Quem é o Pai da Minha Filha? escrita por Jessica_94
Notas iniciais do capítulo
Oi, gente, eu gostaria de esclarecer o porque de eu demorar para postar. Acontece que eu achei bem pouco o número de comentários da capitulo anterior comparado ao número de leitores, e sem comentários eu não tenho inspiração. eu só gostaria de agradecer àquele que comentam a fic, e gostaria de pedir a todos que comentem nem que seja um pouquinho, mesmo que seja para criticar. Beijos, e bom capítulo!
– Eu ainda não posso acleditar! - Cebola chutou a bola com força para a rede, não acertou - mesmo sem goleiro -, mas ele não deu importância. - Como isso pode ser?
Eles estavam na aula de Educação Física, as meninas ocupavam uma quadra coberta e estavam tendo aula com outro professor, enquanto os meninos treinavam no campo.
– Calma, véi, nunca te vi assim - Cascão procurou acalmar o amigo -, ela não chamou ele de papai, não é?
– É, mas é do Do Contra de quem estamos falando, a menina não diz "papai", talvez seja porque o pai a fez acostumar a chamar pelo nome, um pai que poderia ser o DC que adoraria ver a filha o chamando pelo nome dele pelo contrário!
– É, mas poderia não significa que é! Cebola, a mãe da Monique é com certeza a Monica, mas o pai pode ser qualquer um, menos o Xaveco.
– E o Do Contra?
– Esquece o Do Contra, a menina conhece ele, e daí? A Mônica tem vários amigos, uma turma enorme e mantem contato com todos eles desde sempre, ela apenas manteve isso e o Do contra é apenas mais um amigo de infância que conheceu a filha dela no futuro.
– E se não for só isso? E se a ligação que o Do Contra tem com Monique for mais forte do que um simples amigo da mãe dela?
Cascão respirou bem fundo, amigo era para essas coisas mesmo, confortar nas horas difíceis e aturar nos piores. Já não sabia mais o que fazer para aguentar os chiliques do Cebola.
– Se eu disser o que deve fazer, você vai me deixar em paz?
Cebola só assentiu, nem reparou na ofensa disfarçada que o Cascão lhe mandou.
– Peça para Mônica deixar a Monique passear no parquinho com você, só você e a menina, diz que ela pode pegar Monique na sua casa que ela já estará pronta e tomada banho.
– Legal, mas para que isso?
– Uma tarde com a Monique pode lhe dar alguma pista, você disse que a menina não diz papai, mas deve ser porque não o reconheceu ainda.
Os olhos do Cebola só não ficaram mais brilhantes naquele momento porque a ideia não fora dele.
– Cascão, você é demais - Cebola não segurou o abraço -, Você está ficando tão bom nos planos infalíveis quanto eu!
– E isso é uma coisa boa?! - Cascão parecia verdadeiramente indeciso.
– Em uma tarde... - Cebola não ouvia mais nada além de si mesmo -... Em uma tarde essa menina vai dizer papai!
– Muito bem, classe - o treinador chamou a atenção da classe - Vamos parar com o treino dos penaltys e partir para o jogo de verdade, andem, já conhecem os times.
Todos já conheciam notável falta de paciência do treinador Átila, então não demoraram nem dez segundos a se colocarem em suas posições no campo. Xaveco como sempre ficou em um dos gols, e o Cebola iria começar com a bola, tendo como Tony seu principal rival do time adversário, aliás, ele nem sabia quem detestava mais, o Do Contra ou o Tony. Não... O Tony ganhava de disparada.
Quando o jogo começou Cebola pegou a bola com confiança, normalmente ele passaria para o Cascão, mas estava se sentindo tão mais leve com a conversa que teve com o melhor amigo que sentia que podia fazer qualquer coisa, então não hesitou em correr com a bola para o gol.
Até que fora literalmente jogado no gramado por uma rasteira do inimigo número um: Tony.
– ANTONIO! - o treinador berrou - mais uma dessas e você vai pro banco!
– Foi mal Cebola, eu só achei que você gostaria de um pouco de terra, já que toda cebola de jardim precisa.
O jogo continuou, Cebola estava decidido a se vingar do Tony, colocaria aquela cara branquela na lama!
Usando a bola como desculpa - que estava com o Tony -, Cebola deu umas passadas à frente do Tony e deu uma cotovelada no tórax. A queda não fora tão ruim quanto o Cebola gostaria, mas pelo menos deu para ralar as costas.
– MAS QUE DROGA!!! - O treinador parecia mais irritado com a revanche do Cebola - ISSO NÃO PORRA DE FUTEBOL AMERICANO!!!
A turma sabia que quando um professor - ou trinador - falava palavrão, era porque a situação estava ficando crítica. Então o jogo correu tranquilamente até a hora em que os jogadores foram parar no vestiário.
Na hora de trocar a roupa de treino pela usual, Cebola prestou atenção no Tony para ver se tinha algum dano pós-queda ao qual poderia se vangloriar. Quando Tony tirou a camisa, Cebola reparou em uma marca meio azulada no mesmo lugar em que bateu no Tony.
– Nossa, Tony - Cebola gozava da situação -, eu não sabia que tinha te machucado tanto.
– Isto aqui - Tony apontou para a marca - é marca de nascença, o bobão!
Cebola deixou por isso mesmo, tinha se vingado do Tony e mesmo que àquilo fosse ou não fosse uma marca de nascença, nada tiraria o gosto de ver Tony se arrastando no gramado.
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– Vai, Mônica!
– Não!
– É só um passeio.
– Se é só um passeio, porque não posso ir junto?
Cebola não pensou o quanto seria difícil convencer a Mônica a deixar ele passear com Monique. Ele insistia em pegar Monique dos braços da Monica, e ela apenas desviava. Não tinha jeito, todo plano infalível tinha que ter uma falha.
– Por que você não quer me deixar passear com ela? Vai ser bom para a Monique, e você precisa de uma folga.
– Eu só estou cuidando dela há um dia, Cê. E tem outra coisa, por que você não quer que eu vá junto?
– Porque... - Cebola não tinha uma resposta, então alongou o máximo o "porque" para que pudesse inventar uma desculpa. Que teria sido ótima se a Mônica não tivesse interrompido.
– Eu digo o porquê, você vai levar a Monique para paquerar meninas!
– Hein?
– Isso mesmo, você vai levar a Monique no parquinho, as garotas vão se aproximar encantadas, e você vai se fazer de irmãozinho amoroso que cuida da irmã menor!
Cebola sorriu de um jeito cafajeste, não podia conter a sua felicidade, apesar das dúvidas que a Mônica tinha sobre eles, ela ainda tinha ciúmes dele.
– Está com ciúmes?
– É... Claro que não!
– Então deixa eu levar a Monique, anda, prometo não fazer nada de errado.
Monica pareceu pensativa, mas Cebola já sabia que a batalha estava ganha.
– Está bem, mas tem condições.
Mônica entregou Monique para Cebola e se pôs a falar como se fosse uma capitã.
– Número um - Monica tirou o boné que estava na cabeça do Cebola e o pôs na Monique - você não interessa! A proteção da Monique vem em primeiro lugar - Monica tirou um protetor solar infantil da mochila - número dois: passe protetor solar a cada duas horas nela, a pele das crianças é mais sensível do que a dos adultos, e não deixe ela comer terra e nem areia.
– Mais alguma coisa? - cebola parecia satisfeito com acordo e não se importava de cumprir essas condições bobas, e também não queria dar chance para a Mônica desistir.
– Sim, me ligue a cada ponto diferente em que você parar, quero ter certeza das posições em que se encontra minha filha. E deixe o celular ligado, e se não deixar - Mônica se aproximou do Cebola e sussurrou em seu ouvido - você nunca mais irá esquecer o celular, pois ele irá parar no seu interior mais escuro.
Cebola não pôde conter um "ai" bem audível em sua mente.
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– Monique, você não pode comer areia!
Cumprir as condições que a Mônica pediu estava ficando cada vez mais difícil. O pior era que não conseguia manter a menina falando, e quando ela falava, era apenas para demonstrar o quanto ela estava feliz naquele parquinho e naquela caixa de areia junto com o coelho azul.
– Sua irmãzinha? - cebola nem ao menos percebeu quando uma garota de cabelos ruivos e cacheados se aproximou - ela é uma gracinha!
– Você não sabe da missa a metade.
– Como se chama?
– Monique.
– Eu estava falando de você bobinho.
Ninguém poderia condená-lo, ele não planejou nada, foi a Mônica quem dera a ideia.
Depois de mais algumas trocas de palavras ele pegou o telefone da garota, que se chamava Lúcia.
Ao guardar o telefone com o número já gravado da garota, Cebola finalmente reparou que Monique o olhava atentamente, como se soubesse o que ele tinha feito.
– Quer tomar um sorvete?
A menção da palavra sorvete, fez o sorriso e alegria da menina voltar. Estava ferrado, estava subornando a filha da Mônica com um sorvete.
Ao chegar ao carrinho de sorvete, Cebola perguntou:
– Qual você quer, de morango?
– Não!
– De chocolate?
– Não!
– Do que você quer?
A menina balançou o coelhinho na direção do cebola.
– Não tem sorvete de coelhinho...
– Azul, azul, quelo solvete azul!
– Não tem... - Cebola parou por um instante, ela falou "quelo solvete"?
– Tem sorvete azul? - Cebola se voltou para o vendedor.
– Tutti frutty é azul.
– Me dê um de três bolas.
Cebola não se importou no quanto pagou no sorvete, não se importou em ver a menina sujar toda a roupinha que já tinha sido da Maria Cebolinha, e nem ao menos se importou se a Mônica iria dar um bronca nele pelo sorvete. A menina tinha trocado o R pelo L, tinha lhe dado uma esperança.
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– Foi um longo dia Monique - Cebola colocou a menina no chão do banheiro e começou a tirar as roupinhas completamente imundas - hora de tomar um banho e se preparar para...
Toda a esperança que o Cebola conseguiu naquela tarde, foi embora com um simples olhar na direção do peito da criança tinha uma marca azulada.
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