiu da casa sorridente entrando em seu carro. Max começou a dirigir sabendo o destino e quem era o dono do tal restaurante. Seria a oportunidade perfeita para convencer Taylor de que Dean não prestava.
Chegaram ao restaurante. O local era pesado. Uma de suas paredes era marrom e as outras brancas. O balcão de mármore escuro e a caixa registradora em cima com um pano que a cobria parcialmente assustaram Taylor que se aproximou de uma sala com a porta semicerrada. Abriu-a encontrando Dean sentado sobre sua mesa empacotando algo. Assim que notou a presença da garota, sorriu, mas parecia um sorriso triste.
_O que houve Dean? Está fechando o restaurante? – ela disse baixo como se esperasse ouvir o pior. Ele se levantou colocando as mãos nos bolsos da calça social.
_Tay... – só ele a chamava assim. Um pouco estranho – Eu tentei te contar, mas não te encontrava, seu celular estava sempre fora de área... – ele tentava se explicar até encontrar o rapaz parado ao lado da menina. Fez um aceno rápido com a cabeça e voltou a encarar a garota. – Eu sinto em dizer que vou ter que te demitir... – estranho. Ela estava tentando o encontrar justamente para pedir demissão... quero dizer, foi um dos motivos. – Vendi o restaurante... Um preço bem alto que eles aceitaram por sorte... Vou mudar o restaurante para Califórnia. Infelizmente eu não vou poder te levar. – ele esperava que ela o interrogasse, fizesse piada ou até mesmo pedisse para ir junto... Como estava enganado.
_Dean, foi legal você ter vendido, quer dizer, conseguiu um lugar melhor, saiu desse fim de mundo, quase ninguém vinha aqui. – ela sorriu – E eu ia pedir demissão mesmo... Não tinha muito tempo pra trabalhar oito horas por dia.
_Entendo. – ele dizia com a cabeça baixa. Parecia esconder algo da garota. Max percebeu isso. Enquanto Dean caminhava para fora do estabelecimento com a última caixa, uma mulher alta de cabelos loiros com um sobretudo se aproximou.
_Seu antigo chefinho andou fazendo coisa errada... Ele perdeu o restaurante. E queria te levar junto para a Califórnia, ele queria ter uma família com você... Sabe lá o que esse homem faria quando estivesse sozinho com você, em um quarto num hotel barato. – ela deu a volta em uma mesa batendo seus saltos de madeira no chão – Só não o fez por causa do seu namoradinho...
_“Ótimo, o cara consegue estragar suas chances com a garota sozinho, nem vai precisar da minha ajuda” – Max pensou sorrindo de canto e se sentando em uma das cadeiras.
_Não acredito nisso! – ela disse com raiva – Ele não faria...
_Faria sim, ele próprio me disse. – a loira retrucou se curvando um pouco para ficar da altura de Taylor.
_“Vamos Taylor, você não é burra. Se eu acredito na história que essa maluca está contando” – Max pensava querendo falar algo que ele mesmo sabia não ter nexo.
_E quem é você? – a garota disse com ironia.
_A irmã dele, queridinha. – a mulher provocou segurando o queixo da garota e sorrindo abertamente. Taylor se paralisou encarando um ponto invisível enquanto a mulher se retirava do local. Ela olhou de relance para Max que parecia “chocado” com a situação.
O garoto se levantou da cadeira se aproximando da menina e segurando sua mão. Só para por mais lenha na fogueira disse:
_Não acredito que ele faria isso com você... – pronto, foi o suficiente para deixar Taylor realmente irritada com Dean.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu amei escrever esse capítulo! Muahahahaha